Vi o fantasma dos imperialismos de outrora. Vi os mesmos símbolos alados. Os estandartes. A música poderosa. A mesma demonstração bélica de mentes que nada de mais fascinante sabem fazer do que matar e destruir Povos, para entrarem na História como uns “nadas”, sem glória e sem honra.
É que «os tiranos e assassinos podem parecer invencíveis, mas no final são SEMPRE derrubados» (Mahatma Gandhi).
Hoje ouvi o discurso oco de um alienado, de um paranóico, com a mania de perseguição. Ouvi o discurso de alguém que vive numa bolha, completamente alheado da realidade e afastado do mundo LIVRE.
Foi triste. Foi macabro. Foi insignificante.
Hoje, recuei aos tempos dos imperadores romanos, e aos seus desfiles militares apoteóticos; recuei ao tempo de Adolf Hitler, e das suas paradas militares, para impressionar o mundo.
O que haverá de comum entre os imperadores romanos, Hitler e Putin?
Hoje, vi algo do passado, revestido de um presente ainda tão desumanizado!
Já era tempo de deixar esse passado, viver o presente, pacificamente, para poder resgatar-se o futuro, que está pendurado por um fio de aranha sobre um abismo.
Valeu-me ver e ouvir a mensagem ao seu Povo, de Volodymyr Zelensky, que não tem medo dos Babadooks, que andam pelo mundo a espalhar o terror. E enchi-me de ESPERANÇA.
(ATENÇÃO! Aqui não cabem ideologias de nehuma espécie, mas apenas FACTOS).
Isabel A. Ferreira
Um discurso brilhante que só os GRANDES HOMENS (reparem que não disse políticos) conseguem fazer, cheio daquela humanidade que vem da alma de um POVO.
Um discurso que talvez os Russos não tivessem ouvido, mas é um discurso que deve ser partilhado por todo o mundo.
Traduzi, das legendas em Castelhano, todo o discurso de Zelenski, que transcrevo depois do vídeo.
Slava Ukraini
Isabel A. Ferreira
- Hoje, telefonei ao presidente da Federação Russa.
- E qual foi o resultado? o silêncio.
- Todavia, o silêncio deveria estar em Donbass.
- Por isso, hoje, faço um apelo a todos os cidadãos da Rússia.
- Não como presidente. Mas como cidadão da Ucrânia.
- Partilhamos mais de 2.000 quilómetros de fronteira.
- Nela se encontra o nosso exército. Quase 200 mil soldados. Milhares de unidades.
- E o vosso líder deu luz verde para que avancem até nós.
- Até ao território de outro país.
- Este pode ser o primeiro passo para uma grande guerra na Europa.
- Em todo o mundo fala-se do que pode acontecer a qualquer momento.
- Qualquer provocação, qualquer fagulha que acabe incendiando tudo.
- Disseram-vos que essa chama trará liberdade ao Povo da Ucrânia.
- Mas o Povo da Ucrânia já é livre.
- Recordam o seu passado, estão a construir o seu futuro.
- Constroem-no, não o destroem, como vos dizem através da televisão.
- A Ucrânia que aparece nas vossas notícias e a realidade são diferentes.
- A diferença mais importante é que a nossa é verdadeira.
- Dizem-vos que somos nazis.
- Como podem chamar nazi a uma Nação que sacrificou oito milhões de vidas para acabar com o nazismo?
-Como posso ser um nazi, quando o meu Avô resistiu à guerra como membro da infantaria soviética,
- e morreu como Coronel de uma Ucrânia independente?
- Disseram-vos que odiamos a Cultura da Rússia. Como se odeia a Cultura?
- Os nossos vizinhos enriqueceram-nos culturalmente.
- Isso não nos converte numa única entidade, tão-pouco nos separa.
- Somos diferentes, mas isso não é razão para sermos inimigos.
- Queremos construir a nossa própria História. pacificamente. Honestamente.
- Dizem-vos que dou ordem de atacar Donbass. Disparar sem perguntar.
- Há duas perguntas afazer: disparar contra quem? Bombardear a quem?
- Donetst? Onde já estive dezenas de vezes? Onde vi os seus rostos?
- Artema, onde estive andando com os meus amigos?
- O Estádio de Donbass? Onde apoiei a Selecção durante o Campeonato Europeu?
- O Parque Shcherbakova, onde fomos beber depois da derrota?
- Lugansk? O lar da melhor amiga da minha Mãe?
- Onde o seu Pai está enterrado?
- Estou a falar Russo.
- Ainda que ninguém na Rússia entenda o que estes nomes significam,
- estas ruas, estes acontecimentos.
- Tudo isto é desconhecido para vós. é a nossa terra, , a nossa história.
- Contra o que lutais? Contra quem?
- Muitos de vós, haveis visitado a Ucrânia, muitos têm família na Ucrânia.
- Alguns de vós, haveis estudado nas nossas universidades, feito amizades,
- conheceis o nosso carácter, o nosso Povo, os nossos princípios.
- Sabeis que é o que mais apreciamos.
- Ouvi o vosso íntimo, o senso comum. Ouvi as nossas vozes.
- O Povo da Ucrânia quem Paz. As autoridades da Ucrânia querem Paz.
- Queremos Paz e fazemos tudo o que podemos.
- Não estamos sós. Muitos países apoiam a Ucrânia. Porquê?
- Porque não falamos na “paz a qualquer preço”.
- Falamos de Paz, Princípios, Justiça. O direito de decidir o nosso futuro, a segurança, e o direito de viver sem ameaças.
- Tudo isto é importante para nós. é importante para a Paz.
- Também é importante para vós.
- Temos a certeza de que não queremos uma guerra. Nem fia, nem quente, nem híbrida.
- Se nos ameaçam, se alguém tenta apoderar-se do nosso país, da nossa liberdade,
- das nossa vidas, das vidas dos nossos filhos… defender-nos-emos.
- Não atacaremos. Defender-nos-emos.
- Se nos atacais, vereis o nosso rosto, não as nossas costas.
- A guerra implica pagar um enorme preço, em todos os sentidos.
- O Povo perde dinheiro, reputação, qualidade de vida, liberdade e a sua família.
- Perdem-se a si mesmos.
- Na guerra faltam muitas coisas.
- Mas o que há de sobra é dor, sujidade, sangue, morte.
- Milhares, dezenas de milhares de mortes.
- Dizem-vos que a Ucrânia é uma ameaça para a Rússia.
- Não era verdade antes, não é agora, nem será no futuro.
- Quereis garantias de segurança da NATO. Nós também.
- Queremos estar seguros de vós, da Rússia e de outras Nações.
- Não fazemos parte de nenhuma aliança de segurança.
- A segurança da Ucrânia depende da segurança dos nossos vizinhos.
- Por isso, agora falamos da segurança de toda a Europa.
- Mas o nosso objectivo principal é a Paz na Ucrânia,
- a segurança dos nossos cidadãos, dos Ucranianos.
- Fazemo-lo saber a todos e avós também.
- A guerra acaba com todas as garantias. Ninguém terá segurança.
- Quem vai sofrer mais? É o Povo.
- Quem quer que isto pare, mais do que ninguém? É o Povo.
- Quem pode prevenir que isto se passe? O Povo.
- É certo que estas pessoas estão entre vós.
- Músicos, actores, atletas, cientistas, doutores, bloggers, comediantes, tiktokers…
- Gente normal, gente sensível.
- Homens, mulheres, velhos, jovens, pais, e mais importante, mães,
- tanto quanto o Povo da Ucrânia, por muito que vos digam o contrário.
- Sei que este discurso não sairá na televisão russa,
-mas os cidadãos da Rússia têm que vê-lo. Têm que saber a verdade.
- A verdade é que isto tem de parar, antes que seja demasiado tarde.
- E se as autoridades da Rússia não querem falar connosco… talvez queiram falar convosco.
- O Povo da Rússia quer a guerra?
- Oxalá que pudesse responder a isto.
- A resposta depende de vós,
- cidadãos da Federação Russa.
- Obrigado.