É do domínio público que o campo pequeno é um antro de tortura, é a nódoa mais negra que desonra Lisboa. Pior do que os bairros de lata, porque nos bairros de lata, ainda se vislumbra uma réstia de dignidade. No campo pequeno existe apenas a ignomínia dos sádicos, que se divertem com o sofrimento atroz de seres vivos sencientes.
Origem da imagem:
https://protouro.wordpress.com/2017/11/23/aficionados-ingratos/
Quase todos os fadistas são aficionados de tortura de Touros. Nasceram, foram criados e cresceram a ouvir dizer que torturar touros é tradição, é arte, é cultura.
E a selvajaria tauromáquica não é nada disso, pelo menos não no sentido real dessas palavras: a tradição, tal como ela é absorvida pelos tauricidas, é apenas a personalidade dos imbecis, já dizia Albert Einstein; a verdadeira Arte não tortura, nem mata; e a Cultura implica o conhecimento, a moral e a capacidade adquirida pelo Homem, como membro de uma sociedade caracterizada pelos valores humanos. E o que caracteriza o mundo tauromáquico? Precisamente o contrário de Cultura: desconhecimento, imoralidade e incapacidade de encaixar os valores verdadeiramente humanos.
Nem sequer tentaram evoluir com o passar dos tempos. Sim, porque os tempos, hoje, são outros. As mentalidades evoluíram. As Ciências Biológicas evoluíram, e hoje sabemos (como se fosse preciso que a Ciência o confirmasse!) que os Touros e Cavalos são animais extremamente sensíveis, inteligentes e afectuosos, tudo o que os tauricidas e aficionados não são.
O campo pequeno, com o aval de um governo mais fascista do que esquerdista, “celebrou” 125 anos ao serviço da “coltura” marialvo-monarquista, com sessões de tortura de Touros e Cavalos, e encerrou essas “comemorações trogloditas” com Carlos do Carmo, de quem eu era fã, como a melhor voz fadista, mas também como homem, de porte elegante e amável, mas deixei de ser fã do homem, ao saber que era aficionado de touradas. Como é possível? Eu não sabia. E já o inscrevemos na lista de nomes de figuras públicas que ficarão para a História como amantes da tortura de seres vivos. Que é um modo muito feio de ficar para a História. E a Raquel Tavares idem. E como me doeu ver o nome de Carlos do Carmo nessa lista! Podereia ter evoluído, e não evoluiu.
Isto só envergonha Portugal, e a legítima Arte e Cultura Portuguesas.
Isabel A. Ferreira