Sexta-feira, 17 de Abril de 2020

Um texto que dedico aos caçadores e a todos os que sentem prazer em torturar e matar cobardemente seres indefesos

 

«Ceder aos instintos mais primários, deixar que o ser primitivo se sobreponha ao ser humano que há em nós é sinal de pouca inteligência». (...) Sejamos humanos, deixemos os animais em paz» (Carlos Galvão)

 

Uma excelente análise sobre o instinto primário dos caçadores e dos tauricidas. 

 

 

 

Os caçadores do século XXI depois de Cristo ficaram na época destes nossos antepassados

 

Por Carlos Galvão

 

«O prazer de enfrentar um animal, qualquer que ele seja e a adrenalina que isso provoca, de o fatigar, de o enganar, de o perseguir e de lhe tirar a vida está gravado na parte mais antiga do nosso cérebro, aquela que herdámos dos nossos antepassados répteis. Também aí se encontram os instintos mais primários, a agressividade, a territorialidade, a xenofobia, a necessidade de pertencer a um grupo, os ritos, etc..

 

Esta informação foi-nos útil, nos tempos em que éramos caçadores recolectores, nos tempos em que tínhamos de caçar para comer, nos tempos em que tínhamos de lutar para sobreviver.

 

Do ponto de vista da psicologia e da sociologia, as touradas, a caça e outras actividades semelhantes são figurações das caçadas dos nossos antepassados. Do mesmo modo, os jogos de equipa são figurações das batalhas que tivemos de travar para defender o nosso território. Ainda assim, não perdemos uma oportunidade de travar uma ou outra guerrita, com mais ou menos efeitos colaterais (leia-se número de mortos…), afinal, temos de descarregar a testosterona de qualquer forma, não é verdade?

 

O problema é que já não somos caçadores recolectores, evoluímos, tanto fisicamente como socialmente.

 

Fisicamente, o nosso cérebro evoluiu significativamente, aumentou de volume com o surgimento do córtex cerebral. É aqui que a matéria se transforma em consciência, o reino da intuição, da consciência e da análise critica. É aqui que surgem as ideias e as inspirações, que lemos e escrevemos, é aqui que reside o gosto pelas artes e a cultura. É o que distingue a nossa espécie, o cerne da humanidade.

 

Socialmente, evoluímos para outras formas de sociedade, sedentarizámo-nos, tornámo-nos agricultores, domesticámos animais, tornámo-nos artífices, e por aí fora, passando pela revolução industrial até aos nossos dias.

 

Mas, pelos vistos, evoluímos pouco. Ainda não apagámos dos recônditos mais profundos do nosso cérebro a informação que já não nos faz falta e que é, em certa medida, desnecessária e contraproducente, ainda não fomos capazes de dar o salto qualitativo que temos que dar em termos de respeito para com o meio ambiente e para com todos os seres vivos.

 

Ceder aos instintos mais primários, deixar que o ser primitivo se sobreponha ao ser humano que há em nós é sinal de pouca inteligência. Como seres inteligentes (pelo menos, é suposto…) deveríamos ser capazes de sobrepor a inteligência ao instinto, de fazer com que o lado racional prevaleça sobre o lado irracional.

 

Sejamos humanos, deixemos os animais em paz!

 

Carlos Galvão»

 

***

 

Fazendo minhas as palavras de Carlos Galvão, eis a minha resposta aos comentários que os caçadores enviaram para «O Arco de Almedina», nomeadamente o Ricardo Sousa, com a sua pose de “entendido na matéria”:   

 

Ricardo Sousa disse sobre O “apelo interior para a caça” tem uma designação: crueldade e cobardia inatas na Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2013 às 18:06:

 

«Pois repito-me eu. É bem elucidativa a forma completamente básica, boçal e primária, com que se desenvolve A SUA RESPOSTA, a partir do tal limitadíssimo entendimento do que é a caça e a natureza humana. Excuso-me novamente a qualquer explanação mais elaborada, pela antecipada, total incompatibilidade de nível de esclarecimento, e que, fatalmente, consistiria apenas numa perda de tempo e disposição, e numa atribuição de valor àquilo que me respondeu, que de facto não tem, trata-se apenas de opiniões, infundamentadas, pessoais... enfim, desprezáveis novamente por irrealismo.

 

Compreensível, a sua frustração e a revolta pela falha de uma intenção como a da causa animalista, de acabar com as Touradas, ou com a Caça. Reitero que a tão reduzida adesão das pessoas a dita causa, demonstra bem a credibilidade que lhes merece, pela qualidade dos respectivos actores, reduzindo-a à condição de marginal, já que se limita a atormentar as mentes ao colocar-lhes problemas, até porque, as soluções que preconiza vulgarmente são problemas maiores todavia que os iniciais, numa “bola de neve” destrutiva, e apenas isso. De resto, não receio as suas encapotadas ameaças de vir a ser Caçado algum dia, que apenas confirmam o que escrevi sobre a patologia da solidão, frustração e impotência, e a tanta propriedade com que fala de covardia. Touradas, Caça, e outros temas transcendem a sua capacidade de entendimento... é natural que, não as conseguindo decifrar, não seja capaz de as entender, e portanto lhe pareçam abjectas

 

***

O que me ocorre dizer é apenas isto: APRENDA, Ricardo Sousa - «Ceder aos instintos mais primários, deixar que o ser primitivo se sobreponha ao ser humano que há em si é sinal de pouca inteligência. Como ser inteligente (pelo menos, é suposto…) deveria ser capaz de sobrepor a inteligência ao instinto, de fazer com que o seu lado racional prevaleça sobre o lado irracional».

 

Mas não é o que acontece consigo. Lamento muito.

 

***

 

Ricardo Sousa disse sobre O “apelo interior para a caça” tem uma designação: crueldade e cobardia inatas na Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2013 às 19:20:

 

 «1º quem tem necessidade de aprender a ler não sou eu, como óbviamente decorre dos comentários aos meus.

 

2º Se não sabe a razão de ser da Caça, qualquer afirmação sua relativamente ao tema enferma de ilegitimidade e hipocrisia, é apenas um sofisma de pretensa superioridade, que não tem, pelo contrário. Até porque é incapaz de comentar a Caça, limita-se a insultar as pessoas, numa senda boçal e primária própria de ausência de argumentação lógica e sustentada, n+ivel esse a que não desço, não é o meu.

 

3º Quando chegar a minha Hora, chegará como tiver que chegar, e se fôr a Caçar... tanto melhor. Não anseie tanto por essa Hora, que talvez a sua Hora chegue antes da minha, e isso, ultrapassa.nos a ambos, mas, a realidade é que faz cá tanta falta a este mundo como a fome.

 

4º De facto a culpa de que exista gente ignorante com graus académicos, e incapaz de se dar conta da própria falência, ao tentar sistemáticamente ofender, e ao basear as afirmações apenas em opiniões pessoais insignificantes, não é dos Caçadores.

 

5º Volto a frisar, que isso são problemas do foro psicológico, resultantes de solidão, frustração e impotência diante da realidade

 

***

 

1º: Que o Ricardo Sousa tem bastante necessidade de LER E APRENDER, ficou óbvio, depois da brilhante lição de Carlos Galvão.

 

2º: A razão de ser da caça está bastante bem explicada no texto de Carlos Galvão, da qual (razão) o Ricardo Sousa nada sabe.

 

3º: Cada um faz falta à sua maneira. Poderei não fazer falta a si. Nem me interessa. O Ricardo Sousa é que não faz falta nenhuma aos animais. Eu faço, porque sou a voz deles, defendo-os, não os mato. Mas quando tivermos de ir, iremos.

 

4º: Esta afirmação, neste ponto 4, já está bem respondida, no texto acima publicado. A diferença é que os caçadores CEDEM AOS INSTINTOS MAIS PRIMÁRIOS, e tentam justificar esse primarismo rebaixando quem não tem instintos primários. Certo?

 

5º: Ora diga-me agora quem tem problemas do foro psicológico… Não tente transpor para mim, as suas frustrações, Ricardo Sousa. Freud dir-lhe-ia a mesma coisa.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:15

link do post | Comentar | Adicionar aos favoritos

Mais sobre mim

Pesquisar neste blog

 

Março 2024

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
14
15
16
17
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

Posts recentes

«Não há a mínima TOLERÂNC...

São José festejado em San...

Brasileira diz que são os...

Legislativas 2024: nenhum...

Parabéns, Colômbia sem to...

Os milhares de pessoas pr...

Dois anos de guerra na Uc...

«Bicadas do Meu Aparo: “P...

Na passagem do 97º aniver...

Aleixei Navalny, um símb...

Arquivos

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Dezembro 2023

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Junho 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Fevereiro 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Direitos

© Todos os direitos reservados Os textos publicados neste blogue têm © A autora agradece a todos os que os divulgarem que indiquem, por favor, a fonte e os links dos mesmos. Obrigada.
RSS

AO90

Em defesa da Língua Portuguesa, a autora deste Blogue não adopta o Acordo Ortográfico de 1990, nem publica textos acordizados, devido a este ser ilegal e inconstitucional, linguisticamente inconsistente, estruturalmente incongruente, para além de, comprovadamente, ser causa de uma crescente e perniciosa iliteracia em publicações oficiais e privadas, nas escolas, nos órgãos de comunicação social, na população em geral, e por estar a criar uma geração de analfabetos escolarizados e funcionais. Caso os textos a publicar estejam escritos em Português híbrido, «O Lugar da Língua Portuguesa» acciona a correcção automática.

Comentários

Este Blogue aceita comentários de todas as pessoas, e os comentários serão publicados desde que seja claro que a pessoa que comentou interpretou correctamente o conteúdo da publicação. 1) Identifique-se com o seu verdadeiro nome. 2) Seja respeitoso e cordial, ainda que crítico. Argumente e pense com profundidade e seriedade e não como quem "manda bocas". 3) São bem-vindas objecções, correcções factuais, contra-exemplos e discordâncias. Serão eliminados os comentários que contenham linguagem ordinária e insultos, ou de conteúdo racista e xenófobo. Em resumo: comente com educação, atendendo ao conteúdo da publicação, para que o seu comentário seja mantido.

Contacto

isabelferreira@net.sapo.pt