Quarta-feira, 17 de Fevereiro de 2021

O regresso às trevas

 

TREVAS.jpg

 

Hoje preciso de esquecer o meu cantinho. Sim, sei que ele é muito importante para mim, mas o que no meu País e noutras partes do mundo vem acontecendo obriga-me a deixar o meu pequeno paraíso.

 

Hoje apetece-me voar com as “asas” que tenho o privilégio de possuir, e que me conduzem aonde quer que eu queira ir.

Hoje estarei nos lugares onde ainda se luta por direitos, porque os homens nada aprenderam com as lições da História; estarei com aqueles que ainda precisam de fazer manifestações contra a possibilidade do retorno da “noite de cristal” – uma das grandes vergonhas da Humanidade –  ou para reivindicar direitos que já deveriam, há muito, estar sólidos.

 

Hoje abominarei aqueles cuja existência é um insulto à harmonia cósmica e à vivência dos seres pacíficos.

 

Hoje, nenhum de nós, que nos dizemos humanos, pode ficar indiferente à xenofobia e racismo que pelo mundo grassa; ao reacender de fogueiras nazistas; às atrocidades cometidas nos países onde vigoram ditaduras; à destruição abominável de florestas, de animais, humanos, desumanos e não-humanos, em suma, da Vida; ao racismo ignóbil de gente contra gente; às injustiças que, em nome de uma ignorância disfarçada de poder, são cometidas contra inocentes.

 

Não podemos ignorar os crimes que ficam por punir, apenas porque interesses mais altos se levantam, abrindo caminho à corrupção.

 

A fome grassa em algumas partes do mundo, mas também ainda em Portugal, apenas porque noutros lugares o esbanjamento é criminoso.

 

Hoje, gostaria que este meu grito de revolta contra aqueles que não sabem ser HOMENS, e também contra aqueles outros que não sabem distinguir o trigo do joio humano, fosse ouvido até nas profundezas dos infernos, para que os demónios soubessem que, à face deste nosso Planeta, há, pelo menos, uma voz a dizer NÃO a esta humanidade vazia de sentimentos e valores humanos.

 

Há quem aplauda, quem se curve e faça vénias. Há (por incrível que pareça) quem vote a favor de neonazistas, de xenófobos, de ditadores. Há quem os siga. Há quem dê razão às suas ideias criminosas.

 

Ninguém é superior a ninguém, a não ser, através das suas atitudes humanas.

 

Friedrich Nietzsche foi um filósofo alemão que viveu de 1844 a 1900, e, como todos os homens livres, ele teve a liberdade de pensar e de filosofar, e de expor a sua moral baseada numa cultura da energia vital e na vontade de poder que eleva o homem até à categoria de “super-homem”.

 

Este seu pensamento, porém, serviu de base à doutrina político-social de carácter totalitário e imperialista, baseada na ideia da “raça superior”, por aquele filósofo exposta, e cujos princípios foram adoptados pelo Partido Nacional Socialista, fundado por Hitler (o alucinado), na Alemanha.

 

E nós bem sabemos no que tudo isso deu. Não foi assim há tantos anos, para já se ter esquecido os crimes atrozes cometidos contra a Humanidade, apenas porque um homem sem cérebro assim o quis, e os seus seguidores aplaudiram.

Há gente, contudo, com a memória curta, e visão ainda mais curta, e inteligência muito mais curta ainda, e essa gente nada sabe, de nada se lembra, tão-pouco nada pensa. Por isso aplaude os criminosos; por isso segue os novos hitlers; por isso, tal como autênticos autómatos, tal como meros desenhos animados, essas pessoas bajulam aqueles que não passam, eles próprios, de criaturas inconscientes, dos cancros malignos das sociedades humanas.

 

Todos os dias os vemos na Televisão.

 

Bettrand Russell, um matemático, filósofo e sociólogo britânico, enérgico adversário do uso das armas nucleares, no prefácio do livro «Por que Não Sou Cristão» (tema de uma conferência que ele pronunciou em 1927, em Battersea) tentando explicar a sua hostilidade à ortodoxia religiosa e a sua descrença quanto à existência de Deus, escreveu: «Além do aspecto lógico, há para mim algo mais estranho na escala de valores daqueles que crêem que uma divindade omnipotente, omnisciente e benfazeja, depois de ter preparado o mundo durante milhões de anos, a partir das nebulosas privadas de qualquer vida, se considere completamente recompensada com a aparição final de um Hitler, de um Estaline, e da Bomba H».

 

Creio que Deus não tem nada a ver com as atitudes dos homens. Deus deixou-nos um paraíso, deu inteligência ao homem e brindou-o com o livre-arbítrio, e o que é que os homens fizeram desse paraíso, dessa inteligência, desse livre-arbítrio?

 

Cada vez mais me convenço de que o mal da Humanidade está na ignorância, e na estupidez que ela gera; está na falta de sensibilidade, na falta de bom senso, na falta de cultura, dos indivíduos que ocupam cargos de responsabilidade, tendo de dirigir o destino de tantos outros homens, a maioria deles mergulhada também numa involuntária ignorância, uns, e numa ignorância optativa, outros.  

 

Hoje precisei de esquecer este meu cantinho, porque a minha revolta contra as barbaridades que andam a acontecer no meu País e no mundo, na época em que vivemos, é enorme.

 

Os novos hitlers andam por aí e são aplaudidos, são acolhidos como heróis, são reverenciados.

 

Como posso ficar indiferente a uma humanidade que está a regressar às trevas, em pleno século XXI d. C., quando tudo indicava que todos os homens (e não só alguns) poderiam ser, de facto, seres superiores, em relação a um verme, que nada mais pode fazer do que rastejar, e sendo verme, o que faz, faz muito bem…

 

Hoje, a minha desilusão é imensa!...

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:27

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Quinta-feira, 24 de Maio de 2018

ENTRE O CAOS, A QUIETUDE...

 

Copyright © Isabel A. Ferreira 2008
 
 
 
 
           
Aguardo com ansiedade a visita do ser exótico, o meu misterioso amigo. Prometeu-me vir hoje, logo que no antiquíssimo relógio da torre da Igreja do Senhor do Bom-Fim soe a primeira das 27 badaladas de um tempo que só nós sabemos. Contudo, inesperadamente, o relógio veio instalar-se entre a folhagem do velho embondeiro que vejo agora flutuar no meu jardim, como uma nuvem.
 
Não é tarde, nem será cedo, talvez! Não sei exactamente da hora. Ouço apenas os estranhos uivos das pedras, aqueles de que enigmaticamente me falara o ser exótico, da última vez que me visitou. Lá nas alturas vejo a lua rasgar os seus véus prateados e despudoradamente desnudar-se diante do mundo, enquanto as estrelas se lançam no espaço, numa atitude aparentemente suicida. Terão o propósito de assustar os anjos? As trevas afundam-se agora nas nuvens, e eu confundo-me com toda esta grotesca cena apocalíptica.
 
Os uivos das pedras tornam-se cada vez mais lancinantes. O Sol, que a esta hora costuma iluminar o outro lado do mundo, completamente endoidecido, acaba de despedaçar todos os seus raios e deixa-se afundar no Pacífico, queimando as águas deste oceano, que se torna da cor do sangue.
 
E o meu amigo que não vem...!
 
Mas ainda não é tarde. Nem será cedo, talvez! Continuo a não saber da hora. Ouço passos. Dlão! A primeira badalada. É ele que chega. A janela! Esqueci-me de abrir a janela.
 
— Que aconteceu à porta da sua casa?
 
— Não sei, meu amigo. Simplesmente sumiu. Enquanto eu olhava a Lua rasgando os seus véus prateados, a porta saiu numa desenfreada correria. Pareceu-me ouvi-la dizer qualquer coisa como abrirei a minha mente e não mais a encerrarei...
 
— O que me diz?!
        
— Exactamente o que acabou de ouvir, meu amigo.
        
Na verdade, esta era a chave que abriria a porta do caos. Disse-me o ser exótico. Estava tudo escrito naqueles farrapos que encontrara pendurados nos fios de ovos que as velhas galinhas do galinheiro de ninguém expeliram para dentro de um lindíssimo cálice de ouro.
 
O meu amigo não tinha qualquer dúvida.
 
— Um australopiteco nunca se engana – disse – Um australopiteco escreve sempre torto por linhas direitas e ziguezagueando segue o rasto dos cometas que o levam a lugar nenhum. Mas ele não se importa. Afinal, ele é um australopiteco. Nasceu das asas de uma vespa e alimenta-se de estrelas cadentes. É um governante, e os governantes governam sentados, para não se cansarem demasiado, enquanto o povo dorme tranquilamente o sono dos injustos, pois que injustiça maior senão aquela que exorta os governantes a governarem?
 
O ser exótico vai-me dizendo tudo isto, enquanto que, com algum esforço, entra pela janela, uma vez que a porta da minha casa decidiu simplesmente abandonar-me, para que o caos se instalasse no universo. É isto, meu amigo, é isto que devo deduzir das suas palavras?
        
O ser exótico não me respondeu imediatamente, porque, entretanto, o Sol que havia despedaçado todos os seus raios, parece arrependido, e, através da nesga de mar que se vislumbra da minha janela, podemos vê-lo juntando, desesperadamente, os estilhaços do seu ser, espalhados pelas águas avermelhadas.
 
— Observe bem, minha amiga, jamais terá outra visão igual. O Sol reconstrói-se no mar, e a Lua, repare bem, a Lua, envergonhada da sua nudez diante do mundo, pede ajuda aos bichos-da-seda para que refaçam os seus véus prateados. E as estrelas, que apenas fingiram um suicídio colectivo, voltam aos seus lugares. E mais, o relógio que se instalou entre a folhagem do velho embondeiro que, repare, já não flutua no seu jardim, voltou à antiquíssima torre da Igreja do Senhor do Bom-Fim. E a porta da sua casa, veja como tenta encaixar-se novamente nesta parede! Mas foi preciso que as galinhas expelissem aqueles fios de ovos no lindíssimo cálice de ouro, para que o caos se instalasse.
 
Eis a resposta que, ansiosamente, eu esperava! Afinal, não fora a minha porta a causadora de toda esta anarquia, embora ela tivesse proferido a frase-chave que daria início ao caos: «Abrirei a minha mente e não mais a encerrarei...». Agora sabia, foram os vómitos das velhas galinhas do galinheiro de ninguém, que desencadearam todo este desequilíbrio da Natureza.
 
— Não se esqueça, minha amiga, é preciso que os australopitecos se alimentem de estrelas cadentes para que o mundo volte ao seu normal. Por isso os luzeiros do céu apenas fingiram suicidar-se.
 
— Então, e o Sol e a Lua fingiram também? – Pergunto, um tanto incomodada com a minha ignorância.
 
— Não, esses entraram apenas em colapso. Temporariamente, como pôde observar. São eles os baluartes do tempo. A seu cargo têm os dias e as noites. Porém, mal ouviram os uivos das pedras (o sinal de Deus para que entrassem em autodestruição) nada mais fizeram do que obedecer ao Criador.
 
Neste momento já não ouvimos os uivos das pedras. Os sons agora são outros. É o vento que passa, sem pressa, serenamente...
 
— Minha amiga, aproveito esta acalmia para a deixar. Voltarei outro dia. Mas antes de partir quero que atente no que vou dizer-lhe: os australopitecos alimentam-se de estrelas cadentes e o caos humano, em linguagem eterna, escreve-se k ooooos...
 
Que tarde esta! Sinto que algo escapou aos meus sentidos. Fui protagonista de um estranho fenómeno, e o meu amigo partiu sem me explicar o que realmente se passou. Não endoideci, com certeza. Visionaria, na verdade, o k ooooos descrito naqueles farrapos pendurados nos fios de ovos que as velhas galinhas do galinheiro de ninguém verteram no cálice de ouro?...

Isabel A. Ferreira

 
publicado por Isabel A. Ferreira às 16:05

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Terça-feira, 13 de Junho de 2017

ANGRA DO HEROÍSMO (AÇORES) CADA VEZ MAIS PRIMITIVA E MERGULHADA EM TREVAS MEDIEVALESCAS

 

Há povos assim: em vez de optarem pelo conhecimento, e evoluírem, preferem continuar na ignorância e enfiados em tocas sombrias e a cheirar à mofo.

 

Em Angra do Heroísmo o povo continua a comemorar o São João, santo católico, com uma bacoca afición, que se estende às crianças que, naquela terra, onde sopram ares bafientos, não merecem a protecção de quem de direito, ficando à mercê da violência e da crueldade intrínsecas às touradas à corda e de praça.

 

É uma coisa que faz parte de uma sociedade a que chamam  "democrática e plural”.

 

Tudo isto abençoado pela igreja católica e por governantes que devem milhares de euros ao bom senso.

 

Angra do Heroísmo é, pois, um lugar à margem, ostracizado pelo turismo culto.

 

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publicado por Isabel A. Ferreira às 12:01

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Segunda-feira, 20 de Março de 2017

«De súbito, as trevas dissipam-se, e eu sou Árvore…»

 

(Para celebrar a Primavera, a Árvore, o Bosque, a Natureza)

 

… sou folha, sou erva, sou vento. Sou gota de orvalho suspensa na flor. Sou sombra, sou luz, sou nuvem que passa. Sou ave que voa até às estrelas e entre elas vagueio ao ritmo dos sons do amanhecer…

 

BOSQUE.png

 

(…)

Entretanto, o caminho convergiu para um bosque que, à distância, parecia inacessível. As vozes, que se ouviam, sussurrantes, calaram-se e deram lugar à melodia das árvores. Ouvi, então, o uivo do vento, frágil e lento, enquanto os cedros, ciprestes, pinheiros, sicómoros, castanheiros, álamos, tílias, acácias, carvalhos, sequóias, salgueiros, e muitas mais espécies de árvores erguiam os seus ramos, no que parecia uma inocente súplica aos céus. E o entrançado de troncos e raízes muito antigas diziam da longevidade das árvores.

 

Uma luz coada rompia a folhagem, que moldava um rendilhado verde num fundo azul, já liberto da nuvem transparente que o cingia. E, por momentos, pareceu-me sentir os aromas acres do Outono, quando deambulava pelo meu pequeno bosque. Subitamente, apoderou-se de mim uma inquietude, um deslumbramento, um espanto diante de asas que, à nossa passagem, se levantavam dos ramos, e de olhos atentos que, por entre eles, espreitavam. Encontrava-me, sem dúvida, numa floresta intacta, como se tivesse sido acabada de criar, indomável, livre, imaculada, jamais tocada sequer pela sombra do homem, apesar dos velhos troncos e fortes raízes somarem séculos de existência, entre as humildes plantas silvestres que cresciam ao seu redor.

 

Parecia-me, aquele, o princípio do mundo, onde a vida propriamente dita começara, ou seria um ponto de chegada, o lugar para onde todos os caminhos convergiam? O arvoredo estendia a sua folhagem ao Sol que, altivo e fingindo-se indiferente, espargia a sua claridade sobre a floresta, e envolveu-me o perfume delicado da vegetação. Foi então que o sentido provisório do tempo se contrapôs à consciência do eterno, que se respirava naquele lugar, e voltei a sentir a sensação de estar perdido, algures, dentro de uma fábula.

 

À medida que avançava no caminho, deixei de ouvir o rumorejar do vento. Apenas se ouvia o som dos meus passos e o dos passos do Lobo, que seguia a meu lado, em silêncio. Pisávamos o chão juncado das folhas caídas dos abetos que grafavam mensagens secretas da terra e das águas, trazidas por uma aragem quase imperceptível, que rendeu o vento, na sua guarda ao bosque. Ali, naquele lugar, a Natureza havia desabrochado como um milagre. Uma delicada neblina erguia-se de um rio de águas vagarosas que margeava o caminho, e onde flutuavam cisnes melancólicos que, em silêncio, acompanhavam o nosso percurso. Naquele momento, senti o ritmo tranquilo da vida do bosque entranhar-se em mim como se fizesse parte do meu ser. Entre as árvores, que sempre me pareceram eternas, por ultrapassarem a existência dos homens, os animais da selva davam azo à sua liberdade. Contemplava-os, finalmente. Havia-os de todas as espécies. O seu discreto alarido contrastava com o silêncio imanente da floresta, que começava a ficar para trás. Deixámos as sombras. Diante de nós abriu-se uma planície imensa, grávida de verde, onde pastavam, pacificamente, numa partilha harmoniosa, nunca vista, leões, tigres, elefantes, girafas, servos, veados, lobos, panteras-negras…

 

(…)

O caminho estava traçado entre o arvoredo, como uma claridade e nele, distraidamente, eu ia pisando as sombras reflectidas no chão, pejado de folhas secas e flores murchas, evitando os fios de luz, que o Sol projectava por entre os ramos, num jogo que me entregou a infância.

 

(…)

Num lugar como aquele, verde, tingido de púrpura, onde soprava uma brisa vagarosa, e que um Sol, aparentemente ausente, enchia de contornos imprecisos, o tempo parecia não existir. Era eterno como as árvores e, nos momentos de profundo silêncio, parecia que a floresta estava adormecida.

 

in «A Hora do Lobo» © Josefina Maller

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:50

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Domingo, 12 de Março de 2017

Tauromaquia é pura psicopatia

 

Algo que pode confirmar-se através deste vídeo.

PODIA confirmar-se. 


Porém, as imagens eram de tal modo cruas e desumanas que o vídeo foi retirado da circulação. E, deste modo, fica provado que a tauromaquia é algo que tem coisas a esconder, e que não são apropriadas à civilização.


Os tauricidas não querem que se exponha a PSICOPATIA deles, uma psicopatia que faz deles as abomináveis criaturas das trevas. 

Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:18

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Segunda-feira, 14 de Novembro de 2016

«O que aconteceria se as touradas acabassem em Portugal?»

 

O dia em que Portugal se libertar desta miséria moral, cultural e social, será um dia glorioso, iluminado, luminoso, tanto quanto foi o dia da abolição da pena de morte, da escravatura, da ditadura, do tribunal da santa inquisição, e de tantas outras barbaridades que mantiveram nas trevas o país.

E a tauromaquia é a nuvem negra que ainda vemos pairar sobre os céus de Portugal, não deixando que o Sol nele penetre plenamente.

Quando as touradas acabarem em Portugal, o país dará um grande passo em direcção à evolução e à civilização.

Para já é um país com um atraso civilizacional considerável, visto ainda permitir práticas selváticas contra bovinos indefesos, para divertir sádicos.

E isto não é coisa da civilização, nem da cultura culta.

(Isabel A. Ferreira)

 

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Recordemos o que Ana Chaves escreveu, aqui há tempos no P3

 

«Há oito países no mundo onde as touradas são legais. Portugal é um deles. Quem defende a actividade tauromáquica não cogita sobre um hipotético ponto final. Citam-se razões como o fim do “património cultural do país”, o desemprego que se geraria e a extinção da raça taurina brava.

 

Do outro lado, contra-atacam: “no Médio Oriente, a mutilação genital feminina também é cultura”, o desemprego é residual (há em média três trabalhadores por ganadaria) e a maioria não extrai rendimentos exclusivos desta actividade, e para quê preservar uma raça que terá como único fim o sofrimento?

 

Vamos a factos:  no próximo dia 1 de Junho, o PAN apresenta o projecto de lei n.º 181  que proíbe a utilização de menores de idade em espectáculos tauromáquicos, quer como actores, quer como espectadores. “Não faz sentido que uma criança de 12 anos assista ou participe num espectáculo de violência explícita, que tem repercussões a nível psíquico, social e emocional”. “Há pareceres, nomeadamente os do Comité dos Direitos da Criança, que comparam o espectáculo tauromáquico a trabalho infantil ou ao tráfico de droga, tendo em conta o grau de perigo e degradação”, refere o deputado do partido, André Silva em entrevista ao P3.

 

O BE (projecto de lei n.º 217) acrescenta outro objectivo: além de proibir menores, pretende eliminar a categoria matadores de touros. “Se os touros de morte são proibidos em Portugal, por que razão havemos de reconhecer essa profissão?” questiona o deputado Pedro Soares. “É uma incongruência”.

 

Para Hélder Milheiro, porta-voz e activista da Prótoiro, esta já é «mais uma rotina demagógica de alguns partidos extremistas” do que qualquer outra coisa, pelo que não traz nada de novo. A tauromaquia é uma “arte perfomativa” que goza de boa saúde, mesmo sem apoios públicos».

 

Será assim?

 

Os subsídios públicos

 

“Há vários tipos de apoios e benefícios autárquicos (compra de bilhetes, alocamento de transporte, publicidade), institucionais (como o financiamento de livros) e até fiscais/estatais (os toureiros estão isentos de IVA, os bilhetes são taxados a 13% e não a 23%) (...). Não são regulares, embora “tudo isto somado, possa chegar aos 20 milhões de euros anuais”, contrapõe André Silva.

 

Já a presidente da Animal, Rita Silva, corrobora o valor em causa (a organização tem inclusive uma petição a decorrer neste sentido) e fala em “vergonha” no caso da RTP. Os números parecem dar-lhe razão: em 2015, registaram-se 8280 queixas de telespectadores da RTP a propósito das touradas, mais de metade do total. E as corridas transmitidas mostram quebras de audiência permanentes.

 

Mas o que aconteceria, afinal, se a tauromaquia fosse extinta?

 

A resposta de Rita é peremptória: “Rigorosamente nada”. E dá exemplos de outros locais: as praças foram reconvertidas (veja-se o caso da de Barcelona), as pessoas já tinham outra forma de subsistência e os touros bravos em si “não representam especial mais-valia para o ecossistema ou para a biodiversidade”, explica. São bovinos, como os outros, não falamos da extinção da espécie, mas apenas de uma raça em particular.

 

O cenário de abolição “não está ainda em cima da mesa” diz André Silva. No entanto, acredita que o “tauronegócio” terá o seu fim: “A questão não é se, é quando” e será a “evolução das consciências, que já é a maioria dos portugueses, que o ditará”. Já Pedro Soares, do BE, admite que mais importante do que eliminar a prática em si é erradicar a violência.

 

Gáudio ou dor?

 

É precisamente em torno desta questão, a da violência, que giram todos os raciocínios.

 

Hélder Milheiro considera que falar em dor e violência é “falso” e “básico”: os touros não são maltratados, são “respeitados”. “O animal é acompanhado por um veterinário antes, durante e após a faena” e o embolamento (serrar as pontas dos cornos) é como “cortar as unhas”, esclarece. Além disso, “um toureiro que arrisca a sua vida em frente a um animal, representa o máximo da excelência humana”.

 

Um estudo da AVATMA (Asociación de Veterinários Abolicionistas de la Tauromaquia y del Maltrato Animal) relaciona a produção de betaendorfinas com os touros de lide. Segundo este, o animal produz estas hormonas em 15 situações concretas (entre as quais, stress, dor, fome, sede, esgotamento físico, acidose metabólica ou hemorragia) e “todas elas estão presentes durante a lide”. Não são, portanto, as hormonas do prazer e da felicidade (não se verificam durante o orgasmo, por exemplo), bem como não neutralizam a dor.

 

Estudo:

https://drive.google.com/file/d/0B4wndnBWq378cHk3RE84Slo4ZGs/view?pli=1

 

Fonte:

http://p3.publico.pt/node/20590?fb_comment_id=fbc_1228375193854356_1230705023621373_1230705023621373#f20678fce760bb2

 

(Acrescente-se que este projecto de lei, por mais incrível que possa parecer, foi chumbado pela Assembleia da República Portuguesa)

 

Fixemo-nos agora nesta inacreditável declaração:

 

Para Helder Milheiro «um toureiro que arrisca a sua vida em frente a um animal  (para o torturar até à morte, há que acrescentar), representa o máximo da excelência humana».

 

Saberá esta personagem da ficção mais mórbida que possa existir por aí, o que é “excelência humana”?

 

Se torturar um animal até à morte é excelência humana, que expressão devemos usar para o que vemos neste vídeo?

 

 

 

E depois não gostam que digamos que sofrem de doença do foro psiquiátrico.



 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:52

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Sexta-feira, 20 de Maio de 2016

Ainda a questão do protesto da Irmandade do Divino Espírito Santo da Ilha de São Miguel (Açores)ÇORES)

 

Recebi este comentário que não poderia deixar de analisar, porque é difícil fazer-se luz, onde as trevas são tenebrosas...

 

Bovino torturado em São Miguel.jpeg

 

Anónimo, deixou um comentário ao post Protesto da Irmandade do Divino Espírito Santo da Mãe de Deus, a propósito do meu texto «Denúncia ao cuidado do PAN (Açores)» às 13:28, 2016-05-20.

 

Comentário:

Olá Isabel, Sou continental e trabalho em Vila Franca do Campo, na Ilha de São Miguel, nos Açores. Admiro muito todo o teu trabalho em defesa dos animais. Durante vários anos tenho acompanhado esta tradição do Espírito Santo. Vivemos num país livre, e todos têm direito a uma opinião. A minha opinião é muito simples, tratou-se de um ato isolado, um acidente. Estas Irmandades recebem de graça para darem de graça, "recebei de graça, dai de graça". A sua missão é ajudar famílias, distribuindo "pensões" , é o termo utilizado cá. Cada "pensão" é composta por carne, pão, Massa sovada e vinho. Tudo isto é distribuído a mais de 300 famílias e a mais de 1000 pessoas, tudo de forma gratuita. Conheço os membros da Irmandade, são pessoas honestas e defensoras dos animais. Certamente não queriam que isto acontece-se ao tal animal. Porque desde que me lembro nunca aconteceu. Louvo o teu trabalho Isabel, mas também louvo o trabalho destas pessoas que trabalham no duro em prol de outras pessoas. Talvez as pessoas tenham exagerado em algumas afirmações, mas compreendo, visto que a imagem da foto é fala por si. Devo dizer também, que não considero o texto da Irmandade enviado para ti como protesto, mas como esclarecimento. Conheço muito bem o sr. Carlos Vieira, é um homem de fé, crente, muito honesto e defensor dos animais. Considero que algumas afirmações proferidas no blog sobre ele sejam injustas. Ele apenas tentou explicar o sucedido, talvez não tenha sido muito explícito. Isabel, digo-te que os animais neste dia vão em desfile, em clima festivo, sem violência alguma. Depois uns regressam aos seus pastos e os outros são abatidos, no Matadouro, para as tais "pensões". Isabel és uma pessoa de bem, mas eles, a Irmandade também são, posso comprovar isso. Falei com um dos membros da Irmandade, eles estão tristes, não queriam que isto tivesse acontecido. Ele disse-me que terão mais atenção na subida e na descida dos animais no próximo ano e que a questão das tais argolas nas narinas, vão informar-se junto das autoridades competentes na ilha se devem ou não ser aplicadas pelos agricultores. Ouvi relatos, que na ilha de São Miguel, já houve mortes de agricultores, em plena pastagem, de animais destas dimensões. Por isso o motivo da sua colocação. Devo dizer que alguns animais são mesmo agressivos, vi com os meus próprios olhos. Um outro animal este ano, não saiu do atrelado para não magoar ninguém, ordem a Irmandade. Sou Continental, mas respeito os Açorianos. Sei o que digo, espero que tenho esclarecido algo mais sobre este assunto. Isabel desejo-te tudo de bom. À Irmandade também desejo a maiores felicidades. Agora é tempo de paz... E tal como se diz aqui "VIVA O ESPÍRITO SANTO".

 

***

Infelizmente, não posso cumprimentar o autor deste comentário, porque não existe como pessoa. Não tem nome. Mas ainda assim vou responder, porque seja quem for que esteja escondido por trás do anonimato merece “ouvir” umas verdades, que apesar de estarem bem explicadas no meu texto, tenho de repetir, devido à iliteracia que é uma praga que afecta muitos alfabetizados.

 

Começo por dizer que não dei autorização a nenhum açoriano sem nome para me tratar por TU. Para me tratarem por TU, têm de merecer o meu respeito e a minha consideração. O que não é o caso, apesar de FINGIR que admira todo o meu trabalho. Se admirasse, dava a CARA. É assim que agem os HOMENS.

 

Pois vivemos num país livre que, infelizmente, ainda não se veio inteiramente para o século XXI d. C., mantendo em algumas (felizmente poucas) localidades, costumes que não se adequam aos tempos modernos. E basta isso para este país sofrer um atraso civilizacional ainda muito acentuado.

 

E é claro que todos podem expressar opiniões, mas quando se trata de maus-tratos a animais indefesos não-humanos, não há opiniões: há FACTOS, há ACTOS, há ATITUDES, e as opiniões perante factos, actos e atitudes primitivas VALEM ZERO.

 

Isto não se tratou de um acto isolado, nem de um acidente. Pelo que me deram a saber, é uso, por essas bandas, colocarem argolas nas narinas dos bezerros, por eles serem uma AMEAÇA (????)  para os tratadores/criadores. Mas a verdade é que um bezerrinho não constitui ameaça para ninguém. Isso é um ACTO de uma violência cruel contra um animal totalmente indefeso, que depois é levado, com a BRUTALIDADE típica de quem acha que os animais não-humanos são pedaços de PAU, para um lugar estranho, longe do habitat deles, e eles, muito HUMANAMENTE assustam-se, sentem medo, sofrem psicologicamente e fisicamente o FACTO de estarem amarrados e argolados e atirados para uma rua qualquer.

 

As irmandades já não se justificam nos tempos que correm. Se querem receber de graça, para darem de graça, que recebam batatas, milho, farinha, pão, vinho e outras coisas que tais e façam lá a sua caridadezinha, sem terem de estar a sacrificar animais, em cortejos medievais, que pertencem a um tempo onde reinava a mais profunda ignorância.

 

Hoje só é ignorante quem quer.

 

Querem fazerem caridadezinha façam. Eu também faço, mas não sacrifico nenhum animal. Não há necessidade disso. Dou de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, visto os nus, mas sem sacrificar animais não-humanos.

 

E aqui, não será apenas a massa que é SOVADA. Os animais também são sovados.

 

Que os membros da irmandade sejam honestos, ninguém duvida. Agora que sejam “defensores” dos animais, existem todas as dúvidas possíveis e impossíveis. Se fossem defensores dos animais, garanto-lhe que não permitiriam que andassem argolados, que os retirassem do prado brutalmente, que os atirassem amarrados para uma rua qualquer, que os obrigassem a DESFILAR num cortejo medieval, porque para tal não nasceram.

 

Se louvasse o meu trabalho, daria a cara por ele. Não seja hipócrita.

 

A foto é bastante elucidativa da BRUTALIDADE com que os animais são tratados. E não me venha dizer que é apenas este. Os outros, amarrados a cordas, e argolados também, sofrem do mesmo TERROR por estarem fora do seu meio ambiente.

 

O texto da irmandade foi um protesto. Não esclareceu nada.

 

O senhor Carlos Vieira pode até ser um homem de fé, um crente, muito honesto, ninguém duvida, mas DEFENSOR DE ANIMAIS, NÃO É. Se fosse, não permitiria que os animais fossem retirados do campo, para servirem de “espectáculo” a um povo que ficou especado na Idade Média.

 

Além de que os maiores torturadores de bovinos (os cobardes toureiros, forcados, bandarilheiros e a miudagem das touradas à corda) são criaturas que vão à missa, papam hóstias, batem no peito e são uns verdadeiros diabos.

 

Eu não proferi nenhuma afirmação INJUSTA acerca do senhor Carlos Vieira, quem nem sei quem é, ou o que representa na irmandade.

 

Dizer que «os animais neste dia vão em desfile, em clima festivo, sem violência alguma», já é uma violência. Coloque-se no lugar dos animais. É isso que têm de aprender, porque a PIEDADE, a compaixão cristã, é colocarmo-nos no lugar dos animais não-humanos e não fazermos a eles o que não gostaríamos que fizessem a nós.

 

ISTO é o que os padres deveriam ensinar nas MISSAS. Teríamos uma sociedade mais humana e harmoniosa para com os nossos irmãos animais não-humanos, que também eram irmãos de São Francisco de Assis. Garanto-lhe que este Santo, se vivesse hoje, dar-me-ia toda a RAZÃO.

 

Sou uma pessoa do BEM, e por ser uma pessoa do BEM e da LUZ não posso aplaudir as pessoas que praticam o MAL e vivem nas trevas POR OPÇÃO.

 

A irmandade, o que tem a fazer é ACABAR DEFINITIVAMENTE com estes cortejos medievais, primitivos, desadequados à evolução dos tempos. Não estamos mais na Idade Média. Quantas vezes é preciso repetir isto? Querem fazer cortejos, façam, mas com pessoas a levarem OFERENDAS de pão, de farinha, de batatas, de vinho, mas NÃO DE ANIMAIS NÃO-HUMANOS AMARRADOS, porque mantêm o COSTUME e CIVILIZAM-SE.

 

Dizer que os agricultores morrem por causa de bovinos bravos é uma FALÁCIA. Em criança, eu passava as minhas férias numa quinta, onde havia gado bovino, a pastar nos campos, livremente. Convivi com vacas, bois, bezerros, como convivi com cães e gatos, e cabras e ovelhas e porcos, e nunca nenhum me fez mal a mim ou aos seus tratadores. Porque os tratávamos com carinho. E nenhum usava argolas nas narinas, nem eram marcados com ferros em fogo.

 

Os bovinos só são agressivos para quem lhes faz mal. Eu sou uma pessoa pacata, pacífica. Mas se se meterem comigo, viro uma MULHER BRAVA e sou capaz de dar xutos e pontapés, para me defender. Como qualquer animal não-humano faz. Porque não sei se sabe, mas EU TAMBÉM SOU UM ANIMAL.

 

E também sou continental. Tenho amigos açorianos, cultos, instruídos, bem-educados, que se envergonham desse primitivismo em que está mergulhada uma boa fatia do povo açoriano. E respeito-os. Só não respeito os broncos que se RECUSAM as deixar de ser broncos. Percebeu? Tenho amigos ANALFABETOS e respeito-os, porque ser analfabeto não significa ser BRONCO.

 

Será tempo de PAZ, quando deixarem em PAZ os indefesos animais não-humanos.

 

E tenho certeza absoluta de que o ESPÍRITO SANTO não está nada satisfeito com o que se passa nos Açores, cuja Natureza foi abençoada por Deus, mas o povo (algum povo) foi bafejado pelo Demo.

 

E o pior, é que por muito que iluminemos messe povo, ele recusa-se a aceitar a LUZ.

 

Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:09

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Sexta-feira, 28 de Agosto de 2015

GOVERNANTES PORTUGUESES FAZEM ORELHAS MOUCAS ÀS RECOMENDAÇÕES DA ONU E VIOLAM OS DIREITOS DAS CRIANÇAS

 

«Depois de Portugal, é a vez de a Colômbia ser alertada para a necessidade de afastar os menores de idade da “violência das touradas”. O Relatório do CDC (Comité dos Direitos das Crianças) das Nações Unidas coloca a tauromaquia a par do tráfico de droga como uma forma de trabalho perigosa e degradante que «preocupa profundamente o Comité».

 

Em 2014 Portugal foi instado pela ONU para proteger as crianças de assistir e participar em touradas, tendo sido reconhecido pela Vice-Presidente do Comité que «a participação de crianças e adolescentes em actividades taurinas constitui uma forte violação da convenção dos Direitos da Criança, sendo doutrinada para uma acção violenta».

 

ONU.png

Mas se os governantes portugueses estão-se nas tintas para os Direitos das Crianças, a ONU não lhe fica muito atrás na hipocrisia, porque seria muito mais racional recomendar ou até mesmo exigir a abolição da selvajaria tauromáquica, que é manifestamente aviltadora para qualquer ser humano, tenha a idade que tiver.

 

A violência e a crueldade gratuitas contra seres vivos devem ser veementemente condenadas e abolidas, porque nem uma coisa nem outra dignifica o ser humano.

 

Além disso, se as touradas violam fortemente os Direitos das Crianças, muito mais violarão os Direitos dos Animais, consignados na Declaração Universal dos Direitos dos Animais, proclamada pela UNESCO, em 27 de Janeiro de 1978, e que Portugal ratificou, apenas para constar, porque nada cumpre do que ali se diz.

 

Mas pior do que isso, Portugal não reconhece os Touros e Cavalos como animais. Algo totalmente incompreensível e irracional.

 

Por que motivo a ONU não corta o mal pela raiz?

 

Por que motivo anda-se aqui a fazer-que-se-faz para tudo continuar igual a como sempre foi, sabendo-se como sabemos, que interesses económicos obscuros estão acima de qualquer protecção aos Direitos das Crianças?

 

Isto não será um paradoxo?

 

Isto não será da irracionalidade?

 

Evidentemente que é.

 

Mas quem terá a capacidade, a coragem e a lucidez de rasgar o véu da ignomínia e acabar de vez com esta selvajaria, que não tem mais cabimento nos tempos que correm?

 

Ou as mentalidades dos que podem e mandam criaram raízes de tal modo profundas no tempo das trevas, onde uma obscura ignorância reinava, e nenhuma “sachola” dos tempos modernos tem o “fio” bastante afiado para poder cortá-las definitivamente?

 

A luz dará lugar às trevas, tal como o dia se segue à noite, inevitavelmente, desde o início dos tempos.

 

É apenas uma questão de tempo.

 

Mas temos de resistir, insistir e jamais desistir.

 

Pelos Touros e Cavalos, VENCEREMOS!

 

Fonte da imagem:

https://www.facebook.com/Basta.pt/photos/a.472890756075069.108951.143034799060668/915632268467580/?type=1&theater

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:31

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Sexta-feira, 31 de Julho de 2015

AGORA SIM, PALMA DE MAIORCA É ANTI-TOURADA

 

(Enquanto o mundo evolui, Portugal permanece mergulhado nas trevas)

 

ANIMA NATURALIS1.gif

ANIMA NATURALIS2.jpg

 Guillermo Amengual Cantallops liderando uma manifestação

 

É impressionante o que se sente nestes momentos. Acabámos de sair da Câmara Municipal de Palma de Maiorca, com uma vitória incrível nas nossas mãos: a declaração de Palma como cidade anti-tourada!

 

Nós conseguimos!

 

Palma de Maiorca une-se aos 19 (dezanove) municípios da ilha, que se declararam anti-tourada.

 

Palma disse sim à vida, ao respeito, ao progresso… mas este não é o fim do caminho. Ainda é necessário que toda a região se declare contra a corrida de touros e que esta prática selvagem seja abolida para sempre.

 

Vamos continuar a celebrar mais vitórias em nome dos animais!

 

Contigo, conseguiremos que sejam muitas mais cidades a declararem-se livres do maltrato animal.

 

Com o apoio de gente como tu, que acredita num mundo onde os animais têm direitos e são respeitados, conseguiremos acabar com a tauromaquia nas Ilhas Baleares e na Espanha inteira.

 

Ajuda-nos a tornar realidade esse mundo.

 

Ajuda-nos a continuar a fazer história em nome dos animais.

Une-te a nós!

 

Contigo conseguiremos a vitória definitiva.

 

Obrigada, por estares com os animais.

 

Guillermo Amengual Cantallops

Coordenador da Campanha | AnimaNaturalis Internacional

www.AnimaNaturalis.org

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:31

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Terça-feira, 26 de Maio de 2015

UM COMENTÁRIO QUE DIZ MUITO DA (IN) CULTURA TAUROMÁQUICA QUE OS GOVERNANTES PORTUGUESES SEMEIAM POR ESTE NOSSO PAÍS EM FRANCA DECADÊNCIA

 

SONHO DE CRIANÇA.jpg

A “Cárina” deste comentário nunca saberá o que é um sonho de criança…

 

Comentário no post MENINOS QUE SONHAM SER TOUREIROS E QUANDO FOREM GRANDES QUEREM MATAR TOUROS

 

Basto me ler pouco, para chegar a meio e ler meia duzia de asneiras sem sentido! Gostava de saber dês de quando quer ser toureiro/ matador de touros é estar a roubaram a infância ás criança? Gostava. Eu sempre disse " um dia vou ser tourreira, isso nu ... Basto me ler pouco, para chegar a meio e ler meia duzia de asneiras sem sentido! Gostava de saber dês de quando quer ser toureiro/ matador de touros é estar a roubaram a infância ás criança? Gostava. Eu sempre disse " um dia vou ser tourreira, isso nunca me fez mal e eu sou muito saudavel.. Enfim crescam mais de mentalidade -.- * um dia só irei morrer se for levada por um touro * 🐎🍀❤💋

 

Cárina a 26 de Maio 2015, 01:24:28

 

***

Isto não é extremamente aterrador? Inquietante?

 

Esmiuçando a linguagem, ela não terá alguma coisa a ver com o acordo ortográfico/1990, que o governo português já impingiu às crianças, ou será fruto daquela ignorância ateada na Assembleia da República e que depois alastra, por aí, como um fogo destruidor de alminhas perdidas…?

 

Uma “Cárina” que quando crescer quer ser “tourreira” (menos mal, porque será algo que não existe).

 

Mas uma “Cárina” que um dia só irá morrer levada por um touro é algo que ultrapassa a sensatez e a saúde mental desta criatura que, tenha a idade que tiver, já nasceu velha e destrambelhada.

 

E é isto que os governantes portugueses querem para as crianças portuguesas, que têm a desdita de nascer no estreito e rasteiro mundo da tauromaquia?

 

E dizer que o povo português prepara-se para dar continuidade a este destrambelhamento instalado também no poder político!...

 

Seja quem for esta “Cárina”, agradeço-lhe esta oportunidade de mostrar ao mundo o que é o mundinho abetesgado da selvajaria tauromáquica.

***
E Cárina respondeu:

Cárina, deixou um comentário ao post MENINOS QUE SONHAM SER TOUREIROS E QUANDO FOREM GRANDES QUEREM MATAR TOUROS às 12:31, 2015-05-26.

Comentário: A senhora não reparou á hora que eu escrevi o comentário já devia tar mais a dormir que acordada? Independete mente do que digam vou continuar com o meu sonho mais agora só para calar a boca a muita gente que tenta acabar com o mundo tauromaquico em portugal, sim vocês anti-taurinos -.- e sim mantenho o meu desejo, de ser toureira neste portugal. Nasci velha com sonhos dos velhos admito que sim tem toda a razão no que diz, não sei o que é sonhos de criança? Saber sei mas cansei de lutar por uma coisa que nunca vai dar em nada, em criança sonhava trabalhar na area da estetica, mas des dai comecei a não quer saber de cabelos, unhas, já trocava isso tudo por uma corrida de touros, se hoje digo que quero ser toureira eu vou mesmo ser... Prontos mantenham a vossa opiniao que nos mantemos a nossa... 🐎🍀🐮🐴💋 Para Isabel A. Ferreira ou wtv.

 

***

Pois… à hora em que escreveu aquele comentário já «devia TAR mais a dormir do que acordada»?

 

Estaria mesmo?

 

É que “este” chegou às 12:31, e a diferença entre um e outro é ZERO. Ainda “taria “ adormecida?

 

Quem nasce velho, como você, dificilmente progredirá, por mais que se lhe “injecte” informação. O seu cérebro está murcho, estéril, e nele jamais nada de bom germinará, se continua a recusar-se a evoluir.

 

Tenho pena de si, sabe? Lamento muito que viva no meio das trevas, e tenha a “fantasia” (sonho é outra coisa) de um dia vir a ser carrasca de bovinos indefesos.

 

Não, não sabe o que é ter sonhos de criança.

 

Queria ser esteticista? E desistiu? Pois… como poderia lutar por uma profissão de gente civilizada, se nas suas entranhas corre fel, em vez de mel?

 

Como evoluir se não tem quem lhe mostre um caminho iluminado?

 

Pobre criança velha!

 

O que vale é que a selvajaria tauromáquica está com os pés na cova. A Cárina nunca chegará a ser carrasca de bovinos indefesos, e como a sua pretensão de ser esteticista se perdeu no meio das trevas em que vive, pobre moça!

 

Nunca será ninguém… a não ser que se liberte dessa “fantasia” cruel de querer ser verduga, algo que o mundo civilizado abomina e rejeita, e queira ser “gente”.

 

Para já, nem “gente” é, o que sinceramente lamento.

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 11:53

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