É deste modo, livres e em harmonia, que os Touros e Cavalos devem viver. Não nasceram para servir predadores com forma humana e de baixos instintos.
Sei que o meu País atravessa um momento onde o caos se instalou, a todos os níveis.
Sei que no meu país, existe uma descomunal miséria moral, cultural, social e educacional, avalizada pelos governantes.
Sei que a corrupção e o desgoverno imperam ao mais alto nível.
Sei que somos roubados descaradamente.
Sei que somos vilipendiados nos nossos mais básicos direitos.
Sei que os “políticos” são cegos e surdos aos apelos racionais do povo que os elegeu.
Sei que entre o povo que se faz de vítima, estão os principais cúmplices e culpados da situação caótica que o nosso País vive.
Sei que aos governantes não interessa um povo que pensa, por isso promove a incultura.
Sei que o nosso País precisa de uma Revolução a sério, que derrube os corruptos e os vendilhões da Pátria.
Sei que uma minoria inculta e abroeirada manipula descaradamente os partidos políticos de maioria que, despudoradamente, se deixam manipular.
Sei que essa maioria parlamentar não merece consideração, porque não se dá ao respeito.
Sei que a política praticada em Portugal, desde Lisboa aos municípios (com raríssimas excepções) é suja, é podre, é obsoleta, é madrasta, é obscura.
Sei que da política e dos políticos fiquei farta, fartíssima, depois de tantos anos a lidar com eles, e conhecer-lhes todas as manhas e artimanhas.
Por isso, um dia decidi emprestar a minha voz aos que não têm voz, e entrei numa “guerra” de muitas batalhas, e nela, desde então, continuo firmemente de pé, com as palavras em riste (a minha arma) apontadas para os inimigos dos que decidi defender, apesar de todas as ameaças, apesar das agressões verbais, apesar das dificuldades, apesar dos obstáculos. Isto é como caminhar num mar de estrume.
Sei que a selvajaria tauromáquica está pendurada por um fio no meio de um abismo.
Está acabada. Ultrapassada. A cair de podre. De velha. Desadequada aos tempos modernos.
Mas falta enterrá-la debaixo de uma lei oficial.
E para tal, os Touros e os Cavalos precisam de todas as vozes.
Não haverá muito mais para dizer.
Mas há algo que ainda é necessário fazer: derrubar as mentes velhas, encerrar as escolas de toureio, desmoralizar os aficionados, marginalizar os sádicos, boicotar os seus apoiantes, desfazer o nó entre os governantes e os tauricidas, destruir os falaciosos mitos tauromáquicos, enfim, fechar o cerco a esta minoria sanguinária que anda por aí, em bicos de pés, a tentar segurar um cadáver putrefacto.
É preciso um pouco mais de empenho.
Travamos a batalha final.
É urgente que todas as vozes abolicionistas se ergam para esmagar os últimos “olés” sussurrados, já sem força, que ainda se ouvem por aí…
VENCEREMOS! VENCEREMOS! VENCEREMOS!
Isabel A. Ferreira