Sábado, 15 de Maio de 2021

«Todos desejamos ser felizes» - só não sabe disto quem não é animal, e quem não é animal só pode ser erva daninha com forma humana

 

O Dr. Vasco Reis, Médico-Veterinário, que tem estudos científicos superiores nas áreas da Biologia, Zoologia, Anatomia, Deontologia e Bioética, Embriologia, Fisiologia, Genética, Reprodução Animal, entre outros saberes, tem autoridade, mais do que suficiente, para dizer o seguinte:   

 

«Os animais humanos e não-humanos são seres dotados de sistema nervoso, mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é agradável, perigoso e agressivo e doloroso.»

 

Os seres não-humanos experimentam sensações, emoções e sentimentos muito semelhantes aos dos humanos. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa e de fuga, sem as quais, não poderiam sobreviver. Portanto, medo e dor são condições essenciais de sobrevivência.

 

Afirmar-se que nalguma situação não medicada, algum animal [não humano] possa não sentir medo e dor se for ameaçado ou ferido, é testemunho da maior ignorância, ou intenção de negar uma verdade vital» 

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:06

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Quinta-feira, 4 de Fevereiro de 2021

Eu, animal me confesso…

 

 

O Homem é um animal.

 

Biologia, Zoologia, Anatomia, Deontologia, Bioética, Embriologia, Fisiologia, Genética, Reprodução Animal, sinto quase tudo o que estas Ciências descrevem.

 

Aceito como certo, quase tudo o que aqui nos é transmitido.

 

Os ditos animais não-humanos, tal como a maioria dos animais humanos, têm medo da morte. Lutam pela vida, e sentem a aproximação da morte, tal como os humanos.

 

Só quem nunca conviveu com animais, pode dizer que «o animal naturalmente pela sua natureza, enfraquece, extingue-se, acaba». Eles não ACABAM, tal como nós também não acabamos. Eles são feitos da mesma Natureza. Fazem parte da criação do mesmo Deus.

 

Não acabam, e têm uma alma imortal. Têm um caminho a percorrer, tal como nós.

 

Eu sei. Sou tão animal como eles. E assim como consigo "ver" a alma de um humano a espreitar pela janela dos olhos, de igual modo vejo a alma dos não-humanos a espreitar nuns olhos semelhantes aos meus. Em tudo.

 

 Estejam atentos a essa Natureza. E saberão do que estou a falar.

 

Philip Low.png

 

Sou um animal que possui cinco sentidos comuns a todos os outros animais; mas em mim, o instinto, que também possuo, não está tão desenvolvido como nos meus outros irmãos planetários.

 

Sou uma animal com emoções, sentimentos e estados físicos comuns a todos os outros animais: medo, tristeza, alegria, raiva, afecto, sofrimento, dor, cansaço…

 

Sou um animal com necessidades biológicas ou fisiológicas básicas, comuns a todos os outros animais: comer, beber, respirar, dormir, urinar, defecar, reproduzir, ter segurança, abrigo, viver em grupo…

 

Sou um animal que pode padecer de um conjunto de sinais e sintomas específicos comuns a todos os seres vivos, alterando o estado normal da saúde, que também é comum a todos os animais.

 

O vocábulo “doença” vem do latim “dolentia” que significa “dor, padecimento” e eu, como animal, tal como uma infinidade de outros animais, posso padecer de alergia, asma, cancro (em qualquer órgão), catarata, intoxicação, depressão, diabetes, diarreia, gripe, hepatite, pancreatite, hipertensão, HIV (FIV nos gatos), infecção urinária, leucemia, obesidade, osteoporose, hérnias de disco, epilepsia, traumatismos cranianos, tumores cerebrais, fracturas de coluna, entre outras…

 

Para tratar essas doenças existem a Medicina Humana e a Medicina Veterinária. 

 

E se eu, como animal, sinto dor e padeço com todas essas doenças, logo, todos os outros animais sentirão dor e padecerão também…

 

Sou um animal biologicamente semelhante a todos os outros animais nos mecanismos pelos quais nos mantemos vivos, com órgãos e sistemas que desempenham funções vitais: cérebro, coração, pulmão, estômago, fígado, pâncreas, bexiga, rins, intestinos e pele; e os sistemas cardiovascular, digestivo, endócrino, genital, imunitário, muscular, nervoso, respiratório, urinário sensorial, tegumentar…

 

Sou um animal que partilho sequências do meu ADN não só com os meus parentes mais chegados, os símios, mas também com porcos, cães, gatos, bovinos, ratos, e até mesmo com recifes de coral e galinhas.

 

Os meus amigos e companheiros mais recentes, que criei e cuidei com o desvelo com que criei e cuidei dos meus filhos:

 

O meu Ratolinha (ratinho branco de cauda comprida) nasceu, cresceu, e morreu com insuficiência respiratória.

A minha gatinha Mindinha nasceu, cresceu, e morreu intoxicada pelo pólen de uma flor belíssima: a açucena.

A minha cadelinha Josefina nasceu, cresceu, e morreu com problemas degenerativos do foro neurológico.

A minha gatinha Francisquinha nasceu, cresceu e morreu com FIV (sida dos felinos).

A minha gatinha Nany nasceu, cresceu, e morreu de cancro da mama.

A minha gatinha Zézinha nasceu, cresceu e morreu com problemas cardíacos.

O meu cãozinho Platão nasceu, cresceu, e morreu com falência dos órgãos vitais devido a idade avançada. Era cego.

O meu gatinho Napoleão nasceu, viveu, e morreu de complicações derivadas da Diabetes.

 

Sou um animal que nasceu, cresceu e morrerá como todas as coisas, como todos os seres viventes, como todos os restantes animais, certamente com uma qualquer doença das que afectaram os meus amiguinhos patudinhos.

 

Que motivos terei para não os considerar animais como eu?

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:29

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Terça-feira, 13 de Outubro de 2020

«Brilhante reportagem sobre touradas em Portugal»

 

Recordemos este texto de 2016. Infelizmente actualíssimo, comprovando-se que, em Portugal, a EVOLUÇÃO é algo que custa a encaixar, nomedamente, nas mentes dos governantes e dos parlamentares, os quais mantêm acesa a chama desta prática selvática, sem se aperceberem de que não têm lugar no pódio de gente civilizada

 

Reportagem espectacular sobre touradas. Todos os argumentos, todos os factos, todas as razões num brilhante trabalho.

"O Touro é um animal que, quando uma mosca pousa no seu dorso... ele afasta-a com a cauda. Ele é hipersensível".

 

COBARDE.jpg

 

Por Cláudia Vantacich

 

«O touro "bravo" ou de "lide" não é agressivo. Estes animais são, por natureza, tão ou mais afáveis do que os cães. O Fadjen, um mediático touro "bravo", salvo de um ganadeiro Espanhol, é neste momento, um excelente exemplo de que a agressividade genética do touro se encerra num mito propagandeado pela tauromaquia. A etologia, como ramo da zoologia, explica que o comportamento não é determinado pela genética, mas pelo ambiente e interacções do animal. Ou seja, independentemente das características genéticas, o seu comportamento será sempre condicionado, em última análise, pelo propósito e personalidade de quem os cria, tal como acontece com os cães. Para os tornarem, não agressivos, mas mais reactivos de modo a que seja possível toureá-los (ou lidá-los), os ganadeiros criam-nos em sistema extensivo, com pouco contacto com humanos, sujeitando-os a duros "treinos" a todos os níveis, sendo os físicos, dignos de um atleta de alta competição e, de vez em quando, alguns morrem subitamente devido ao exagerado esforço a que são sujeitos. Por vezes, os Touros são drogados com Rompum e Calmivet, duas substâncias anestésicas que administradas em pequenas quantidades, causam um efeito calmante. Mas nem sempre a dose "certa" é bem calculada, levando a que alguns sucumbam à dose excessiva, mesmo antes de entrar na arena.

 

Há muito que a ciência provou o sofrimento do touro. Todos os seres sencientes, ou seja, os que possuem um sistema nervoso central, grupo do qual faz parte o ser humano, têm a capacidade de experimentar sofrimento físico e psicológico, tal como stress, medo, pânico, angústia e tristeza. Sofrem ainda traumas psicológicos e desenvolvem depressões, bem como afectos e constroem ainda relações com outros seres, incluindo o Homem. Na capacidade de sentir, os animais não são diferentes do ser humano.

 

O touro "bravo" tem direito à sua integridade física e psicológica e principalmente tem direito a não ser utilizado como objecto de tortura para gáudio de uma minoria que nem sequer é representativa do povo português. À semelhança de tantas outras espécies, o touro poderá perfeitamente viver em liberdade e em paz no seu habitat, nem que seja em zonas protegidas, não sendo também por isso, aceitável o "argumento" da sua preservação como justificação da tauromaquia.

 

Não é portanto admissível que no século XXI, um país civilizado como Portugal, acolha ainda uma tradição que viola 90% (!) dos pontos considerados na Declaração Universal dos Direitos dos Animais da UNESCO:

 

1 - Todos os animais têm o mesmo direito à vida.

2 - Todos os animais têm direito ao respeito e à protecção do homem.

3 - Nenhum animal deve ser maltratado.

4 - Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat.

5 - O animal que o homem escolher para companheiro não deve nunca ser abandonado.

6 - Nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor.

7 - Todo o acto que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida.

8 - A poluição e a destruição do meio ambiente são consideradas crimes contra os animais.

9 - Os direitos dos animais devem ser defendidos por lei.

10 - O Homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais.

 

Mas não são apenas os direitos dos animais os que são violados pela tauromaquia.

 

A psicologia, a psiquiatria e a neurociência provaram que assistir a touradas provoca traumas psicológicos nas crianças, tornando-as tolerantes à violência gratuita e contribuindo para que se tornem adultos agressivos. Este foi um dos argumentos que levou à abolição das touradas na Catalunha, em Espanha, país onde a tradição é muito mais forte do que em Portugal, pela sua origem.»

 

Cláudia Vantacich

***

As touradas: Violência, Crueldade, Ignorância, Futilidade

A vergonha de Portugal

 

 

Fonte:

http://ruportugal.blogspot.pt/2016/05/brilhante-reportagem-sobre-touradas-em.html

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:00

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Sexta-feira, 5 de Abril de 2019

Os Touros e Cavalos sofrem antes, durante e depois dos "espectáculos" tauromáquicos

 

Porque estamos em plena época da aberração tauromáquica, aqui vos deixo mais um excelente contributo do Dr. Vasco Reis, único Médico-Veterinário português que dá a cara pela causa da Abolição das Touradas.

 

Este texto é baseado na Ciência Médico-Veterinária, na Etologia (disciplina da Zoologia que estuda o comportamento animal) e na experiência profissional e desportiva do autor, escrito por ocasião do II Fórum da Cultura Taurina nos Açores, e que trago à liça por considerá-lo crucial para o esclarecimento daqueles que ainda têm dúvidas quanto ao que é esta “coisa” a que chamam de “tauro (touro) maquia (lucro, dinheiro)”, e que não passa, literalmente, de lucro à custa da tortura de Touros.

 

tauromaquia.jpg

Um triste “espectáculo” de baixo nível cultural e artístico, onde Touros e Cavalos sofrem para gozo de um escasso número de sádicos, também de baixo nível intelectual e moral. Valeu a pena? Vieram mais ricos espiritualmente? Encheram a alma com imagens de  rara beleza…?

 

«A  verdadeira realidade da tauromaquia»

 

Por Vasco Reis - Médico Veterinário

 

VASCO REIS.jpg

O activista Dr. Vasco Reis, na sua luta pela extinção de uma prática que não dignifica a Humanidade.

 

«Está anunciado o II Fórum da Cultura Taurina com especialistas de 9 países que se reúnem durante 3 dias na Ilha Terceira, a campeã da “afición” no Arquipélago.

 

Os efeitos do fórum serão evidentes, visto que a tauromaquia é uma modalidade que assenta em primeira linha na exploração violenta e cruel do touro, sempre, e do cavalo nos programas em que ele é utilizado como veículo do actor tauromáquico e obrigado a tornar-se “cúmplice” da lide, sofrendo ansiedade e esgotamento e arriscando ferimento e morte.

 

O fórum está a ser considerado como um momento de reflexão, de prestígio para os Açores, de promoção da atractibilidade da Região e como reforço do turismo.

 

Considero que, quanto à influência sobre o turismo, as vertentes serão duas e opostas:

 

Poderá atrair aficionados, gente que sob a designação de arte, aprecia a violência e as fases impressionantes do massacre do touro e as arrancadas e as fintas do cavalo dominado pelo cavaleiro. Poderá também atrair gente tornada curiosa pela publicidade enganosa da organização.

 

Por outro lado, irá afastar turistas conscientes e compassivos, que vão preferir outros destinos, onde tal espectáculo de massacre não seja permitido.

 

Quanto à influência sobre o prestígio dos Açores, só pode ser muito negativa, porque publicita o facto de que a Região Autónoma, parte de Portugal (que também é atingido), pertence ao retrógrado grupo dos únicos 9 países do Planeta, onde touros e cavalos são massacrados legalmente.



Falta referir-me ao momento de reflexão, que bem necessário é e para o qual eu pretendo contribuir com muito empenho, argumentando resumidamente com o que a Ciência Médico-Veterinária, a Etologia e a minha experiência profissional e desportiva me ensinaram.

 

A ciência, fundamentada na investigação anatómica, fisiológica e neurológica dos animais usados na tauromaquia, confirma o que o senso comum revela: touros e cavalos sofrem antes, durante e depois dos espectáculos tauromáquicos.

 

O touro é o elemento sempre massacrado da tauromaquia, desde intensa e prolongada ansiedade a partir do momento em que é retirado do campo, seguindo-se repetidos e dolorosos ferimentos, esgotamento anímico e físico e quase sempre a morte em longa agonia.

 

O cavalo, dominado e violentado pelo cavaleiro tauromáquico é o elemento obrigado a arriscar tudo e a sofrer perante o touro, desde ansiedade, ferimento físico até a morte.

 

Animais são seres dotados de sistema nervoso mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é perigoso e agressivo e doloroso. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa e de fuga para poderem sobreviver. Sem essas capacidades não poderiam subsistir.

 

Portanto, medo e dor são essenciais e condição de sobrevivência.



É testemunho da maior ignorância ou intenção de ludíbrio, o afirmar-se que algum animal em qualquer situação possa não sentir medo e dor, se for ameaçado ou ferido.

 

A ciência revela que anatomia, fisiologia e neurologia do touro, do cavalo e do homem são extremamente semelhantes. Os ADN são quase coincidentes.



As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto e o ferimento.



O especismo é uma atitude que, arrogantemente, coloca o Homem numa posição de superioridade, que lhe permite dispor sobre os animais, como quiser.



A compaixão selectiva visa tratar bem certas espécies (em geral cães e gatos) e menos bem, outras, quase consideradas como objectos.

 

Os animais não humanos são considerados menos inteligentes do que os seres humanos. Podem estar mais ou menos próximos e mais ou menos familiarizados connosco, mas eles são tanto ou mais sensíveis do que nós ao medo, ao susto e à dor.

 

É, portanto, nosso dever ético não lhes causar sofrimento desnecessário.



"A compaixão universal é o fundamento da ética" - um pensamento superior do filósofo alemão Arthur Schopenhauer.

 

A tauromaquia está eivada de especismo sobre o touro e sobre o cavalo.



O homem faz espectáculo e demonstração da sua "superioridade" provocando, fintando, ferindo com panóplia de ferros que cortam, cravam, atravessam, couro, músculos, tendões, órgãos vitais, esgotam, por vezes acabam por matar o touro, em suma lhe provocam enorme e prolongado sofrimento para gáudio de uma assistência que se diverte com o sofrimento, a agonia e a morte de um animal.

 

Isto é comparável aos espectáculos de circo romano, há muito considerado espectáculo bárbaro, onde escravos e cristãos eram obrigados a lutar e a matarem-se uns aos outros ou eram atirados aos leões para serem devorados.

 

O cavalo é dominado com ferros castigando as gengivas bucais e a língua e esporas mais ou menos agressivas, até cortantes, no ventre.

 

Esta montada é posta em risco de mais ferimento e de morte, pelo cavaleiro tauromáquico, que o utiliza como veículo para combater e vencer o touro.

 

O sofrimento do cavalo soma-se aqui ao do touro.

 

Na tauromaquia, touro e cavalo são excluídos de qualquer compaixão, antes pelo contrário, estão completamente submetidos à violência e ao sofrimento.



E o espectáculo é ainda legal em Portugal e mais oito países, publicitado e mostrado na comunicação social, aclamado, fonte de negócio, de prosa e de poesia. Que tristeza.

 

Tauromaquia é a “arte” de dominar e massacrar touros e cavalos e organizar com isso espectáculos para recreação de aficionados ou de simples curiosos.

 

Mas nesta “arte” não são somente touros e cavalos que sofrem.

 

São muitas as pessoas conscientes e compassivas, que por esta prática de violência e de crueldade se sentem extremamente preocupadas e indignadas e sofrem solidariamente e a consideram anti educativa, fonte de enorme vergonha e atentatória da reputação internacional de Portugal, obstáculo dissuasor do turismo de pessoas conscientes, que se negam a visitar um país onde tais práticas, que consideram "bárbaras", acontecem! Porque fazem sofrer os animais os chamados “artistas”? Dar-lhes-á isso algum gozo?

 

Será isso admirável, corajoso, heróico?

 

Com certeza que existem boas e inócuas alternativas para os aficionados, para os trabalhadores tauromáquicos, para os "artistas", para os campos e para os touros e cavalos.

 

Os campos podem ser utilizados de outro modo.

A raça pode ser mantida sem a cruel tauromaquia.

Os trabalhadores, campinos e ganadeiros podem continuar o seu trabalho.

Os forcados, cujo papel só surge depois do touro ter sido massacrado e esgotado previamente, podem dedicar-se a actividades ou desportos leais e entre iguais, onde valentia, luta corpo a corpo são fulcrais, como o boxe, a luta livre e outros e que exigem espírito de equipa, como o rugby por exemplo, considerado desporto de cavalheiros.

 

Aconselho, pela sua mensagem, alguns vídeos extremamente informativos, muito influentes no processo que teve lugar no Parlamento da Catalunha de que resultou a votação que levou à proibição de corridas de touros naquela região autónoma espanhola, facto que está tendo enorme repercussão mundial.

 

Fundamentado no acima exposto, anseio pela proibição das corridas de touros em Portugal e no mundo. Não quero nem posso admitir que qualquer região ou nação seja vergonhosamente conhecida no seu trato aos animais como sendo uma região ou nação bárbara, retrógrada e cruel.



Na certeza de que V. Exas. tomarão em consideração esta minha mensagem assino-me

 

Vasco Manuel Martins Reis, médico veterinário desde 1967,

Actualmente aposentado em Aljezur.

 

Permitam-me o seguinte curto extracto do meu currículo, o qual ilustra alguma da minha experiência prática que dita muitas das minhas opiniões:

Trabalhei 7 anos na Suíça, 10 anos na Alemanha, 3 anos nos Açores (na Praia da Vitória, Ilha Terceira, onde existe afición e onde tive de intervir obrigatoriamente no acompanhamento dos touros nas touradas na minha qualidade de médico veterinário municipal) e 21 anos em Portugal Continental.

Trabalhei sempre, entre outras espécies, com bovinos e cavalos.

Fui cavaleiro de concurso hípico completo e detentor de dois cavalos polivalentes.

Conheço bem os cavalos, a sua personalidade e as suas aptidões.

Fui entusiástico jogador de rugby durante três anos.

 

Vasco Reis»

 

Nota: escusado será dizer que  este saber do Dr. Vasco Reis, entrou por um ouvido e saiu pelo outro, dos que têm o poder de acabar com esta prática bárbara. E isto acontece porque em cérebros mirrados se não entra nem um grão de poeira, como poderá entrar a Sabedoria? (I.A.F.)

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:16

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Domingo, 28 de Agosto de 2016

Barrancos - capital portuguesa da selvajaria tauromáquica

 

Em Barrancos, tudo é feito à bruta: a tourada, a morte do Touro e até o modo como se aplaude a morte deste ser senciente, muito mais sensível do que qualquer um destes pré-humanos que o torturam e aplaudem a sua dolorosa morte.

 

Repare-se na t-shirt do  barranquenho.

 

Em Barrancos, diz-se que a tradição é a cultura de um povo. Mas Albert Einstein considera que a tradição é a personalidade dos imbecis.

 

Eu acredito mais no saber do Sábio, do que na ignorância dos barranquenhos.

 

Que vergonha, Doutor Jorge Sampaio, ter o seu nome ligado à barbárie de Barrancos!

 

Barranquenho.jpeg

 Foto: Nuno Veiga

 

O Médico-Veterinário, Dr. Vasco Reis, deixa-nos esta reflexão, com a qual concordo plenamente, e da minha parte, também tenho o nome do Dr. Jorge Sampaio (entre muitos outros) na lista negra dos que, em Portugal, contribuíram para entravar a evolução do meu País, com actos dignos de trogloditas, e que ficarão perpetuados no «Livro Negro da Tauromaquia» que está a ser escrito, para louvor dos Touros e Cavalos, sacrificados ao longo dos últimos séculos, e para desonra dos tauricidas e aficionados de todas as vertentes da selvajaria tauromáquica, o que envergonhará, com toda a certeza, os seus descendentes.

 

«Há muitos responsáveis e cúmplices pela atrocidade pública que acontece em Barrancos, além do Jorge Sampaio e do Durão Barroso e dos deputados da Assembleia da República que em 2001 votaram a lei que legalizou "a excepção de Barrancos". Para o "cocktail" das causas devem contribuir: ignorância; “tribalismo troglodita” do meio onde nascem e crescem os futuros aficionados e que, pelos vistos, "impregna" os cérebros de maneira quase indelével de gentes anónimas e proeminentes e de alguma comunicação social e de alguns membros dos governos e de responsáveis pela educação de crianças e de jovens e de autoridades permissivas e de legislação permitindo a tortura pública de seres sencientes, touros e cavalos, etc. Pessoalmente, cortei publicamente em 2001 o relacionamento amistoso e de companheirismo, que mantinha com o Jorge Sampaio, desde os tempos da nossa luta académica em 1961/62 como membros da RIA, a qual se opôs, apoiada por milhares de jovens, à agressão do governo fascista contra os estudantes no âmbito do "Dia do Estudante"!» (Vasco Reis).

 

O Dr. Vasco Reis, que já lidou de perto com Touros e Cavalos, tem estudos científicos superiores nas áreas, entre outras, da Biologia, Zoologia, Anatomia, Deontologia e Bioética, Embriologia, Fisiologia, Genética, Reprodução Animal, enfim, uma sucessão de saberes que lhe dá autoridade para dizer que «os animais humanos e não-humanos são seres dotados de sistema nervoso, mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é agradável, perigoso e agressivo e doloroso».

 

Também lhe dá autoridade para dizer que:

 

«Estes seres experimentam sensações, emoções e sentimentos muito semelhantes. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa e de fuga, sem as quais, não poderiam sobreviver. Portanto, medo e dor são condições essenciais de sobrevivência.»

 

Portanto, «afirmar-se que nalguma situação não medicada, algum animal possa não sentir medo e dor se for ameaçado ou ferido, é testemunho da maior ignorância, ou intenção de negar uma verdade vital» (Dr. Vasco Reis)

 

O que move os governantes a apoiar estas práticas bárbaras é uma monumental ignorância e interesses obscuros de uma máfiazinha à qual se vergam, vá-se lá saber porquê!

 

Sujam o nome. Arrastam o nome pela bosta que os bovinos, tomados de um medo que também é humano, deixam pelo chão, mas preferem sujar o nome, do que ouvir a voz da Ciência, do Saber, da Razão.

 

De acordo com o Dr. Vasco Reis, «a ciência revela que o esquema anatómico, a fisiologia e a neurologia do touro, do cavalo e do homem e de outros mamíferos são extremamente semelhantes. As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto, o ferimento. O senso comum apreende e a ciência confirma-o

 

Augusto Cury, médico, psiquiatra, psicoterapeuta, doutor em psicanálise, professor e escritor brasileiro diz que «a capacidade de se colocar no lugar do outro é uma das funções mais importantes da inteligência. Demonstra o grau de maturidade do ser humano

 

Logo, a incapacidade de os tauricidas e aficionados se colocarem no lugar dos bovinos, que são torturados barbaramente, demonstra não terem qualquer grau de maturidade humana e serem portadores de um QI abaixo de zero.

 

Diz o Dr. Vasco Reis que «depois desta explicação, imaginem o sofrimento horrível que uma pessoa teria se fosse posta no lugar de um touro capturado e conduzido ao “calvário” de uma tourada».

 

Pois!

 

Mas os nossos governantes, e nomeadamente o ex-presidente da República, Jorge Sampaio (que até estudou em Londres) em vez de levar a evolução a Barrancos, fê-la regredir para o tempo cavernícola, se bem que eu considere os homens das cavernas muito mais civilizados do que os actuais barranquenhos, simplesmente porque não deixaram qualquer vestígio de crueldade para com os animais, que matavam exclusivamente para se alimentarem deles, e não para se divertirem com o seu sofrimento.

 

Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:03

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Quarta-feira, 17 de Agosto de 2016

Professora catedrática defende a selvajaria tauromáquica com uma monumental ignorância

Se eu não lesse o que li (transcrito mais abaixo) não acreditaria.

 

Chama-se Maria Alzira Seixo. Passou pela Universidade de Lisboa. É lá professora catedrática. Mas estudou na escola da Moita. E quem estuda numa escola da Moita, por muito que tente elevar-se culturalmente nas universidades, não sai da cepa torta.

 

As universidades dão “canudos”, mas não dão consciência ética, nem boa índole a ninguém.

 

Ou se nasce com um ADN que permite evoluir, ou já se nasce velho, e  nada o fará evoluir...

 

FLOR DO CAPOTE.jpg

Eis a “flor” do capote de que fala Maria Alzira Seixo…. Só que o carrasco (vulgo toureiro) não conseguiu evitar a cornada do Touro que, legitimamente, se defendeu… Olé!

 

Vejam o que Maria Alzira Seixo escreveu na sua página do Facebook, no passado dia 14 de Agosto de 2016 (marco a data para que não pensem que o texto foi escrito a 14 de Agosto de 1216… em plena Idade das Trevas)

 

«Tourear é isto: produzir ‘a flor’ do capote (diz a poesia de João Cabral de M. Neto) enquanto o toureiro que o cita tenta evitar a cornada do touro, que quer matar o homem. O touro (animal selvagem tal o leão, tigre, leopardo) quando entra na arena é para atacar e matar tudo o que se mexa: um gato, um homem, um cavalo, etc, e tourear é, com uma capa, afrontar o perigo e evitar ser morto. Há 3 fases na lide: capote (esta), bandarilhas (para ‘acordar’ o animal depois dos 15m durante os quais ele persegue o toureiro no capote, e, espetadas no cachaço, zona de espessa gordura a seguir ao pescoço, têm o efeito de simples picadas tal uma injecção intra-muscular no homem, dizem os biólogos (e o touro também, que após uma bandarilha não tuge nem muge, continua a correr atrás do homem), e fazem sangue se são mal espetadas, por um mau toureiro, que é logo vaiado) e ainda a muleta, q em Espanha inclui a morte do touro (e também deve ser indolor), e em Portugal é simulada. NINGUÉM SE DIVERTE na tourada: não é para rir! é um espectáculo sério, de silêncio, de arte e força de ânimo, como a ópera e o ballet. Exige conhecimento para se apreciar. Tudo o que se diga como tormentos e crueldade é pura imaginação da observação empírica, ignorante e leviana

 

Direi como um comentador se referiu a este texto, inacreditável e eivado da mais profunda ignorância: «É triste ler isto. Medieval e repugnante».

 

Na verdade, é triste, muito triste ler isto. Principalmente quando se compara esta barbárie à Ópera e ao Ballet. Ainda mais, escrito por alguém que frequentou uma Universidade, e que é (pasmemo-nos!) professora universitária. Catedrática.

 

Isto é um texto tipicamente medieval.

 

Além de ser, obviamente repugnante, é demonstrativo de uma falta dos conhecimentos mais básicos.

 

Zero a Biologia.

Zero a Zoologia.

Zero a Arte.

Zero a Cultura Culta.

Zero a Sentido Crítico.

Zero a Ética.

Zero a Moral.

Zero a Sensibilidade.

Zero a Compaixão.

Zero a Bom Senso.

Zero a Humanismo.

 

Podem ler muito mais neste link, onde ficou registado este devaneio e os comentários ao que uma “professora universitária”, sem a mínima noção do ridículo, sem o mínimo sentido crítico, escreveu.

 

Uma autêntica nulidade.

A vergonha da classe dos Professores Catedráticos.

https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fcdn.fbsbx.com%2Fv%2Ft59.2708-21%2F13659400_10201820197063139_1989316314_n.pdf%2FDo-Facebook.pdf%3Foh%3Deb34725ba4ed0546b5ee2f1263ece711%26oe%3D57B688DC%26dl%3D1&h=CAQEQqf7U

 

***

Recado a Maria Alzira Seixo:

 

Maria Alzira Seixo, deixo-lhe aqui a oportunidade de optar pelo saber.

Esqueça a Moita e o que a Moita fez de si. Consulte estes textos e saiba a verdade sobre a perversidade das touradas.

 

«A tourada, razão da existência do Touro bravo?» Ou a queda de um mito...

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/98835.html?thread=1885459#t1885459

 

A tourada vista por um Médico-Veterinário

 http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/572988.html

 

A verdade perversa sobre a tortura de Touros e Cavalos, antes, durante e depois de lide

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/484004.html

 

Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:46

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Terça-feira, 14 de Junho de 2016

«Brilhante reportagem sobre touradas em Portugal»

 

Reportagem espectacular sobre touradas. Todos os argumentos, todos os factos, todas as razões num brilhante trabalho.

 

"O Touro é um animal que, quando uma mosca pousa no seu dorso... ele afasta-a com a cauda. Ele é hipersensível".

 

COBARDE.jpg

 

Por Cláudia Vantacich

 

O touro "bravo" ou de "lide" não é agressivo. Estes animais são, por natureza, tão ou mais afáveis do que os cães. O Fadjen, um mediático touro "bravo", salvo de um ganadeiro Espanhol, é neste momento, um excelente exemplo de que a agressividade genética do touro se encerra num mito propagandeado pela tauromaquia. A etologia, como ramo da zoologia, explica que o comportamento não é determinado pela genética, mas pelo ambiente e interacções do animal. Ou seja, independentemente das características genéticas, o seu comportamento será sempre condicionado, em última análise, pelo propósito e personalidade de quem os cria, tal como acontece com os cães. Para os tornarem, não agressivos, mas mais reactivos de modo a que seja possível toureá-los (ou lidá-los), os ganadeiros criam-nos em sistema extensivo, com pouco contacto com humanos, sujeitando-os a duros "treinos" a todos os níveis, sendo os físicos, dignos de um atleta de alta competição e, de vez em quando, alguns morrem subitamente devido ao exagerado esforço a que são sujeitos. Por vezes, os Touros são drogados com Rompum e Calmivet, duas substâncias anestésicas que administradas em pequenas quantidades, causam um efeito calmante. Mas nem sempre a dose "certa" é bem calculada, levando a que alguns sucumbam à dose excessiva, mesmo antes de entrar na arena.

 

Há muito que a ciência provou o sofrimento do touro. Todos os seres sencientes, ou seja, os que possuem um sistema nervoso central, grupo do qual faz parte o ser humano, têm a capacidade de experimentar sofrimento físico e psicológico, tal como stress, medo, pânico, angústia e tristeza. Sofrem ainda traumas psicológicos e desenvolvem depressões, bem como afectos e constroem ainda relações com outros seres, incluindo o Homem. Na capacidade de sentir, os animais não são diferentes do ser humano.

 

O touro "bravo" tem direito à sua integridade física e psicológica e principalmente tem direito a não ser utilizado como objecto de tortura para gáudio de uma minoria que nem sequer é representativa do povo português. À semelhança de tantas outras espécies, o touro poderá perfeitamente viver em liberdade e em paz no seu habitat, nem que seja em zonas protegidas, não sendo também por isso, aceitável o "argumento" da sua preservação como justificação da tauromaquia.

 

Não é portanto admissível que no século XXI, um país civilizado como Portugal, acolha ainda uma tradição que viola 90% (!) dos pontos considerados na Declaração Universal dos Direitos dos Animais da UNESCO:

 

1 - Todos os animais têm o mesmo direito à vida.

2 - Todos os animais têm direito ao respeito e à protecção do homem.

3 - Nenhum animal deve ser maltratado.

4 - Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat.

5 - O animal que o homem escolher para companheiro não deve nunca ser abandonado.

6 - Nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor.

7 - Todo o acto que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida.

8 - A poluição e a destruição do meio ambiente são consideradas crimes contra os animais.

9 - Os direitos dos animais devem ser defendidos por lei.

10 - O Homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais.

 

Mas não são apenas os direitos dos animais os que são violados pela tauromaquia.

 

A psicologia, a psiquiatria e a neurociência provaram que assistir a touradas provoca traumas psicológicos nas crianças, tornando-as tolerantes à violência gratuita e contribuindo para que se tornem adultos agressivos. Este foi um dos argumentos que levou à abolição das touradas na Catalunha, em Espanha, país onde a tradição é muito mais forte do que em Portugal, pela sua origem.

 

Cláudia Vantacich

***

As touradas: Violência, Crueldade, Ignorância, Futilidade

A vergonha de Portugal

 

 

Fonte:

http://ruportugal.blogspot.pt/2016/05/brilhante-reportagem-sobre-touradas-em.html

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:41

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Terça-feira, 1 de Junho de 2010

Em defesa do Touro - Não desistirei...

 

Touro Ferido (Internet)

Isto é Arte? É Cultura? É Património? É Festa? Tenham vergonha!

  

(Para Vasco Graça Moura)

 

Na última revista “Caras”, nº 772, de 29 de Maio de 2010, foi publicado um artigo sob o título «AFICIONADOS DA FESTA BRAVA REUNIDOS – Admiradores das Touradas defendem tradição no Campo Pequeno».

 

E lá vem algumas fotografias dos aficionados, dos empresários da tortura, enfim... unidos para apoiar a PRÓTOIRO – Federação Portuguesa das Associações Taurinas, que tem como objectivo principal defender e preservar o PATRIMÓNIO da tauromaquia.

 

Ora nem mais, vamos propô-lo à UNESCO, como PATRIMÓNIO DA DESUMANIDADE, uma vez que a UNESCO, na sua DECLARAÇÃO, em 1980, a este propósito, diz o seguinte: «A tauromaquia é a terrível e venal arte de tourear e matar animais em público, segundo determinadas regras. Traumatiza as crianças e adultos sensíveis. A tourada agrava o estado dos neuróticos atraídos por estes espectáculos. Desnaturaliza a relação entre o homem e o animal, afronta a moral a educação, a ciência e a cultura».

 

Não inventei nada.

 

Depois o cavaleiro João Ribeiro Telles, falou da importância que a PRÓTOIRO tem para DIGNIFICAR e divulgar a tauromaquia. Como se a tortura de um ser vivo possa ter alguma dignificação!

 

E diz mais o cavaleiro Telles: «É uma obrigação nossa, intervenientes da FESTA, ENGRANDECER esta ARTE e dinamizá-la. Não damos muita importância às vozes contra a tourada, NÃO TÊM um peso grande, e isso ultrapassa-nos. O que queremos é preservar a TRADIÇÃO».

 

Primeiro: a FESTA. Se formos ao dicionário ver o que significa festa, encontramos, por exemplo, “alegria”.

 

Sim, a tourada é uma festa de alegria: chega o magnífico Touro à arena, depois um cavaleiro a picar o cavalo, a tal ponto que lhe fere a abdómen, e o sangue começa a escorrer. Depois vem o espetar das bandarilhas, a abrir buracos no dorso do Touro e a fazer escorrer mais sangue. E entre olés e gritaria histérica o Touro vai lutando, como pode, pela sua vida, arfa, espuma, e vem mais outra farpa, e outro buraco nas carnes já feridas, rasgadas, e mais sangue jorra. É na verdade a FESTA dos sádicos.

 

Quanto à ARTE querem dizer: arte da TORTURA. Lá isso é!

 

O que pretendem é preservar a TRADIÇÃO dessa TORTURA.

 

Que tradição? Uma tradição que nem sequer é portuguesa.

 

Depois vem um depoimento de um dos membros da Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos, os tais dos negócios, a puxar a brasa para a sardinha deles. Claro!

 

E a seguir vem um parágrafo que me deixou estupefacta, e que diz o seguinte:

«Apesar de não ser um dos intervenientes directos no espectáculo tauromáquico, Vasco Graça Moura é uma das muitas figuras públicas que apoiam esta causa».

 

E Vasco Graça Moura profere então esta pérola discursiva: «Há muito tempo que acho que a festa brava deve ser defendida. Cada pessoa é livre de ter a sua opinião, mas para mim o argumento do sofrimento animal não me parece suficiente, porque assim não comeríamos leitão da Bairrada nem frango de aviário... E há outros interesses em jogo, como a importância antropológica, cultural e económica da festa brava. Acho que é um espectáculo bonito, com a coreografia do perigo entre a inteligência e agilidade do homem com a força bruta do animal».

 

Banzei-me! Para Vasco Graça Moura o argumento do sofrimento do animal é irrelevante, porque assim não comíamos leitão nem frangos.

Eu não acredito que alguém que é (será?) da CULTURA CULTA pudesse dizer tamanha idiotice. Como se o leitão e as galinhas, que ele come, fossem torturados, massacrados, picados com farpas durante duas ou mais horas, até à sangria total, e passados uns dois ou três dias, são mortos.

 

Disse bem, senhor Graça Moura, há outros interesses em jogo, mas não a importância antropológica (então e o lobo, e o lince, e outras espécies que estão em extinção em Portugal, incomodam-se com isso?); nem cultural, pois quem tem um pingo de inteligência sabe que TORTURA NÃO É CULTURA, em lugar nenhum do mundo civilizado. Fale-me da questão económica, essa sim, com peso, à custa da tortura do Touro. Uma desonra para um país com gente dentro!

 

O espectáculo é “lindíssimo”, realmente, com todo aquele sangue a escorrer, com o desespero do animal a sair-lhe pelos olhos, a dor muda que ele sente ao ter as suas carnes rasgadas... Espete uma coisa daquelas nos seus costados, senhor Graça Moura e sinta: a dor é IGUAL, pois o Touro é um mamífero superior... igualzinho a si, por dentro, fisicamente, mas muito superior na dignidade dele, como um animal não humano.

 

É um espectáculo deveras “lindíssimo”... para os sádicos, para os carniceiros!

 

Bem... não vale a pena falar nisto, pois só assim se exprime quem não tem a mínima noção básica de Zoologia, de Biologia, de Anatomia... enfim... Não sabe nada dos seres vivos, nem de si próprio.

 

O senhor Graça Moura gosta da coreografia do perigo, que, aliás, é muito parecida com a coreografia do bailado “Lago dos Cisnes”; gosta também da “inteligência” e “agilidade” do homem contra a força bruta do animal.

 

Que inteligência? Que agilidade? Com farpas na mão? Com espadas na mão? Contra um animal já torturado no curral, sem qualquer força bruta para se defender na arena?

 

Isso chama-se COBARDIA, da parte do homem, obviamente.

 

No meio deste Circo Romano, o BRAVO é o Touro.

 

O artigo acaba dizendo que os aficionados puderam deixar a sua marca numa tela feita para a ocasião por Júlio Pomar. Júlio Pomar!!!

 

A marca do sadismo.

 

Cada um é livre de ser sádico.

 

Já não é livre de usar o seu sadismo para torturar animais. É por isso, que há gente que GRITA por eles, uma vez que não têm voz para se defenderem dos sádicos.

 

E finalmente, eu sou livre para retirar das minhas estantes os livros de Vasco Graça Moura, que até este momento tinha como um homem inteligente e de Cultura Culta, e agora sei que não é nada disso.

 

Que desilusão!

Isabel A. Ferreira

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:14

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