A legalidade desta crueldade só diz do atraso mental de quem a permite, de quem a apoia, de quem a pratica e de quem a aplaude.
É também a maior prova de que há “homens” que são animais incontestavelmente irracionais.
Por favor, manifestem a vossa indignação enviando o texto abaixo ou outro original para os seguintes endereços, abaixo referidos.
Exmo senhor Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória
C/C: Presidente do Governo Regional dos Açores;
Presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores;
Deputados da ALRA,
Continuando na senda da estupidez (porque não há adjectivo mais adequado), uma vez mais, as chamadas Festas da Praia, que se realizam de 4 a 13 de Agosto, vão ser manchadas pela prática sangrenta de touradas de praça e pelas aberrantes touradas à corda.
De acordo com uma fonte da Câmara Municipal da Praia da Vitória (ilha Terceira-Açores) as duas touradas de praça custarão 120 mil euros que dizem financiar-se com a venda dos ingressos.
Ou estamos perante um embuste, uma vez que na vizinha cidade de Angra do Heroísmo tal não acontece, ou estamos perante uma sociedade moralmente doente, que paga para se divertir, assistindo à tortura de animais.
E a isto chama-se sadismo, deformação do foro mental.
Se a segunda hipótese é a verdadeira, significa que a sociedade terceirense está em profunda crise de valores, mas sem dificuldades económicas, pelo que não faz qualquer sentido os choradinhos e os programas de apoio à ilha Terceira que supostamente passa por dificuldades resultantes da diminuição dos efectivos americanos na Base das Lajes.
Posto isto, e uma vez mais, aqui deixo o meu mais veemente repúdio e indignação, por verificar que apesar de todos os apelos à racionalidade, a Praia da Victória continua na senda da estupidez, porque, gostem ou não gostem, é da mais profunda estupidez um povo divertir-se à custa do sofrimento atroz de seres vivos, que várias Ciências já provaram ser animais sencientes e racionais.
Este tipo de divertimento difama o Arquipélago dos Açores e afasta aqueles que procuram beleza e tranquilidade, e encontram fealdade, crueldade, violência e um atraso civilizacional inigualável.
Com fé e esperança no triunfo da lucidez, da saúde mental, da civilização, da evolução e da racionalidade,
Isabel A. Ferreira
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Contactos para o protesto:
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CC:
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Há povos assim: em vez de optarem pelo conhecimento, e evoluírem, preferem continuar na ignorância e enfiados em tocas sombrias e a cheirar à mofo.
Em Angra do Heroísmo o povo continua a comemorar o São João, santo católico, com uma bacoca afición, que se estende às crianças que, naquela terra, onde sopram ares bafientos, não merecem a protecção de quem de direito, ficando à mercê da violência e da crueldade intrínsecas às touradas à corda e de praça.
É uma coisa que faz parte de uma sociedade a que chamam "democrática e plural”.
Tudo isto abençoado pela igreja católica e por governantes que devem milhares de euros ao bom senso.
Angra do Heroísmo é, pois, um lugar à margem, ostracizado pelo turismo culto.
O Bloco de Esquerda deveria propor a ABOLIÇÃO DA TAUROMAQUIA e a PROIBIÇÃO DO USO DE ANIMAIS NOS CIRCOS. Isso é que era proposta.
Andar a empurrar o lixo para debaixo do tapete não leva a lado nenhum.
Isto não passa de uma manobra de diversão, que não vai resolver o problema da TORTURA ANIMAL, nem nos Açores, nem no Continente.
Apenas a ABOLIÇÃO é razoável.
Imagem (arquivo) REUTERS
Paulo Mendes, co-líder do BE/Açores, referiu numa conferência de imprensa que «o que nós pretendemos neste momento é vedar o financiamento público ou outros apoios públicos indirectos a espectáculos que impliquem o sofrimento ou a morte de animais».
Segundo ainda Paulo Mendes, o objectivo da proposta não é proibir a realização dos tais “espectáculos” com animais, como as touradas de praça (então e as de corda?) mas canalizar as verbas públicas para outras áreas.
Senhor Paulo Mendes, primeiro, por que chama “espectáculos” a práticas bárbaras e primitivas, que de espectáculos nada têm? E segundo, se o objectivo não é proibir essas práticas, DEVERIA SER, porque não faz sentido nenhum andar por aí a fingir que se quer acabar com uma coisa que continuará a existir, se não for definitivamente abolida. Proibida. Exterminada. Morta e enterrada.
O mal deve cortar-se pela raiz, e não pela rama, porque cortando-se apenas a rama, ficando as raízes, o mal tornará a crescer, como uma erva daninha. Como um cancro social, moral e cultural. E ficamos absolutamente na mesma.
E andamos nisto. A brincar aos objectivozinhos…
O que é isso de «canalizar as verbas públicas para outras áreas», deixando que se continue a maltratar animais nas touradas de praça, de corda, nos circos e em todos os cantos e recantos das ilhas?
Paulo Mendes acrescenta:
«Numa altura em que escasseiam meios públicos para reanimar a economia e criar emprego, sem que esse emprego seja precário ou mal pago, e quando falta mesmo apoio público para, por exemplo, promover actividades culturais que não façam sofrer animais, não podemos consentir que simultaneamente se esbanje financiamento público num espectáculo tão dispendioso como é a tourada de praça».
Mas isto é pura manobra de diversão.
É uma tremenda manifestação de hipocrisia.
E a maior hipocrisia está nesta crença do dirigente bloquista: Paulo Mendes diz acreditar na aprovação da proposta, tendo em conta que a iniciativa vai de encontro à Declaração Universal dos Direitos dos Animais, que defende que nenhum animal seja "submetido a maus-tratos e actos cruéis".
Quanta incongruência!
Nas touradas à corda não haverá maus-tratos e actos cruéis?
Sangue não é sinónimo de violência, para se achar que não havendo sangue não há violência.
E Paulo Mendes diz ainda achar «que faz todo o sentido que haja um consenso generalizado, porque afinal de contas ninguém quer contrariar uma Declaração Universal dos Direitos dos Animais, aprovada pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) em 27 de Janeiro de 1978».
Pois não se deveria querer contrariar a Declaração Universal dos Direitos dos Animais. Nunca. Jamais. Mas não é isso que o Bloco de Esquerda/Açores propõe.
O que o Bloco de Esquerda/Açores propõe é que se lixem os animais (ab)usados nas touradas à corda. E esses também são animais, violentados brutalmente nesse primitivo divertimento. Mas o que importa isso?
Esta proposta faz parte de um pacote de iniciativas que procura cumprir o compromisso eleitoral do BE de 2012 e uma moção sectorial sobre o bem-estar animal aprovada na última convenção regional do partido.
E não passa disso mesmo: uma iniciativa para cumprir um compromisso eleitoral. Basta fingir que se tem a intenção de… e pronto… Tapa-se o sol com a peneira…
É apenas um pacote de faz-que-faz, até porque, se for aprovado, o decreto legislativo regional vai limitar apenas os apoios concedidos pelo Governo Regional, uma vez que a Assembleia Legislativa não tem competência para vedar o financiamento público das autarquias.
E como as autarquias, que vivem num atraso civilizacional descomunal, não vão deixar de subsidiar essas práticas primitivas, simplesmente porque não, lá continuarão os animais a ser torturados nas touradas de praça, nas de corda e nos circos.
E aqui temos: o projecto do BE não passará de uma manobra de diversão. De um faz-que-faz.
Para que serve isto?
Para que nos Açores tudo continue igual a como sempre foi.
Proponham a abolição de todas as vertentes da tauromaquia e a proibição do uso de animais nos circos, e aí sim, acreditaremos na vossa boa vontade política de resolver o grave e vergonhoso problema dos maus-tratos a TODOS os animais não humanos, também filhos legítimos de Portugal.
Isabel A. Ferreira