Quem visitar o Arco de Almedina pode verificar que um indivíduo chamado Fulano deixou um comentário no meu texto intitulado «Um Povo que não se sente não é filho de boa gente», onde diz: “«Portugal é um paraíso onde ainda podemos viver placidamente». Pimba!”
Obviamente, que cada um pode interpretar como bem entender a minha frase. E não é isso que aqui vou pôr em causa.
É que, o Fulano deu-me uma ideia para uma pequena crónica, acerca do que entendo ser Portugal.
Normalmente ouvimos dizer mal de «Portugal» e são os próprios Portugueses que enchem a boca com «Portugal é um país atrasado», «Portugal está na cauda da Europa»... Claro, se os de “dentro” dizem isto, o que dirão os de “fora”?
Não, não é Portugal que é um país atrasado. Não é Portugal que está na cauda da Europa.
Há que inverter esta tendência retrógrada.
Quem é atrasado e está na cauda dos europeus é um grupo, bastante considerável ainda (infelizmente) constituído por Fulanos que só sabem “dizer mal” mas em nada contribuem para dignificar o seu País, pelo contrário... e pelos Desgovernantes que andam a brincar aos governozinhos...
O Portugal físico, o território é, na verdade, um Paraíso, à excepção obviamente daqueles lugares onde os Fulanos retrógrados puseram os pés e as mãos. Onde os Fulanos governam, ou melhor, desgovernam.
Mas existe um Portugal selvagem (no sentido mais puro da palavra), quase virgem, e esse é, de facto, o meu Paraíso. E não o trocaria por lugar nenhum do mundo.
Quando pronuncio a palavra “Portugal” estou a referir-me ao meu País, e não ao Estado, à Nação ou aos Desgovernantes (não podemos confundi-los com políticos, porque a Política é uma Arte que apenas os sábios sabem pôr em prática – o que não é o caso) ou aos Fulanos.
Então o que acontece? Acontece que eu, como Portuguesa, intervenho activamente naquilo que entendo que desonra e humilha Portugal, o meu País, e destaco o que ele tem de bom.
Defendo-o das más-línguas, dos que só dizem mal e nada fazem de positivo, para inverter a má imagem que passam cá dentro e lá fora.
Defendi-o do jornalista brasileiro, Laurentino Gomes, que no seu livro «1808» (aliás um plágio do livro «Portugal à Deriva» do australiano Patrick Wilcken) considerou os portugueses porcos, feios, maus e ignorantes, e os portuguesinhos encolheram-se, e acharam que tudo isso era verdade; e até permitiram que se publicasse tal afronta em Portugal.
Obviamente que não defendo nem os Fulanos nem os Desgovernantes. Nem essa gente que fere a honra de Portugal. Nenhum merece a minha consideração.
Eu voto. Sim. Mas voto em branco. Descontentíssima com a oferta do mercado da governação.
Aponto caminhos, nas cartas que escrevo (às autoridades) e às quais ninguém responde. Não me admira. Não sabem o que fazer, muito menos o que dizer...
Quem, de entre os Fulanos que pensam que Portugal não é um Paraíso onde podemos viver placidamente, faz algo para mudar o rumo desastroso para o qual o conduzem os Desgovernantes e os maldizentes de sofá?
Portugal é o meu Paraíso, sim. Aproveito dele o que de melhor ele tem: os seus lugares selvagens; as suas magníficas paisagens; as suas flores; as suas florestas (aquelas que ainda não foram dizimadas pelo fogo – até isto nos querem tirar aqueles que não sabem governar); a sua riqueza arquitectónica; a sua Arte; a sua Música, os seus Artistas; os feitos dos seus grandes Homens; os seus Poetas; os seus Literatas (não os actuais “litretas”); a sua gastronomia; o seu folclore; a sua cultura popular, igualmente riquíssima (não me refiro à popularucha)... Enfim, esse Portugal que existe e que os treteiros menosprezam, porque não querem ver... Não lhes convém, ou não sabem...
Intervenho em tudo o que posso, numa tentativa de contribuir para uma mudança de mentalidades entre os Fulanos...
Não é Portugal que tem de mudar. São as mentalidades mesquinhas e retrógradas que têm de mudar, para que Portugal se liberte desse peso infame, e possa ter o brilho que merece...
Vivo no meu país placidamente, sim.
Em comparação com quase todos os países do mundo, aqui vive-se placidamente, sim.
Ainda há muita incivilidade. Há. Entre os Fulanos.
Ainda há muita fome, pobreza, insegurança. Há. Devido às más políticas dos Desgovernantes e à inactividade dos Fulanos que só sabem dizer mal e nada constroem, no sentido de pôr fim à situação caótica em que se vive.
A Cultura, a Educação, a Saúde, o Ensino, a Habitação, os Costumes ainda são os da Idade Média? São. Uma vez mais por culpa das políticas retrógradas e da incapacidade dos maldizentes de construir algo de positivo.
Portugal não tem a mínima culpa de albergar Fulanos e Desgovernantes que só o desprestigiam.
Ou mudam-se as vontades e as mentalidades medíocres dos Fulanos e dos Desgovernantes, ou melhor será atirarem-se todos a um precipício e deixar o caminho livre para a reconstrução de um País que merece recuperar o seu lugar ao Sol...
Portugal é um país pequeno territorialmente, sim, mas grande na sua riqueza intrínseca.
É essa riqueza que é necessário SALVAGUARDAR, HONRAR E PROMOVER.
É isso que faço.
Texto e Foto © Isabel A. Ferreira