Isto não é uma vergonha para Portugal?
É.
Mas só se envergonham os que amam Portugal, e os que se preocupam em proteger a fauna, que os governantes portugueses tanto desprezam, porque interesses financeiros tilintam acima do pulsar da Vida das aves que ali têm o seu habitat.
Senhores governantes: não me venham falar que têm medidas de protecção do meio ambiente, porque estarão a MENTIR!
«Abaixo-assinado explica que temem que ave-símbolo da Holanda seja afectada pelos aviões depois de sair de África e criticam aeroporto numa zona protegida pela União Europeia.
A associação para a defesa das aves da Holanda, em parceria com a Organização Não Governamental BirdLife Europe, está a promover uma petição contra o novo aeroporto no Montijo. O texto altamente crítico para o projecto já reuniu 26 mil assinaturas.
O abaixo-assinado, promovido pela Vogelbescherming Nederland, tem por título “Maçarico Sim! Aeroporto Não!” e tem como objectivo proteger as centenas de milhares de aves do estuário do rio Tejo e em particular uma espécie: o maçarico-de-bico-direito (Limosa limosa).
À TSF, o porta-voz da associação explica que o maçarico-de-bico-direito é a ave nacional da Holanda, país por onde passam, uma vez por ano, cerca de 85% dos animais desta espécie.
“O maçarico-de-bico-direito passa o Inverno na África Ocidental, perto da Serra Leoa e Guiné, e vem até à Holanda reproduzir-se, passando por Portugal e por Espanha, parando, para ‘se reabastecer’, digamos assim, perto de Lisboa, nos campos de arroz”, detalha Thijs den Otter.
Thijs den Otter acrescenta que a área perto de Lisboa é crucial e se há um problema a meio caminho entre África e a Holanda é grande o risco de consequências graves para o maçarico.
A viagem “tão cansativa para um pássaro tão pequeno” pode ser prejudicada fazendo com que as aves cheguem à Holanda numa fase em que não encontram comida.
“Chocados com aeroporto”
Os defensores das aves na Holanda ficaram “chocados” quando souberam que existia o plano para construir o aeroporto no Montijo, um projecto que afectará, acreditam, não apenas os maçaricos como as centenas de milhares de outras aves que passam pela zona.
Sobre o maçarico-de-bico-direito a associação sublinha que “o aeroporto vai perturbá-los, afugentando-os, podendo significar o fim de uma espécie que já está ameaçada”: “O estuário do Tejo é essencial para esta ave migrar da África para a Holanda e estes campos de arroz são vitais para a sua sobrevivência”.
Zona protegida
Admitindo-se “estupefacta”, a associação que defende as aves não percebe como é que o Governo português planeia uma obra destas numa zona que faz parte da Rede Natura 2000, ou seja, uma rede de áreas designadas para conservar os habitats e as espécies selvagens raras, ameaçadas ou vulneráveis na União Europeia, falando-se mesmo num eventual “desastre ecológico”.
Os cientistas estimam que entre Janeiro e Fevereiro o Estuário do Tejo seja usado como abrigo e fonte de alimento por cerca de 50 mil maçaricos-de-bico-direito.
Uma das críticas feitas durante a participação pública sobre o Estudo de Impacto Ambiental do novo aeroporto sublinha que “podem existir conflitos nas aproximações pelo cone norte e descolagens para norte, face à existência de várias concentrações de aves acima dos 10 mil indivíduos na trajectória de voo das aeronaves, apenas a 2000 pés de altitude”. “A maioria dessas aves”, salienta-se, “são maçaricos-de-bico-direito que voam frequentemente a alturas muito superiores a 2000 pés”.
Holandeses contra aeroporto do Montijo: 26 mil já assinaram petição
Fontes:
Porque achei brilhante este naco de prosa…
Parabéns Bruno Nogueira.
(PARA MEMÓRIA FUTURA)
Ribeiro e Castro, Carlos Zorrinho e João Miguel Tavares, assistindo a uma corrida no Campo Pequeno, este verão.
Ribeiro e Castro, do CDS (à esquerda), Carlos Zorrinho, líder parlamentar do PS (ao centro) e João Miguel Tavares, jornalista, sub-director da revista Time Out e membro do Governo Sombra, da TSF e da TVI 24 (à direita) aficionados aos touros.
Com gente assim, como pode Portugal evoluir?
Quando a tourada for a péssima recordação de um passado obscuro, esta gente estará lá...
Com imagens também se faz HISTÓRIA.
05 /6 / 2012
Apostar na tauromaquia é apostar na CULTURA e no EMPREGO!
Está tudo aqui (para memória futura):
http://www.tsf.pt/Programas/programa.aspx?content_id=903681&audio_id=2583636
«CAPOTAZO
Grande Crónica do Jornalista da TSF Fernando Alves que fala de como apostar na tauromaquia é apostar na cultura e no emprego!
Por esta imagem podemos ver a “CULTURA” de que fala o jornalista...
Grande emprego, a tortura de Touros!
«O município de Guijo de Galisteo, na província espanhola de Cáceres, realizou ontem um referendo sobre o destino a dar a uma verba de 15 mil euros. Os eleitores das três povoações do município (Guijo, El Batán e Valrio) eram chamados a decidir se essa verba iria subsidiar três corridas de touros este Verão ou deveria antes ser aplicado na contratação de trabalhadores eventuais. O desemprego está a atingir valores impressionantes em Espanha e é preciso enfrentar o problema de qualquer maneira, pelos cornos ou de cernelha.
Mas só os eleitores de Guijo deram primazia ao emprego. Os de Batán e Valrio decidiram que o dinheiro deveria servir para apoiar as touradas. No conjunto do município, o resultado do referendo foi claro: 242 votos pelos touros, 181 pelo emprego. Um portal electrónico espanhol titulava com ironia: “Los toros dan capotazo al empleo”. A notícia confirma a tese de Llorca de que “o toureio é a maior riqueza poética e vital de Espanha”.
Faz agora dois anos, quando o parlamento regional da Catalunha aprovou a proibição das touradas, Placido Domingo terminou a actuação no Teatro Real de Madrid ensaiando com uma capa vermelha uma série de capotazos em pleno palco. O público aplaudiu o tenor durante meia hora, aos gritos de “torero! torero!”.
Este fim-de-semana Plácido Domingo esteve em Lisboa na qualidade de presidente da organização Europa Nostra. Nos claustros dos Jerónimos, diante de mil convidados, ele sublinhou a IMPORTÂNCIA DA CULTURA NA CRIAÇÃO DE EMPREGO E NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. E referiu-se ao património que “é sacrificado por pequenos ganhos económicos e políticos”.
Não há dúvidas quanto ao modo como teria votado Placido Domingo se tivesse participado no referendo de Guijo de Galisteo. DEFENSOR DAS TOURADAS E DA CRIAÇÃO DE EMPREGO ele teria votado no sentido da maioria. Mesmo se aparentemente esse voto coloca o senso comum no lugar do touro que vai ser lidado, no sentido em que o grande toureiro Domingo Ortega explicava a lide: “Tourear”, dizia Ortega, ” é levar o touro aonde ele não quer ir”.”
BRAVO!!»
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A ignorância anda por aí... Quem a encontrar tem o dever de denunciá-la!
Isabel A. Ferreira