Um texto de Hugo Dantas, repondo as verdades históricas que os detractores da colonização portuguesa, no Brasil, transformaram em mentiras, que espalharam e continuam a espalhar por aí, denegrindo a História do Brasil, e envergonhando o País e o seu Povo.
O seu, a seu dono. Enquanto o ensino da História não for reposto tal como ela aconteceu, e não tal como a inventaram e disseminaram os incultos (porque os há cultos) marxistas brasileiros, o Brasil não sairá da cepa torta.
Isabel A. Ferreira
«A Ciência no Brasil português»
por Hugo Dantas
«A Nova Portugalidade já se encarregou de destruir a calúnia, que muitos propalam por ignorância, ou má-fé, de que no Brasil não se instituíram estudos superiores antes da independência. Demonstrou-se inequivocamente que no Estado do Brasil se ministraram, desde cedo, cursos superiores de Letras e de Ciências, e que o florescimento da alta cultura naquela parte de Portugal não se iniciou na data tardia que, frequentemente, negligenciando ou distorcendo a evidência histórica, se procura fixar em cânone.
O desenvolvimento científico cultivado no Brasil fez-se não somente por meio da oferta de estudos superiores mas também com recurso ao modelo das academias científicas que proliferavam na Europa desde o século dezassete. Os caluniadores de Portugal, que desejam cristalizar a falsa imagem de um império promotor do atraso das suas possessões ultramarinas, esquecem-se invariavelmente de mencionar o facto revelador de a primeira academia científica portuguesa ter sido fundada no Brasil. A Academia das Ciências e da História Natural do Rio de Janeiro iniciou os seus trabalhos em 1772, com quase uma década de avanço sobre a Academia de Ciências de Lisboa, que só principiaria a sua actividade em 1780, e décadas antes do desembarque da Corte portuguesa.
Umbilicalmente ligada à Academia Real das Ciências da Suécia, à qual se afiliavam nomes tão sonantes na história da ciência natural como Lineu, a Academia do Rio de Janeiro formou-se com o propósito de estudar as riquíssimas fauna e flora brasileiras, para com os progressos destas investigações auxiliar o refinamento da agricultura e da medicina. Os académicos reuniam-se regularmente na sede do vice-reinado do Brasil, hoje Paço Imperial. As personalidades mais destacadas da ciência portuguesa da época, como Ribeiro Sanches, colaboraram com o empreendimento investigativo. A Academia instruiu uma selecta geração de homens da ciência, treinados pela observação, pela experimentação e pelo debate e divulgou os seus achados em folhas de imprensa acolhidas com grande entusiasmo. Já não era a Europa que ensinava o Brasil, mas o Brasil que ensinava a Europa, facultando-lhe conhecimentos utilíssimos para todos os domínios da ciência.
A Academia de Ciências e da História Natural do Rio de Janeiro, sendo a primeira academia científica, não foi a primeira academia de estudos superiores no Brasil, tendo sido precedida pela Academia Brasílica dos Esquecidos, surgida em 1724 com o fito de apoiar o trabalho da Academia Real de História Portuguesa. O contributo da Academia de Ciências seria continuado pela Sociedade Literária do Rio de Janeiro, que igualmente se ocupou das questões naturais. A experiência e saber acumulados seriam continuados também pelos muitos brasileiros preparados na Academia que viriam a ensinar nos cursos da Universidade de Coimbra.
Hugo Dantas
Fonte:
https://www.facebook.com/novaportugalidade/photos/a.1702907456634281/3157308564527489/
O texto que se segue foi escrito em 26 de Abril de 2016.
Poderia escrevê-lo hoje, sem lhe mudar uma vírgula.
Mas vou reproduzi-lo apenas para lhe acrescentar algo que é necessário dizer hoje, sobre a liberdade que os políticos querem comemorar no próximo dia 25 de Abril, em pleno Estado de Emergência, para que se saiba que a liberdade não foi reprimida, enquanto retiram ao povo (e muito bem) a liberdade de celebrarem as suas crenças ou, pior ainda, de acompanhar até à última morada os seus ente-queridos, ainda que pudessem cumprir (como, ao que parece, os políticos cumprirão) o devido distanciamento e a recomendada protecção.
Porque liberdade não é fazer tudo o que se quer, nem da parte do Povo, nem principalmente da parte dos governantes, quando estes querem impor ao Povo o que o Povo não quer.
E há tanta coisa que o Povo não quer, e que os governantes fazem questão de lhe impingir, como as celebrações de um 25 de Abril à porta fechada, apenas para aqueles que desconhecem o verdadeiro sentido de Liberdade.
Melhor seria sugerir àquele Povo que costuma celebrar o 25 de Abril que, nesse dia, a uma determinada hora, venha às janelas e às varandas e cante em uníssono a “Grândola Vila Morena” - o hino da Liberdade. Seria muito mais democrático.
Porque Liberdade não é o Povo poder fazer tudo o que quer, e muito menos os governantes, pós-25 de Abril, poderem agir como se fossem ditadores disfarçados de democratas.
Ontem [26 de Abril de 2016] pretendeu-se comemorar o “Dia da Liberdade”. Os repórteres televisivos insistiram nesta tónica, como se o “25 de Abril” tivesse sido planeado para dar ao povo português a liberdade de fazer o que quer.
Ontem, ouvi um repórter perguntar a um menino: «O que é para ti a liberdade?» Como a criança hesitou, o repórter apressou-se a “ajudá-lo” a pensar e disse: «É fazer tudo o que tu queres…?». E a criança anuiu.
Pois nada mais pernicioso para se dizer a alguém que ainda é um menino.
Porque Liberdade não é o Povo poder fazer tudo o que quer, e muito menos os governantes, pós-25 de Abril, poderem agir como se fossem ditadores disfarçados de democratas.
Liberdade é ter consciência de que não se pode fazer tudo o que se quer, quando vivemos numa sociedade em que o todo faz parte de tudo, e que esse tudo é a Vida, no seu significado mais universal.
E isto não foi ainda alcançado pelo 25 de Abril de 1974.
O “25 de Abril” foi planeado para derrubar um regime ditatorial, imposto por António Oliveira Salazar, o qual se arrastou por quase 50 anos e, durante o qual, milhares de pessoas foram perseguidas, encarceradas e assassinadas.
No regime ditatorial, quem mais ordenava era o ditador que, ao menor gesto de desobediência civil ou ousadia de se falar contra o sistema, enviava os cidadãos, à força da violência, para o Tarrafal, um campo de concentração engendrado para “ acolher” os que tinham a consciência de que não se pode fazer tudo o que se quer, ou seja, os cidadãos verdadeiramente livres, aqueles que, mesmo agrilhoados, eram livres, porque a verdadeira liberdade é a da consciência.
Regressada do Brasil em 1968, para continuar o meu curso na Universidade de Coimbra, encontrava-me nessa cidade no 17 de Abril de 1969, quando o então Presidente da República, Américo Thomaz, ali se deslocou para a inauguração do novo edifício das Matemáticas.
Para honrar a palavra dada aos estudantes, Alberto Martins, o então presidente da Associação Académica de Coimbra, hoje deputado da Nação, pelo PS, pediu a palavra para falar em nome da Academia.
Para Américo Thomaz, esta “ousadia” constituiu um insulto, e Alberto Martins foi detido nessa mesma noite, o que desencadeou uma crise académica de grandes proporções.
Todos nós, que participámos no que então se seguiu, éramos jovens e livres, e amávamos a nossa liberdade de ser, de estar e, sobretudo, de pensar, e os grilhões da ditadura não conseguiram nunca cortar a raiz ao nosso pensamento, porque como cantou Manuel Freire (que curiosamente nasceu no dia 25 de Abril de 1942, e é meu primo, ainda que em terceiro grau), no seu canto de intervenção “Livre”: «Não há machado que corte a raiz ao pensamento… porque é livre como o vento… porque é livre…»
E é esta a verdadeira liberdade.
Durante os poucos anos em que vivi a ditadura de Salazar eu era tão livre como sou hoje.
O “25 de Abril” não me restituiu a liberdade (que eu sempre tive).
O “25 de Abril” livrou-me da censura da ditadura, podendo agora escrever nas linhas o que então escrevia nas entrelinhas.
Das cartas que escrevia ao meu Pai, que se encontrava no Brasil, e a quem eu devia justificar o facto de me recusar a fazer exames, enquanto ele, lá, se “sacrificava”, para me manter a estudar em Coimbra, apenas uma carta foi interceptada pela PIDE, porque nunca imaginei que pudessem violar correspondência privada. Cheguei a ser “visada” pela PIDE, que “desculpou” a minha liberdade de dizer ao meu Pai o que estava a passar-se em Cpombra, por eu ter vindo de um país estrangeiro e nada saber das “regras” do meu País.
Só ouve uma coisa a fazer: Passei a escrever nas entrelinhas tudo o que se passava em Coimbra, não só para o meu Pai, como para os outros jovens que lutavam contra o Regime, e que esperavam por notícias fora de Coimbra.
E as minhas cartas seguiram, com toda a informação do que estava a passar-se numa Coimbra “fechada” para o mundo.
Durante todo esse período eu mantive a minha liberdade intacta.
Até quando, no ano lectivo de 1973/74, ainda como Bacharel, dei aulas na Escola Secundária Frei João de Vila do Conde, e me recusei a dar uma lição de História, que falava dos grandes feitos de Salazar.
Disse aos alunos que aquilo era mentira e não era para se estudar. Dei-lhes a versão dos factos históricos reais, até porque os vivênciei em Coimbra, no ano tórrido de 1969, e risquei com um X as páginas dessa matéria, uns quinze dias antes de acontecer o “25 de Abril”.
Um dos meus alunos era filho de um agente da PIDE. Mas ainda assim atrevi-me a não distorcer a História. Eu era uma Professora livre, não um pau-mandado da ditadura.
Por isso, quando ontem ouvi, a torto e a direito, nas televisões, dizerem que se comemorava o “dia da liberdade”, pensei cá comigo: isto não é nada pedagógico.
Não se deve passar às crianças e a um Povo ainda pouco esclarecido esta falsa ideia de liberdade. As “definições” que ontem ouvi de “liberdade” deixaram-me na dúvida se viverei num Portugal do ano 2016, ou dos anos 30, 40, 50, 60… Foi um desastre!
O Povo continua confuso. Os jornalistas continuam a servir o regime. O regime continua a enganar o Povo, com uma democracia que ainda não se libertou do atraso de vida do passado, mantendo uma cultura inculta, com a agravante de estarem a vender Portugal ao desbarato.
Quem é verdadeiramente livre nunca deixa de o ser, ainda que agrilhoado.
Por isso, o que ontem se comemorou em Portugal, foi a farsa de um “25 de Abril” ainda por cumprir.
É urgente um verdadeiro “25 de Abril” para que a ditadura desta falsa democracia, que tem um pé preso a um passado que remonta aos tempos da monarquia, seja derrubada, e Portugal possa seguir o caminho da evolução e da verdadeira liberdade, porque liberdade não é fazer tudo o que se quer, nem da parte do Povo, nem principalmente da parte dos governantes, quando estes querem impor ao Povo o que o Povo não quer.
Liberdade é ter consciência de que não se pode fazer tudo o que se quer, quando vivemos numa sociedade em que o todo faz parte de tudo, e que esse tudo é a Vida, no seu significado mais universal.
E isto não foi ainda alcançado pelo "25 de Abril" de 1974.
Isabel A. Ferreira
70.7% dos Estudantes de Coimbra disse NÃO às garraiadas, e o Conselho de Veteranos, depois de uma votação em que apenas 14 elementos pretenderam ser maioria e rasgar o resultado do Referendo, decidiu, afinal, respeitar a decisão da esmagadora maioria dos estudantes.
Não dou os parabéns ao Conselho de Veteranos, porque era seu dever respeitar a decisão tomada democraticamente por 70.7% dos estudantes.
Venceu a racionalidade que catapultou a Academia de Coimbra para os tempos modernos.
Esta imagem, de muito má memória, ficará a perpetuar o tempo em que a Academia de Coimbra esteve mergulhada em trevas medievalescas.
Isabel A. Ferreira
Origem da imagem:
O Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra, depois de promover um Referendo para consultar os estudantes sobre a continuação da garraiada no programa da Queima das Fitas, achou que a vontade expressa por 70.7% de estudantes não é relevante.
14 elementos - que tiveram direito ao seu voto na urna – à porta fechada, acharam por bem usar de uma posição de privilégio na Academia para ignorar o voto expresso de milhares de estudantes cuja vontade prevaleceu no passado dia 13, e dando o dito, pelo não dito, acham que o voto de 14 vale mais do que o voto de 70.7%.
Pois acontece que «no dia 21 de Março, 14 estudantes da Universidade de Coimbra reunidos em Conselho de Veteranos, entenderam legítimo desrespeitar a vontade de milhares de estudantes expressa em referendo, numa atitude autocrática sem precedentes na Academia. A vontade de menos de uma dezena e meia de estudantes supera a vontade de 70,7% dos 5.638 estudantes que votaram, livre e democraticamente.
Com esta atitude inqualificável, o Conselho de Veteranos demonstra a sua inadequação ao papel que deve representar hoje na Academia de que tanto nos orgulhamos de fazer parte.
Hoje não perdemos, fomos alvo de uma investida torpe que importa desmascarar. Nesta causa não se contabilizam as vitórias nem as derrotas, mas uma missão que temos de cumprir».
Se também consideras ultrajante esta atitude sem precedentes, manifesta a tua indignação através do evento:
https://www.facebook.com/events/152127812148771/
14 veteranos decidiram ignorar a vontade de 70,7% de estudantes. Manifesta a tua indignação no mural do Conselho de Veteranos - https://www.facebook.com/cveteranos/
(Queima das Farpas»
***
Nunca imaginei que 14 elementos, entre 70.7% que votou CONTRA a continuidade das trogloditas garraiadas, na Queima das Fitas, considerasse ser MAIORIA, para decidir desdizer o que milhares disseram.
O que andam a fazer na Universidade, ó veteranos? Andam a tirar o Curso de Parvoíce ou quê?
Que matemáticas são as vossas?
Vivem em Democracia ou em Tirania da Minoria?
Sabem o que é um REFERENDO?
Saiam das cavernas e venham para a Luz. Já chega de tanto obscurantismo.
Para prepotente e ditador chega-nos o governo português!
Vocês têm a certeza de que são estudantes universitários?
Estarão matriculados, DE FACTO, na Universidade de Coimbra?
Se estão, tenham vergonha nessa vossa cara e aceitem DEMOCRATICAMENTE o resultado inequívoco do Referendo.
Façam esse favor a vós próprios, se não querem ficar mal na fotografia, e entrar para a História da Academia de Coimbra como aqueles que acham que 14 gatos pingados, é algo mais relevante do que 70.7% de Estudantes de Coimbra.
E não fiquem para aí a dizer que estou a insultar.
Apenas trato isto em conformidade com o acto repugnante por vós protagonizado.
Fonte da notícia:
Isabel A. Ferreira
No Facebook foi criada a página “Coimbra dos Estudantes”, que não é mais do que uma página de falsos estudantes que, em nome dos autênticos estudantes, andam a denegrir o bom nome da Academia de Coimbra.
ABRAM OS OLHOS!
Jamais as garraiadas identificaram ou identificarão a Universidade de Coimbra.
Ao passarmos na auto-estrada A1 lemos num cartaz:
Coimbra, Cidade do Conhecimento
Não enganem os turistas.
Do CONHECIMENTO não faz parte a IGNORÂNCIA que as garraiadas transmitem…
O mês de Maio, o mês das Rosas e do renascer da Natureza, em Portugal, mancha-se com um comportamento imbecil, praticado por quem se diz “estudante do ensino superior” e demonstra instintos dos mais básicos, agravados por uma ignorância atascada, que envergonha os verdadeiros estudantes e a Universidade de Coimbra - a ÚNICA NO MUNDO que apoia a tortura de jovens e inocentes bovinos, que sofrem a dor física e psicológica tal como nós.
Em nenhuma Universidade Europeia e do mundo, os estudantes, que têm o privilégio de entrar para o Ensino Superior, o qual, em princípio, serve para formar intelectualmente os que hão-de fazer EVOLUIR os países, se vêem estas iniciativas, que apenas dizem da inferioridade intelectual dos que nelas participam.
É a nódoa negra do Ensino Superior em Portugal, que em nada dignifica o país, e a classe estudantil.
E o que fazem os Reitores e os Dux Veteranorum, expoentes máximos da Academia, para travarem esta onda de estupidez universitária?
APOIAM ESTA ESTUPIDEZ.
E quem apoia a estupidez como se designará?
E eis o que temos no mês de Maio, o mês das Rosas e do renascer da Natureza:
Um bando de ignorantes, já bem bebidos (o que é outra demonstração da inferioridade intelectual desses interventores), vai para uma arena, onde garraios, ou seja, touros de 2 e 3 anos, são cobardemente torturados psicológica e fisicamente, num jogo parvo, cruel e inútil, para o qual não estão preparados: puxam-lhes o rabo, obrigam-nos a andar à roda, molestando-os sem dó nem piedade. Parvamente.
Por vezes chegam a provocar-lhes a morte, como já aconteceu na arena da Póvoa de Varzim, (a cidade mais carniceira do Norte do País).
Ainda que a “garraiada” seja uma variante “light” da tourada, os tormentos pelos quais passam os pequenos bovinos, ainda inexperientes, provocam-lhes fracturas várias, lesões internas, e ataques de ansiedade, bastante nocivos ao bem-estar deles.
Tudo isto é de uma cobardia e de uma falta de inteligência atroz.
Os “estudantes” que participam nesta estupidez académica deviam ser expulsos do Ensino Superior por não reunirem as faculdades mentais saudáveis requeridas para poderem frequentar tal Ensino, tais como espírito crítico, lucidez, consciência e posições esclarecidas, condizentes com o desenvolvimento científico e a evolução das mentalidades, para uma formação superior e capaz de fazer EVOLUIR um país.
É por estas e por outras que temos o País que temos: um pequeno paraíso terrestre cheio de gente inculta nos lugares-chave da governação.
Concluindo: se as garraiadas ainda persistem por ignorância dos “estudantes” que as incluem nos seus programas “académicos”, aqui deixamos este registo, para que saiam dessa ignorância e possam EVOLUIR.
Se persistirem na ignorância, melhor será desistirem de querer ser “doutores” porque simplesmente nunca passarão de parvos.
Nota marginal:
E para os que criticam a minha linguagem, aqui deixo uma nota marginal: eu não estou a dissertar sobre POESIA.
Estou a discorrer sobre GARRAIADAS, uma prática parva, cruel e inútil, por isso, as palavras têm de ser adequadas às circunstâncias.
Isabel A. Ferreira
Tanta informação à disposição e ainda andam com isto?
Ainda não aprenderam que as garraiadas são uma actividade cruel e medievalesca?
Coimbra dos Estudantes, dirijo-me a vós como estudante de Coimbra (não digo ex, porque quem foi estudante na Universidade de Coimbra jamais o deixará de ser), para vos dizer do vosso atraso mental (***) e civilizacional.
A verdadeira IDENTIDADE de uma Universidade não está num costume medievalesco, troglodita, parolo, bronco, grosseiro, assente na mais monumental ignorância e estupidez.
As garraiadas não são actividades dignas de estudantes universitários, mas de broncos.
A verdadeira IDENTIDADE de uma Universidade está no Saber e na Cultura Culta que a classe estudantil possa irradiar.
Ponham os olhos na Universidade do Porto, que já foi troglodita, mas recuperou a sua verdadeira Identidade e, acima de tudo, a sua DIGNIDADE.
Só esta coisa de referendar a tortura de jovens bovinos, para divertir um grupelho de idiotas, que desconhece o valor da Vida, da Dignidade, da Identidade, da Cultura Culta já demonstra um atraso mental considerável.
Mas ainda vão a tempo de evoluir.
Mostrem ser HOMENS e não uns cobardolas, que atormentam um ser vivo ainda bebé e indefeso, retirado do seu habitat natural, apenas para que um bando de alcoolizados se masturbem, mostrando toda a sua invirilidade e mentalidade medievalesca.
(***) Um atrasado mental é aquele que não evoluiu mentalmente, e nada tem a ver com “deficiente mental”, que é muito mais evoluído do que o atrasado mental.
Isabel A. Ferreira
Porque as touradas indignam e indispõem os seres realmente humanos, desprestigiam Portugal e é coisa de psicopatas e sádicos, está mais do que na hora de nos livrarmos desta praga.
Eis um magnífico texto, publicado pelo Blogue Sermões aos Peixes, que deve ser lido e reflectido pelos governantes portugueses, os maiores culpados da miséria cultural que a brutalidade das touradas espalha pelo país.
Até os touros têm mais empatia que muitas pessoas
«Continuando o tema das arenas, volto a repetir, deviam ser usadas estritamente para pessoas, nenhum animal deveria poder entrar ali.
Não é um tanto hipócrita mudar a lei para que as pessoas respeitem os animais, porque afinal até já sabemos que eles são seres sencientes como nós, mas não se aplica essa mesma lei aos outros animais!?! Os touros não são animais? Não são sencientes? Não sofrem nas touradas nem nas garraiadas?!? Os membros do governo estão em desacordo? Ou têm medo dos fanáticos das touradas? Ou será que lhes dá uma receita assim tão boa para baixar o défice?
Sejam quais forem as razões só posso dizer uma coisa, Portugal faz má figura à vista dos europeus, em todos os países onde estive, as pessoas abominam esse tipo de actividade bárbara e consideram os portugueses atrasados por ainda fazerem touradas.
Seremos então afinal um País evoluído culturalmente ou não? Nem os Descobrimentos Portugueses nos safam de ficar bem vistos quando se fala em arenas portuguesas e touros a serem espetados com grande algazarra festiva.
É incrível como pode haver ainda gente tão atrasada (no tempo, já que as arenas datam de há milhares de anos), insensível, ignorante, egoísta, faltam-me os adjectivos certos de tanto desprezo que sinto...
Nem cultura, nem arte, nem tradição…. Apenas ignorância, estupidez e costume bárbaro, do tempo das trevas…. Evoluam, ó académicos… Desonram a Academia de Coimbra na vossa qualidade de estultos…
E esses forcados betinhos queques académicos que gostam de pontapear e socar touros, não têm brinquedos que chegue nas suas casinhas com piscina? Não têm dinheiro para um saco de boxe? Ou então porque não se esmurram uns aos outros? São tão inteligentes, até estão a estudar na Universidade de Coimbra, não é que se diz? Quem vai para lá é só gente altamente inteligente! Dizem os velhotes coitados. Pois mas afinal não, quem vai para lá é muito menino mimado também, sem valores, sem moral, sem um pingo de empatia e sensibilidade e alguns deles que estudam para médicos e advogados vão um dia parar a uma cadeira no governo ou numa clínica de veterinários... Não está certo!
É óbvio que não quero ofender quem estuda em Coimbra, até há lá muito boa gente como em todo o país, apenas me refiro aos ACADÉMICOS FORCADOS que participam em touradas e garraiadas, esses sim, ofendo. Até porque nós, seres Humanos, que somos "anti-sofrimento" dos animais, PORQUE ELES NÃO SÃO BRINQUEDOS, também somos ofendidos por esses fanáticos. Como por exemplo este sr. comentador da RTP, sem ética profissional, que decidiu dar o seu parecer com um insulto:
Talvez por isso a tourada tenha passado na TVI, ontem, e não na RTP, não sei as razões, só sei que ainda pensei que ninguém a iria transmitir e quando calho de fazer zapping e vejo um sr chamado Camané a cantar no meio duma arena fui aos arames! Ainda deixei ficar um minuto no canal, só para ver a cara das pessoas lá sentadas, só para tentar perceber que tipo de pessoas são essas que se satisfazem com o sofrimento ensanguentado dos touros, que não se preocupam com os pobres cavalos, que não sentem qualquer empatia, mas ao olhar aquela gente toda eu percebi que não há tipos de pessoas porque todo o tipo de pessoa estava ali sentado, de todas as idades, de todas as classes sociais, jovens que eu acharia que seriam um futuro melhor, o futuro com o conhecimento que os nossos pais e avós não tinham, mas afinal, há jovens mais ignorantes que muitos dos nossos avós.
Jovens que estudam para serem alguém, que talvez um dia em miúdos disseram que tornariam o Mundo melhor e, no entanto, saem da sala de aula da universidade com o seu traje preto e vão bater em animais indefesos, divertindo-se com isso.
A garraiada pode não parecer terrível como a tourada mas eles amarram e cobrem os cornos dos touros, usam fêmeas com um ano de idade que ainda nem estão formadas fisicamente, que ficam aterrorizadas com isto, que são soqueadas e podem ficar cegas, ter um ataque cardíaco ou morrer. No ano passo uma morreu quando lhe partiram o pescoço nesta "BRINCADEIRA INOFENSIVA" como lhe chamam.
E as Misericórdias e as IPSS, acham digno torturar touros? Acham moral financiarem as vossas obras sociais e humanitárias às custas do sofrimento de um ser inocente??
QUANDO É QUE O NOSSO GOVERNO VAI AGIR SEM MEDO? QUANDO É QUE VAI MOSTRAR COERÊNCIA NOS SEUS ACTOS, E JUSTIÇA NAS SUAS PALAVRAS?
AS TOURADAS, AS GARRAIADAS, TÊM QUE ACABAR, DE VEZ!!
Agora em Viana do Castelo queriam "plantar" uma ARENA AMOVÍVEL lá ao pé da Santa Luzia! EU NEM SABIA QUE EXISTIA TAL COISA!!!! ARENAS AMOVÍVEIS... SÓ NESTE PAÍS MESMO...
Mas felizmente a juíza do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga indeferiu o pedido devido ao perigo de incêndio naquela zona florestal, e não vai haver tourada para ninguém nas Festas, que ironicamente se chamam Festas da Nossa Senhora da Agonia! Pelo menos não serão os touros a agonizar mas sim esses senhores que se apelidam de "Vianenses pela Liberdade".
Onde há sofrimento não há liberdade!
Evoluam, respeitem os outros seres! Deixem o País evoluir!
(…)
Fonte: http://sermoesaospeixes.blogspot.pt/2017/08/fanaticos-da-era-romana.html?m=1
A cobardia de um grupo de marmanjos contra um indefeso bovino bebé…
Queremos que a Queima das Fitas de Coimbra deixe de estar manchada pelo divertimento à custa de sofrimento e exploração animal.
É MUITO IMPORTANTE mostrar que na academia, na sociedade coimbrã e na sociedade portuguesa em geral, a esmagadora maioria não concorda com a inclusão da garraiada na Queima das Fitas, e por isso apelamos que enviem uma mensagem às entidades responsáveis.
Vamos dar voz a quem não a tem!
Destinatários:
geral@academica.pt;
cveteranos@gmail.com; geral@queimadasfitascoimbra.pt; gbreitor@uc.pt
***
Mensagem (adaptada da original):
A garraiada é uma actividade cruel e violenta que maltrata física e psicologicamente bovinos ainda bebés. Não há razão alguma para a incluir numa festa de estudantes, que se dizem do Ensino Superior.
Que superioridade haverá na cobardia de atacarem um indefeso bovino bebé?
Consideramos que a capacidade de ver um mundo novo e a coragem de lutar por ele é a verdadeira tradição Coimbrã, que não podemos deixar morrer e por isso aqui estamos a pedir que se acabe com a garraiada, onde se maltrata bezerrinhos bebés, uma prática que envergonha a Universidade e a cidade de Coimbra.
Pedimos aos organizadores da Queima das Fitas de Coimbra que em nome da Evolução, da Civilização e da Cultura Culta, cresçam como universitários, que devem prezar-se de o ser.
Em nenhuma outra academia, os estudantes baixam de nível, ao ponto de se divertirem à moda dos broncos.
É da Ética, do Bom Senso e da Racionalidade que as entidades relacionadas com a denominada “Cidade do Conhecimento” (não é assim que a apresentam ao mundo?) e com a própria Universidade de Coimbra, tomem uma posição pública contra esta prática cobarde que desprestigia toda a Humanidade.
Isabel A. Ferreira
Ontem pretendeu-se comemorar o “Dia da Liberdade”. Os repórteres televisivos insistiram nesta tónica, como se o “25 de Abril” tivesse sido planeado para dar ao povo português a liberdade de fazer o que quer.
Ontem, ouvi um repórter perguntar a um menino: «O que é para ti a liberdade?» Como a criança hesitou, o repórter apressou-se a “ajudá-lo” a pensar e disse: «É fazer tudo o que tu queres…?». E a criança anuiu.
Pois nada mais pernicioso para se dizer a alguém que ainda é um menino.
Porque ter liberdade não é o povo poder fazer tudo o que quer, nem os governantes pós-25 de Abril poderem agir como se fossem ditadores disfarçados de democratas.
Liberdade é ter consciência de que não se pode fazer tudo o que se quer, quando vivemos numa sociedade em que o todo faz parte de tudo, e que esse tudo é a Vida, no seu significado mais universal.
E isto não foi ainda alcançado pelo 25 de Abril de 1974.
O “25 de Abril” foi planeado para derrubar um regime ditatorial, imposto por António Oliveira Salazar, o qual se arrastou por quase 50 anos e, durante o qual, milhares de pessoas foram perseguidas, encarceradas e assassinadas.
No regime ditatorial, quem mais ordenava era o ditador que, ao menor gesto de desobediência civil ou ousadia de se falar contra o sistema, enviava os cidadãos, à força da violência, para o Tarrafal, um campo de concentração engendrado para “ acolher” os que tinham a consciência de que não se pode fazer tudo o que se quer, ou seja, os cidadãos verdadeiramente livres, aqueles que, mesmo agrilhoados, eram livres, porque a verdadeira liberdade é a da consciência.
Regressada do Brasil em 1968, para continuar o meu curso na Universidade de Coimbra, encontrava-me nessa cidade no 17 de Abril de 1969, quando o então Presidente da República, Américo Thomaz, ali se deslocou para a inauguração do novo edifício das Matemáticas.
Para honrar a palavra dada aos estudantes, Alberto Martins, o então presidente da Associação Académica de Coimbra, hoje deputado da Nação, pelo PS, pediu a palavra para falar em nome da Academia.
Para Américo Thomaz, esta “ousadia” constituiu um insulto, e Alberto Martins foi detido nessa mesma noite, o que desencadeou uma crise académica de grandes proporções.
Todos nós, que participámos no que então se seguiu, éramos jovens e livres, e amávamos a nossa liberdade de ser, de estar e, sobretudo, de pensar, e os grilhões da ditadura não conseguiram nunca cortar a raiz ao nosso pensamento, porque como cantou Manuel Freire (que curiosamente nasceu no dia 25 de Abril de 1942, e é meu primo, ainda que em terceiro grau), no seu canto de intervenção “Livre”: «Não há machado que corte a raiz ao pensamento… porque é livre como o vento… porque é livre…»
E é esta a verdadeira liberdade.
Durante os poucos anos em que vivi a ditadura de Salazar eu era tão livre como sou hoje.
O “25 de Abril” não me restituiu a liberdade (que eu sempre tive).
O “25 de Abril” livrou-me da censura da ditadura, podendo agora escrever nas linhas o que então escrevia nas entrelinhas.
Das cartas que escrevia ao meu Pai, que se encontrava no Brasil, e a quem eu devia justificar o facto de me recusar a fazer exames, enquanto ele, lá, se “sacrificava”, para me manter a estudar em Coimbra, apenas a primeira carta foi interceptada pela PIDE, porque nunca imaginei que pudessem violar correspondência privada. Cheguei a ser “visada” pela PIDE, que “desculpou” a minha liberdade de dizer ao meu Pai o que estava a passar-se em Coimbra, por eu ter vindo de um país estrangeiro e nada saber das “regras” do meu País.
Só ouve uma coisa a fazer: Passei a escrever nas entrelinhas tudo o que se passava em Coimbra, não só para o meu Pai, como para os outros jovens que lutavam contra o Regime, e que esperavam por notícias fora de Coimbra.
E as minhas cartas seguiram, com toda a informação do que estava a passar-se numa Coimbra “fechada” para o mundo.
Durante todo esse período eu mantive a minha liberdade intacta.
Até quando, no ano lectivo de 1973/74, ainda como Bacharel, fui dar aulas na Escola Secundária Frei João de Vila do Conde, e recusei-me a dar uma lição de História, que falava dos grandes feitos de Salazar.
Disse aos alunos que aquilo era mentira e não era para se estudar. Dei-lhes a versão dos factos históricos reais, até porque os vivi, e risquei com um X as páginas dessa matéria, uns quinze dias antes de acontecer o “25 de Abril”.
Um dos meus alunos era filho de um agente da PIDE. Mas ainda assim atrevi-me a não distorcer a História. Eu era uma Professora LIVRE, não um pau-mandado da ditadura.
Por isso, quando ontem ouvi, a torto e a direito, nas televisões, dizerem que se comemorava o “dia da liberdade”, pensei cá comigo: isto não é nada pedagógico.
Não se deve passar às crianças e a um Povo, ainda pouco esclarecido, esta falsa ideia de liberdade. As “definições” que ontem ouvi de “liberdade” deixaram-me na dúvida se viverei num Portugal do ano 2016, ou dos anos 30, 40, 50, 60… Foi um desastre!
O Povo continua confuso. Os jornalistas continuam a servir o regime. O regime continua a enganar o Povo, com uma democracia que ainda não se libertou do atraso de vida do passado, mantendo uma cultura inculta, com a agravante de estarem a vender Portugal ao desbarato.
Quem é verdadeiramente livre nunca deixa de o ser, ainda que agrilhoado.
Por isso, o que ontem se comemorou em Portugal, foi a farsa de um “25 de Abril” ainda por cumprir.
É urgente um verdadeiro “25 de Abril” para que a ditadura desta falsa democracia, que tem um pé preso a um passado que remonta aos tempos da monarquia, seja derrubada, e Portugal possa seguir o caminho da evolução e da verdadeira liberdade, porque liberdade não é fazer tudo o que se quer.
Liberdade, repito, é ter consciência de que não se pode fazer tudo o que se quer, quando vivemos numa sociedade em que o todo faz parte de tudo, e que esse tudo é a Vida, no seu significado mais universal.
E isto não foi ainda alcançado pelo "25 de Abril" de 1974.
Isabel A. Ferreira