No programa Voz do Cidadão, que pode ser revisto aqui:
https://www.rtp.pt/play/p3305/voz-do-cidadao
transmitido na RTP 1, no passado dia 11/11/2017, a pergunta crucial foi: «Deve a televisão pública transmitir touradas?» O actual Provedor do TelespeCtador da RTP, Jorge Wemans, respondeu: «Eu penso que não…»
Mas…
Quem mada na RTP não é o senhor Wemans; nem a esmagadora maioria dos telespectadores que para lá escrevem, indignados com a transmissão de tortura ao vivo; nem é o senhor Daniel Deusdado, director de programas; nem é o aficionado Gonçalo Reis, presidente do conselho de administração… Ninguém manda… Então quem manda?
Manda o lobby tauromáquico, instalado na Assembleia da República, disse (por outras palavras obviamente), o senhor Wemans.
Só o facto de a RTP, no ano 2017 d. C., estar a discutir esta matéria, já diz do baixo nível civilizacional em que Portugal está mergulhado.
Veja-se o que a RTP transmite em directo. E a questão é a seguinte: isto é arte? Isto é cultura? Isto faz parte de alguma tradição civilizada, digna do Homem civilizado?
E a loucura é tal, que acham que não se passou nada. Nem sequer se respeitam uns aos outros. Para os aficionados, a vida dos tauricidas não vale nada.
Vi e ouvi este programa da Voz do Cidadão com a atenção de um lince. E pasmei com as declarações de alguns dos envolvidos, nomeadamente dos que querem, porque querem, fazer da tortura de seres vivos sencientes, da violência, da crueldade, da estupidez que é este costume bárbaro (nada tem a ver com tradição) , uma “coisa” cultural e artística, como se todos nós fossemos muito estúpidos.
Comecemos por Luís Capucha, que acha, porque acha, que lá por, em tempos que já lá vão, a selvajaria tauromáquica ter dado alguma audiência à RTP, as coisas continuam iguais. Não continuam iguais. O mundo evoluiu. Já há mais informação sobre esta prática selvática. A RTP só perde audiências com a transmissão desta barbárie. Luís Capucha ainda não se deu conta de que Portugal está no século XXI d. C.. Vive metido na caverna, e não vê que o mundo avançou no tempo.
Depois vem o Jorge Palma, que eu não sabia que era aficionado (e perdeu uma fã, e até já o coloquei na lista dos
Nomes de figuras públicas portuguesas que apoiam e/ou actuam em touradas
a fazer a apologia da tourada, como se a tourada fosse um concerto de música.
Este também ficou especado na Idade Média.
Os aficionados dão respostas chapa 5. Enchem a boca com palavras das quais não sabem o significado.
Gonçalo Reis, presidente do conselho de administração da RTP, numa tourada, transmitida pela RTP, no campo pequeno, logo após a primeira pega (pega que lhe foi brindada) veio a público falar em património cultural, em tradição que é preciso preservar… Sabe lá o que é património cultural e tradição! Veja aqui a espécie de património cultural que é a selvajaria tauromáquica, que mata Touros e Cavalos, e mata também forcados e toureiros, ou deixa-os mutilados.
Um forcado que ficou tetraplégico, e depois foi abandonado pelos aficionados...
Nota: este vídeo foi removido do YouTube por violar os termos do YouTube, ou seja, por MOSTRAR a verdade nua e crua, da crueldade e estupidez numa tourada.
A ARTE não mata, nem mutila. E se a crueldade, a violência, o sangue derramado nas arenas é cultura, será apenas cultura troglodita, que nem os homens das cavernas cultivaram. Eles deixaram-nos a Arte Rupestre, e os tauricidas deixam-nos esta obra de arte estendida no chão:
Esta é arte final de uma tourada, ensinada aos que virão a ser os sádicos do futuro, com o aval de todas as autoridades…
Depois ficam muito ofendidos, quando lhe chamamos cobardes, carrascos, ignorantes, pois a tauromaquia não passa da arte da mais pura cobardia e estupidez.
Depois veio o Paulo Pessoa de Carvalho, da prótoiro exigir respeito e liberdade. Respeito e liberdade por e para carrascos? Por e para torturadores de seres vivos? A pretender opções? Escolhas? Como se a tortura pudesse ser melhorada? Não há nada a melhorar na tortura. Tortura é tortura. Ponto final. E carrascos não merecem respeito. E a tortura não faz parte do conceito de liberdade.
Até as crianças bem formadas sabem o que são as touradas. Este conjunto de imagens fazem parte de um trabalho elaborado por alunos do 9º ano, e que pode ser visto na íntegra neste link:
https://pt.slideshare.net/paulamorgado/touradas-contra
Espero que os aficionados de selvajaria tauromáquica tenham aprendido alguma coisa, com estas crianças.
Lá mais para o final do programa, vem novamente Luís Capucha, que dizem ser professor (se é, pobres alunos!), que disse esta coisa extraordinária:
«Os ataques à tauromaquia nunca têm a ver com os maus-tratos aos animais, mas sim com a imposição de uma ditadura cultural…».
Imposição de uma ditadura cultural? A Civilização? A Cultura Culta? São ditadura cultural?
Se isto não fosse extremamente trágico, daria para nos rirmos.
Senhor Luís Capucha o que ensina aos seus alunos?
Veja do que falamos, quando falamos da selvajaria tauromáquica:
Concluindo: a tauromaquia é uma prática macabra, cruel, violenta, medievalesca, que só mentes completamente deformadas acham que é arte e cultura.
E há mais a ter em conta:
Isto, diz quem sabe, quem viu, quem conhece os bastidores de uma tourada. Escusam de desmentir.
A tauromaquia a ser arte, é a arte da cobardia, e a ser cultura, é a cultura de trogloditas.
Tenham todos vergonha na cara, e evoluam. Dêem o salto para o século XXI depois de Cristo. Quanto à RTP, saia da caverna! Envergonham Portugal e a Humanidade com essa vossa postura medievalesca.
E para que não morram sem saber das coisas, aconselho a todos que leiam estes textos:
O moderno vocabulário da tauromaquia
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/o-moderno-vocabulario-da-tauromaquia-491355
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/22410.html
Isabel A. Ferreira
Isabel A. Ferreira
Na sequência da CARTA ABERTA A GONÇALO REIS, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA RTP a propósito das lamentáveis declarações públicas que este fez, referentes à intenção de continuar a parceria com o campo pequeno, para transmissão de touradas na estação pública de televisão, recebi do Provedor do Telespectador a seguinte mensagem:
(Nota: os erros ortográficos são da responsabilidade de quem escreveu a mensagem)
| 16:35 (há 1 hora) | |||
|
Exmo(a) Senhor(a) Encarrega-me o Senhor Provedor do Telespetador de lhe transmitir a seguinte resposta: Agradeço a sua mensagem. O Presidente do Conselho de Administração da RTP, Gonçalo Reis, exprimiu a sua opinião favorável às touradas, congratulou-se com a sua transmissão televisiva e sublinhou que a parceria Campo Pequeno-RTP “é para continuar”. Mas também referiu com clareza que a decisão de transmitir touradas é da responsabilidade do Diretor de Programas. Este já exprimiu publicamente que, pessoalmente, é contra as touradas. A intervenção do presidente da RTP não é decisiva, mas vem colocar mais pressão sobre o Diretor de Programas da RTP1 para que continue a transmitir touradas. Darei conhecimento da sua queixa a quem de direito e penso tratar esta questão em próximo programa Voz do Cidadão.
m/ cumprimentos,
Jorge Wemans
Provedor do telespetador”
Susana de Faria
Gabinete de Apoio aos Provedores
***
Eu agradeço a gentileza da resposta.
Contudo quero acrescentar o seguinte: este jogo de pingue-pongue, este empurrar a responsabilidade para o DireCtor de Programas, que já disse ser contra a transmissão de touradas, é algo que não fica bem a um administrador.
Se existe na RTP um DireCtor de Programas, em princípio, ao DireCtor de Programas deveria ser dada a liberdade de seleCcionar os programas de acordo com os interesses dos telespeCtadores, e sabemos como é esmagador o número de telespeCtadores que se indignam com a transmissão se selvajaria tauromáquica na estação pública de televisão, até porque torturar seres vivos e transmitir essa tortura em direCto não é do interesse público, nem no mais remoto e atrasado país do mundo, quanto mais num país integrado numa Europa culta.
Ora se o senhor Gonçalo Reis referiu com clareza que a decisão de transmitir touradas é da responsabilidade do DireCtor de Programas, e se o DireCtor de Programas já exprimiu publicamente que, pessoalmente, é contra as touradas, e se a intervenção do presidente da RTP não é decisiva, qual o motivo desta pressão sobre o DireCtor de Programas da RTP 1 para que continue a transmitir touradas, senão o da subserviência ao lobby tauromáquico instalado no poder?
Sabemos que o anterior Provedor do TelespeCtador, Jaime Fernandes, que era assumidamente contra as touradas, já havia recomendado à RTP a não transmissão de touradas (não é para isso que servem os provedores dos telespeCtadores?) devido ao elevado número de queixas contra a transmissão dessa selvajaria numa televisão pública, paga com os impostos dos portugueses que, maioritariamente (mas muito maioritariamente), abominam a selvática prática de torturar bovinos, para divertir sádicos, algo que nada tem a ver com cultura, nem com arte, nem com tradição, nem com coisa nenhuma que pertença à condição e aos valores humanos.
Um destes dias, estive a ouvir a Voz do Cidadão (suponho que no sábado passado, em “repescagem”, pois não vejo, nem verei a RTP, enquanto esta não evoluir), porque me chamaram a atenção para o assunto da não transmissão dos Mundiais de Atletismo de Londres, nos quais estavam a participar atletas portugueses de alto nível, e seria do interesse público transmiti-los, até porque a lei recomenda, por limitações de carácter financeiro.
Bem sei que transmitir os Mundiais de Atletismo de Londres, que interessava a todo o país, não é a mesma coisa que transmitir a selvajaria do campo pequeno, que só interessa a uma minoria, muito minorca, sádica, inculta e encruada. Não é. Mas será que transmitir touradas para essa minoria sádica, “coisa” que até baixa significativamente as audiências da RTP, dá mais lucro do que os Mundiais de Atletismo?
Senhor Provedor do TelespeCtador, fico a aguardar com bastante curiosidade, a abordagem desta questão num próximo programa Voz do Cidadão.
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
É este espectáculo que a RTP faz questão de transmitir, passando uma imagem de tortura, sofrimento e dor, fomentando a violência em mentes pouco evoluídas, que não sabem discernir entre a realidade e a virtualidade.
O programa foi nitidamente faccioso, tendo como pano de fundo a fatiota de um torturador de Touros, coisa de muito mau gosto.
Depois foram entrevistados mais prós do que antis. A aficionada, Gabriela Canavilhas esteve, como sempre, no seu pior. O Maestro Vitorino de Almeida poderia ter sido mais consistente nas suas ideias, mas disse demasiados "mas"...
O Senhor Provedor, no final, deu o recado que o mandaram dar, não se pronunciando ele próprio, sobre o assunto, com a desculpa de não ter conseguido juntar elementos suficientes para mais...
Então a RTP continuará a transmitir a tortura de Touros e Cavalos. Recomendou um pouco menos, para dar espaço a outros programas televisivos, talvez teatro, bailado, concertos... espectáculos menores à beira da Tortura de Touros e Cavalos... Enfim... É o que temos. Não dá para mais...
Na realidade a tourada é um serviço público de EXCELÊNCIA.
O programa começou com imagens de tourada, e com uma torturadora a benzer-se, várias vezes, como se Deus estivesse do lado de quem tortura as suas criaturas!
Tirando um senhor e uma professora de nome Silvana Costa, que falou muito claramente o que pensava sobre a violência da tourada, que não pode ser coisa pública, pois estamos a falar de um espectáculo real, e não virtual; o empresário esteve a puxar a brasa para a sua sardinha; e um outro a dizer que a tourada faz parte do serviço público, e que se devia mostrar também a forma como os Touros são criados.
Ora para quê? Nós sabemos que os Touros são muito bem tratados. Os veterinários/carniceiros andam sempre à roda deles, para que nada lhes falte. Pois um Touro vale muito dinheiro. Além disso é muito AMADO, tão amado que quando “está no ponto” é levado à força para uma arena, para ser sacrificado às mãos de quem o ama com um amor diabólico.
Um outro foi dizer que as filhas vão ver touradas e nunca precisaram de psiquiatra, depois vão vê-los no campo, com a Natureza, e é isso que deve ensinar-se às crianças. Pode torturar-se os animais, porque eles são muito bem tratados no campo. Diz-se isto às meninas e elas crescem a pensar que a “tortura” é uma coisa normal e boa para os animais. Depois ficam como a Gabriela Canavilhas: tontinhas.
A seguir a estas entrevistas veio o depoimento da senhora angolana que viveu nos Açores e é pianista (desconhecia que era angolana e viveu nos Açores, e isto diz-me alguma coisa) de nome Gabriela Canavilhas, com o seu ar de grandes artes, mas ainda não foi desta vez que conseguiu sair-se bem. Começou por ser igual a si própria: não conseguiu assumir-se como aficionada, nem responder à pergunta crucial do Senhor Provedor, em relação à citação de Gandhi:«a grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo como os seus animais são tratados». O que tinha a dizer sobre esta ideia?A senhora Canavilhas respondeu com: não sou aficionada...
Não? Então tem vergonha fr assumir-se publicamente? Quando todos nós sabemos que é uma acérrima aficionada? Porquê?
Além de não responder à questão do Gandhi, não conseguiu dizer a palavra “tourada”, chamou-lhe “prática da tauromaquia” e “festa brava”, pela qual tem muito respeito. Sim, a tortura de Touros e Cavalos é algo que merece muito respeito. Atenção!
E ela, como “agente da cultura” deve respeitar todas as expressões culturais, pondo ao mesmo nível da tauromaquia, os grupos folclóricos e a gastronomia. Isto é tudo cultura portuguesa.
As artes tauromáquicas, segundo a aficionada Canavilhas, são legítimas. A lei permite. E o que está na Lei é para se cumprir. Será?
É por isso que em Portugal não se faz justiça: cumprem-se leis caducas, injustas, inadequadas e mal amanhadas. E a justiça que se lixe!
Falou também o Hugo Andrade (o coordenador de programas) que é neutro. Respeita os anti (a defesa dos animais), respeita os pró (a tortura dos animais), e assim desrespeita, por completo, os Touros e Cavalos.
Ser neutro é ser indiferente. E ser indiferente nunca fez evoluir a humanidade.
Segundo o Hugo Andrade, as touradas devem ser transmitidas com todos os seus pormenores, para ENRIQUECER o espectáculo televisivo, e a tourada promovida pela Casa do Pessoal da RTP não é uma iniciativa da RTP. Atenção! Como se o pessoal da RTP não pertencesse à RTP, mas talvez à TVI, não?
Veio a seguir o Maestro Vitorino de Almeida, apesar de ter dito algumas coisas bem ditas, não esteve no seu melhor. Ele não gosta de touradas, mas...
Titubeou demasiado.
Disse que torturar os nossos irmãos vivos na tourada não é das coisas piores que se fazem aos animais. É contra a Tourada à Portuguesa, que é de uma violência atroz, então o arrancar das bandarilhas (com o animal ainda vivo) é uma coisa que não tem nome, é uma selvajaria!
Não nega que a tauromaquia é uma “arte”. Mas não disse de quê. Mas toda a gente sabe que a tauromaquia é covardia, é a arte da tortura. Sim. Não sei se foi isso a que o Maestro se quis referir, quando falou em “arte”. Não foi muito explícito.
Quanto à transmissão das touradas na RTP, não acha bem, mas fingir que ela não existe... Bem, ele muda de canal, por isso... ficámos sem saber o que pensa.
Eu também mudo de canal, aliás, mas penso que a tourada, por ser um espectáculo onde um animal é torturado AO VIVO, não devia ser transmitido, em hipótese nenhuma. Isso é fomentar a violência em mentes pouco evoluídas, que não sabem discernir entre a realidade e a virtualidade.
Por fim, o Senhor Provedor deu o veredicto: gostaria de ter tido outros elementos para se pronunciar sobre esta questão, mas não conseguiu, por isso, não ia defender o fim da transmissão da tourada na RTP, até porque no nosso país a tourada é um espectáculo legal e nos últimos anos as audiências aumentaram.
Bem, primeiro se não conseguiu os elementos de que precisava, ia procurar conseguir e depois fazia o programa; segundo, no nosso país a tortura de animais é legal, porque o Touro e o Cavalo não são considerados animais, mas simplesmente “excepções”, uma espécie que não vem em nenhum livro de Biologia. Só existe na legislação portuguesa.
Assim ficámos com a noção de que o Senhor Provedor é nitidamente a favor da tourada, por isso esteve tão caladinho até agora, e nunca respondeu às nossas solicitações.
Disse também que as sociedades modernas não convivem bem com as proibições...
Que proibições, Senhor Provedor?
Se eu vou numa estrada, e encontro um sinal de sentido proibido, como não convivo bem com as proibições, vou adiante, e marimbo-me para o sinal. Pode ser, não pode?
Aqui não se trata de proibir ou permitir coisa alguma.
Aqui trata-se simplesmente de não transmitir touradas na RTP. É só uma questão de discernimento. Não de proibição. Não será proibido torturar? Matar? Roubar?
Já entendo por que há tantos crimes em Portugal; porque a sociedade moderna não convive bem com a proibição...
E não se fique a pensar que em Portugal há muitos milhares de aficionados, como disse a aficionada senhora Canavilhas. Não é isso que demonstra a prática. Os aficionados são, cada vez mais, uma minoria.
Esta é que é a verdade.
Até a senhora Canavilhas tem vergonha de dizer em público que é AFICIONADA. Não devia. Pois se a tortura de Touros e Cavalos é uma arte maior e faz parte da cultura portuguesa, como ela defende...
Portugal está sob o efeito de uma a droga que tem esta sigla $$$$$$$$...
Quem pretender seguir o que se passou neste programa da Voz do Cidadão, basta ir ao seguinte link:
http://www.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=27812&e_id&c_id=6&dif=tv
Isabel A. Ferreira