Obrigada Dr. Vasco Reis.
Haja alguém com lucidez!
O seu texto é precioso. Mas como em madeira velha só entra caruncho, os deputados da Nação disseram não à racionalidade, porque não entendem nada do que lhes dizemos.
«Percurso do Touro antes, durante e depois da tourada»
O touro vive uns 4 anos na campina habituado à companhia de outros da mesma espécie em espaço largo e com razoáveis condições. Terá já passado por momentos violentos de ferra, de tentas. É escolhido para a lide numa tourada. Com ou sem sedação, apartam-no violentamente, com muito uso do bastão eléctrico, para uma manga e enfiam-no numa caixa apertada onde mal se pode mexer.
A ansiedade provocada pelo aperto cresce em tremenda claustrofobia ao passar da liberdade e tranquilidade da campina para o "caixote" onde fica confinado, violentamente afastado da companhia importante dos outros bovinos a que o ligam laços emotivos. A seguir cresce o pânico do transporte. Depois a espera, com pouco ou nenhum alimento e bebida. Talvez sendo injectado, a ponta dos cornos será cortada, provavelmente, até ao extremo vivo e muito enervado, ficando extrema e dolorosamente sensível ao contacto. Para não sangrar, cauteriza-se a sangue frio. (Há touros que não resistem a esta operação e morrem de acidente cardiovascular provocado pelo sofrimento). Sofre outras acções destinadas a fatigá-lo, debilitá-lo, retirar-lhe capacidade para a lide.
Mais tarde, a condução ao curro escuro da praça de touros. É empurrado a seguir para a arena (beco sem saída) suportando logo o enorme alarido da multidão e da música ruidosa (para se sobrepor aos seus berros), o que ainda mais o assusta, a visão ficando ofuscada pela luz do sol. Depois a provocação, o engano, o cravar das bandarilhas/arpões, que o ferem e magoam terrivelmente, através da pele, e não só, pois frequentemente também aponevroses, alguns músculos, tendões, vértebras, espáduas e, por vezes, até pleura e pulmão são atingidos, quando erroneamente cravado entre costelas. Tudo isto o faz sangrar e sofrer, o enfurece, magoa, deprime e esgota. Cavaleiros ou bandarilheiros massacram-no. Depois, exausto, física e psicologicamente, segue-se a (ou as pegas) pelos forcados, A seguir é retirado com as “chocas”. É amarrado e imobilizado por cordas em volta dos cornos. Brutalmente, tal como foram cravados, os ferros são agora retirados sem anestesia, arrancados ou por corte do couro.
No final de tudo isto, o animal é metido no transporte, esgotado, ferido e febril, em acidose metabólica horrível que o maldispõe e intoxica, até que a morte, habitualmente só alguns dias mais tarde, o liberte de tanto sofrimento. Frequentemente fica, até esse momento, encerrado em veículos de transporte num espaço exíguo, sabe-se lá com ou sem alimento e água e submetido a elevadas temperaturas.
E ninguém, independente, pode controlar isso.
Percurso do Cavalo explorado no toureio!
O cavalo sofre esgotamento e terrível tensão psicológica ao ser usado como veículo, sendo dominado, incitado e lançado pelo cavaleiro e obrigado a enfrentar o touro, quando a sua atitude natural seria a de fuga e de pôr-se a uma distância segura.
À força de treino, de esporas que o magoam e ferem, de ferros na boca e da barbela - corrente de metal à volta da mandíbula, que o magoam e o subjugam, o cavalo arrisca morte por síncope/paragem cardíaca, ferimentos mais ou menos graves e, até, a morte na arena por ser atingido pelo touro.
Opinião!
É difícil, senão impossível, acreditar que toureiros e cavaleiros tauromáquicos amem touros e cavalos, quando os submetem a violência, risco, sofrimento.
O mesmo se aplica aos aficionados, que aceitam isso.
Questiono-me: porque se continua a permitir uma actividade que assenta na violência e no sofrimento público de animais, legalizado e autorizado por lei e até apreciado, aplaudido e glorificado por alguns?
Numa verdadeira democracia não deveria ser permitida nem legalizada a tortura de animais.
Pergunta fundamental!
E senhoras e senhores Deputad@s da Assembleia da República de Portugal o que acham e como vão votar? Pela abolição ou pela manutenção desta terrível violência contra seres sencientes (como os humanos) e indefesos e inocentes.
Recomendação para tomada de conhecimento!
Recomendo aqui uma tomada de conhecimento da científica Declaração de Cambridge Sobre a Consciência em Animais Humanos e Não-Humanos de 7 de Julho de 2012 editada por Philip Low.
E mais dados científicos:
Os animais humanos e não humanos são seres dotados de sistema nervoso, mais ou menos desenvolvido, que lhes permitem sentir e tomar consciência do que se passa em seu redor e do que é agradável, perigoso e agressivo e doloroso.
Estes seres experimentam sensações, emoções e sentimentos muito semelhantes. Este facto leva-os a utilizar mecanismos de defesa e de fuga, sem as quais, não poderiam sobreviver. Portanto, medo e dor são condições essenciais de sobrevivência.
Afirmar-se que, nalguma situação não medicada, algum animal possa não sentir medo e dor se for ameaçado ou ferido, é testemunho da maior ignorância, ou intenção de negar uma verdade vital, falácia para tentar ocultar a crueldade da tauromaquia.
A ciência revela que o esquema anatómico, a fisiologia e a neurologia do touro, do cavalo e do homem e de outros mamíferos são extremamente semelhantes.
As reacções destas espécies são análogas perante a ameaça, o susto, o ferimento. O senso comum apreende isso e a ciência confirma-o.
Depois desta explicação, imaginem o sofrimento horrível que uma pessoa teria se fosse posta no lugar de um touro capturado e conduzido ao “calvário” de uma tourada.
Conclusão:
Seres humanos (tauromáquicos) não devem provocar a outros seres de sensibilidade semelhante (touros e cavalos), sofrimentos a que os próprios agressores (tauromáquicos) não aceitariam ser submetidos.
Porque é a desgraçada vítima dos chamados humanos, “corrido” e torturado?
Para diversão de aficionados, para o alimentar de egos e vaidades, para negociatas de tauromáquicos e no prosseguimento de uma cruel e obsoleta tradição.
É mais do que justo e chegado o tempo da abolição, o que só peca por tardar!!!
As importantes verbas que são atribuídas no apoio à tauromaquia e as isenções que lhe são oferecidas, seriam com justiça e utilidade, preferencialmente, utilizadas para mitigar imensas necessidades!
A tauromaquia é uma vergonha nacional.
Vasco Reis,
Médico veterinário aposentado
Aljezur»
... em vez de andarem em antros de toureio a aprender a ser monstrinhos… e a atacar com fúria desumana indefesos bezerros.
Senhores Governantes, Ministros da Cultura e da Educação, promovam e apoiem as Escolas de Música, ao invés de subsidiarem “escolas" de toureio, mais antros do que escolas, que transformam as crianças em carrascos, sádicos e cobardes.
As crianças, filhas dos aficionados de selvajaria tauromáquica, merecem melhor sorte do que aquela que o Estado Português lhes proporciona.
Isabel A. Ferreira
Na Colômbia progride-se. A petição que assinei deu preciosos frutos. Em Portugal caminha-se ainda por trilhos mediavalescos, ensanguentados, viscosos, infectos…
Abolicionistas portugueses: ponham os olhos neste exemplo. Não basta o blá blá blá habitual É preciso PRESSIONAR os que podem e mandam.
Eis o comunicado que me foi dirigido (traduzido do original).
Julian Andrés Coy
Colômbia
«Feb 6, 2017 — Demos um grande passo! Aplaudimos o facto de o Tribunal Constitucional ter chumbado a norma que dava aval à existência de touradas, no entanto, a nossa luta continua.
O Tribunal concedeu ao Congresso dois anos para que legisle sobre as touradas. Isto implica que agora devemos pressionar o Congresso, recordando-lhes que o toureio tem os dias contados.
O Congresso não só deve legislar sobre a tauromaquia, como também sobre qualquer actividade que envolva animais na Colômbia. Se isto não acontecer essas actividades transformar-se-ão em delito.
Foi notável todo o apoio alcançado nesta petição. É incrível ver tantas pessoas juntas rejeitando o maltrato animal.
No entanto agora temos de estar mais unidos do que nunca. Chegámos a este ponto, graças à mobilização de milhares de pessoas como tu (61.803 assinantes), só falta um pouco mais.
A nossa luta continua, agora no Congresso.
Muito obrigada por fazeres parte desta comunidade. Em breve estaremos a convidar a todos para nos unirmos numa nova petição para pressionar o Congresso».
***
A Colômbia pode contar comigo. Como sempre.
Fonte:
As imagens são chocantes. Cruéis. Desumanas.
O PACMA publica um vídeo gravado durante uma aula prática de uma Escola de Toureio de Madrid, na qual se mostra a extrema crueldade e selvajaria com que se tortura animais jovens, por jovens tauricidas.
(E PASMEM!)
O Ministério da Cultura espanhol acaba de conceder à escola de toureio Marcial Lalanda de Madrid, o Prémio Nacional de Tauromaquia, no valor de 30.000 €.
É isto que transmitem a crianças e jovens os que sofrem de uma doença incurável: crueldade, da qual apenas os Homens sofrem.
Com o aval das autoridades governamentais e da igreja católica (assim com letras minúsculas, porque mais não merecem).
Isto pertencerá à Moral, à Ética, à Civilização, à Evolução, à Cultura Culta, à Essência Humana?
É nesta barbárie destrutiva, cruel e violenta, e não em actividades construtivas, humanitárias e pacíficas que se esbanjam os dinheiros públicos.
Pobre humanidade desumana!
Isabel A. Ferreira
"O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, no âmbito da criminalização dos maus tratos a animais de companhia, lançou hoje a campanha da PSP, "Maus tratos a animais são crime", na Casa dos Animais de Lisboa em Monsanto.
A campanha tem como objectivo alertar os cidadãos para a alteração legislativa que decorre da lei 69/2014 de 29 de Agosto e sensibilizar para o correcto tratamento dos animais de companhia com o respeito e dignidade que a vida animal exige.
Por sua vez, existem neste momento duas formas céleres de esclarecer eventuais questões ou denunciar ilícitos criminais:
- Através do número 21Policia (217654242) - disponível 24h por dia para um contacto menos moroso com a PSP.
- Através do e-mail dedicado "defesanimal@psp.pt" - criado especificamente para a matéria criminal e contra-ordenacional relacionada com os animais de companhia.
Ajude-nos. Denuncie. Apadrinhe. Adopte.
Os animais precisam de nós. E nós, contamos consigo!"
***
ENSINAR A CRIANÇAS A TERRÍVEL E VENAL ARTE DE TORTURAR ANIMAIS EM PÚBLICO NÃO SERÁ UMA FORMA DE MAUS TRATOS?
E se é maus tratos não será crime?
Coloco esta questão aos psicólogos que possam eventualmente ler este texto, e queiram dar uma opinião…
O que será “isto” que se vê na imagem?
«A psicóloga Maria María Vicenta Vaquer Martí, representante da Asociación de Profesionales para la Defensa de los Animales (PRODA), advertiu, na última quarta-feira, durante a Comissão de Cultura do Congresso, que “o sadismo como espectáculo é uma das sementes de violência” para os menores, em referência às touradas.
Vaquer Martí, uma das palestrantes que participaram das conferências para dar opinião sobre a proposta de lei para a regulação das touradas como bem de interesse cultural, fez referência a vários estudos que demonstram os efeitos negativos que tem o maltrato animal como espectáculo para menores.
Um deles indica que as crianças com problemas emocionais que são expostas à violência têm uma “maior probabilidade de cometer actos cruéis”, e, por isso, vê que é necessário evitar que os menores compareçam a espectáculos em que os adultos maltratem os animais.
Outras das consequências a que fez referência são os “conflitos de lealdade, ocultar a compaixão pelo animal e o debilitamento do sentido moral ao descobrir que o sofrimento é permitido”, já que neste espectáculo é cometido “um acto de crueldade a um animal sem eleição”.
“Se tentamos protegê-los da violência real que já existe, então por que colocamos a etiqueta de cultura em acções que podem prejudicar as crianças? Isso seria uma irresponsabilidade”, critica.
Por tudo isso, manifestou ser contra as touradas serem declaradas bens de interesse cultural, já que, tal e como indica a Lei sobre Património Cultural, sua aprovação traria consigo “o fomento” das touradas.»
Origem da foto e do texto:
http://www.anda.jor.br/13/07/2013/touradas-podem-ser-uma-semente-de-violencia-para-criancas-e-jovens
***
As crianças não merecerão o mesmo cuidado que se dá aos animais não humanos nesta campanha da PSP?
E os animais chamados bezerros? Não merecerão o mesmo tratamento do dos outros animais?
Ou os bezerros não serão animais?
Isto não é uma brincadeira inocente. É algo inconcebível.
Inacreditável.
Contudo, num distrito onde existe um antro (não lhe podemos chamar escola) de toureio, onde crianças de tenra idade aprendem a desrespeitar os seres vivos e a praticar a violência e a crueldade contra eles, com o aval dos governantes locais e nacionais, esperar o quê?
Mas isto?????? Isto????
É de bradar aos céus!
«A PSP de Portalegre e a Câmara respectiva, falhas de imaginação, inteligência e sensibilidade, no dia mundial da criança, encenaram este monumental disparate com as nossas crianças em Portalegre.
Chama-se a isto cretinice pura, difícil até de igualar...
Este meu (nosso) Portugal está mesmo doente...»
Fonte:
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Qual seria a intenção da PSP e da presidente deste município Maria Adelaide Lebreiro de Aguiar Marques Teixeira (será mãe? será mulher?) que assim tanto desprezam as crianças?
Maria Adelaide Teixeira
Isto só num país profundamente atolado na ignorância e na falta de senso e sensibilidade, e de respeito pelos que ainda não têm consciência para poder discernir o que é bom e o que é mau.
Depois admiram-se do bullying praticado nas escolas, da violência de crianças contra crianças, da violência doméstica, da falta de respeito por professores e colegas, da crueldade contra animais não-humanos…
Que tipo de sociedade é esta?
O que pretendem para estas crianças?
Senhora Procuradora-Geral da República, Doutora Joana Marques Vidal, e Senhora Ministra da Administração Interna, Doutora Anabela Rodrigues, o que será isto?
Vossas Excelências não terão nada a dizer sobre este descalabro praticado contra as crianças de Portalegre, com o aval da PSP e da Presidente da Câmara Municipal?
Os Portugueses aguardam uma tomada de posição.
É que o que fizeram com estas crianças (e fazem com muitas crianças portuguesas) é muito, muito grave.
Ou não será?
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Portalegre celebrou Dia da Criança com polémica simulação de motim
Crianças divididas entre polícias e manifestantes, para simular situação de motim. Autarquia diz que houve um "propósito pedagógico".
Ler notícia neste link:
O exercício que constava num livro escolar de Físico-Química pedia a alunos do 9º ano (portanto, a crianças de pouca idade) que fizessem um cálculo baseado nesta formulação: «O Diogo largou um gato da varanda do seu quarto, situada a cinco metros do solo»
(Supõe-se que o Diogo seja um menino).
A Areal Editores (responsável pela publicação deste livro) já pediu desculpa por esta irracionalidade, que não deveria ter acontecido, mas aconteceu, e diz que já retirou este exercício do livro.
A Razão, a Moral, a Ética e a Civilização agradecem.
A formulação pedia às crianças que indicassem qual a intensidade da força aplicada durante a queda e o valor da velocidade se atirassem um gato a uma altura de cinco metros.
Um gato?
Por que será que ao autor deste exercício não ocorreu atirar pela varanda uma outra “coisa” qualquer? Sim outra “coisa”, porque um gato em Portugal ainda é considerado uma “coisa”, se bem que uma “coisa” viva e senciente. Por que escolheu um gato, que até poderia ser de porcelana, de barro, de qualquer outro material, mas… ao que parece era um gato, assim… de carne e osso, sangue quente, sistema nervoso central, mamífero, como o autor do exercício?
O que fica a pairar no ar é que o autor deste exercício já o praticou e fez os cálculos dele, baseados na queda do gato.
E a culpa? De quem é a culpa de “isto” poder acontecer, num país onde a violência contra seres vivos está consignada na legislação?
Os legisladores portugueses não têm os conhecimentos mais básicos de Biologia, e quando isto acontece com os que mandam… os que são mandados não têm bases para serem melhores.
Na notícia que circula, diz-se que um dos responsáveis da Editora, Diogo Santos, referiu que «este exercício não vai constar da versão destinada aos alunos».
Pois seria este o Diogo que atirou o gato da varanda? Ou é apenas coincidência?
E o exercício não vai constar da versão destinada aos alunos? E constará na versão não destinada aos alunos?
Eu recuso-me a creditar nisto.
Esta é uma versão que nem sequer deveria ter passado pela cabeça de alguém que tem a seu cargo a criação de “livros escolares”, e não deve definitivamente constar em qualquer outra versão, nem de alunos, nem de não alunos.
Portanto o Diogo Santos deveria ter dito, e com muita humildade, que este exercício deverá ser eliminado definitivamente de qualquer versão. Assim é que é.
Mas há algo mais grave: de acordo ainda com Diogo Santos, o livro «foi revisto por três pessoas e ninguém se apercebeu da situação».
Como é que isto é possível?
Atirar um gato de uma varanda, a cinco metros de altura, será assim tão comum, para que ninguém se tivesse apercebido de que estavam a referir-se a um gato, a um ser vivo, e não a um objecto?
E o mais perturbador é o que a fonte do Ministério da Educação e Ciência (MEC) salientou ao jornal Público.
«Os cadernos de actividades, contrariamente aos manuais escolares, não passam pelo aval do MEC, e este não se identifica com o teor do exercício apresentado, do qual não tinha conhecimento».
E acrescentou: “O exercício não respeita os valores fundamentais da nossa sociedade”.
Como disse?
Que “valores fundamentais” da nossa sociedade o exercício do gato atirado da varanda não respeitou? Quando sabemos que o governo português (incluindo o MEC) apoia a violência e a crueldade contra seres vivos, em touradas, em circos, em “escolas” (leia-se antros) de toureio para crianças, e em muitas outras circunstâncias, considerando os animais ditos não humanos simples máquinas, que estando “oleadas” (comidas e bebidas) e a funcionar é o quanto basta!
Deixem de ser hipócritas!
Este caso insólito, absolutamente absurdo, deste exercício de físico-química, é o resultado de uma política deturpada, em que a violência e a crueldade contra seres vivos, não estão devidamente acauteladas, como deveriam estar, numa sociedade do século XXI da era cristã.
Este episódio grotesco não me surpreendeu, apenas aumentou a minha indignação, por tudo o que está a passar-se no meu pobre País, que anda à deriva, um País sem eira nem beira…
Fonte:
Este toureiro está a infringir a lei.
Estas crianças têm menos de 10 anos de idade.
O que é que as autoridades portuguesas têm a dizer?
Isto é uma forma de maus-tratos e uma violência psicológica contra crianças.
Eis a prova de que a tauromaquia está a chegar ao fim e de que vale mesmo tudo na tentativa de compor a lotação das praças!
Na foto, pode ver-se um toureiro a oferecer bilhetes para touradas a crianças, com menos de 10 anos de idade! Um escândalo!
Hoje, esteve em duas escolas, e já tem agendadas mais visitas a outras. Segundo afirmou à rádio Elvas (note-se que as palavras que se seguem são do próprio), o objectivo é:
– “Sensibilizar as crianças e os mais novos para que cada vez acudirem mais às praças de toiros e criar aficionados logo desde pequeninos porque é uma tradição que se está a perder aos poucos e poucos, se não formos nós próprios dentro da festa a criar esses aficionados e a divulgar o que é a corrida de toiros e mostrar o que é a nossa tradição aos mais novos, para que puxem os pais e puxem os avós para enchermos as praças”.
[Artigo na Rádio Elvas:
Fontes:
Marinhenses Anti-Touradas
***
Como disse, toureiro?
Sensibilizar crianças para a violência e crueldade?
Isto é uma forma de maus-tratos e uma violência psicológica contra crianças.
Selvajaria tauromáquica é tradição, toureiro?
Onde? Em que parte do Universo?
No Planeta Terra não é com toda a certeza.
Será apenas nos côncavos do crânio vazio dos que ainda não evoluíram. E só.
Faça o favor de olhar, com olhos de ver, para esta imagem.
Quantas crianças estão na assistência, ao colo de pais irresponsáveis, e quantas estão na arena vestidinhas à moda de carrascos?
Ou estas crianças vivem à margem da sociedade portuguesa e podem ver os seus direitos a uma infância e a uma educação para a cidadania violados, sem que ninguém se importe?
É isto que a CPCJ pretende para o futuro destas e de todas as outras crianças que frequentam os 12 antros de selvajaria tauromáquica, com o aval desta comissão?
Tem-se falado ultimamente na “requalificação” da SS (não, não é a Schutzstaffel nazista, mas quase) ou seja, da Segurança Social, e nos possíveis “problemas” que tal irá criar às comissões de protecção de crianças e jovens, espalhadas pelo país, as quais em vez de pugnarem pelo SUPERIOR INTERESSE dessas crianças e jovens, atiram-nos para as arenas, para que aprendam a profissão de torturadores de bovinos.
Não foi isso que andaram a discutir recentemente uns deputados aficionados de selvajaria tauromáquica, no parlamento português?
E o que fazem essas comissões que agora vêm a público dizer que essa “requalificação” vai colocar em causa o “trabalho” delas?
Qual trabalho?
O que é que as preocupam?
As crianças que ficam sem “apoio”, porque haverá menos gente para as apoiar, ou a diminuição de postos de um trabalho que não se realiza?
Como pode o Senhor Doutor Armando Leandro vir a público dizer que está preocupado com a diminuição de meios «mas há um intuito de procurar colmatar esta diferença de meios para garantir às crianças e à família a concretização dos seus direitos».
Quais direitos? O direito à prática da violência? Da tortura de seres vivos? Da crueldade contra bovinos bebés, indefesos, inocentes e inofensivos?
Como podem dizer que com a “diminuição de meios” as comissões vão funcionar mal, se nem com meios elas funcionam bem?
A propósito desta imagem vejamos o que se diz no Farpas Blogue:
«Muito entusiasmo e muitos rasgos de afición e querer, no passado domingo, na praça "Daniel do Nascimento", num festejo de entrada gratuita em que se exibiram os jovens alunos da Escola de Toureio da Moita na comemoração do 2º aniversário do seu renascimento.
Uma das mais antigas e mais produtivas do país - de onde nasceram três matadores de toiros, Luis "Procuna", Nuno "Velásquez" (entretanto passou a bandarilheiro) e Sérgio "Parrita" -, a Escola da Moita foi iniciada pelo Maestro Armando Soares, prosseguiu com Vitor Mendes e renasceu há dois anos tendo como professores o matador "Procuna" e o bandarilheiro Júlio André.
Ouvi falar na “dificuldade” da Comissão da Moita, aquela vila portuguesa pertencente ao Distrito de Setúbal, onde a prática da selvajaria tauromáquica está implantada como uma doença de pele, e onde muitas crianças frequentam o antro de toureio a que chamam “escola”.
E a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens da Moita já alguma vez se debruçou sobre a existência deste antro ,onde se ensina a prática da violência a crianças e jovens? Ou a CPCJ da Moita confunde o ensino da violência com o ensino da Matemática ou da Língua Portuguesa?
Doutor Armando Leandro, ensinar a violência às crianças não constituirá uma forma de maus-tratos psicológicos e por vezes físicos (quando eles se magoam) e uma forma de negligência grave por parte dos progenitores que enviam os filhos para estes antros, para que aprendam a ser MATADORES de bovinos, por diversão?
Isto é coisa que se faça às crianças?
Não só o abuso sexual, ou atirar os filhos para água a ferver, queimá-los com pontas de cigarros, bater-lhes até ficarem paraplégicos ou mortos, constitui crime.
Os maus-tratos psicológicos, como é o caso de privar as crianças de uma infância saudável, para as atirar para a violência, também é crime. Ou não será?
Ou as famílias aficionadas gozam de alguma protecção especial nas leis portuguesas, para que não sejam penalizadas por este tipo de maus-tratos que impõem aos filhos? por muito menos já vi a CPCJ a retirar os filhos a Pais, desempregados e desesperados, por não ter de lhes dar o que comer. E o que fazem? Em vez de lhes proporcionar um emprego, retiram-lhes as crianças. E isto é algo repugnantemente desumano.
Saberá a CPCJ o mal que esta negligência poderá causar ao desenvolvimento mental destas crianças e jovens, um desenvolvimento que se quer saudável, como é do direito delas?
E depois ainda há este absurdo, digno de um país quinto-mundista:
Dívidas do Estado fecham escola de música do Minho a partir de segunda-feira
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=4373733
Academia de Música de Almada suspende aulas devido a dívida do Governo
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=797079&tm=8&layout=123&visual=61
Providências cautelares poderão travar fecho de escolas em pelo menos dez municípios
E poderia colocar aqui muitas mais notícias da política educacional e cultural desastrosa deste governo, mas estas bastam para dizer o que gostaria de ver noticiado.
E o que gostaria de ver noticiado, para bem destas desprotegidas crianças do meu País (isto é, das que estão à mercê de progenitores aficionados de selvajaria tauromáquica), e de Portugal e de todos os portugueses lúcidos, era isto:
Em nome de «uma das mais nobres e elevadas artes do agir humano – a Arte da Grande Política Civilizacional, Cultural e Ética» (*) o governo português manda encerrar todas as “escolas” de toureio do Pais, bem com o decreta a abolição da tauromaquia.
Esta seria a grande notícia do avanço civilizacional necessário em Portugal.
(*) A frase entre aspas é de autoria do Filólogo em Humanidades Clássicas, Fernando Paulo Baptista)
Isabel A. Ferreira
Isto é imoral, é inversão de valores, é privilegiar a violência e a crueldade, é marginalizar crianças inocentes, é capar o futuro.
(Origem da foto: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/colegios-de-ensino-especial-reabrem-sem-dinheiro-1681250
É inadmissível que num Estado que se diz de Direito se pratique uma política tão distorcida, tão prejudicial à camada mais frágil da sociedade, ou seja, às crianças dependentes dos adultos para progredirem moralmente e intelectualmente, tanto as que necessitam de um ensino especializado, para poderem viver com dignidade e serem integradas na comunidade, como é de seu direito, como as que são forçadas a entrar numa arena para aprenderem a ser algozes e assassinas de seres vivos para mera diversão de alienados.
Que governantes e dirigentes são estes que, deste modo vil, violam a Constituição da República Portuguesa e os mais elementares Direitos das Crianças e permitem que a umas falte o ensino de que necessitam, e a outras lhes incutam sementes de violência e crueldade para que no futuro próximo (já livre da praga da tauromaquia), sejam marginalizadas por continuarem ligadas a um passado sangrento e vergonhoso, que não fará parte desse futuro?
O que pretenderão os actuais governantes e dirigentes portugueses com esta postura obscura que não pugna pela evolução da sociedade, muito pelo contrário, enterra-a num passado que o 25 de Abril não conseguiu destruir, porque não foram cortadas pela raiz as ervas daninhas que, durante anos a fio, impediram o crescimento das árvores do conhecimento e da liberdade, que são a base da evolução de um povo?
Essas ervas daninhas continuam por aí, infiltradas em partidos políticos com assento na Assembleia da República, lugar onde não se pratica uma Política de Estado, mas uma potiliquice de partidos vendidos a lobbies.
E eis-nos chegados a 2015 ainda com cenas do calibre desta que vemos na imagem: uma criança que frequenta o Clube Taurino de Alter do Chão, integrado no Agrupamento de Escolas daquele concelho alentejano, o qual é uma estrutura de “ensino” estatal (não é insólito?), onde cerca de 50 menores, alguns deles com 4/5 anos aprendem as disciplinas da violência, da crueldade, da tortura, da insensibilidade, da desumanidade praticadas contra um bovino bebé, indefeso, inocente e inofensivo, quase tanto como os seus pequenos algozes, a quem não é perguntado se querem ou não querem aquela vida de malfeitores.
Criança de Alter do Chão aprende como maltratar um bovino bebé
(Origem da foto: http://diariotaurino.blogspot.pt/2011/07/alter-do-chao-parrita-ja-e-professor.html
Numa época em que por todo o mundo milhares de pessoas contestam esta forma cruel e primitiva de divertir uma minoria ridícula e inculta, e muitas cidades estão a rejeitar este costume bárbaro que envergonha a modernidade, os governantes e dirigentes portugueses teimam em continuar a fomentar e a apoiar antros de tortura de bovinos bebés e a formar monstrinhos para os lançar num futuro sem futuro.
E para que se tenha uma ideia de quão ridícula e perniciosa é esta politiquice de apoio a antros de toureio, deixo aqui alguns dos que eles chamam “objectivos” para “moldar a personalidade” de crianças que nada sabem da vida e nunca virão a saber se as condenarem a esta violência e obscuridade, praticados (por exemplo) na Escola de Toureio de Alter do Chão (com dinheiros públicos):
- Fazem colóquios e visitas a ganadarias e coudelarias (onde lhes falam de ética e de como devemos respeitar os touros e os cavalos, que também são animais, tanto quanto (agora por lei) devemos respeitar os animais cães e gatos?)
- Formar bons aficionados, fomentar o espírito de grupo e o contacto directo com a realidade tauromáquica (onde lhes falam de ser bom aficionado da empatia para com todos os seres vivos? Do espírito de grupo para construírem um futuro onde a violência e a crueldade não têm lugar? Contacto directo com a tortura, o sangue, a dor, o sofrimento dos bovinos nas arenas para divertir sádicos, algo que devem rejeitar veementemente se querem ser gente?)
- (Esta é a mais caricata) Melhorar a formação intelectual e social dos jovens, fomentar o espírito de partilha e prestigiar a escola e a comunidade de Alter do Chão (formação intelectual com a leitura de bons livros de Ciências Sociais, História, Literatura, Filosofia, Política? Melhorar a formação social levando as crianças a teatros, ou a visitar museus, exposições de arte? Partilhar conhecimentos e saberes sobre os mais básicos direitos dos Homens, das Crianças e dos Animais? Prestigiar a Escola de Alter do Chão, colocando-a ao nível do Colégio Luso-Francês do Porto, por exemplo?)
- Reunião semanal para analisar as notícias taurinas que marcaram os últimos dias e, nesses encontros, são projectadas novas iniciativas a desenvolver em prol da tauromaquia (falar-lhes-ão dos fracassos da tourada, da falta de público, da abolição dessa tragédia bovina em muitas cidades, e dos estropiamentos e das mortes dos toureiros nas arenas? Projectam iniciativas para incutir nas crianças a empatia pelos seres vivos que sofrem como elas, quando são feridas nas suas próprias carnes?)
- Um dos momentos altos da vida do clube taurino é a recepção a toureiros na escola (dirão às crianças que os toureiros ou os forcados não passam de cobardes que atacam e torturam animais indefesos para exibirem uma virilidade que não têm? Levarão á escola escritores ou poetas para lhes falarem de palavras benévolas e da poesia das flores?)
Francamente!
Que futuro pretenderão os governantes e dirigentes portugueses para as crianças portuguesas mais desprotegidas: as portadoras de deficiências e as que são obrigadas a frequentar antros de violência, crueldade e tortura?
Seria pedir muito que respondessem a esta pergunta tão simples?