Quinta-feira, 8 de Setembro de 2022

Este vídeo, produzido por sacanas, cínicos e sádicos, demonstra que a crueldade pode não ter limites, mas terá, com toda a certeza, consequências das mais funestas para quem a pratica

 

Jamais, em toda a História da Humanidade, nenhum governante cruel viveu o suficiente para conhecer o verdadeiro SABOR da VIDA: ouvir o canto dos pássaros, o sopro dos ventos, o murmúrio das águas, o som do silêncio; contemplar o sorriso das flores e ser abraçado pelos ramos de árvores frondosas…

 

Os da FR têm a infalível e implacável Lei do Retorno a aguardá-los, numa curva da Estrada da Vida que atravessam às cegas. E o mal que provocaram terá um retorno ene vezes superior àquele que engendraram para os outros.

 

E é esta certeza que me faz olhar este vídeo com um sorriso de comiseração por estas criaturas ignóbeis que, mais dia, menos dia, afogar-se-ão no veneno que destilaram das suas próprias entranhas, durante o tempo em que, cruelmente, desprezaram a VIDA HUMANA, que não lhes pertencia.


Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:35

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Sexta-feira, 31 de Dezembro de 2021

Bem-vindos a 2022! Que por todo o Mundo a Consciência Planetária desperte para que os Paraísos da Terra não sejam devastados pela inconsciência do homem-destrutivo

 

O Planeta Terra não é um lugar exclusivo do animal-homem.

Nele vivem milhões de outros seres, animais não-humanos e plantas, com o mesmo direito à EXISTÊNCIA.

Nele existe a Água e o Ar, essenciais à Vida. Existem Florestas e Montanhas, Rios e Mares, cheios de seres vivos, que é da inteligência preservar.

 

No mundo, a espécie humana abrange dois tipos de seres: os seres que constroem, possuidores de uma inteligência avançada, e os seres que destroem, dotados de um pequeno cérebro obstruído. Os que constroem são em maior número do que os que destroem, no entanto, o Planeta está a morrer, graças a esses poucos que destroem, por serem governantes poderosos, donos de grandes territórios, cheios de riquezas, os quais, no entanto, não têm capacidade intelectual para os gerir. E, como todos sabemos, é o Poder, assente na riqueza, que destrói a harmonia dos Povos e gera a pobreza. Contudo, riqueza não é sinónimo de inteligência, que, para quem não sabe, é a capacidade, inerente a qualquer ser vivo, que lhe permite superar as dificuldades que lhes são postas, pelo desenrolar da própria existência, e criar condições para que a Vida flua naturalmente…

 
 
Têm-se realizado cimeiras, para se discutir algo que, em sociedades evoluídas, civilizadas, inteligentes, onde as mentalidades avançadas predominam, jamais seria discutido: as alterações climáticas provocadas pelo homem-destrutivo. Lembrem-se de que os animais não-humanos em nada contribuem para a destruição do Planeta.



No tempo hodierno, existem países onde as mentalidades primitivas prevalecem, aquelas para as quais dominar o mundo é o objectivo principal, seja a que custo for.  E isto só diz da pequenez dessas mentalidades, apesar de poderosas.



Os seres humanos evoluídos vivem noutra dimensão. Vivem numa dimensão cósmica, onde TUDO e TODOS fazem parte do TODO.

E é esse TODO que é preciso preservar.

 

Deixarei aqui 22 imagens do Paraíso Terrestre que ainda existe, mas que em nome de uma ganância desmedida, a minoria da espécie humana, constituída pelo homem-destrutivo, está em vias de aniquilar.

 

Daí que se apele a um possível resquício de racionalidade, que, quem sabe, poderá existir no mais fundo dessas mentes destrutivas, para que neste ano de 2022, que agora começa, o despertar da consciência cósmica seja o principal instrumento para construir o Futuro do Planeta Terra.

 

Isabel A. Ferreira

 

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(As imagens não assinadas foram retiradas da Internet e do Facebook)

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 14:05

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Segunda-feira, 20 de Dezembro de 2021

«Sermão de Paz para os Animais» - Uma bela reflexão para este Natal, por Hans Bouma

 

Se há Ser Humano que eu respeite com todas as fibras do meu sentir é Hans Bouma, um Ser raro, de rara sensibilidade. Um Ser dotado da Consciência Cósmica, que falta ao comum dos mortais, não porque não possam adquiri-la, mas porque não querem, uma vez que não estão dispostos a evoluir.  

 

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Porque todos nós somos animais. Porque o Natal não é a quadra do consumismo desenfreado com que nos querem iludir. O Natal é um tempo para reflectir quem somos, o que somos, de onde viemos, para onde queremos ir, e principalmente para onde vamos…

 

Reedito este texto sublime dedicando-o àqueles que se dizem católicos, e vão a todas as missas, confessam-se, comungam, rodeiam os templos, andam sempre com a palavra “Deus” na ponta da língua, mas nada sabem de Cristianismo, de Misericórdia, de Piedade, de Compaixão, de Humanidade, e agem como os carrascos que cruxificaram Jesus Cristo, Aquele que deu origem ao Natal, que hoje quase todos que o celebram, celebram-no sem saber o que fazem.

 

Dedico-o aos que dizem ser representantes de Deus na Terra, mas não têm o “toque divino” para poderem fazer um Sermão de Paz como este, proferido em 22 de Dezembro de 2014, em Amsterdão, por Hans Bouma.

 

Leiam-no, com os olhos do coração.

 

Isabel A. Ferreira

 

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 Hans Bouma (pastor e poeta, Amsterdão, Maarten Lutherkerk)

 

 «Mais um Motivo - Sermão de Paz para os Animais»

 

Por Hans Bouma

 

«No que respeita à relação entre animal humano e animal não-humano - especialmente os animais moralmente excluídos, humilhados e escravizados - a inevitável pergunta que se coloca é: que tipo de homem queres tu ser, e até onde vai a tua humanidade?

 

No decurso da história, seguramente temos progredido no nosso caminho humano, de respeito e compaixão para com os outros seres. Nós expandimos o sentido das nossas responsabilidades e percebemos que, como seres humanos, formamos uma comunidade global. Os maiores exemplos da evolução da nossa consciência ética são a Amnistia Internacional e Médicos Sem Fronteiras.

 

Embora estes organismos sejam, certamente, dignos de reconhecimento, não são ainda o nosso objectivo final. Até agora a preocupação deles tem sido as pessoas, os seus semelhantes, os representantes da mesma espécie. Mas os animais estão também aqui. É claro que eles não pertencem à nossa espécie, mas isso não é motivo para excluí-los da nossa moralidade. Eles também participam do mistério chamado VIDA. 

 

Que tipo de homem queres tu ser? Segues o caminho escolhido do respeito e da compaixão? O caminho para o moralmente correcto, mas ainda ignorando os animais não-humanos? Interpretarás a humanidade tão generosamente para nela incluíres os animais não-humanos?

 

O próximo passo é mais difícil: a etapa do companheiro humano ao companheiro creaturety (uma palavra que inventei) criaturidade; mas o que podemos fazer se a língua ou a cultura nos falha, neste ponto? Se nós não dermos este passo, se não dermos ao animal não-humano nenhum lugar na nossa agenda moral, então seguramente estaremos a ser incoerentes. Então teremos de falar de uma humanidade degradada e, consequentemente, desonesta e incredível. Nós chamamos a isso, discriminação.

 

O próximo passo.

 

Se tu és humano, por favor, sê benévolo, sê homem ou mulher plenamente. Se valores como a justiça, a compaixão, a solidariedade, o respeito e amor tiverem apenas significado para a espécie humana, então pouco ou nada compreendemos do mundo. Estes valores são de natureza universal e devem, portanto, ser aplicados universalmente e não restritamente à nossa própria espécie.

 

Que tipo de homem queres tu ser? Podes dizer que apenas um arrogante sentimento de superioridade pode levar-te a manter os animais fora da ética. Mas é diferente. As pessoas que se recusam a dar o próximo passo têm uma baixa auto-estima e estão sujeitas a sentimentos pungentes de inferioridade.

 

Que tipo de homem poderias tu ser? Poderias ser tão maravilhoso, porque tens tudo para tratares todos os seres viventes com respeito e compaixão. Se ficares preso ao desenvolvimento da tua humanidade, mantendo os animais não-humanos fora do teu horizonte moral, então vendes-te barato, vivendo claramente abaixo do teu nível. É isso que queres?

 

É irracional dizerem às pessoas, que defendem os animais que, ao defendê-los, estão a trair os da própria espécie. Mas se eu excluísse os animais não-humanos da minha humanidade, aí sim, estaria a trair-me a mim próprio e a abandonar-me. Então estaria a agredir a minha própria humanidade.

 

O próximo passo.

 

É uma questão de pertença, uma crescente consciência de afinidade. Os animais não-humanos começam a fazer parte da tua família, parte da tua vida. Estas são expressões preciosas do mesmo mistério que te envolve na tua própria maneira de ser. E tu não comes a tua família, nem fazes experiências com ela. E Família é o que tu respeitas, o que tu valorizas e o que tu amas.

 

União e afinidade. Além de acontecer entre as pessoas, as situações de reconhecimento mútuo podem desenvolver-se entre um ser humano e um ser não-humano. Aquilo que o filósofo judeu Martin Buber chama: «Eu e Tu». É possível um diálogo íntimo entre um ser humano e um ser não-humano. «Os olhos de um animal», escreveu Buber, "têm uma imensa força comunicativa». Uma vez que sejas capaz de ser sensível à linguagem dos olhos dos animais não-humanos, o teu mundo torna-se cada vez mais rico. O quanto poderás ver, ouvir e partilhar!

 

É comovente, ou de cortar o coração, quando olhas nos olhos dos animais encerrados num laboratório, ou nos olhos de um animal num matadouro.

 

Eu tive oportunidade de olhar nesses olhos, de entender a linguagem deles, e fiquei destroçado. Aquela «imensa força comunicativa» foi a de uma queixa, de uma acusação. Por que estás a fazer isto connosco? O que deu em ti? Que tipo de pessoa és tu?

 

Está longe de mim minimizar o sofrimento das pessoas, mas também penso no sofrimento dos animais não-humanos. O sofrimento deles tem uma profundidade, uma dimensão desconhecida para nós. Quando sofremos, podemos tirar proveito de todos os tipos de escapes culturais, sociais e religiosos. Nós temos a bênção da fuga espiritual. Nós podemos dar ao nosso sofrimento um sentido, situá-lo numa qualquer perspectiva, sublimá-lo ou transcendê-lo.

 

Temos inúmeras maneiras de aliviar o nosso sofrimento. Só o facto de podermos verbalizá-lo é já um privilégio.

 

Mas os animais não-humanos não têm palavras para o sofrimento. Eles não conseguem verbalizar o seu sofrimento. Nunca poderemos explicar aos animais que são maltratados pela indústria ou laboratórios o motivo por que eles estão a sofrer.

 

Eles nunca entenderão os nossos argumentos e desculpas. Eles enfrentam o mistério de um tempo de vida ou de morte sem o mínimo sentido. Numa interminável tristeza, sem esperança que se funda com o sofrimento que os deprime. Eles vivem num grotesco inferno.

 

Tu não tens de ser um crente para defender vigorosamente o direito dos animais não-humanos de serem criaturas com um valor absoluto. A partir do simples ponto de vista da tua humanidade tens todos os motivos para agir. Se és religioso, se és cristão, judeu, muçulmano, hindu ou budista, então tens uma razão acrescida para incluir os animais não-humanos na tua consciência ética.

 

Sejam quais forem as suas diferenças, todas as religiões assumem que a Terra teve uma origem divina. Concebida por um criador, um Deus muito criativo. Um Deus que é tão poderoso e generoso que se deu a conhecer na realidade física deste planeta. O facto de que a Terra é uma criação divina dá-lhe uma característica particular. Tudo e todos têm o seu próprio propósito e o seu próprio segredo. Quer se trate de uma árvore, um animal não-humano ou um homem, tudo o que vive possui o seu próprio direito exclusivo de existir.

 

Todas as religiões estão centradas na criação de relações e fazer a ponte entre as distâncias em três direcções: horizontal, a respeito de outros seres humanos; vertical, em relação a Deus ou ao divino; e para baixo, em relação à Terra. A palavra religião deriva do latim “religare”: tem o significado de religação, uma nova ligação entre o homem e Deus. Todas as religiões são religiões de salvação.

 

Salvação significa o todo.

 

As pessoas precisam de ser reintegradas na sua relação com o mundo. O homem isolado é apenas um fragmento. Para ser completo, ele deve agregar três vertentes: os outros homens, a Terra, e Deus ou o divino.

 

Como lidas com as criações, com toda a vida que te foi confiada pelo Criador? Essa é a questão vital, inevitavelmente proporcionada por todas as religiões. A tua relação com a vida e a criação de Deus só é salutar se o teu relacionamento com os teus semelhantes e a Terra for ideal. Na tua benevolência para com a vida no seu todo, está o âmago da tua própria vida.

 

O filósofo e teólogo, músico e médico Albert Schweitzer compreendeu isto perfeitamente. A sua crença é a seguinte: «Eu sou vida que quer viver, rodeada de vida que quer viver». Ele define a religião como «o respeito pela vida posto em prática».

 

Para Schweitzer religião não é teoria, mas prática. Por exemplo, tu és crente com garfo e faca: comendo carne estás a comer o sofrimento. Que gosto tem isto? Durante décadas Albert trabalhou como médico na selva africana, em Lambaréné; foi um homem extremamente benevolente para com o povo, não apenas para com as pessoas, mas também para com os animais não-humanos. A religião coloca-te na realidade terrena.

 

Um conceito-chave na tradição judaica e cristã é: êxodo, viagem. Em muitas circunstâncias, tanto os seres humanos, como os seres não-humanos podem ser levados a situações de cativeiro. Eles não têm a liberdade de viver a vida como deve ser vivida, ou em relação aos não-humanos, como é da natureza deles.

 

Pensa nos animais utilizados na indústria da carne ou em laboratórios. O êxodo em massa é um projecto de libertação, um objectivo de reabilitação moral, assente directamente nas intenções do criador. É um plano que tem um carácter intrínseco. Nada nem ninguém é excluído. Assim como as pessoas devem ser libertadas de situações desumanas, os animais não-humanos devem ser libertados de situações degradantes.

 

Então ponha-se um fim à exploração animal na indústria, nos laboratórios e em todas as situações degradantes em que o homem os coloca. Estou a lembrar-me da morte horrível de 2/3 triliões de animais mortos anualmente pelas indústrias da pesca. Isso é terrível e repugnante.

 

Não só o Judaísmo e o Cristianismo, mas também outras religiões seguem a chamada «regra de ouro»: «Não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti». O outro pode ser um ser humano, mas também um ser não-humano que, tal como tu, é um ser vivo com emoções e desejos, um ser que pode sofrer e chorar, que pode brincar e festejar. Todos carecem de bem-estar e felicidade, de desenvolvimento e harmonia que podes conceder a ti mesmo, ou a um teu semelhante, mas também a um animal não-humano. Ou vice-versa: tu proteges os outros, pessoas e animais não-humanos, contra tudo de que também queres ser protegido: a violência, a injustiça, a prisão, a humilhação ou a exploração.

 

Para os crentes, o compromisso com os animais não-humanos, respeito e compaixão por tudo o que vive deve ser uma questão da maior urgência; isto deve ser nada menos do que um acto de fé. Para tudo o que te rodeia, encontras as mesmas razões para partilhar com os animais não-humanos a tua humanidade.

 

Se a religião não te inspira a compaixão, a respeitar a vida, então ela perde toda a sua relevância. O que resta do Deus criativo quando Ele só pode ser o Deus das pessoas? Pobre Deus, esse!

 

Agora estamos a comemorar o Natal, a festa da paz. Mas só teremos algo para celebrar, se pudermos olhar, olhos nos olhos, além dos seres humanos, também os animais não-humanos. Aqueles olhos, como diz Martin Buber, com um imenso poder comunicativo.

 

Mas neste momento, quantos animais – e apenas para esta festa - fecham os olhos depois de uma vida que não foi mais do que um processo de morte lenta? Para eles, não houve saída, nem paz.

 

Agora, milhões e milhões de animais estão à nossa espera.

 

À espera de pessoas que também serão verdadeiramente humanas.

Religiosos ou não, nós sabemos o que temos de fazer.

A libertação dos animais não-humanos.

Temos razões suficientes para o fazer.»

 

Hans Bouma

 

Fonte:  http://www.stopfunkilling.org/SERMON-FOR-ANIMALS-HANS-BOUMA.html

 

(Traduzido da versão inglesa por Isabel A. Ferreira)

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:01

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Terça-feira, 30 de Novembro de 2021

Marcelo Rebelo de Sousa veta e «MAE - Movimento Acção Ética - expressa perplexidade pela pressa legislativa e reafirma a inconstitucionalidade do projecto de lei da eutanásia aprovado»

 

Em Portugal a “cultura da morte” - eutanásia, morte de seres humanos indefesos, dentro do ventre materno, morte de seres vivos indefesos para diversão, a desnecessária morte cruel nos matadouros e laboratórios - implantou-se e prevalece.

 

No entanto, relativamente à eutanásia:

 

«Desvalorizar qualquer um dos momentos da vida é pôr em causa e relativizar o seu valor inalienável e intransferível, é desconsiderar a dignidade da velhice e da pessoa doente, é persistir no enfraquecimento do valor ético da responsabilidade e do cuidado social aos mais frágeis.» (MAE)

 

É urgente  a humanização parlamentar.

 

Isabel A. Ferreira

 

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Fonte da imagem:

https://www.portaldoenvelhecimento.com.br/eutanasia-triunfo-da-empatia-e-da-compaixao-ou-cultura-da-morte/ 

 

«MAE expressa perplexidade pela pressa legislativa e reafirma a inconstitucionalidade do projecto de lei da eutanásia aprovado» 

 

Em resposta à votação realizada [no dia 05 de Novembro] na Assembleia da República que ditou a aprovação de um projecto de lei da eutanásia,  o MAE – Movimento Acção Ética manifesta o seu enorme desapontamento pelo resultado da votação: depois da abolição da pena de morte, no século XIX, eis que o Estado passa a ter nas mãos a possibilidade de atentar contra a vida humana, desde que exista o concurso da vontade do interessado. O Parlamento transformou a inviolabilidade da vida humana garantida pela Constituição, num princípio de sentido oposto: a lei da eutanásia permite a violação da vida humana em momentos de grande sofrimento.

 

O MAE expressa também a sua perplexidade pela pressa legislativa da votação de uma matéria tão sensível num contexto político de dissolução parlamentar e de eleições antecipadas em Portugal, por legislar em regime de contra-relógio inusitado e eticamente desajustado, omitindo ou ignorando até a posição de instituições relevantes, em especial no domínio da ética da vida.

 

Estamos diante de uma Assembleia da República politicamente eutanasiada que aprova a lei da eutanásia e num dia triste para a sociedade portuguesa pelo repúdio da mais elevada conquista da civilização, o direito à vida.

 

Neste sentido, o MAE – movimento cívico que tem como co-fundadores o economista António Bagão Félix, o constitucionalista Paulo Otero e os médicos Pedro Afonso e Vítor Gil – apela ao Presidente da República que, ante uma nova versão da lei ainda mais inconstitucional do que a anterior, solicite a apreciação preventiva da constitucionalidade ou, em alternativa, recuse a promulgação, neste cenário de um parlamento dissolvido que confere natureza absoluta ao seu veto.

 

Além das questões políticas, jurídico-constitucionais e científicas, o MAE reitera que o que está em causa em todo o processo é o desconsiderar a vida como bem supremo, o maior de todos os bens e valores, constituindo um continuum desde a sua concepção até à morte. Desvalorizar qualquer um dos momentos da vida é pôr em causa e relativizar o seu valor inalienável e intransferível, é desconsiderar a dignidade da velhice e da pessoa doente, é persistir no enfraquecimento do valor ético da responsabilidade e do cuidado social aos mais frágeis.

 

O MAE volta a insistir que uma qualquer lei permitindo a eutanásia, além de habilitar que um terceiro possa dispor de vida humana alheia ou, pelo menos, colaborar na sua supressão, comporta o risco da designada rampa deslizante ou porta entreaberta: o que está em causa não é uma morte medicamente assistida, mas sim uma morte medicamente provocada, o que se mostra ética e juridicamente inaceitável.

05 de Novembro de 2021

 

Fonte:

https://www.acaoetica.pt/comunicados/85-mae-expressa-perplexidade-pela-pressa-legislativa-e-reafirma-a-inconstitucionalidade-do-projecto-de-lei-da-eutanasia-aprovado?fbclid=IwAR0AVxshzZayPZxuWKCa-PKEm63-7iwoL2zfxWzEvOlYghqa9EbiMANtolU

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:50

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Sexta-feira, 26 de Novembro de 2021

Sobre a decisão de inconstitucionalidade da lei de maus-tratos a animais: é inacreditável que em pleno século XXI d. C. esta questão ainda não seja do foro da Lei Natural…

 

… e tenha de ser do foro da lei de homens, para quem os animais continuam a ser as "coisas" que sempre foram, em épocas em que imperava o obscurantismo a este respeito, e as Ciências Biológicas davam os seus primeiros passos.

 

A lei dos homens não pode estar acima da Lei Natural, porque é da irracionalidade não considerar que qualquer animal é um animal como os homens, e sendo um animal como os homens, a sua VIDA é tão importante como qualquer vida. Basta ser VIDA. Além disso, os animais existiram muito antes do homem. Este veio por último e deu cabo do Paraíso Terrestre, que existia antes dele.

 

É absolutamente inacreditável que a VIDA tenha de ser legislada, tim-tim por tim-tim, para que a convivência entre TODOS os animais terráqueos possa realizar-se com a harmonia que seria esperada por parte de um ser que se diz SUPERIOR a todos os outros animais, e não passa do mais vil PREDADOR.

 

Como é possível haver gente em tribunais com mentalidades tão retrógradas? Com gente assim Portugal jamais evoluirá em humanismo.

 

Sinto-me devastada.  Não consigo compreender a mentalidade de certos animais que têm o estatuto de SAPIENS SAPIENS sem o merecerem.

 

Isabel A. Ferreira

 

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Origem da imagem, onde se vê os evidentes bárbaros maus-tratos de João Moura aos seus Cães.

https://www.dn.pt/pais/gnr-mostra-imagens-dos-caes-subnutridos-do-cavaleiro-joao-moura-11843708.html

 

Este artigo, publicado no jornal "Público" pelo Constitucionalista Jorge Reis Novais, é importantíssimo como análise e informação CONTRA uma INFELIZ decisão dos Juízes do Tribunal Constitucional.

 

«Quando o Tribunal Constitucional regride 40 anos»

«Não é por não haver menção a bem-estar animal na Constituição que não é possível restringir o direito à liberdade dos perpetradores de maus-tratos a animais de companhia. Uma secção do Tribunal Constitucional (quatro juízes e o presidente) julgou inconstitucional a criminalização dos maus tratos infligidos a animais de companhia». (Jorge Reis Novais)

O artigo pode ser lido neste link:

https://www.publico.pt/2021/11/23/opiniao/opiniao/tribunal-constitucional-regride-40-anos-1985863

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:37

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Quinta-feira, 7 de Outubro de 2021

«A árvore que se negou a morrer»

 

A VIDA, na Natureza, seja que VIDA for, é VIDA, e todos os seres vivos, quer sejam animais ou plantas, sentem esse apelo da VIDA, que “humano” algum tem o direito de destruir.

Esta é a história simples da árvore que se negou a  morrer, renascendo do velho tronco, e decidiu começar uma nova vida.


Que foto mais incrível!

Que os homens aprendam esta grandiosa lição de vida:

En sintonía con la naturaleza

"Renacer" - El árbol que decidió comenzar una nueva vida..
Que foto mas increible 

 

"El arbol que se nego a morir," - Ada L. Rentas

 

A árvore que se negou a morrer.jpg

Fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=225378949232119&set=a.196841605419187

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:17

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Terça-feira, 21 de Setembro de 2021

Nem tudo foram rosas na passagem de Jorge Sampaio pela política. Se ele disse «nunca, nunca desistir…» nós dizemos «nunca, nunca esquecer…» os Touros de morte em Barrancos, que feriu a sensibilidade das pessoas dotadas de empatia

 

Antes de dizer ao que venho, e porque a MORTE de um ser vivo, seja ele humano ou não-humano, não me é indiferente, e, neste caso, nem que seja apenas pela família, a ela quero enviar, em primeiro lugar, as minhas condolências, esperando que o espírito de Jorge Sampaio, esteja onde estiver, possa fazer um acto de contrição, agora que sabe, uma vez que passou para outra dimensão, que a VIDA não é uma exclusividade do Homem, e deve ser respeitada enquanto Vida, e não desprezada, para divertir  “humanos” insensíveis.

 

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A Morte é um caminho que nos leva à Luz que há-de iluminar os Espíritos que, em Vida, viveram nas Trevas...

 

Estive calada desde o dia em soube da morte de Jorge Sampaio, por respeito à morte, por respeito à família, por respeito à Dr.ª Maria José Ritta, a quem um dia, numa cerimónia pública, na Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, tendo sido dado aos fotógrafos pouco espaço entre a mesa de honra e a primeira fila dos convidados, onde se encontrava  Maria José Ritta, ao  tentar apanhar o melhor ângulo, para fotografar o Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio,  pisei-lhe o pé, e quando me virei para pedir desculpa, vi que tinha pisado o pé da primeira-dama de Portugal. Pedi-lhe muita desculpa, e ela, com uma extraordinária simpatia e um belo sorriso no rosto disse-me «não se preocupe, já estou habituada». Tal gentileza sensibilizou-me e nunca a esqueci.

 

Este episódio aconteceu antes do fatídico ano de 2002, quando Jorge Sampaio, talvez levado por um impulso irreflectido, ou porque já estaria no seu ADN uma apetência por divertir-se com o sofrimento de seres vivos, primeiro, ao serem torturados, depois ao serem mortos na arena, sob o aplauso de gente estranha, alucinada, delirante diante dos estertores da MORTE de um animal não-humano, tão animal quanto um ser humano, e com um ADN muito semelhante ao do homem, e com todas as necessidades vitais iguais à do homem, e dotados de um sistema nervoso central, que lhes permite sentir a DOR que os animais humanos, nas mesmas condições, sentem, como dizia, no fatídico ano de 2002, Jorge Sampaio outorga uma incompreensível excepção à lei, e introduz  os Touros de morte no vilarejo medieval de Barrancos.
 

Milan Kundera diz que a verdadeira bondade humana só pode manifestar-se, em toda a sua pureza e liberdade, em relação aos que não têm poder.

Jorge Sampaio, nos elogios fúnebres, no dia do seu funeral, foi recordado como um homem bom, generoso, humanista, ético, herói, político de excepção, enfim, não foram poupados elogios ao presidente da República Portuguesa que banalizou a Morte, fazendo dela um “espectáculo” público em Barrancos.

 

Jorge Sampaio chegou a receber, na ONU, o Prémio Nelson Mandela, cujo objectivo é reconhecer as realizações daqueles que dedicam as suas vidas a serviço da Humanidade, promovendo os propósitos e princípios das Nações Unidas.



Não me parece que apoiar a tortura e a morte em público de animais sencientes, sirva de exemplo à Humanidade.

 

Isto fere. Magoa no mais fundo, a Alma de quem respeita a VIDA de todos os seres, porque a VIDA de cada ser é importante para esses seres. Eles nascem para cumprir uma missão, e cumprem-na na perfeição. O homem, o exterminador (não o outro HOMEM, o criador) é o único ser, na Natureza, que vem ao mundo com a missão de destruir a harmonia da VIDA no Planeta.

 

O que eu gostaria de perceber, é como o cidadão Jorge Sampaio, Presidente da República Portuguesa, nascido em berço de ouro, um homem que estudou no estrangeiro, e com um reconhecido currículo, e que até era afável, pôde descer tão baixo ao defender uma prática bárbara a que chamou, indevidamente, de "tradição" como TORTURAR e MATAR seres vivos sencientes?

 

Faço minhas as palavras de duas senhoras, que tal como eu, não compreendem estes comportamentos desviantes, vindo de pessoas que não nasceram em berço de lama:

 

«Jamais lamentarei a morte de quem foi capaz de atraiçoar a Arte e a nossa Cultura, alargando o espectro do gozo alarve de quem assiste a uma tourada, à boçal aceitação e "legalidade" da tortura e morte horrenda de bovinos em praça pública: Pelos touros mortos e sangrados em Barrancos!» (Teresa Botelho)

 

«Eu lamento, lamento que tenha morrido sem se retratar, já que não poderia mudar o erro. É bom que se fale das coisas boas e que se lembre igualmente as coisas más. Calar os erros é normalizar a indiferença sobre tamanha crueldade.» (Paula Russel)

 

Para tentarmos perceber o que levou Jorge Sampaio a outorgar a lei que levou a Barrancos a MORTE, vejamos o que nos diz o Jornal “i” (podem consultar neste link:   http://www.ionline.pt/509784 )

 

Diz o “i” que Jorge Sampaio e Vera Jardim, dois aficionados assumidos, nados e criados entre a barbárie, viajavam até Madrid para assistir a touros de morte. Não esqueçamos que Jorge Sampaio, enquanto presidente da República, levou os “touros de morte” para Barrancos, uma das mais atrasadas localidades portuguesas, talvez para não ter de ir tão longe satisfazer os seus mais mórbidos instintos. 

 

Ainda recorrendo ao jornal “i”, este referiu que andando Jorge Sampaio em campanha eleitoral para a Presidência da República, em Vila Franca de Xira [um outro antro de selvajaria tauromáquica] um jornalista perguntou-lhe se gostava de touradas. Os que o rodeavam esperaram dele uma resposta politicamente correcta, mas Sampaio deixou falar mais alto a sua carga genética involutiva e os seus instintos mais mórbidos e disse; Gosto muito e só tenho pena de não poder assistir mais vezes.”  

***

Quando as crianças são levadas, desde tenra idade, a assistir à tortura de Touros, quando tal desgraça acontece na vida delas, um instinto cruel enraíza-se nelas e, quando crescem, tornam-se sádicas, ávidas de ver sangue e sofrimento, sem o menor escrúpulo, sem a menor compaixão. Típico da síndrome da apetência para a crueldade que nelas se desenvolve. O que não desculpa as atitudes, porque quando crescem, têm a oportunidade de evoluir, e não a aproveitam.

 

Tudo o que Jorge Sampaio pudesse ter feito de bom, de ético, de generoso, de humano, de heróico, cai por terra com tamanha falta de bondade, de ética, de generosidade, de humanismo, de heroicidade ao deleitar-se com a DOR e com a MORTE de um animal senciente, e de ter feito valer este desvalor em Barrancos, mergulhando nas trevas  a sua Vida que poderia ter sido de Luz.


Esteja onde estiver, Dr. Jorge Sampaio, sei que está a dar-me razão,
 agora que sabe que a VIDA não é uma exclusividade do homem. E também sei que o que me levou a escrever este texto, não veio de mim, mas de uma força exterior a mim, mais forte do que eu.


Quem sabe se essa força não é a sua consciência, numa derradeira tentativa de exorcizar a culpa por todas as vidas indefesas, inocentes e inofensivas, que foram ceifadas em Barrancos, e poder alcançar o perdão de todos os que se horrorizaram com tal inconsciência.

 

Isabel A. Ferreira

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:23

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Segunda-feira, 16 de Agosto de 2021

A todas as Mulheres, Meninas e Crianças do Afeganistão

 

Sejam fortes, sejam corajosas, sejam perseverantes como os cactos dos desertos que, no mais inóspito ambiente, têm a coragem de florir.

 

O mundo civilizado está convosco.

 

Os Australopitecos, comparados com os talibã, que ontem (15 de Agosto de 2021) regressaram ao Poder, no Afeganistão, eram muito mais civilizados do que estes que vos querem roubar o direito à VIDA. E porquê? Porque eles sabem que as mulheres afegãs do século XXI d. C. evoluíram. São belas, inteligentes, corajosas. E eles temem-nas.

 

Além disso, os talibã sentem-se inseguros, na força que não têm, porque só os COBARDES afrontam e esmagam os direitos das Mulheres, das Meninas e das Crianças, para se sentirem homens.

 

Contudo, um homem cobarde é sempre um cobarde, mas nunca um homem (Monroe John).

 

Isabel A. Ferreira

 

Saltar um abismo.png

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:37

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Segunda-feira, 22 de Março de 2021

M. A. E. - Movimento Acção Ética

 

MAE.png

Lisboa, 10 de Março de 2021

 

Actualmente, a sociedade vive momentos de grande insegurança e incertezas. Mais do que nunca é urgente reflectir sobre o modo como vivemos, tomamos decisões, agimos e organizamos a nossa sociedade.   

 

Diante desta constatação, António Bagão Félix (economista), Paulo Otero (jurista), Pedro Afonso (médico psiquiatra) e Victor Gil (médico cardiologista) fundaram, a 1 de Janeiro de 2021, Dia Mundial da Paz, o MAE – Movimento Acção Ética.

 

Sob a divisa “Vida, Humanismo e Ciência” e entendendo que não há remédios técnicos para males éticos, o Movimento Acção Ética (MAE) apresenta-se hoje publicamente, como iniciativa cívica que visa propor abordagens, reflexões, estudos e contributos em torno das questões éticas actuais.

 

MAE tem na sua génese a vontade e determinação de pessoas de diferentes gerações, formação académica e percurso profissional, para quem o primado da ética é inseparável da razão de ser das acções pessoais e dos códigos de conduta profissionais ou institucionais.

 

Nos propósitos fundacionais humanistas e personalistas do MAE estará sempre a necessidade de combater a indiferença cívica, o minimalismo e relativismo éticos e o défice de responsabilidade pessoal e social.

 

Entre os vários princípios enformadores que estão na base do MAE, destacam-se:

 

- O valor inviolável e inegociável da vida humana;

- O respeito integral pelos princípios da dignidade e da centralidade da pessoa;

- A consideração da dignidade como propriedade inalienável de cada um e de todos os seres humanos, sem condições ou restrições;

- O respeito pela autonomia da pessoa, que existe por si e em si, repudiando visões programadas do ser humano;

- O ideal de equidade, tratando igualmente o que é igual e diferentemente o que é desigual, na medida dessa desigualdade;

- A harmoniosa conjugação entre direitos e deveres, bem como entre liberdade e responsabilidade;

- A consagração do valor da solidariedade como um princípio ordenador da vida em sociedade, uma virtude moral e um dever social;

 

O MAE propõe, assim, a ética centrada na pessoa e na valorização da vida humana, combatendo a indiferença e o relativismo ético, desejando contribuir para uma maior consciencialização dos imperativos éticos e para uma ética do futuro que não seja uma ética para o futuro, mas para hoje.

 

O MAE é aberto à participação das pessoas de boa vontade e de livre arbítrio, por neste movimento não caberem quaisquer formas de dependência.

 

Acesso à versão completa da “Carta Programática e de Princípios do MAE”

 

Sobre os Fundadores do MAE

 

Contactos do MAE:

Site acaoetica.pt

Facebook/Messenger: @MAE.movimentocivico

E-mail info@acaoetica.pt

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:59

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Terça-feira, 2 de Fevereiro de 2021

As palavras que Deus nunca diria…

 

Copyright © Isabel A. Ferreira 2009

 

MINDINHA.jpg

A minha Mindinha - A gatinha mais sensível e meiga, de todas as gatinhas que já me acompanharam na Vida...

 

 

Se há verdades verdadeiras, uma delas é o meu inquestionável gosto pela leitura. Sem livros eu seria infeliz e vaguearia nas trevas. E porque gosto de ler, regresso quase sempre àqueles livros que em mim deixam cicatrizes na alma.

 

Desta vez reli «Da Imortalidade dos Animais – Uma esperança para as criaturas que sofrem», de Eugen Drewermann, uma edição de 1990, da Editorial Inquérito.

 

Precisava de fortalecer a minha esperança numa humanidade mais justa e mais condizente com a realidade da Vida. Não da insignificante vidinha de cada um. Mas de toda a Vida que nos rodeia: animais – humanos e não humanos – e plantas.

 

Este é um daqueles livros que deveria ser divulgado com grandes parangonas, nos meios de comunicação que habitualmente são utilizados para esmagar os nossos sentidos, com notícias de crueldades atrozes perpetradas contra essa Vida, que deveria ser preservada como um bem precioso e único. E ao contrário disso, é delapidada até ao indizível.

 

 «O que é a Vida?

Se usarmos do saber livresco diremos que Vida é o estado de actividade dos animais e das plantas. Deduzimos então que, no mundo conhecido, apenas os animais e as plantas vivem num estado de actividade desde que nascem. Uma pedra também nasce, e ali fica. Quieta. Não cresce. Morre, se a triturarem e a transformarem em pó. E o pó leva-o o vento. E quem chorará a morte de uma pedra? A galinha? Eu? Talvez outra pedra?!

 

Mas as pedras não choram, porque não vivem. A galinha vive. Eu vivo. Ambas choramos. Logo, a galinha e eu somos seres vivos. Somos animais.

 

Outros animais e plantas povoaram o Planeta muito tempo antes do homem. E cada um cumpriu a sua missão. Harmoniosamente. Animais de todas as espécies. Plantas, desde o miosótis ao mais frondoso plátano. Todos seres muito belos, mais-que-perfeitos. Seres sensíveis.

 

Só depois veio o homem, que encontrou um mundo fervilhando de vida até na mais pequenina fenda, entre os rochedos, à beira-mar.

 

No jardim vivia uma rosa. Viçosa e formosa. A rosa. O homem veio e disse: «Que linda é a rosa. É minha, pois não sou eu o dono do mundo? Vou levá-la comigo». E o homem arrancou a rosa da roseira, e a rosa murchou, e só o homem é que não viu. E continuou a clamar: «Eu sou o dono do mundo»!

 

Auto-intitulou-se um ser “superior”, só porque falava, pensava, fazia coisas com as mãos, que mais nenhum outro ser fazia. E, usando dessa pretensa “superioridade”, principiou então a maltratar os seus companheiros de vida: tortura e mata, por simples prazer, animais, plantas e até outros seres seus semelhantes. Polui as águas dos rios, dos oceanos e das fontes, que costumavam ser límpidas. Destrói as florestas que dão o oxigénio, sem o qual o planeta não respira. E tudo isto o homem vai fazendo em nome da tal “superioridade” e de interesses escusos, “valores” que desvalorizam a existência do próprio homem, e exterminam os animais e as plantas.

 

Durante milhares de anos, o planeta chamado azul foi azul da cor do céu; foi verde da cor dos prados; loiro da cor das searas; vermelho da cor do sol poente; teve todas as cores do arco-íris enquanto não veio o homem. Depois dele, e em nome da sua “superioridade”, o que foi um paraíso durante o reinado dos animais e das plantas, transformou-se em caos.

 

Se o lobo respeita o homem, porque não há-de o homem respeitar o lobo?

Se a árvore respeita o homem, porque não há-de o homem respeitar a árvore? Afinal, somos todos irmãos. Iguais, enquanto resultado do mesmo acto criador. Diferentes no modo como respeitamos a vida». (in Manual de Civilidade, da minha autoria).

 

Por esta altura (de touradas e de circos e de outros espectáculos anormais), eu, que tenho os animais não humanos e as plantas como meus irmãos (somos todos seres da mesma criação) necessito de ir buscar aos sábios, o alento que vive nas palavras que pensam e escrevem.

 

«Da Imortalidade dos Animais» começa com um poema que passo a transcrever:

 

«Vejam os animais, os bois,

as ovelhas, os burros;

acreditem, eles também têm alma,

também são seres humanos,

só que têm pêlo e

não podem falar;

são pessoas de tempos passados,

dai-lhes de comer;

vejam as oliveiras

e as vinhas... antigamente,

também elas eram seres humanos,

mas há muito, muito tempo,

e já não conseguem recordar;

mas o homem recorda

e por isso é humano.»

 

Nikos Kazantzakis

(Prestando contas a el Greco)

 

 

Neste poema, o que mais me enterneceu foi “acreditem, eles também têm alma”. Por fim, encontrei alguém que acredita naquilo que eu, desde criança, sempre acreditei.

 

Nunca tive dúvidas de que os animais têm uma alma como eu. Vivi com eles. Entre eles. Criei-os. Amei-os e fui amada por eles. Certo dia, teria eu uns sete anos, deram-me uma porquinha já desmamada. Adoptei-a como se fosse um cão ou um gato. E a minha relação com essa porquinha foi humaníssima. Era inteligente, brincalhona, limpíssima, e gostava de mim, tanto quanto eu gostava dela. Tinha a sua casinha no quintal, apenas para passar a noite. Uma casinha sem portas. Durante o dia, seguia-me para todo o lado. Há hora da sesta, dormia ao Sol, no tapete do meu quarto. Era da família.

 

Da família, foi também uma cabrinha, branquinha, que me ofereceram, quando a porquinha morreu num acidente, ao atravessar a estrada que dava para o fundo do meu quintal. E tal como a porquinha, a cabrinha também tinha alma e comunicava comigo com os seus “més” amorosos, com os seus olhares, com os seus maneios de cabeça. Tal como a porquinha, seguia-me para todo o lado, e gostava de mim tanto quanto eu gostava dela.

 

Vieram depois os pássaros, que faziam os ninhos nas árvores do meu quintal. Mais tarde, os cães, os gatos, e um ratinho branco, com uma história singular. Andava à solta na casa. Dormia onde queria. Por vezes, no meu travesseiro, e no meu ombro, enquanto eu escrevia. Com ele partilhava a maçã do meu pequeno-almoço. Tinha uns olhos penetrantes e melífluos e deixava os seus esconderijos secretos, quando eu o chamava pelo nome: Ratolinha. E ele lá vinha, a correr para a minha mão, onde se aninhava.

 

De todos os animais com quem já convivi, recebi um afecto imenso. Com eles aprendi grandes lições de vida, de felicidade, e também de profunda angústia, quando o momento final se aproximava.

 

E se os animais não têm alma, então também eu não tenho alma.

Tive uma gatinha, a mais sensível e meiga de todas as gatinhas, a qual, quando pressentiu que ia morrer, despediu-se de mim com um “miau” que ainda hoje me dói na alma (e já lá vão alguns anos).

 

A diferença, entre eles e eu, está apenas no verbo: eu utilizo as palavras para comunicar. Eles não. Contudo, comunicam através dos olhos, e é nos olhos dos animais que as suas almas se acolhem, e nos dizem as coisas mais extraordinárias.

 

Por tudo isto, não posso atribuir a Deus aquelas palavras que a Bíblia diz ter Ele proferido ao criar Adão e Eva: «Crescei e multiplicai-vos, enchei a Terra e sujeitai-a e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem sobre a Terra (Gn1, 28)».

 

Crescei e multiplicai-vos e enchei a Terra, talvez!

«Sujeitai-a e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem sobre a Terra», são palavras que Deus nunca diria. Fazemos parte da sua criação. Todos nós. Animais, humanos e não-humanos, e as plantas.

 

Apenas o homem seria capaz de pronunciar tais palavras, em nome de Deus, como tantas outras coisas fez e disse, em nome de Deus, apenas por conveniência, enchendo de vergonha a Humanidade.

E quem escreveu a Bíblia foram os homens. Não Deus.

 

Uma das vergonhas, entre as muitas outras vergonhas que desonram a essência humana do homem, é o modo como ele trata os animais, torturando-os, massacrando-os, experimentando-os, em nome da economia e da diversão.

 

Na contracapa «Da Imortalidade dos Animais» pode ler-se:

 

«Como corolário de uma tradição religiosa que superlativou o homem como ser imortal, destinado à salvação e à ressurreição, distinguindo-o de todas as outras criaturas terrenas, a nossa civilização despreza os animais e trata-os com uma crueldade inenarrável em nome da economia, da ciência e do espectáculo. Esta breve, mas profunda reflexão sobre a condição dos seres ditos “irracionais” é simultaneamente um manifesto em defesa dos seus direitos e uma busca dos laços que unem os homens aos animais, resultando numa visão renovada da própria espiritualidade humana».

 

Se há livros que deviam fazer parte de um estudo superior obrigatório, é este, para que os jovens possam desenvolver neles a ideia de que todos os seres animados têm alma, e se têm alma, são imortais, e se são imortais… lá nos haveremos de encontrar, e encontrando-nos, se quisermos alcançar um lugar no paraíso, teremos de prestar contas, e nessas contas, entre muitos outros dizeres, teremos de confessar: «Não maltratei nenhum animal», e os animais terão de dizer: «Não temos nenhuma queixa contra esta pessoa…». Coisas dos antigos. Mas eles sabiam o que diziam.

 

E quem assim falar, será o verdadeiro Homem, aquele a quem Deus sorrirá…

 

 

Para completar esta reflexão, eis algumas mensagens que mentes brilhantes nos deixaram acerca deste tema, todos eles Homens intemporais.

 

Chegará o dia em que todo o homem conhecerá o íntimo de um animal. E nesse dia, todo o crime contra o animal será um crime contra a humanidade.

 

(Leonardo da Vinci)

 

Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar o seu semelhante!

 

Primeiramente, é a solidariedade com todas as criaturas que torna um homem verdadeiramente humano.

 

(Albert Schwweitzer – estadista, Nobel 1952)

 

A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de carácter e pode ser seguramente afirmado que, quem é cruel com os animais, não pode ser um bom homem.

(Arthur Schopenhauer)

 

A grandeza de uma nação e o seu progresso moral podem ser julgados pela maneira como os seus animais são tratados.

(Mahatma Gandhi)

 

A não-violência leva à mais alta ética, a qual é o objectivo de toda a evolução. Até que paremos de prejudicar todos os outros seres viventes, seremos ainda selvagens.

(Thomas Edison)

 

Para a pessoa cuja mente é liberta, há algo ainda mais intolerável no sofrimento dos animais do que no sofrimento dos humanos. Porque no caso dos humanos, pelo menos admite-se que o sofrimento é algo ruim e que aquele que o causa é um criminoso. Contudo, milhares de animais são desnecessariamente assassinados, todos os dias, sem sombra de remorso. E se alguém protesta contra isso, acaba por ser ridicularizado. E isso, por si só, é um crime imperdoável.

(Romain Rolland – Nobel 1915)

 

E só quem teve o privilégio de partilhar a existência com animais sabe que tudo isto é verdade. Eu sempre o soube, desde criança. Eles são meus iguais, porque criaturas da mesma criação. Sofrem e regozijam-se; sentem fome, frio, sede, dor, tal como eu; e quando a morte chega, olham-nos com um olhar que diz tudo o que as palavras não dizem. Eles partem, mas esperam por nós, para confirmarem: «Não temos nenhuma queixa contra esta pessoa».

E então Deus sorrirá…

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:25

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