Campanha contra as touradas no mundo
«Nenhum dos animais merece e a sociedade não precisa, para nada, de tauromaquia. BASTA!
Basta de permissão a abusos crónicos.
Nenhuma outra forma de prática cultural ou espectáculo recebe a contestação que merece o sector tauromáquico, com os seus caracteres traumáticos, tão evidentes, com os seus rituais sanguinários, com todo o desrespeito demonstrado contra os animais designados, #toiros, #cavalos e outros. E é para mais uma esponja a sugar dinheiros, incluindo muito despesismo e gestão danosa, vergonhosa, da parte de alguns Poderes Públicos, que ainda desviam, podem ainda desviar, dos fundos públicos, para #touradas da seita obscura! Têm regulamentos de lei. Ao menos esses cumprem? Nem isso!»
Fonte:
https://www.facebook.com/CampanhaContraTouradasMundo/photos/1098025566914593
«Nenhum dos animais merece e a sociedade não precisa, para nada, de tauromaquia. BASTA! Basta de permissão a abusos crónicos.
Nenhuma outra forma de prática cultural ou espectáculo recebe a contestação que merece o sector tauromáquico, com os seus caracteres traumáticos, tão evidentes, com os seus rituais sanguinários, com todo o desrespeito demonstrado contra os animais designados, #toiros, #cavalos e outros. E é para mais uma esponja a sugar dinheiros, incluindo muito despesismo e gestão danosa, vergonhosa, da parte de alguns Poderes Públicos, que ainda desviam, podem ainda desviar, dos fundos públicos, para #touradas da seita obscura! Têm regulamentos de lei. Ao menos esses cumprem? Nem isso!» (Campanha contra as touradas no mundo).
Vejam de que sofrimento atroz padecem os Cavalos, com todos estes ferros a cortar-lhes as carnes, nas partes mais sensíveis. E isto é coisa de criaturas monstruosas. Se amam os Cavalos não os montem, nem usem e abusem deles, para coisa nenhuma, porque eles não merecem tamanha atrocidade! (Isabel A. Ferreira)
Fonte: https://www.facebook.com/CampanhaContraTouradasMundo/photos/1098025566914593
Foi assim, em Santarém, numa pretensa tourada solidária.
Como pode ver-se, a arena está a abarrotar de gente solidária.
Mas para os aficionados, basta estar um nas bancadas, para verem milhares. É assim a mente distorcida deles.
Desventurados Touros que foram sacrificados para nada…
Para ninguém…
É assim, em massa, o regresso dos portugueses aos “toiros”...
Então não é?
Fonte da imagem:
Esta é uma campanha que a Associação ANIMAL encetou.
A Ana Galvão iniciou-a. Nuno Markl e o Ricardo Araújo Pereira seguiram-na, bem como o humorista Diogo Faro, o humorista, guionista e apresentador de TV Guilherme Fonseca, a música e instrumentista Sandra Baptista, Fernando Alvim, radialista, humorista e apresentador de TV português, o radialista Nuno Calado, o actor Philippe Leroux, o artista plástico Leonel Moura
Ora acontece que a prótoiro sentiu-se atingida pelas verdades que o Nuno Markl e o Ricardo Araújo Pereira magistralmente disseram neste vídeo.
Cobardes como são, os da prótoiro trataram logo de ir queixar-se à Rádio, para a qual estes dois cidadãos portugueses, livres e lúcidos, trabalham (como se os órgãos de comunicação social não pudessem criticar esta “coisa” indigna de seres humanos, e só não o fazem devido a um motivo que não trarei para aqui, por respeito a estes dois Grandes Senhores da Rádio) e que obrigou o Nuno a escrever o seguinte, na sua página do Facebook:
«A opinião que o Ricardo Araújo Pereira e eu temos sobre as touradas é a nossa, não é nenhuma opinião da empresa em que trabalhamos. Por isso, na próxima semana, faremos um remake do vídeo em território neutro, para que não haja confusões.
A nossa opinião sobre o assunto, essa mantém-se.
Caros aficionados: eu e o RAP manifestámos a nossa opinião sem vos insultar ou ameaçar de pancada/morte. Não vos queremos mal, queremos é o bem dos touros. Essa é uma diferença importante. Tentemos ser uma sociedade digna desse nome e manter o debate sem agressões pessoais - e isto é válido também para quem está do nosso lado da polémica: baixar o nível lixa tudo para ambos os lados. Não lixa tanto como ao touro, mas lixa.
***
Tem toda a razão Nuno Markl.
Mas houve um aficionado que dirigiu ao Nuno este bilhete:
«Caro Nuno Markl, com todo o respeito acho lamentável a sua intervenção no video, se queria intervir adequadamente tinha-se informado sobre o que ia falar e não chegar e dizer ''vamos ver um animal a sofrer'' !
Se tivesse pesquisado sobre o assunto profundamente teria encontrado estudos que comprovam que o Toiro de Lide não sofrer durante a própria lide, que é uma raça selecionada e modificada geneticamente através do seu cruzamento ao longo de seculos, o que o fez desenvolver β-endorfinas especificas que não permitem ao Toiro qualquer sofrimento durante a Lide!
E quanto á questão da violência, se tem amigos que são realmente aficionados e fala com eles sobre isso vai perceber a paixão e o amor pela festa e não qualquer violência ao pronunciar-se sobre a mesma!
Obrigado
João Diogo»
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(Essa das β-endorfinas é que me deixam intrigada... Como gostava de as produzir também, para ver se não sofria tanto por causa destes ignorantes...)
***
O que se passa é que está mais do que provado de que os Touros, sendo animais sencientes tal como nós, sofrem horrores tal como nós sofreríamos se nos torturassem do mesmo modo que os torturam a eles, nas arenas.
Este parágrafo:
«Se tivesse pesquisado sobre o assunto profundamente teria encontrado estudos que comprovam que o Toiro de Lide não sofrer durante a própria lide, que é uma raça selecionada e modificada geneticamente através do seu cruzamento ao longo de seculos, o que o fez desenvolver β-endorfinas especificas que não permitem ao Toiro qualquer sofrimento durante a Lide!»
foi escrito por alguém completamente ignorante, que não apresentou esse tal “estudo”, porque além desse tal estudo não existir (como poderia?) é totalmente inconcebível dizer que um mamífero, um bovino, um herbívoro, um animal possuidor de um sistema nervoso central tal como nós, não sofre ao ser torturado tão barbaramente.
Só um ignorante o diz.
Além de que se o que se diz neste parágrafo fosse verdade, os que praticam tal barbaridade deviam estar na cadeia, porque não existe lei alguma que permita modificar geneticamente um ser vivo para ser torturado e divertir broncos.
E se o touro “geneticamente modificado” não sofre, porque é que grita tanto quando lhe cortam os cornos, quando o bandarilham, quando lhe trespassam o corpo com uma espada?
Porque é necessário a banda de música tocar tão alto para que não se ouçam os gritos e os relinchos de dor dos touros e dos cavalos?
As mentiras que passaram de geração em geração tornaram-se verdades apenas para aqueles que se recusaram a evoluir.
Mas hoje, só é ignorante quem opta por ser ignorante.
Vão pregar as vossas mentiras para outra freguesia, aficionados.
Nesta, na nossa, as vossas mentiras podem ser desmentidas, uma a uma.
E é isso que me proponho fazer.
Quanto ao vídeo do Nuno e do Ricardo é uma grande lição da civilidade, da lucidez, da evolução e da ética que falta aos que praticam, aplaudem e apoiam a selvajaria tauromáquica.
***
Nuno Markl e Ricardo Araújo Pereira ameaçados de pancada e morte
Isto só demonstra o baixo nível moral, social e cultural de quem tem a selvajaria tauromáquica por "coisa civilizada".
Mas a culpa não é dos da prótoiro, que só conhecem a violência e a crueldade.
A culpa é de uma legislação que permite essa violência e crueldade contra seres sencientes, para divertir criaturas insencientes, estendendo-se essa violência e crueldade também a Seres Humanos, como o Nuno Markl e o Ricardo Araújo Pereira.
Também já me ameaçaram a mim... de morte, e apanhar-me numa esquina, de socos na fussa...
Enquanto essa selvajaria for permitida por lei, este clima de pugilato vai andar no ar... por aí...
Mas quem tem medo de cobardes?
Ler a notícia aqui:
http://www.sol.pt/noticia/388278
Isabel A. Ferreira
De uma virada recebi estes dois comentários, que dizem do mundo rasteiro que é o da tauromaquia, e que o governo português motiva com a sua falta de lucidez política, e da qual faço questão de destacar.
Chega!
TOLERÂNCIA ZERO PARA ESTA ESCUMALHA DA SOCIEDADE PORTUGUESA!
Alexandre, deixou um comentário ao post ESTE É O SILVÉRIO. O SILVÉRIO ACABOU AGORA MESMO DE SER TORTURADO EM LISBOA às 04:12, 2015-04-12.
Comentário:
Peço desculpa mas eu acho este espetaculo do melhor que existe no nosso país. A escumalha como refere a Sra. Oliveira só pode ser ela e os entes queridos. Ninguem aqui insulta ninguem, pelo menos acho que se devem respeitar as opinioes. Toros Alle, para sempre.
***
Alexandre, pois eu não vou pedir desculpa para o que vou dizer: há indivíduos que nascem com vocação para a estupidez, e o Alexandre é um desses indivíduos.
Basta esse seu “achar” a tortura de seres vivos o “melhor espectáculo que existe no nosso país”, para o confirmar.
Mas a culpa não é sua. Ou melhor, é sua, porque poderia estar disponível para evoluir e não está, mas também é do Estado Português que mantém um povinho nesta ignorância de meter dó às pedras, por motivos asquerosos.
A Sra. Oliveira até foi muito delicada ao chamar ESCUMALHA aos que praticam, aplaudem e apoiam a carnificina de bovinos para se divertirem.
Vocês são mais do que escumalha, vocês são o que de pior existe no Reino Animal. Estão abaixo da escala animal. Mais abaixo do que os animais rastejantes. Nenhum outro animal na Natureza tortura um outro ser por prazer, nem sequer um verme o faz.
E isto não é insultar ninguém. Isto é dizer a pura VERDADE. Isto é relatar um FACTO.
E dizer as verdades e relatar factos nunca foram insultos em parte alguma do Planeta civilizado.
E nós não temos de RESPEITAR uma coisa que não é do domínio da OPINIÃO, mas tão-só do domínio da ESTUPIDEZ.
Por isso, MORRA A ESTUPIDEZ. Para sempre.
Ah! E vá enfiar a sua carcaça vazia, com forma humana, numa poça de lama e deixe-se lá estar… por uns tempos. Pode ser que aprenda que viver na lama não é a melhor escolha para quem pretende elevar-se à condição humana.
***
José, deixou um comentário ao comentário ESTE É O SILVÉRIO. O SILVÉRIO ACABOU AGORA MESMO DE SER TORTURADO EM LISBOA às 21:21, 2015-04-11.
Comentário:
és mas e uma grandessissima puta! Viva aos TOIROS! NUNCA VAI ACABAR ESTE ESPECTACULO EXTRAORDINARIO!
***
Como a paciência tem limites, aí vai: parece que este José se sentou à frente da senhora sua mãe e decidiu passar para o computador o que lhe disse a ela, como desabafo, e enganou-se no destinatário, ao enviar "isto" para aqui.
Pois MORRAM os ESTÚPIDOS, que não fazem falta nenhuma ao Planeta, porque a selvajaria tauromáquica, essa, já está com os pés na cova, e só os parvos é que não vêem.
E é preciso que estes cobardes saibam que não passam de uma peste negra que o mundo civilizado rejeita e despreza
O Touro e o Cavalo é que são os verdadeiros heróis.
***
A diferença entre um herói e um criminoso:
Fonte:
É apenas uma questão de tempo para que estes actos aberrantes terminem, e os Touros e os Cavalos sejam livres de viver a vida deles tranquilamente.
A hipocrisia demente dos tauricidas
Dizem eles que esta é «uma relação por vezes não correspondida, mas de grandes afectos. Quem anda no mundo dos toiros, venera-os e ama-os incondicionalmente»
O beijo de judas
E depois do amor incondicional… a morte cruel…
Farsantes, hipócritas, cobardes tauricidas…
Isto ão é um insulto, é a verdade… (não confundir)
Isabel A. Ferreira
O que se segue é uma afronta ao Direito, aos governantes, ao bom senso, ao respeito pelas crianças, o que põe em causa a autoridade e o bom nome da Assembleia da República Portuguesa
O Estado Português tem a obrigação de garantir a protecção integral ao menor (de 18 anos), proporcionando-lhes condições dignas de existência, e acautelando o direito ao respeito e à inviolabilidade dos seus Direitos.
Isto não configurará um crime?
A coberto de que lei, de que “cunhas”, de que protecção legal a prótoiro pode vir a público transgredir as leis do País impunemente?
Com que legitimidade?
Com que autoridade?
E tem a ousadia de dizer que «Os portugueses nunca deixarão que governo algum proíba os seus filhos de frequentarem touradas. As crianças têm direito à aceder à cultura portuguesa (????????), tal como os pais a decidir a sua educação e que espectáculos estas frequentam.»
Esquece-se a prótoiro que existem leis superiores à vontade de uma minoria insignificante e ignorante, que pretende manter algo que já não faz mais sentido e configura um crime contra a integridade física, psíquica e moral dos menores de 18 anos.
E isto tem de ser denunciado formalmente às autoridades competentes.
Violar os direitos das crianças não é só fazê-las passar fome, bater-lhes ou violá-las sexualmente. Esta é a violência física.
A outra, a que vemos nas imagens, é a violência psíquica e moral que as transformarão em seres insensíveis e embrutecidos na idade adulta. Só não sabe isto quem não tem capacidade de discernir.
Fonte:
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Numa outra publicação, a prótoiro incita novamente à violação do recente decreto-lei que proíbe menores de 12 anos a assistirem a touradas, nestes moldes:
«Menores mantêm a liberdade de frequentar "espectáculos" tauromáquicos (...). Governo reclassifica espectáculos taurinos para “maiores de 12 anos” mas tal não altera a liberdade dos menores dessa idade de irem aos toiros.»
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Senhores juristas, isto é ou não é uma incitação à violação de leis e direitos que existem para proteger as crianças?
Isto é ou não é punível por lei?
Em que país vivemos?
Nem tudo o que é legal é moral.
E se os governantes portugueses mantiverem a postura de não protegerem as crianças da violência e crueldade das touradas (admitidas já pela ONU e pela UNESCO)?
E se não discernirem quão prejudicial é essa exposição ao desenvolvimento psíquico e moral das crianças (bastamente estudada e divulgada)?
Pois… O que acontecerá… será matéria para um novo capítulo desta novela, que não é mexicana, mas parece… com um enredo nada recomendável a povos evoluídos…
Fonte:
Entretanto... as estatísticas dizem-nos que as touradas estão a caminho do fim...
Maravilha! Tudo corre mal na tauromaquia...
Diz-se aqui que o campo pequeno “encheu”, na tourada da passada 5ª feira…Encheu? À custa de quê? Claro, da LUX, e a maioria dos bilhetes foi oferecida, e com certeza até pagaram às “vedetas”, para estarem presentes (sabemos que elas vivem destes expedientes).
Praça cheia, de borla? E a coisa correu mal? Que MARAVILHA!
Vejamos o que dizem os aficionados:
«Miguel Alvarenga - A praça encheu - cheia, mesmo! -, o ambiente era enorme, mas a tourada de ontem à noite no Campo Pequeno foi uma total e completa decepção. Mais que isso: pode mesmo ter constituído a machadada fatal num espectáculo que já viveu melhores dias e cujo fim, por este andar, está agora mesmo por um fio.
Demos ontem de mão beijada aos anti-taurinos a vitória por que eles lutam empenhadamente - e, se calhar, com razão - há muito tempo.
Não faz sentido algum que uma praça encha, que o entusiasmo seja tanto como o que ontem se vivia antes da tourada e que, depois, aconteça o que aconteceu.
Não faz sentido que a primeira figura mundial do rejoneio venha ao Campo Pequeno, justifique, de facto, a tremenda força de bilheteira que tem, encha a praça e depois... tenha faltado o principal, ou seja, o toiro.
Os toiros "nhoc-nhoc" de ontem eram mais "nhoc-nhoc" que os "nhoc-nhoc" e tudo o que é demais, enjoa. Um homem a empurrar uma tourinha tinha surtido um maior efeito que "aquilo". Pelo menos, "investia" pelo caminho certo e os toiros (aquilo eram toiros?...) de ontem... nem isso fizeram.
Abstenho-me, pela degradação a que assisti (ao quinto toiro, fui-me embora incomodado com uma coisa tão deprimente), de comentar o que quer que seja. Toureiros e forcados fizeram ontem o ridículo diante de uma vergonhosa "carneirada". Quando se chega onde ontem se chegou, isto é, quando se bate no fundo, o melhor é fechar a luz e ir embora. É o que vou fazer.
O melhor da festa foi mesmo a festa do "Farpas", à tarde, no bar "Volapié". Entregámos o troféu a Pablo Hermoso de Mendoza (foto o lado) e reunimos um punhado de grandes e bons aficionados numa sala cheia e num ambiente fora de série - é disso e só disso que vos vamos hoje aqui apresentar reportagens. O resto, a tourada, essa não valeu mesmo a pena. Irra, que pior era impossível!»
Fonte:
http://farpasblogue.blogspot.pt/2013/09/campo-pequeno-ontem-irra-que-pior-era.html
***
Desta vez foi com muito gosto que citei este Blog.
Façam as malinhas e emigrem todos para o Planeta Marte.
É o fim! Sim... É o fim...! E não sou eu que o digo...
(Imagem da primeira página do Jornal i)
Touradas. Uma tradição pelo país fora mas "sem margem de lucro"
Por Diogo Pombo
Publicado em 29 Jul 2013 - 14:00
Viana do Castelo volta a viver a polémica à volta da proibição de uma tourada. O i foi à procura do impacto de um negócio que sempre dividiu mais do que uniu
Às touradas por causa dos touros. O trocadilho é repetitivo e fácil de montar, mas ajuda a descrever uma guerra, que tem em Viana do Castelo a sua mais recente batalha. E logo no primeiro concelho do país a assumir-se como "anti-touradas": em 2009 aprovou uma declaração para obrigar qualquer organizador a pedir-lhe autorização para realizar um espectáculo com animais.
Logo, uma tourada ou corrida de touros. Mas a Prótoiro (Federação Portuguesa das Associações Taurinas), pelo segundo ano consecutivo, resolveu, sem consultar a autarquia, agendar uma tourada para a cidade.
No meio do finca-pé entre a autarquia de Viana do Castelo e a associação - que vai durar, pelo menos, até 18 de Agosto, data da corrida - está a logística de um negócio que já pode "ter os dias contados".
O presságio é carregado pela voz de Joaquim Pinta Negra. Do outro lado da chamada, sempre vazia de alegria, nota--se o conformismo de quem passou "os últimos 40 ou 50 anos" a organizar corridas e touradas, a grande maioria na região de Torres Vedras. Responde com um "não" misturado entre risos quando queremos identificá-lo como empresário tauromáquico.
Organizador de touradas então? "Pode ser." É o único momento descontraído da conversa, até Joaquim traçar com pessimismo o caminho onde hoje vê a tauromaquia em Portugal.
As touradas e corridas, lamentou, "têm tendência para acabar." Uma análise ao número de espectáculos tauromáquicos realizados em Portugal desde 2000 não afasta esta previsão. No ano passado realizaram-se 274 eventos no país, de acordo com os números da Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide (APCTL).
Nos últimos 12 anos, aliás, só 2007 ficou como a excepção à regra - de resto, o número de espectáculos diminuiu sempre face ao ano anterior.
Sinal de que o interesse na tauromaquia está a diminuir, ou um reflexo da própria crise financeira do país? O último relatório da Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC), datado de 2011, mostra que, nesse ano, cerca de 660 mil pessoas assistiram a espectáculos tauromáquicos em Portugal.
Em 2012, o número caiu para os 533 mil, segundo dados contabilizados pela APCTL. O IGAC, entidade tutelada pela Secretaria de Estado da Cultura, ainda não publicou o seu relatório de actividades referente a 2012.
Os números por si só não esclarecem a questão, mas Joaquim já opta pelo pessimismo. "Todos temos os dias contados: as ganadarias estão à rasca, muitas a fechar ou a reduzir efectivos, e os toureiros não têm dinheiro para os cavalos", previu.
A conversa, por fim, acaba por chegar às touradas. Este ano, só entre Maio e Setembro da temporada tauromáquica, estão agendadas 84 touradas em Portugal. Lisboa, com 12 espectáculos, é o distrito mais concorrido, seguido de Santarém (11) e Évora (10). Só três dos 18 distritos do mapa não tinham qualquer corrida prevista nestes cinco meses (ver infografia ao lado).
Muitos destes espectáculos aterram em praças móveis e desmontáveis, espalhadas por localidades que nem sempre contam com arenas fixas. Os custos, como tudo, variam. Uma corrida montada numa destas praças fica à volta dos 25 mil euros? "Se tiver bons nomes [de cavaleiros], uma coisa com nível, ficará pelo menos no dobro", corrige Joaquim, ao responder, entre risos, à quantia sugerida pelo i à primeira tentativa. "É sempre muita despesa, muita mesmo", desabafa.
AS DESPESAS
As primeiras começam logo com as obrigações legais, definidas pela IGAC. A tabela de serviços da entidade obriga a cada corrida de touro o pagamento de 1077,30 euros de taxa "até cinco dias úteis antes do espectáculo". O montante varia depois consoante o tipo de actividade tauromáquica em questão: entre novilhadas (887 euros), variedades taurinas (760 euros) e novilhadas populares ou festivais taurinos (443 euros).
Além da taxa, o recinto da tourada terá sempre de ser sujeito a uma vistoria, executada por delegados da IGAC. Caso se trate de uma arena com capacidade superior a mil lugares, esta despesa nunca será inferior a 373 euros. Só em obrigações com a tutela, portanto, uma tourada implica o pagamento de quase 1500 euros.
E fica a faltar o resto - os custos com delegados técnicos tauromáquicos (da IGAC), policiamento, serviços de bombeiros, ambulâncias, touros (e o seu transporte), promoção do evento e até direitos de autor das músicas tocadas no recinto. "Uma corrida nunca fica por menos de 25 mil euros", esclarece Hélder Milheiro, membro da comissão executiva da Prótoiro, actualmente ocupado em organizar a (prevista) tourada de Viana do Castelo, antes de acrescentar que, em média, são necessárias 175 pessoas para montar e preparar um recinto.
Isto quando a tourada é acolhida por uma praça móvel. Passar a conversa para o Campo Pequeno, a praça lisboeta com capacidade para cerca de 10 mil pessoas, dá logo direito a inflacionar os números.
SEM LUCRO
Neste caso, só em encargos fixos, uma tourada implica um custo a rondar os 20 mil euros. Já o policiamento, bombeiros e ambulâncias, juntos, correspondem a quase 1500 euros. "Há encargos muito grandes, [por isso] não há grande margem de lucro", confessa ao i fonte da organização de espectáculos da praça. Algo compreensível quando alguns dos artistas e cavaleiros de maior renome no país "chegam a pedir quase 25 mil euros" para actuarem como cabeças de cartaz nas maiores corridas do ano.
O cachet reservado aos artistas ocupa mesmo uma das fatias mais dispendiosas dos gastos ligados às touradas. E depende de factores "que podem ir desde a distância [da residência do cavaleiro] à praça, da simpatia do toureiro por uma localidade ou da força que este tenha para meter gente" na arena, como enumerou ao i Hugo Ferro, da Associação Nacional de Toureiros.
A quase ausência de lucros é uma queixa também partilhada por quem se dedica a criar animais com destino marcado à nascença. "Neste momento gastamos mais dinheiro a criar um touro do que ganhamos a vendê-lo", revelou João Santos Andrade, presidente da associação que congrega os criadores de touros de lide. Até chegar à praça, cada animal implica, "em números redondos", um investimento entre os 1000 e os 1500 euros dividido entre custos com ração, veterinária ou manutenção de infra-estruturas.
"No mínimo", explicou o dirigente, criar um touro demora "três ou quatro anos", até ser vendido por uma verba a rondar "quase sempre" os 1500 euros. As contas, portanto, são fáceis de fazer. "Não há ganhos nenhuns, de uma maneira geral estamos sempre a perder dinheiro. Isto funciona mais como uma tentativa de manter a tradição e o negócio", admite, por fim, João Santos Andrade.
Manter o negócio e a tradição custa, e só o gosto pelo tauromaquia parece ir aguentando quem lida diariamente com o meio. "Se fizéssemos touradas com a intenção de pôr dinheiro na algibeira, era impossível", confessou Joaquim Pinta Negra, ao introduzir a missão a que hoje se dedica - a de "fazer um espectáculo com qualidade" para "a receita ir toda parar" a instituições de solidariedade.
No caso da "Corrida da Liberdade" de Viana do Castelo, porém, a questão está antes presa na legalidade do evento. Hélder Milheiro, da Prótoiro, nem coloca em causa a realização da tourada agendada para 18 de Agosto. "Do ponto de vista legal, é à IGAC que compete autorizar a corrida. Nenhuma autarquia em Portugal tem poder para proibir uma corrida", argumentou, ao classificar o problema como "puramente administrativo".
O dirigente defendeu que o projecto de "antitouradas" da autarquia "nunca chegou a ser aprovado em Assembleia Municipal" e "vai contra a lei que regula o bem-estar animal", já que esta "admite a tauromaquia como excepção". Até porque, prosseguiu o dirigente, os municípios "governam para o bem público e de acordo com aquilo que a comunidade deseja."
Em 2011, um inquérito realizado a 1133 pessoas pela Eurosondagem, em parceria com a Prótoiro, mostrou que 32,7% dos inquiridos era aficionado de espectáculos taurinos, enquanto 32,8% não gostava, embora também "não concordasse com que se tirasse a liberdade a quem gosta de assistir a actividades com toiros."
Fonte:
http://www.ionline.pt/artigos/portugal/touradas-uma-tradicao-pelo-pais-fora-sem-margem-lucro
Para quem não sabe, o termo parolo significa: bruto, rude, grosseiro, obtuso, bronco, tosco… tudo o que os tauricidas e aficionados são.
Primeira tourada na Califórnia (com guarda-sóis). A parolice em terras do Tio Sam, levada para lá por parolos dos Açores.
http://www.news10.net/news/local/story.aspx?storyid=60239
José Dores deixou um comentário ao post «ESTA É UMA DAS BANDEIRAS DA TAUROMAQUIA… TOUROS, CAVALOS E CRIANÇAS GOSTAM DE SER VIOLADOS E TORTURADOS…» às 11:28, 2013-04-09
Comentário:
«Esta situação da Califórnia é o caso típico do porquê de não defender touradas sem sangue em vez do fim das touradas. Para além dos touros não sofrerem apenas fisicamente, para além de ser uma manifestação cultural humana desprezível, a tourada mantem-nos como que parados no tempo.
Parece que as pessoas julgam que se perdermos a cultura nacional perdemos a ordem social. Isto é mentira, a cultura muda com o passar do tempo e numa sociedade livre existem sempre pessoas que usam mal a sua liberdade e pessoas que a usam de forma correta. Pelo que a manutenção deste tipo de manifestações culturais não contribuirá em nada para termos uma identidade saudável enquanto nação.
Esta situação da Califórnia mostra-nos que os aficionados sofrem de facto de um transtorno mental. Foi-lhes permitido realizar touradas num país sem qualquer tradição deste tipo, foi aberta uma excepção à aplicação de leis em defesa dos animais, para que a comunidade portuguesa se senta integrada, mas obviamente foram impostas regras, como a ausência de maltrato físico no touro através dos ferros tradicionais.
Mas ainda assim uns indivíduos com uma patologia mental consideraram que teria de haver sangue para se sentirem satisfeitos, e quando confrontados com a ilegalidade dos seus actos agrediram o defensor dos animais que os denunciou. Foram presos.
Em nome de quê? De haver sangue? Não foi só em nome de haver sangue, toda a gente que percebe de touradas sabe que os dois ferros compridos no início da lide (e os dois primeiros tércios na Espanha) servem para "baixar a cabeça do touro na investida", o touro fica com a zona muscular trucidada, fazendo com que no toureiro a pé e nas pegas de caras a "reunião" com um touro seja feita na zona do tronco do forcado e não na cara do forcado.
Assim é possível mostrar a "valentia", mas sem a zona muscular trucidada o touro investe alto e impede muitos brilharetes dos senhores da tauromaquia, enfim coisas da tourada.»
***
Coisas de gente parola, José Dores.