No próximo dia 4 de Outubro, os Portugueses serão chamados a votar. E precisam de votar. É um dever cívico, e não devemos deixar em mãos alheias a nossa responsabilidade pela eleição dos próximos novos/velhos governantes.
Lembrem-se do que diz Bertold Brecht
«Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem».
A mim, preocupa-me bastante o facto de existirem candidatos a cargos políticos fulcrais para a Nação, que são aficionados de selvajaria tauromáquica, ou seja, são aqueles que se deleitam com o sofrimento de um ser vivo, porque podem muito bem se deleitarem (como, aliás, acontece) com o sofrimento do povo. Certo?
O filósofo alemão, Arthur Schopenhauer, que muito prezo pelo seu saber erudito e pela sua lucidez, diz o seguinte: «A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de carácter, e quem é cruel com os animais não pode ser um bom Homem».
Verdade. Não pode. Não é.
E são precisos Bons Homens (e Mulheres, obviamente) na governação. Pessoas em quem possamos confiar plenamente.
Pessoas com um carácter (que é o verdadeiro Eu, a essência secreta do coração, o temperamento civilizado) impoluto.
Mas quem são os candidatos que, não largando o poder, a ele se agarram como se fosse a tábua de salvação da vida deles?
Alguns conhecemo-los bem, pela notória exposição pública e pelas atitudes menos dignificantes que os vão marcando.
Outros, nem por isso.
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Paulo Portas (CDS/PP) defensor-mor da selvajaria tauromáquica
(Foto retirada do Facebook)
Vejam como sorri, enquanto segura nas mãos a imagem argilosa de um forcado, em posição de ataque a um animal indefeso e moribundo – o Touro. Pelo sorriso e pela pose, podemos deduzir a grande afeição de PP por cobardes.
Actual Vice-primeiro-ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros, que se orgulha de ter exportado para Israel 4.000 cabeças de gado vivo... (imagine-se a barbaridade da viagem destes animais!), o parceiro de Pedro Passos Coelho, na Coligação PPD/PSD/CDS/PP é grande aficionado e impulsionador de selvajaria tauromáquica. É aquele, que um dia disse que as touradas têm muitos opositores, mas ele sempre as defenderá, e é também aquele que boicotou a Lei de Protecção dos Animais, naquilo que ela tinha de mais relevante para a defesa dos mesmos.
Será um bom homem?
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O Primeiro-Ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho (PPD/PSD) a fazer rapapés a torturadores de Touros
Esta foto foi tirada aquando da “homenagem” prestada pela Câmara Municipal das Caldas da Rainha a Marco José, um montador de cavalos, o qual a autarquia agraciou com a Medalha de Mérito Municipal (pasme-se!) CULTURAL, uma medalha que perdeu todo o seu simbolismo com tal atribuição.
O Primeiro-Ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, esteve presente nesta despudorada “cerimónia”, e posou para a foto ao lado do recebedor desta medalha “coltural”, do espetador de bandarilhas Francisco Paulino e do apoderado (aquele que trata dos “interesses” dos torturadores de Touros) Pedro Pinto, valiosas “personalidades” que contribuem para o progresso, a civilização e a evolução de Portugal, com o aval de Passos Coelho.
Será ele um bom homem?
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Candidato a Primeiro-Ministro, António Costa (PS) aquele
que medalha torturadores de Touros moribundos
Um “socialista” aficionado de tortura de seres vivos indefesos, que envergonha o Partido Socialista português e um País que se quer civilizado, não pode nem deve ascender a primeiro-ministro, por não ter perfil humano para representar Portugal.
O que vemos na foto é algo anómalo. Aconteceu em Abril de 2010. Elísio Summavielle, então secretário de Estado da “Coltura” (pois Cultura é outra coisa…) e António Costa, então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, estiveram presentes na tourada que inaugurou a temporada carniceira no campo pequeno, em Lisboa, uma cidade europeia (será?), com esta repugnante nódoa negra, que a coloca no rol de cidades com um destacado atraso civilizacional.
E o que fez António Costa?
Fez esta desonra a um símbolo de Portugal, que em princípio só deve ser atribuído a pessoas que se destacam por terem feito algo dignificante pelo País.
António Costa, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, aproveitou aquela ocasião mórbida, que é a da tortura de bovinos indefesos, e desceu à arena. E sob cerrada ovação impôs a José Luís Gomes a Medalha de Mérito Municipal Grau Ouro (decisão unânime da edilidade em Setembro de 2009), na hora da despedida deste cabo do grupo de forcados de Lisboa, ou seja, António Costa recompensou a cobardia, e a Medalha de Mérito Municipal perdeu, naquele exacto momento, todo o seu significado simbólico.
Ver notícia completa neste link:
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/tortura-gratuita-e-humilhacao-de-475652
Será António Costa um bom homem?
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Quando os governantes são aficionados de selvajaria tauromáquica a crueldade e a violência são como uma praga e Portugal regride, e marca passo no caminho da evolução
Dos oito países (de entre 193, que existem no mundo) que ainda permitem este costume bárbaro, Portugal é o único que não tem feito qualquer progresso, por mínimo que seja, no sentido de abolir esta prática cruenta e irracional, do tempo anterior ao tempo do homem das cavernas, que era muito mais civilizado do que os que hoje praticam, aplaudem e promovem esta selvajaria inaceitável, porque o homem das cavernas não se divertia a torturar os animais com que se alimentavam.
Muito pelo contrário, o atraso civilizacional é de tal monta, que os governantes portugueses, desde o Presidente da República (que também medalha forcados cobardes), passando pelo Primeiro-ministro, pelo vice-primeiro-ministro, directores de organismos estatais, autarcas, deputados da Assembleia da república (dos 230 que compõem a AR, apenas 24 rejeitam a tauromaquia) tudo fazem para manter uma prática que está a ser repudiada em todo o mundo civilizado.
E fazem isto com o maior despudor, não tendo sequer a noção do ridículo das atitudes e do facto de atirarem Portugal para o caixote do lixo do mundo.
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E o aficionado assumido Marcelo Rebelo de Sousa, que pretende o cargo de Presidente da República?
Marcelo Rebelo de Sousa foi visto recentemente numa tourada, em Sobral de Monte Agraço numa arena “cheiinha” de sádicos, conforme podemos verificar na foto.
Será este um bom homem?
E é esta personagem que pretende candidatar-se a Presidente da República de Portugal?
Não é imoral?
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E estes são alguns (os principais) governantes que temos.
Estes são os candidatos a governantes que continuamos a ter.
Não é angustiante?
Votar em quem? Como? Para quê?
Bem, não tenho outra alternativa senão terminar dizendo como diz um amigo meu, que sendo Biólogo, sabe o que diz:
«Era preferível que estivéssemos entregues à bicharada, porque viveríamos uma condição muito mais racional e humana»
Que autoridades são estas que permitem uma prática bárbara e grosseira num lugar público, como é uma praia?
Só na Moita do Ribatejo, um lugarejo onde não entrou a civilização, nem a racionalidade!
Mas os cidadãos portugueses, na posse de todas as suas faculdades mentais, podem e devem pedir às autoridades competentes uma explicação lógica e racional para tal degradação moral, cultural e social.
Ou não teremos autoridades competentes em Portugal?
Origem da foto:
https://protouro.wordpress.com/2015/03/08/a-pulhice-da-tauromafia-nao-conhece-limites/
Reza a crónica que ontem, no areal da Praia do Rosário, junto à Moita do Ribatejo (em território de Portugal, não estamos a falar de algures numa praia deserta e bravia do Planeta) realizou-se o que os adeptos da selvajaria tauromáquica chamam de um "acosso e derriba", que significa um “tormento e abate,” ao que se seguiu lides a cavalo e toureio a pé, que torturaram barbaramente e cobardemente bovinos e cavalos (como podemos ver na imagem).
Diz que os cobardes eram “reconhecidos” nomes das respectivas “especialidades”, só não diz que as especialidades eram cobardia e tortura de bovinos e cavalos.
Para completar a crónica, o cronista diz que tudo aconteceu num «cenário maravilhoso que se recomenda a quem nunca tenha visitado o local. Enquadramento propício a desfrutar de saberes e sabores, entre as artes de bem montar e bem tourear!»
Ora esmiucemos isto:
Cenário maravilhoso que foi conspurcado por algo horroroso, tenebroso, asqueroso…
Os saberes são inequivocamente os da crueldade e violência.
Os sabores são os do vinho. Muito vinho.
As artes são as de bem torturar cavalos montados e esporeados, e as de bem golpear bovinos indefesos e inofensivos.
E o cronista continua a insultar a inteligência de todos nós:
«Iniciativa do Clube Taurino da Moita que é de aplaudir, oportuna promoção da Tauromaquia, numa vertente muito peculiar. A Festa de Toiros tem destas riquezas, onde a Natureza é parceira de referência.»
Atente-se na verborreia do cronista.
Aplaude-se a tortura, na vertente peculiar do requinte da malvadez.
A festa de “toiros” é tão-só a festa dos broncos, por que para os touros é a tortura, é a morte certa, num qualquer matadouro, sem dó nem piedade.
As riquezas, que aqui são aludidas, são única e exclusivamente a posse de uma ignorância e imbecilidade atávicas, que vêm dos tempos mais obscuros da história da humanidade, anterior ao tempo dos humanóides.
A Natureza, coitada, tal como os bovinos e os cavalos, não tem voz para dizer da imensa repugnância que sentirá por esta imensurável ofensa à Vida Planetária.
E por fim, temos o mais aviltante, porque falamos de crianças abandonadas pelo Estado Português:
«Se em Olivença quatro mil crianças assistiram na praça a uma tenta de Alexandro Talavante, no Rosário podem os nossos jovens tomar contacto com as realidades do campo, desta vez, à beira do rio, na certeza de que importa reconhecer na festa de toiros a sua biodiversidade.»
Realidades do campo?
Quais? A violência, a crueldade e a tortura de bovinos e cavalos?
Será essa a realidade do campo que pretendem transmitir às crianças?
Biodiversidade?
Esta “gente” fala de quê?
Da biodiversidade ou diversidade biológica, que compreende a totalidade de variedade de formas de vida que podemos encontrar na Terra: plantas, aves, mamíferos, insetos, micro-organismos?
Ou será da diversidade de biocídios que esta “gente” comete impunemente, ao abrigo de uma lei?
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AUTORIDADES PORTUGUESAS, ISTO ULTRAPASSA TODOS OS LIMITES DA RACIONALIDADE
De uma só penada, viola-se os Direitos Humanos, os Direitos das Crianças e os Direitos dos Animais, cuja proclamação Portugal HIPOCRITAMENTE assinou, apenas para constar...
Até quando têm os portugueses de ser agredidos moralmente, psicologicamente, espiritualmente, culturalmente, por estas desprezíveis chicotadas?
Fonte desta crónica de miséria moral, cultural e social:
http://www.cmjornal.xl.pt/opiniao/colunistas/mauricio_do_vale/detalhe/hoje_tourear_na_praia.html
Exmo. Senhor Doutor Paulo Portas,
É como cidadã portuguesa, com direitos consignados na Constituição da República Portuguesa, e com deveres cívicos para com o meu País e a minha consciência, que me atrevo a dirigir-lhe estas palavras abertas também ao mundo.
E o que pretendo com esta carta é fazer-lhe uma simples pergunta, que espero tenha a delicadeza de responder, por dois motivos: primeiro, porque nunca se deixa uma carta, com remetente, sem resposta (é um princípio ético); segundo, porque milhares de portugueses gostariam de compreender as atitudes insólitas de um homem que ocupa cargos públicos e, por isso mesmo, tem o dever de pugnar pelos interesses de Portugal e dos Portugueses, e não pelos interesses de uma minoria inculta, mal formada e inútil ao país.
A pergunta é a seguinte:
Por que é que um homem que nasceu no seio de uma família por onde a cultura culta deambulou; um homem que frequentou o Ensino Superior e se licenciou em Direito, pela Universidade Católica Portuguesa, onde leccionou História do Pensamento Político; um homem que exerceu a actividade de jornalista nos periódicos «Tempo», «A Tarde», «Semanário» e noutros órgãos de comunicação social; um homem que fundou e foi director do semanário «O Independente», (e do qual fui testemunha abonatória, num processo-crime em que também eu era arguida, num outro jornal, no caso do empreiteiro Avelino do Monte); um homem que é presidente de um partido político com assento na Assembleia da República Portuguesa; um homem que é vice-primeiro-ministro de Portugal e que o representa quando se desloca ao estrangeiro; um homem que se diz católico e do qual não duvido que recebeu uma educação bastante esmerada; por que é que um homem com todo este palmarés é adepto, apoia e promove a selvajaria tauromáquica, ao ponto de intencionalmente excluir Touros e Cavalos do Reino Animal, como se fosse um qualquer cidadão desprivilegiado, que não tivesse tido a oportunidade de se instruir, de evoluir, de civilizar-se?
I Grande Corrida do CDS nas Caldas da Rainha 2010 (com a presença do Presidente Paulo Portas) © João Polónia | fotografia em baixa resolução, para proteger os direitos de autor
Origem da foto: http://www.joaopolonia.com/fotografia/tauromaquia/
Por que é que um homem da envergadura de V. Excelência, que não pertence propriamente à camada inculta da população (à qual não deram oportunidade de evoluir), teima em hastear a bandeira da identidade “cultural” dos broncos?
O que estará por detrás desta atitude incompreensível à luz da razão, da lógica, da ética, da lucidez?
Vossa Excelência deve ter conhecimento de que a chamada “indústria” tauromáquica, ou seja a “indústria” da crueldade e da violência gratuitas sobre animais inocentes, indefesos e inofensivos, tenta desesperadamente legitimar-se socialmente, uma vez que enfrenta grande contestação moral, e a sua actividade sangrenta e obscura suscita, nos tempos que correm, grande repulsa ética, social e cívica, não só em Portugal como em todo o mundo.
Vossa Excelência deve saber também que apoiar a selvajaria tauromáquica, em pleno século XXI, contra toda a evidência imparável da evolução necessária e inerente a um país em que apenas uma minoria (muito, muito minoria...) inculta e ignorante persiste em perpetrar uma prática que horroriza, é negada e afasta quase 90% da população portuguesa, que não só repudia esta “diversão” de broncos, como todas as outras práticas que se baseiam em maltrato de animais, como circos, lutas, caça e pesca desportivas, tiro aos pombos…, é passar a si próprio um atestado de inferioridade mental.
Vossa Excelência pode imaginar o quanto, como cidadã portuguesa, me sinto envergonhada pelos governantes do meu país ainda permitirem algo tão cruel e primitivo em pleno século XXI depois de Cristo?
Todos sabemos que as touradas têm apresentado grande prejuízo e caso não fôssemos nós, cidadãos portugueses, e a União Europeia retrógrada a sustentá-la contra a nossa vontade, elas já não teriam lugar em Portugal, em Espanha e em França.
É inadmissível que mais de 16 milhões de euros sejam retirados, anualmente, das contribuições e impostos dos portugueses e serem canalizados para sustentar a selvajaria tauromáquica em todas as suas cruéis modalidades.
Devo recordar a V. Excelência que a selvajaria tauromáquica não tem mais lugar numa sociedade civilizada. O ser humano evoluiu no sentido de cada vez mais respeitar o sofrimento e a vida dos animais não-humanos (uma vez que animais somos todos nós) e, por esse motivo, essa selvajaria tem vindo a ser repudiada e proibida em muitas cidades e regiões, nos (apenas) nove países onde ainda se pratica.
Trata-se, na verdade, de uma actividade bárbara que não serve absolutamente nenhum interesse do ser humano, e de um País, mas apenas o ego doentio de uma minoria inculta e nociva às sociedades modernas, que insiste em alimentar e perpetuar um “gosto” mórbido, desassisado e sádico de se divertir à custa do sofrimento de um animal herbívoro, que mais não quer do que pastar e conviver com os seus, em paz, nos prados.
Foi para isso que nasceram.
Vossa Excelência parece desconhecer que a selvajaria tauromáquica promove a violência gratuita, deseduca as crianças que a elas assistem, inclusive provocam-lhes traumas (estudos psiquiátricos provaram-no com grande clareza), representam uma afronta à ciência, que já demonstrou e provou sobejamente que os Touros e os Cavalos são animais sencientes e conscientes tal como nós, animais humanos.
Talvez Vossa Excelência não saiba que em Março de 2012, um grupo de neurocientistas de renome internacional, declarou pela Universidade de Cambridge que todos os mamíferos, aves, répteis e outros animais de várias espécies, além de serem sencientes têm também consciência. Quer isto dizer, que têm plena noção do que se passa à sua volta e que, tal como o animal humano, têm a capacidade de experimentar sofrimento físico e emocional, como dor, tristeza, medo, stress, pânico, mas também alegria, amor e emoção.
Não há de facto, aos olhos da ciência ou de qualquer pessoa civilizada e compassiva, diferenças fundamentais entre nós, humanos, e os restantes animais. Refiro-me a diferenças que justifiquem a utilização de animais como objectos de tortura numa prática absurda e sádica, para a qual são violentamente retirados do seu habitat, drogados, amedrontados, provocados, feridos, inclusive depois de saírem da arena, e por fim, os que resistem a dias sem tratamento, comida ou água, são mortos cruelmente num qualquer matadouro. Fim de vida demasiado torturante, inglório e indigno para um animal que os anti-taurinos dizem “honrar”.
Vossa Excelência devia saber que a UNESCO, em 1980 declarou a tauromaquia como «a terrível e venal arte de torturar e matar animais em público, segundo determinadas regras. Traumatiza as crianças e adultos sensíveis. A tourada agrava o estado dos neuróticos atraídos por estes espetáculos. Desnaturaliza a relação entre o homem e o animal, afronta a moral, a educação, a ciência e a cultura".
Vossa Excelência, como presidente do CDS/PP, deve recordar-se de como vergonhosamente este partido conseguiu proteger a agropecuária, a selvajaria tauromáquica e circos da penalização pelos maus tratos a animais, naquela famigerada lei de protecção a Cães e Gatos (os únicos animais não-humanos reconhecidos como animais). E os outros? Podem ser maltratados sem piedade?
Sabia Vossa Excelência que o CDS/PP representa «os agoniados do tempo da ditadura, que não conseguiram digerir o 25 de Abril» (conforme já li algures, e concordo plenamente), por isso mantém ainda a mentalidade retrógrada que inacreditavelmente conseguiu sobreviver no pós-25 de Abril?
Porquê, Senhor Doutor Paulo Portas?
Porquê, sendo Vossa Excelência um homem relativamente novo e educado nos melhores colégios e com formação superior, acoita na sua bagagem humana e política, algo tão desumano, tão cruel, tão sangrento e tão do foro da psicopatia como é a selvajaria tauromáquica?
Pode Vossa Excelência ter a gentileza de nos dar uma explicação lógica e racional para esta atitude, que nem o mais sábio dos sábios compreende?
É que já fiz esta pergunta a várias autoridades e dirigentes e governantes portugueses, e até a meros aficionados, e nenhum teve ainda a capacidade ou a coragem ou a amabilidade de responder a esta questão tão simples.
Porquê, em Portugal, este costume bárbaro de origem espanhola, que nada tem a ver com tradição portuguesa, arte, cultura ou outra coisa qualquer respeitante à civilização e à humanidade, é apoiado pelo Estado Português, e nomeadamente pelos deputados do CDS/PP?
Será uma questão do marialvismo que caracterizou o tempo da ditadura e sobrevive no partido de que V. Excelência é presidente?
Aguardando que Vossa Excelência possa fazer a diferença, e dar-me a gentileza de uma justificação que, garanto, se for racional, deponho as minhas armas (as palavras), envio-lhe os meus cumprimentos, que poderiam ser os “melhores” se eu não me sentisse tão indignada.
Isabel A. Ferreira
(isabelferreira@net.sapo.pt)