Recebi via e-mail, a declaração que aqui vou destacar.
Mas antes, devo dizer que concordo absolutamente com tudo o que o MAE declara.
A sociedade humana em vez de dar passos em frente para um Humanismo mais compassivo, recua aos tempos pré-históricos, em que os valores humanos ainda eram desconhecidos. Além disso, a pena de morte já foi abolida, faz tempo.
Faço minhas todas as palavras de António Bagão Félix, Paulo Otero, Pedro Afonso e Victor Gil.
Isabel A. Ferreira
***
«Portugal vive hoje um dia negro da sua história com a aprovação parlamentar em votação final global da legalização da eutanásia.
Assim que conhecido o resultado da votação, pelas 14h00, o MAE - Movimento Acção Ética reafirmou a sua posição junto da opinião pública com o envio de uma declaração aos meios de comunicação social.
O documento pode ser lido na íntegra no website do MAE: AQUI
Atentamente,
António Bagão Félix, Paulo Otero, Pedro Afonso e Victor Gil
MAE - Movimento Acção Ética
09 de Dezembro de 2022»
«A LEGALIZAÇÃO ILEGÍTIMA DA EUTANÁSIA
Vem aí a legalização da eutanásia. Para já, em circunstâncias definidas pelo legislador; para já, não em qualquer situação, apenas por pedido.
Sabido que a eutanásia compromete de forma inexorável o respeito pela maior das conquistas civilizacionais, o direito à vida, e que põe em causa a centralidade da ética na vida de cada um e de todos, não será por passar a ser legal que a eutanásia e qualquer forma de eliminação física de um ser humano por outro ser humano passará a ser legítima. Mesmo que venha a ser permitida por lei, não deixará de ser iníqua, isto é, perversa e injusta.
Nenhum argumento a justifica; o respeito pela dignidade, a compaixão pelo sofrimento, materializam-se por outras formas.
Defensores da eutanásia exibem um despudorado e arrogante desprezo pelo maior de todos os valores. Ninguém é dono da vida! Não pedimos para nascer! Apenas recebemos a vida como um dom que temos que administrar. A legalização da eutanásia é apresentada como sinal de modernidade, ao dar primazia à autonomia, mas há limites à autonomia como a liberdade (é impensável decidir ser escravo!) e a vida.
Será negro o dia em que séculos de civilização recuam abrindo-se a um caminho em que muitos pesadelos são possíveis. Na consciência dos legisladores há-de pesar esta decisão.
MAE - Movimento Acção Ética
09 de Dezembro de 2022»
Lisboa, 10 de Março de 2021
Actualmente, a sociedade vive momentos de grande insegurança e incertezas. Mais do que nunca é urgente reflectir sobre o modo como vivemos, tomamos decisões, agimos e organizamos a nossa sociedade.
Diante desta constatação, António Bagão Félix (economista), Paulo Otero (jurista), Pedro Afonso (médico psiquiatra) e Victor Gil (médico cardiologista) fundaram, a 1 de Janeiro de 2021, Dia Mundial da Paz, o MAE – Movimento Acção Ética.
Sob a divisa “Vida, Humanismo e Ciência” e entendendo que não há remédios técnicos para males éticos, o Movimento Acção Ética (MAE) apresenta-se hoje publicamente, como iniciativa cívica que visa propor abordagens, reflexões, estudos e contributos em torno das questões éticas actuais.
O MAE tem na sua génese a vontade e determinação de pessoas de diferentes gerações, formação académica e percurso profissional, para quem o primado da ética é inseparável da razão de ser das acções pessoais e dos códigos de conduta profissionais ou institucionais.
Nos propósitos fundacionais humanistas e personalistas do MAE estará sempre a necessidade de combater a indiferença cívica, o minimalismo e relativismo éticos e o défice de responsabilidade pessoal e social.
Entre os vários princípios enformadores que estão na base do MAE, destacam-se:
- O valor inviolável e inegociável da vida humana;
- O respeito integral pelos princípios da dignidade e da centralidade da pessoa;
- A consideração da dignidade como propriedade inalienável de cada um e de todos os seres humanos, sem condições ou restrições;
- O respeito pela autonomia da pessoa, que existe por si e em si, repudiando visões programadas do ser humano;
- O ideal de equidade, tratando igualmente o que é igual e diferentemente o que é desigual, na medida dessa desigualdade;
- A harmoniosa conjugação entre direitos e deveres, bem como entre liberdade e responsabilidade;
- A consagração do valor da solidariedade como um princípio ordenador da vida em sociedade, uma virtude moral e um dever social;
O MAE propõe, assim, a ética centrada na pessoa e na valorização da vida humana, combatendo a indiferença e o relativismo ético, desejando contribuir para uma maior consciencialização dos imperativos éticos e para uma ética do futuro que não seja uma ética para o futuro, mas para hoje.
O MAE é aberto à participação das pessoas de boa vontade e de livre arbítrio, por neste movimento não caberem quaisquer formas de dependência.
Acesso à versão completa da “Carta Programática e de Princípios do MAE”
Sobre os Fundadores do MAE
Contactos do MAE:
Site acaoetica.pt
Facebook/Messenger: @MAE.movimentocivico
E-mail info@acaoetica.pt