Quarta-feira, 2 de Julho de 2025

Paz para a Infância e para os Touros!

 

As Crianças e os Touros merecem ser respeitados.

Abaixo os trogloditas, que já não têm lugar nas sociedades modernas e civilizadas.

Isabel A. Ferreira

 

CAS 1.PNG

CAS 2.PNG

CAS 3.PNG

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 16:32

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Terça-feira, 1 de Julho de 2025

Já estão marcadas as noites de tortura de Touros no "campo pequeno", a nódoa negra que põe Portugal fora da civilização

 

Enquanto isto durar, enquanto houver trogloditas na Assembleia da República a pugnar pela tortura de Touros, Portugal será um país  onde a civilização ficou às portas de Lisboa, capital da barbárie.

 
 

Campo Pequeno.jpg

Quem for adepto da Civilização, da Cultura Culta, do Bem, do Bom e do Belo colabore com esta iniciativa.

Portugal precisa de EVOLUIR. 

Abaixo, os trogloditas!

Isabel A. Ferreira

Fonte Odivelas Anti-Tourada:

https://www.facebook.com/photo?fbid=1060978936168406&set=a.505377931728512

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 19:15

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Domingo, 22 de Junho de 2025

«Um dia, as praças de touros que restarem deixarão de ser locais nos quais se desrespeitam e maltratam Animais»

 

Marinhenses anti-touradas.PNG

Um dia, as praças de touros que restarem deixarão de ser locais nos quais se desrespeitam e maltratam Animais. Não faltarão alternativas interessantes. Este mês, decorrerá na maior praça de touros do Alentejo, em parceria com a Câmara Municipal de Portalegre e com entradas grátis, um espectáculo de dança e artes marciais. Que seja um sucesso.

 

[Fonte complementar: https://radioportalegre.pt/portalegre-elementor-leva.../... ]

 

Escola Silvina Candeias.jpg

 

Escola Silvina Candeias.png

E passo a passo, com MUITO trabalho de bastidores, se vai compondo o nosso espectáculo de dia 27...

Na Praça de Touros de Portalegre, para toda a população!!

O que estaria a "moça" a pensar com um ar tão sério?!! 

E o Paulo e o Marcelino será que já estão a arquitectar onde vão montar o seu "estaminé"?

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:33

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Sábado, 30 de Novembro de 2024

Carta Aberta, ao Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, contra a descida do IVA das touradas!

 

Num país onde cuidar e salvar a vida a um animal ou o próprio IVA do pão é de 23%, o Governo optou por querer baixar o IVA das touradas, como se fosse um bem essencial!

Touro em agonia.jpeg

[Este é o símbolo do retrocesso civilizacional de Portugal] 

Ao reduzir o IVA dos espectáculos tauromáquicos, o Governo está a conceder um incentivo à prática da violência e maus-tratos a animais, a conceder mais uma regalia a quem maltrata animais e a criar uma situação de grande injustiça e incoerência em termos de promoção do bem-estar animal, uma vez que, actualmente, a alimentação animal e os serviços médico-veterinários são taxados a 23%.

***

Consideramos inaceitável este retrocesso e convidamos-vos a assinar e partilhar a Carta Aberta!

https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT123240

PETIÇÃO.PNG



***

Que retrocesso, Senhor Primeiro-Ministro!
Enquanto nos restantes seis países (a Colômbia já saiu desta cena medieval) as coisas avançam para a abolição da TORTURA DE TOUROS, em Portugal retrocede-se.
E não só se retrocede nesta actividade de trogloditas para trogloditas.
Retrocedeu também na substituição da NOSSA grafia, por uma grafia TRUNCADA!!!!!
Retrocedeu-se no Ensino.
Retrocedeu-se na Saúde. 

Etc. ... porque o retrocesso está em muita, muita coisa!!!!!
Tudo isto é uma enoooooorme vergonha!!!!!
 
Isabel A. Ferreira

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:08

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Segunda-feira, 2 de Setembro de 2024

Triunfo histórico: Colômbia põe fim às touradas. “A morte não é mais um espectáculo”...

 

TRIUNFO HISTÓRICO
Colômbia elimina a tourada e os touros celebram, e nós também estamos felizes por eles 🇨🇴

“A morte não é mais um espectáculo”.

Obrigado Colômbia!

 

Colômbia.jpg

Fonte:

https://www.facebook.com/photo/?fbid=122179088798061097&set=a.122095966886061097

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:20

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Terça-feira, 13 de Agosto de 2024

Aconteceu em Alcochete, uma das localidades mais trogloditas de Portugal. Deixo a hipocrisia de lado: já era tempo destes broncos aprenderem a ser GENTE civilizada ...

 

Enquanto houver trogloditas no Parlamento, o que se vê nos vídeos mais abaixo reproduzidos, continuará a acontecer. Para vergonha de Portugal e dos Portugueses que já evoluíram.

E levo com isto, logo que regresso de férias!

Isabel A. Ferreira

 

Cena deplorável.PNG

 Haja vinho, haja festa!

Alcochete Anti-tauromaquia

 

Ficamos sem palavras para descrever pessoas que se divertem com a exploração, abuso e humilhação destes magníficos Touros.

Até quando vamos permitir esta barbaridade?

 

Os Touros são retirados do campo várias horas antes, são transportados em camionetes, ficam horas fechados nos curros improvisados, expostos ao calor e sem acesso a água.

 

São obrigados a percorrer as ruas, durante horas para "divertir" os energúmenos, depois esperarem, nem sabemos quantas horas, para regressarem ao campo.

 

Segundo informação dos Bombeiros, há registo de cerca de 30 colhidas/feridos.

 

*Há pelo menos uma vítima mortal e 3 colhidas graves que foram transportados para o hospital.

 

Fonte: Grupo Alcochete antes & depois

 

**Não há, até agora registo de vídeos das colhidas graves.

***Estes vídeos são das largadas da 1.30h-4.30h da madrugada.

 

Há pelo menos uma vítima mortal e 3 colhidas graves que foram transportados para o hospital.

 

Fonte: Grupo Alcochete antes & depois

 

**Não há, até agora registo de vídeos das colhidas graves.

***Estes vídeos são das largadas da 1.30h-4.30h da madrugada.

 

"Haja vinho, haja festa"

Alcochete Anti-tauromaquia

***

 

 Ver os vídeos clicando nos links:

https://www.facebook.com/100064649624274/videos/pcb.914540430710936/531108116111366

https://www.facebook.com/100064649624274/videos/pcb.914540430710936/1934778660377390

https://www.facebook.com/100064649624274/videos/pcb.914540430710936/1574271433186909

https://www.facebook.com/100064649624274/videos/pcb.914540430710936/1540868006814950

Alcochete - 1.PNG

Alcochete - 2.PNG

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 18:31

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Terça-feira, 28 de Maio de 2024

«Touradas = Conservação das espécies?»

 

Trogloditas de Portugal, aprendam com quem sabe.

 

 

«Touradas = Conservação das espécies?»

 

Por Hugo Evangelista (Biólogo)

 

«Os proprietários das ganadarias mantêm os touros nos seus terrenos, não porque tenham uma grande consciência ecológica e ambiental, mas porque daí retiram dinheiro. Muito dinheiro. No dia em que os touros deixarem de ser vendidos a 2000 euros cada, cerca de 2600 animais por ano (DN, 2007), os proprietários das ganadarias rapidamente se esquecerão de qualquer importância ecológica ou da biodiversidade do touro bravo.

 

É esta a principal, senão a única, verdadeira razão para a continuação das touradas no nosso país – interesse económico.

 

É claro que, para desculpar o indesculpável, atiram para os olhos o facto de se querer proteger uma espécie. Mas nem o touro bravo é uma espécie nem a extinção desta raça é irremediável e obrigatória quando as touradas acabarem.

 

Nada impede o Estado português de criar parques naturais ou outras soluções viáveis para a conservação destes animais.

 

O que não pode nunca acontecer é justificarmos o sofrimento e morte de um ser com a capacidade de sofrer para o poder “conservar”.

 

A conservação do panda passa por espetar bandarilhas no seu dorso? A recolocação do lince ibérico na Península Ibérica passa por o pegarmos de caras?

 

A conservação de espécies / raças, não é argumento para continuar a haver touradas. É um papel que tem de ser assumido pelos portugueses e pelo Estado e não por empresas que da exploração desses animais retiram avultados lucros.

 

Existe outro argumento frequente, que é o da conservação dos ecossistemas, mas este é ainda mais frágil. É que estamos a falar de um animal totalmente domesticado, que só existe por selecção artificial de características de interesse. Isto significa que um touro bravo é totalmente substituível senão supérfluo na manutenção dos montados portugueses.

 

Voltamos então ao único argumento de peso para a manutenção das touradas. Os interesses económicos. Interesses esses que vivem de um espectáculo que promove a ideia de que existe justiça e igualdade em colocar um animal num local estranho e com regras definidas pelos humanos; que coloca animais numa luta que estes não desejam entrar (mas são forçados a isso); que vive da diabolização da imagem de um herbívoro territorial e faz disso um espectáculo de entretenimento.

 

É vital rejeitarmos esta visão subvertida da realidade. É preciso dizer que a tourada não é uma fatalidade e que podemos acabar com uma das formas mais indignas e desumanas de tratamento dos animais da actualidade. É incontornável assumirmos este como um dos principais objectivos do movimento de defesa e de direitos dos animais.»

 

Fonte:  

http://abolicionistastauromaquiaportugal.blogspot.pt/2008/08/touradas-conservacao-das-especies.html

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:05

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Segunda-feira, 13 de Maio de 2024

Dr. Basílio Horta, usar e abusar e torturar animais em público para divertimento NÃO é uma tradição, mas sim um costume bárbaro da Idade Média

 

Associo-me a Olímpia Teresa Polónia, nesta carta enviada ao Dr. Basílio Horta, na expectativa de que V. Exª. demonstre empatia pelos seres sencientes, mansos, inofensivos, inocentes e indefesos, com um ADN muito próximo do ADN dos seres humanos.

Isabel A. Ferreira
 
***

Bom dia Exmo. Senhor Dr. Basílio Horta,
 
Venho à sua presença, para solicitar a sua preciosa ajuda, no sentido de mandar cancelar estes bárbaros eventos, no seu Concelho (Sintra):
 
 
 

image.png

 

O homem tem uma obrigação moral de respeitar todas as criaturas vivas, tendo presentes os laços particulares existentes entre o homem e os animais – Ninguém deve inutilmente causar dor, sofrimento ou angústia a um animal.
 
Não restam dúvidas que os animais ficam em sofrimento - Eles não são coisas, são seres sencientes, sabem o que é estar feliz, triste, ter fome, sede, terem as suas comodidades, sentirem-se ameaçados, espicaçados, feridos,  sentirem dor .......
 
Sempre justificadas como tradição, as corridas de touros – vulgarmente conhecidas como touradas – são, na verdade, um dos costumes mais bárbaros de um sector minoritário e ultrapassado da sociedade portuguesa. Por trás da suposta bravura dos cavaleiros tauromáquicos, dos bandarilheiros, dos forcados e dos demais intervenientes neste espectáculo medieval, esconde-se uma triste e horrível realidade – a perseguição, molestação e violentação de touros e cavalos que, aterrorizados e diminuídos nas suas capacidades físicas, são forçados a participar num espectáculo de sangue em que a arte é a violência e a tortura é a cultura.
 
Perguntamos Não haverá mais distrações que os humanos possam ter,  para passar o tempo, senão atormentar os animais? O sofrimento não é uma distração, antes pelo contrário.
 
Ainda estamos na época medieval?  Certos humanos não evoluíram .....Isto é Humanidade????? Isto é de "gente" inteligente??  Isto não são pessoas......
 
Anexo filmes demonstrativos da meiguice dos bovinos ... Porquê as atrocidades que lhes infligem???
 
 
 
 
P.S.: O Mail vai com conhecimento a várias pessoas amigas e Entidades que dão apoio à causa animal.
 
Rogamos que acabem com actos tão aberrantes, abomináveis, atrozes, bárbaros, deploráveis, inhumanos, sangrentos, vis, etc. etc. etc., que não dignificam o seu Concelho.
 
 
Antecipadamente gratas pela sua atenção,
Subscrevemo-nos atentamente,

Olimpia Teresa Polónia
Isabel A. Ferreira
 
 
publicado por Isabel A. Ferreira às 15:30

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Domingo, 5 de Maio de 2024

Carta da cidadã Olímpia Teresa Polónia ao Senhor Coronel José Vieira (Açores) em defesa dos TOUROS

 

Alio-me à Olímpia Teresa Polónia neste APELO, porque Portugal precisa de EVOLUIR urgentemente, e tratar a sua FAUNA com civilidade, para abandonar de vez costumes bárbaros que vêm do tempo da Idade das Trevas.
  

Porque as Touradas, sejam em que modalidade for, não pertencem ao rol dos divertimentos civilizados.

 

O Arquipélago dos Açores está no rol das ilhas mais incivilizadas do mundo.

E os Touros são animais sencientes com um ADN bastante próximo do dos seres humanos.

Senhor Coronel José Vieira, se não quiser ouvir a nossa voz, ao menos ouça a VOZ da RACIONALIDADE.

Por favor.

Isabel A. Ferreira

***

 

Bom dia Exmº Senhor Coronel José Vieira,
 
Mais uma vez volto à sua presença, (sou amiga da Profª Drª Valdágua) para solicitar a sua preciosa ajuda, no sentido de mandar cancelar estes terríveis eventos:
 
(20+) Marradas - Calendário das Touradas para 2024 (Última atualização... | Facebook   (abrir link s.f.f.)            
 
Já decorreram atrocidades desde finais de Abril 2024 e hoje realizou-se outra - e tencionam prolongar até Setembro deste ano....!!!!   
 
image.png
 
O homem tem uma obrigação moral de respeitar todas as criaturas vivas, tendo presentes os laços particulares existentes entre o homem e os animais – Ninguém deve inutilmente causar dor, sofrimento ou angústia a um animal.
 
Não restam dúvidas que os animais estão em sofrimento. 
                                                                                                                                                                    Eles não são coisas, são seres sencientes, sabem o que é estar feliz, triste, ter fome, sede, terem as suas comodidades, sentirem-se ameaçados, espicaçados, feridos,  sentirem dor .......
 
- Não haverá mais distrações que os humanos possam ter,  para passar o tempo, senão atormentar os animais?????
 
Ainda estamos na época medieval?  Certos humanos não evoluíram .....Isto é Humanidade????? Isto é de "gente" inteligente? Isto não são pessoas......
 
Anexo filmes demonstrativos da meiguice dos bovinos .....Porquê as atrocidades que lhes praticam???
 
(1) Facebook
 
(20+) Vídeo | Facebook
 
(1) Facebook
 
P.S.: O Mail vai com conhecimento a várias pessoas amigas e Entidades que dão apoio à causa animal - juntos havemos de acabar com actos tão aberrantes, abomináveis, atrozes, bárbaros, deploráveis, inhumanos, sangrentos, vis, etc. etc. etc.
 
 
Antecipadamente grata pela sua atenção
Subscrevo-me
Atentamente
Olimpia Teresa Polónia
 
 
publicado por Isabel A. Ferreira às 15:19

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Quinta-feira, 21 de Setembro de 2023

«Entre Bandarilhas e Sangue: O Sofrimento Silenciado dos Touros»

 

Um excelente texto de João Nascimento

 

 Este texto, por si só, deveria servir como último argumento para dar a estocada final na tauromaquia, que João Nascimento [e com toda acerteza os restantes Homo Sapiens] considera «uma procissão macabra de sadismo requintado e agonia dilacerante

 

Considero este texto, a "Bíblia" dos anti-touradas, pois nele estão concentradas todas as repugnantes verdades sobre esta prática bárbara, que já devia estar extinta há muito.


Uma obra-prima, lúcida e transparente, da literatura anti-tauromaquia, que darei a conhecer ao mundo, para que se saiba do quão degradante e vil é torturar Touros numa arena, para satisfazer os maus instintos dos sádicos. 

E isto ainda acontece em Portugal!

Isabel A. Ferreira

 

 ***

Tourada sangrenta

 

Por 

 

«Num mundo que se orgulha da sua sofisticação tecnológica e avanços éticos, onde a bioética, os direitos humanos e a inteligência artificial frequentemente ocupam os púlpitos das discussões intelectuais, a existência de uma prática tão abjecta e detestável como a tourada, é um enigma sociocultural desconcertante e uma afronta à razão.

 

E aqui, em Portugal, este anacronismo persiste, ostentando-se como uma tradição cultural, um espectáculo, uma arte até. Um anacronismo que deveria mergulhar-nos numa profunda vergonha existencial, e não ser o mote para celebrações efusivas.

 

Ah, a tradição! Este argumento sacrossanto, brandido com uma devoção quase religiosa, como se a palavra em si fosse um escudo hermético contra qualquer crítica, um refúgio para a razão castrada e a empatia sufocada. Um mantra repetido em loop, automatizado, quase robótico, numa tentativa patética de justificar o injustificável.

 

Contudo, permitam-me uma digressão filosófica: a tradição, por si só, não confere virtude. O apedrejamento, a escravidão, crianças a fumar no dia de Reis, ou a Queima do Gato, também eram tradições. A tradição, então, não é mais do que a velha guarda da estupidez humana, uma relíquia a ser questionada, e não uma virtude a ser venerada.

 

A tourada é uma procissão macabra de sadismo requintado e agonia dilacerante.

 

Imagine-se o cenário: um touro, confinado e angustiado, é lançado numa arena. Picadores armados com lanças cravam-na na carne do animal, rasgando músculos e nervos, resultando num espectáculo de sangue e sofrimento que se desenrola perante uma plateia em puro êxtase. Matadores, esses bailarinos da morte, fazem a sua entrada, provocando e torturando o animal já debilitado, numa dança grotesca que culmina com a estocada final, um golpe que trespassa o coração ou os pulmões do animal, que, em agonia profunda, se afunda no seu próprio sangue. E tudo isto em nome do quê? Entretenimento? Tradição? Arte?

 

Há algo profundamente perturbador, quiçá psicopático, em extrair prazer do sofrimento alheio. E não nos enganemos; é sofrimento, é tortura, e sim, é extremamente imoral.

 

A ciência já nos elucidou, de maneira incontestável e definitiva, que os animais não são meros objectos desprovidos de sensações ou consciência; eles sofrem, sentem emoções, estabelecem laços sociais. Como podemos então, com uma lógica retorcida e aberrante, e em nome da Tradição, dar as costas a essa realidade, acabando por sufocar a nossa própria capacidade de empatia, como se estivéssemos a amputar deliberadamente um pedaço da nossa própria humanidade?

 

Que espécie de ética aberrante nos motiva a fechar olhos e ouvidos ao grito agonizante de um touro, perfurado por bandarilhas pontiagudas, cujo sangue vital tinge a areia com matizes de um vermelho nauseabundo, enquanto nos deleitamos com requintes de prazer na sua indizível agonia ?

 

O argumento da tradição é, novamente, uma cortina de fumo, uma fachada frágil por detrás da qual se esconde uma verdade mais incómoda; a tourada é o espelho de uma sociedade que ainda não aprendeu a respeitar a vida em todas as suas formas. É uma expressão de um tipo de humanismo distorcido, que estende a sua empatia apenas até aos limites da espécie humana e que vê nos outros animais, nos nossos parentes evolutivos, nada mais do que objectos de uso e abuso. Tal visão do mundo é não só intelectualmente empobrecedora, como eticamente falida.

 

Se o critério para merecer consideração ética é a capacidade de experimentar dor, sofrimento e angústia, como podemos justificar a nossa surdez moral que nos permite perpetrar, e até se regozijar, em rituais que impõem a seres sencientes tormentos inimagináveis?

 

Ah, e claro, a divina providência, a eterna resistência anti-humanista! Quão convenientemente é invocada para justificar os abusos infligidos aos nossos irmãos não humanos? É como se um capricho teológico desculpasse o sofrimento terreno; “Deus criou os animais para o nosso consumo“, proclamam os fiéis, de mão no peito, como se tal argumento fosse um antídoto mágico contra a ética e a compaixão.

 

É uma falácia que não só denota um flagrante desprezo pela ciência e pela razão, mas também expõe, ao mesmo tempo, uma contradição moral grotesca. Ao fecharmos os olhos para a dor que causamos aos outros seres sencientes, sob o pretexto de estarmos abençoados por uma divindade que, supostamente, colocou tudo à nossa disposição, revelamos nada mais do que uma arrogância antropocêntrica disfarçada de piedade. É uma ironia cruel, digna de um conto kafkiano, que a mesma religião que prega a compaixão e o amor ao próximo se torne cúmplice de tamanha brutalidade quando o “próximo” não pertence à espécie Homo Sapiens.

 

Ah, e o grandioso Miguel de Sousa Tavares, esse paladino da democracia que paradoxalmente ergue a bandeira do sofrimento animal como se fosse um símbolo de liberdade democrática. Quando a democracia se torna o altar onde sacrificamos a ética e o bem-estar de seres capazes de sentir, torna-se uma caricatura de si mesma. O seu argumento é um acorde dissonante numa sinfonia que deveria celebrar a vida e a compaixão, não a agonia e o derramamento de sangue.

 

O dilema não reside em quem assiste ao espectáculo, mas em quem se encontra no epicentro da dor, o animal. A ética transcende as estatísticas de maiorias e minorias; ela é, ou deveria ser, a ressonância de uma verdade mais profunda que não pode ser silenciada por argumentos tão superficiais. Portanto, antes de entoar hinos à liberdade que as touradas supostamente representam, talvez seja prudente ponderar o preço ético dessa sua tão apregoada liberdade.

 

Na tourada desvenda-se um dos episódios mais sombrios do nosso património cultural português, uma nódoa repulsiva que conspurca o nosso tecido social, e nos arremessa de volta a uma época menos iluminada da condição humana. Chegou o momento de encerrar este capítulo sangrento, e relegar a tourada ao panteão das barbáries humanas, um museu de horrores onde repousam outros vestígios da nossa natureza mais primitiva e vil.

 

A perpetuação desta crueldade não é um acto de celebração da tradição, mas sim um doloroso lembrete de que ainda temos um longo caminho a percorrer na plena compreensão da nossa própria humanidade. E enquanto a arena continuar a ser tingida com o sangue de seres que gritam em agonia para uma plateia, será um testemunho vivo da nossa falha moral colectiva, um espelho que reflecte não a nossa grandiosidade, mas a nossa incapacidade de evoluir para além das sombras do nosso passado cruel. É hora de despir a indiferença e vestir a armadura da empatia, da ética e da compaixão. Somente assim poderemos, verdadeiramente, reivindicar a nossa humanidade.»

 


JOÃO NASCIMENTO – 2023

 

Fonte: 

https://food4thought.pt/2023/09/07/entre-bandarilhas-e-sangue-o-sofrimento-silenciado-dos-touros/?fbclid=IwAR2JTI9RYnL0UTR2A3hICKUlVCZRhvaQE87RUMUIPov-G6g1sd9CPqAUAs4

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 15:04

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