Este vídeo é do ano passado, mas poderia ser da Idade Média ou do ano 2014… Só muda a roupagem… e os acessórios...
Dizem que o homem, que foi colhido por um Touro (que não fez mais do que, legitimamente, se defender do seu carrasco) morreu à espera de transporte.
Pois!
Quem devia transportar e pagar todas as despesas do bolsos deles eram os autarcas que permitem tal "entretenimento" medieval.
Os dinheiros públicos não são para pagar despesas de suicídios legislados.
Então a história desta morte (com a qual ninguém aprendeu nada, como não aprenderam com as outras já existentes) foi uma novela mexicana.
Dizem que (imaginem!) o helicóptero militar usado para estas situações não estava disponível.
Estas situações? E por que haveria de estar um helicóptero militar disponível para transportar um tauricida que se mete a atacar um bovino para se divertir, é ferido, e o povo é que tem de pagar?
O homem ficou gravemente ferido depois de ter sido colhido por um Touro que se defendeu das investidas dos loucos, durante uma tourada à corda, tendo recebido assistência na Unidade de Saúde de Ilha de São Jorge, que, mais tarde, dado o agravamento do quadro clínico, pediu meios para uma transferência urgente para o hospital de Ponta Delgada.
Foi então pedido o tal helicóptero militar, que não estava disponível, por estar em outra missão (não de touradas). Então decidiu-se requisitar (imaginem!) um avião C295, da Força Aérea, mas esta alegou que o aeroporto de São Jorge “não é certificado”.
«Sempre segundo as mesmas fontes, a Força Aérea disponibilizou-se para ir buscar o homem à ilha do Pico, a mais próxima, por o aeroporto ter outra certificação. As autoridades ainda desviaram o percurso de um dos barcos que ligam as ilhas do grupo central dos Açores para fazer a transferência do doente de São Jorge para o Pico, mas o homem acabou por morrer antes de embarcar.» Reza a fonte.
«As autoridades locais, que prestaram estas informações à Lusa garantiram que tudo foi feito para transferir o doente para o hospital.»
O que as autoridades locais, as maiores responsáveis por esta morte, deveriam ter feito, era pôr fim a algo que pertence a um passado remoto e primitivo, quando as gentes locais nada mais tinham para se divertirem, do que usarem e abusarem de animais não-humanos, e reinava uma ignorância desmedida.
Nos Açores, há dinheiro para touradas à corda, mas não há dinheiro para hospitais. Apenas três das nove ilhas do arquipélago têm hospital.
Ao que se vê, o mais importante nestas ilhas, onde a civilização ainda não chegou, é esbanjar milhares de Euros, para as tais touradas. Há gente a passar fome. Mas isso o que interessa?
Em caso de urgência, é a Força Aérea, que tem uma base nas Lajes, na ilha Terceira, que garante a transferência dos doentes.
Só que os casos de feridos e mortos neste divertimento de broncos, tinham de ser tratados à parte, uma vez que recebem dinheiros públicos para se mutilarem e suicidarem, por vontade própria.
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Senhores governantes, ponham a mão na consciência, e façam um acto de contrição, pela culpa que têm nesta, e em todas as outras mortes originadas por este tipo de "diversão" bronca.
Mais um que morreu em nome da estupidez e ao abrigo de leis completamente irracionais.
Fonte:
Mas há mais:
O forcado João Pedro Ávila, dos Amadores da Tertúlia Terceirense, foi colhido por um Touro (que só estava a defender-se dos seus cobardes carrascos), e sofreu forte traumatismo crânio-encefálico com comoção cerebral.
Mais um, para o rol da responsabilidade dos governantes, que permitem estes auto-flagelamentos. E nós todos a pagar.
Isabel A. Ferreira