Um vídeo que, através dos sábios, nos conduz ao mundo dos animais não-humanos, muito mais humanos e dignos, do que as criaturas desumanas que andam por aí a destruir o Planeta.
Um discurso brilhante que só os GRANDES HOMENS (reparem que não disse políticos) conseguem fazer, cheio daquela humanidade que vem da alma de um POVO.
Um discurso que talvez os Russos não tivessem ouvido, mas é um discurso que deve ser partilhado por todo o mundo.
Traduzi, das legendas em Castelhano, todo o discurso de Zelenski, que transcrevo depois do vídeo.
Slava Ukraini
Isabel A. Ferreira
- Hoje, telefonei ao presidente da Federação Russa.
- E qual foi o resultado? o silêncio.
- Todavia, o silêncio deveria estar em Donbass.
- Por isso, hoje, faço um apelo a todos os cidadãos da Rússia.
- Não como presidente. Mas como cidadão da Ucrânia.
- Partilhamos mais de 2.000 quilómetros de fronteira.
- Nela se encontra o nosso exército. Quase 200 mil soldados. Milhares de unidades.
- E o vosso líder deu luz verde para que avancem até nós.
- Até ao território de outro país.
- Este pode ser o primeiro passo para uma grande guerra na Europa.
- Em todo o mundo fala-se do que pode acontecer a qualquer momento.
- Qualquer provocação, qualquer fagulha que acabe incendiando tudo.
- Disseram-vos que essa chama trará liberdade ao Povo da Ucrânia.
- Mas o Povo da Ucrânia já é livre.
- Recordam o seu passado, estão a construir o seu futuro.
- Constroem-no, não o destroem, como vos dizem através da televisão.
- A Ucrânia que aparece nas vossas notícias e a realidade são diferentes.
- A diferença mais importante é que a nossa é verdadeira.
- Dizem-vos que somos nazis.
- Como podem chamar nazi a uma Nação que sacrificou oito milhões de vidas para acabar com o nazismo?
-Como posso ser um nazi, quando o meu Avô resistiu à guerra como membro da infantaria soviética,
- e morreu como Coronel de uma Ucrânia independente?
- Disseram-vos que odiamos a Cultura da Rússia. Como se odeia a Cultura?
- Os nossos vizinhos enriqueceram-nos culturalmente.
- Isso não nos converte numa única entidade, tão-pouco nos separa.
- Somos diferentes, mas isso não é razão para sermos inimigos.
- Queremos construir a nossa própria História. pacificamente. Honestamente.
- Dizem-vos que dou ordem de atacar Donbass. Disparar sem perguntar.
- Há duas perguntas afazer: disparar contra quem? Bombardear a quem?
- Donetst? Onde já estive dezenas de vezes? Onde vi os seus rostos?
- Artema, onde estive andando com os meus amigos?
- O Estádio de Donbass? Onde apoiei a Selecção durante o Campeonato Europeu?
- O Parque Shcherbakova, onde fomos beber depois da derrota?
- Lugansk? O lar da melhor amiga da minha Mãe?
- Onde o seu Pai está enterrado?
- Estou a falar Russo.
- Ainda que ninguém na Rússia entenda o que estes nomes significam,
- estas ruas, estes acontecimentos.
- Tudo isto é desconhecido para vós. é a nossa terra, , a nossa história.
- Contra o que lutais? Contra quem?
- Muitos de vós, haveis visitado a Ucrânia, muitos têm família na Ucrânia.
- Alguns de vós, haveis estudado nas nossas universidades, feito amizades,
- conheceis o nosso carácter, o nosso Povo, os nossos princípios.
- Sabeis que é o que mais apreciamos.
- Ouvi o vosso íntimo, o senso comum. Ouvi as nossas vozes.
- O Povo da Ucrânia quem Paz. As autoridades da Ucrânia querem Paz.
- Queremos Paz e fazemos tudo o que podemos.
- Não estamos sós. Muitos países apoiam a Ucrânia. Porquê?
- Porque não falamos na “paz a qualquer preço”.
- Falamos de Paz, Princípios, Justiça. O direito de decidir o nosso futuro, a segurança, e o direito de viver sem ameaças.
- Tudo isto é importante para nós. é importante para a Paz.
- Também é importante para vós.
- Temos a certeza de que não queremos uma guerra. Nem fia, nem quente, nem híbrida.
- Se nos ameaçam, se alguém tenta apoderar-se do nosso país, da nossa liberdade,
- das nossa vidas, das vidas dos nossos filhos… defender-nos-emos.
- Não atacaremos. Defender-nos-emos.
- Se nos atacais, vereis o nosso rosto, não as nossas costas.
- A guerra implica pagar um enorme preço, em todos os sentidos.
- O Povo perde dinheiro, reputação, qualidade de vida, liberdade e a sua família.
- Perdem-se a si mesmos.
- Na guerra faltam muitas coisas.
- Mas o que há de sobra é dor, sujidade, sangue, morte.
- Milhares, dezenas de milhares de mortes.
- Dizem-vos que a Ucrânia é uma ameaça para a Rússia.
- Não era verdade antes, não é agora, nem será no futuro.
- Quereis garantias de segurança da NATO. Nós também.
- Queremos estar seguros de vós, da Rússia e de outras Nações.
- Não fazemos parte de nenhuma aliança de segurança.
- A segurança da Ucrânia depende da segurança dos nossos vizinhos.
- Por isso, agora falamos da segurança de toda a Europa.
- Mas o nosso objectivo principal é a Paz na Ucrânia,
- a segurança dos nossos cidadãos, dos Ucranianos.
- Fazemo-lo saber a todos e avós também.
- A guerra acaba com todas as garantias. Ninguém terá segurança.
- Quem vai sofrer mais? É o Povo.
- Quem quer que isto pare, mais do que ninguém? É o Povo.
- Quem pode prevenir que isto se passe? O Povo.
- É certo que estas pessoas estão entre vós.
- Músicos, actores, atletas, cientistas, doutores, bloggers, comediantes, tiktokers…
- Gente normal, gente sensível.
- Homens, mulheres, velhos, jovens, pais, e mais importante, mães,
- tanto quanto o Povo da Ucrânia, por muito que vos digam o contrário.
- Sei que este discurso não sairá na televisão russa,
-mas os cidadãos da Rússia têm que vê-lo. Têm que saber a verdade.
- A verdade é que isto tem de parar, antes que seja demasiado tarde.
- E se as autoridades da Rússia não querem falar connosco… talvez queiram falar convosco.
- O Povo da Rússia quer a guerra?
- Oxalá que pudesse responder a isto.
- A resposta depende de vós,
- cidadãos da Federação Russa.
- Obrigado.
É extraordinária a capacidade de destruição que cabe dentro dos homens!
É urgente que a racionalidade dos animais não-humanos seja adoptada pelos animais humanos! Os não-humanos não poluem o Planeta a este ponto, a caminho do irreversível!
Um extraordinário vídeo para ver e partilhar.
Isabel A. Ferreira
Um albatroz morto ilustra o que acontece quando se lança lixo não importa onde…
A crueldade contra animais indefesos é algo que ultrapassa todos os limites.
É inimaginável, até onde pode chegar a impiedade de seres que se dizem humanos!
É inacreditável, algo assim, nos tempos que correm.
O vídeo choca, mas é preciso chocar para que se diga um NÃO a estes actos abomináveis, perpetrados por seres abomináveis.
Assinem a petição, por favor.
Fechem a Vivotecnia, já!
178,594 já assinaram. Vamos chegar aos 200.000!
Um vídeo (9.53 minutos) que precisamos ver... ver... ver... tantas e quantas vezes forem necessárias, até ter-mos a consciência de que tudo está interligado. Afinal somos uma Família.
Não é religioso... não é científico... não é espiritual.
Ele, simplesmente, É!!!
Origem da imagem: Internet
(Legendas na Variante Brasileira do Português)
Uma ideia, guião e voz de Carlos Chavira.
O vídeo foi produzido com o único propósito de agitar a consciência do nosso Planeta.
…
Humanos. Que palavra incrível!
Somos considerados a espécie mais inteligente do Planeta. No entanto…
… somos a pior de todas as espécies.
O que fazemos neste mundo? Quem nos trouxe aqui? Qual a nossa missão no Planeta? Talvez nunca possamos entender, mesmo quando parece que a nossa única missão é acabar lentamente com ele e com as suas espécies.
Já pensaste que talvez este Planeta não nos pertence, e ainda assim cuidar dele está nas nossas mãos?
Os outros animais estavam aqui muito antes de nós. Somos apenas os seus convidados. Temos vindo a invadir o seu território e estamos a destruir o seu habitat.
Eles suportaram-nos durante séculos, perdoaram-nos inúmeras vezes e continuamos a ignorar a situação deles.
Temos sido os seus sequestradores, os seus assassinos. Ainda assim aceitam-nos como seus donos.
Somos a única espécie que ataca, destrói, aniquila, contamina e extingue por ambição ou só para viver um pouco melhor.
O mundo é teu, é nosso, é de todos nós. Ainda assim, lembra-te que o mundo também é deles e temos de entender que eles não nada podem fazer para se salvarem e muito menos para salvar o Planeta.
O planeta Terra está a morrer, estamos a destruí-lo de forma vertiginosa e ele está faminto de amor. Não lhe sobra muitas forças e apesar de tudo, continua generosamente a dar-nos os melhores espectáculos desde que cá chegámos.
O Planeta tem sido o melhor anfitrião da nossa espécie. Não merecerá o nosso reconhecimento?
Se nos foi dada a capacidade de falar, pensar, criar, construir e ajudar, porque simplesmente nos calamos, ignoramos, destruímos e matamos?
Abre os olhos, tu também estás a morrer junto com o seu Planeta, o único planeta no nosso sistema solar onde nos foi dado o privilégio de viver.
Somos milhares de milhões neste Planeta, somos uma espécie pensante, racional, dominante, por que não nos damos conta disso?
Somos capazes de conquistar países, a Lua, e inclusive planetas. Ainda assim não somos capazes de conquistar os nossos próprios corações.
Toca o teu coração, sente o que está a dizer, ouve aquilo que ele pede de forma gritante e entendamos que precisamos de coexistir no mesmo planeta.
Começa por te mudares a ti mesmo. Faz essa proposta a ti mesmo, faz com que os teus filhos saibam e entendam, e que os mais velhos se lembrem que no dia em que a Humanidade deixar de existir e alguma outra espécie encontrar o nosso planeta, verão que fomos uma espécie que se equivocou, que caiu, porém, levantou-se e corrigiu os seus erros.
O Planeta já não é o mesmo e já não podemos esperar mais. Todos sabemos o que precisamos de fazer. O tempo urge. O futuro do planeta está nas tuas mãos. Ajuda-o, porque o planeta Terra és tu.
Que a indiferença não te vença.
Partilha-o agora mesmo, ainda vais a tempo…
Carlos Chavira
O texto, mais abaixo reproduzido, foi-me enviado, via e-mail por Pedro Belo.
O vídeo, está no Facebook.
Ambos reflectem um mesmo problema, em tempos diferentes.
Pandemias sempre as houve, no decurso da História da Humanidade, o problema está na irracionalidade do homem, que não lhe permite aprender com os erros cometidos noutras épocas.
A História da Humanidade está cheia destas histórias, mas o homem, que se diz racional, nada aprende com elas. E os episódios repetem-se ad nauseam, desde os tempos mais remotos.
Querem o exemplo maior? Uma inconcebível II Grande Guerra Mundial (1 de Setembro de 1939 - 2 de Setembro de 1945), depois de uma inimaginável I Grande Guerra Mundial, (28 de Julho de 1914 - 11 de Novembro de 1918), apenas num espaço de 21 anos. Vinte e um anos!
E, pelo que vemos, o homem continuará a não aprender nada com a Covid-19. E teremos mais do mesmo, para pior, num futuro que podemos antever próximo porque vivemos num tempo, em que já nos resta pouco tempo para reverter os estragos que o homem, que se diz racional, provocou na casa comum a todas as espécies: o Planeta Terra.
Isabel A. Ferreira
A “pneumónica” matou 50 milhões de pessoas no Mundo. Na imagem de cima, voluntárias australianas em Brisbane. Em baixo, máscaras mais coloridas, tentam evitar a propagação da Covid-19, que já matou cerca de 1,5 milhões de pessoas em todo o Mundo.
***
«Um salmo de David diz: «Nas margens dos rios da Babilónia, Aí nos sentámos, Aí chorámos, Ao recordarmos Sião.»
Hoje em pandemia, as pessoas dizem: «Estávamos tão bem nas nossas vidas e agora cai-nos isto em cima!!»
Surpresa ou Distracção?
Esta Pandemia tão grave esteve muito tempo em gestação. Os epidemiologistas há muito que advertem para o surgimento inevitável deuma pandemia e os ambientalistas tinham-nos dito que, quanto mais a actividade humana perturbar o equilíbrio dos sistemas naturais, mais provável será o surgimento de novos agentes patogénicos: cortar florestas ou penetrar em ecossistemas não perturbados anteriormente, por exemplo, muitas vezes para expandir terras agrícolas, expulsa patogénicos que estavam retidos no meio selvagem.
A perda de biodiversidade e de habitats espalha doenças entre os animais selvagens. Entretanto, a intensificação da criação de gado e a caça e comércio crescentes de animais selvagens estão a misturar animais como nunca antes, enquanto a agricultura industrial, significando animais mantidos em condições de sobrelotação e de stress, tem baixado as respostas imunitárias.
Um grupo de cientistas, escrevendo na revista The Lancet, em 2015, concluiu que as alterações profundas nos sistemas naturais da Terra constituíam uma crescente ameaça à saúde humana, nomeadamente, o surgimento de novas doenças, a par com as alterações climáticas, como uma dessas ameaças.
Antes já tinha havido outras 'surpresas' nos últimos dez anos: a SARS e a MERS.
Portanto, os poucos que estavam atentos sabiam que isto estava para vir e que, de facto, somos nós que o provocamos, fazendo-o recair sobre nós mesmos.
Os ''distraídos'' agora apanhados nesta pandemia pensam que, apesar das indicações claras quanto aos limites ecológicos, podíamos continuar a desfrutar dos frutos do progresso tecnológico e da riqueza sempre crescente, sem que houvesse consequências.
Pensam que, com estímulos económicos bem dirigidos e uma busca concertada por uma vacina, iríamos ultrapassar este problema passageiro e que a vida iria recomeçar mais ou menos como era antes. Bem, isso ainda poderá acontecer, mas talvez não aconteça. E, tal como aqueles que choravam nas margens dos regatos da Babilónia, se não acontecer, não conseguimos, realmente, começar a imaginar o que isso irá, de facto, significar.
Então, como é que vivemos nestes tempos, no meio da crise, onde ainda não temos a perspectiva da sua magnitude, da sua duração ou do seu impacto derradeiro?
Todos vivemos com um sentido elevado de provisoriedade, o que alguém, recentemente, me descrevia como a exaustão da incerteza.
Como é que será o mundo depois disto? Que tipo de recuperação é possível, incluindo para o mundo natural? O que é que podemos esperar e ter expectativa para já?
A crise Espiritual da humanidade agrava tudo isto, pois todos estavam apegados - obcecados- presos nas manhas do consumismo/ilusões/fantasias mundanas e nem havia tempo sequer para parar e pensar que somos criados e não nos criámos a nós mesmos... que somos filhos de Alguém .... que temos de estar agradecidos e atentos à nossa Luz interior que nos liga ao Espirito Criativo do Universo e nos equilibra e prepara para receber sejam boas ou más notícias - acontecimentos.
É urgente parar para equilibrar, sem estarmos ansiosos a preocupar-nos, a queixar-nos dentro da nossa cabeça, mas em vez disso, a criar espaço, cada dia ou cada semana, para prestar atenção ao que estamos a sentir, ao que é duro, àquilo de que sentimos falta e ao modo como isso nos está a afectar.
Nessa paragem sentir que sim, é verdade, fomos surpreendidos, apetece-nos chorar esta situação, tudo bem, choremos e sintamos isso por dentro.
Isso abre um espaço dentro de nós, ao nosso redor, abre um espaço para a meditação, para deixarmos ir os nossos pensamentos, as nossas ansiedades, para nos entregarmos a nós mesmos à quietude e ao silêncio, estando simplesmente presentes e disponíveis.»
Magnífico poema, em vernáculo, como eles, os tais, os anafados, os eleitos merecem.
Uma voz que grita o sentimento e o cansaço de todo um povo, e o meu sentimento e o meu cansaço também.
Obrigada, António Manuel Ribeiro.
(Vídeo Oficial)
«Estou cansado, pá
Cansado e parado por dentro
Sem vontade de escolher um rumo
Sem vontade de fugir
Sem vontade de ficar
Parei por dentro de mim
Olho à volta e desconheço o sítio
As pessoas, a fala, os movimentos
A tristeza perfilada por horários
Este odor miserável que nos envolve
Como se nada acontecesse
E tudo corresse nos eixos.
Estou cansado destes filhos da puta que vejo passar
Idiotas convencidos
Que um dia um voto lançou pela TV
E se acham a desempenhar uma tarefa magnífica.
Com requinte de filhos da puta
Sabem justificar a corrupção
O deserto das ideias
Os projectos avulso para coisa nenhuma
A sua gentil reforma e as regalias
Esses idiotas que se sentam frente-a-frente no ecrã
À hora do jantar para vomitar
O escabeche de um bolo de palavras sem sentido
Filhos da puta porque se eternizam
Se levam a sério
E nos esmigalham o crânio com as suas banalidades:
O sôtor, vai-me desculpar
O que eu quero é mandá-los cagar
Para um campo de refugiados qualquer
Vê-los de Marlboro entre os dedos a passear o esqueleto
Entre os esqueletos
Naquela mistura de cheiros e cólicas que sufoca
Apenas e só -- sufoca.
Estou cansado
Cansado da rotina
Desta mentira que é a vida
Servida respeitosamente
Com ferrete
Obediente
Obediente.
Estou cansado de viver neste mesmo pequeno país que devoram
Escudados pelas desculpas mais miseráveis
Este charco bafiento onde eles pastam
Gordos que engordam
Ricos que amealham sem parar
Idiotas que gritam
Paneleiros que se agitam de dedo no ar
Filhos da puta a dar a dar
Enquanto dá a teta da vaca do Estado
Nada sabem de história
Nada sabem porque nada lêem além
Da primeira página da Bola
O Notícias a correr
E o Expresso, porque sim!
Nada sabem das ideias do homem
Da democracia
Atenas e Roma
Os Tribunos e as portas abertas
E a ética e o diálogo que inventaram o governo do povo pelo povo
Apenas guardam o circo e amansam as feras
Dão de comer à família até à diarreia
Aceitam a absolvição
E lavam as manípulas na água benta da convivência sã
Desde que todos se sustentem na sustentação do sistema
Contratualizem (oh neologismo) o gado miúdo
Enfatizem o discurso da culpa alheia
Pela esquizofrenia politicamente correcta:
Quando gritam, até parece que se levam a sério
Mas ao fundo, na sacristia de São Bento
O guião escrito é seguido pelas sombras vigentes.
Estou cansado
Cansado da rotina
Desta mentira que é a vida
Servida respeitosamente
Com ferrete
Obediente
Obediente.
Estou farto de abrir a porta de casa e nada estoirar como na televisão
Não era lá longe, era aqui mesmo
Barricadas, armas, pedradas, convulsão
Nada, não há nada
Os borregos, as ovelhas e os cabrões seguem no carreiro
Como se nada lhes tocasse -- e não toca
A não ser quando o cinto aperta
Mas em vez da guerra
Fazem contas para manter a fachada:
Ah carneirada, vossos mandantes conhecem-vos pela coragem e pela devoção na gritaria do futebol a três cores
Pelas vitórias morais de quem voa baixinho
E assume discursos inflamados sem tutano.
Estou cansado
Cansado da rotina
Desta mentira que é a vida
Servida respeitosamente
Com ferrete
Obediente
Obediente.
Estou cansado, pá
Sem arte, sem génio, cansado:
Aqui presente está a ementa e o somatório erróneo do desempenho de uma nação
Um abismo prometido
Camuflado por discursos panfletários:
Morte aos velhos!
Morte aos fracos!
Morte a quem exija decência na causa pública!
Morte a quem lhes chama filhos da puta!
- E essa mãe já morreu de sífilis à porta de um hospital.
Mataram os sonhos
Prenderam o luxo das ideias livres
Empanturraram a juventude de teclados para a felicidade
E as famílias de consumo & consumo
Até ao prometido AVC
Que resolve todas as prestações:
Quem casa com um banco vive divinamente feliz
E tem assistência no divórcio a uma taxa moderada pela putibor.
Estou cansado, pá
Da surdez e da surdina
Desta alegria por porra nenhuma
Medida pelo sorriso de vitória do idiota do lado
Quando te entala na fila e passa à frente
É a glória única de muita gente
Uma vida inteira...
Eleitos, cuidem da oratória..."
Letra e música: António Manuel Ribeiro
Vejam o vídeo e digam de vossa justiça!
Apreciem o vídeo.
Quem não se identifica com estes nossos irmãos planetários?
Eu identifico-me, porque a felicidade deles, quando jogam à bola, é exactamente igual à minha.
Isabel A. Ferreira