Gentes de Ponte de Lima, ponham os olhos neste exemplo de evolução.
As ruas de Terras de Bouro coloriram-se, deixando para trás a brutalidade de um costume bárbaro sem qualquer tradição no concelho
Por Luzia Ferreira Teixeira
«Terras de Bouro libertou a "Vaca das Cordas" para dar lugar a um Programa Cultural e Recreativo!
Hoje, dia 3, pelas 16:00 horas, a "Vaca das Cordas" foi substituída pela “Tarde Quinhentista”.
O município de Terras de Bouro está de parabéns pela digna postura do Sr. Presidente da Câmara, Dr. Joaquim Cracel Viana.
Ele que também é contra esta prática de tauromaquia, apesar de a ter aprovado e dado continuidade nas festas concelhias nos anos de 2010 e 2012.
Mas, este ano de 2013, mesmo já depois de a ter aprovado e estar contemplada no programa inicial, analisou a questão, e quase a uma semana da sua realização, tomou a decisão certa, com coerência e bom senso.
Anulou o espectáculo que não tinha qualquer tradição em Terras de Bouro, substituindo-o por uma "Tarde Quinhentista" relativa às comemorações dos «500 anos do foral, dado pelo rei D. Manuel I, que concedeu a Carta de Foral a Terras de Bouro, a 20 de Outubro de 1514, reconhecendo a importância destes povos e desta região.»
Uma Efeméride digna de comemorações anuais aquando das festas concelhias.
Assim, Terras de Bouro libertou "a Vaca das Cordas" para dar lugar a um programa Medieval Cultural e Recreativo.
Mesmo contando com a censura e pressões dos poucos aficionados, o autarca manteve a sua posição em relação a esta alteração que para além de não ser possível conseguir fazer um "seguro", o município de Terras de Bouro tem outros e fortes motivos para reprovar e não querer dar continuidade a esta barbárie.
Sim, libertou "a vaca das cordas e das atrocidades dos aficionados" dando lugar a um programa Cultural e alusivo ao município, com os animais em liberdade...
Anulou algo sem qualquer tradição nem sentido em Terras de Bouro, e que estava a denegrir a imagem do Município e a honra dos Terra-bourenses.
Porque o significado dessa prática, para além dos maus tratos aos animais, é maquiavélico, um sacrilégio e uma blasfémia dos Cristãos para molestar as divindades e cultos Pagãos, práticas do município de Ponte de Lima, cuja origem e significado certamente muitos dos actuais munícipes aficionados desconhecem.
Os Terra-bourenses são um povo de origem e tradição Celta e Romana, também com culto religioso, e nunca molestaram as divindades pagãs que ainda preservam e estão bem narradas nos nossos contos, lendas, tradições e cultura.
Os Terra-bourenses são um povo íntegro, que convive em conformidade com a Natureza e preserva os Animais em liberdade no PNPG (Parque Nacional da Peneda-Gerês) e por todo o município.
Por isso, foi um erro ter-se introduzido essa prática sem ter sido bem analisada, e não fazia qualquer sentido aprovar e dar continuidade a algo que não faz parte da cultura local.
Todos os Terra-bourenses, simpatizantes da terra, todas as comunidades anti touradas, protectores e amigos dos Animais, que se manifestaram contra, concordam plenamente com a alternativa, congratulando e apoiando o Sr. Presidente Joaquim Cracel Viana, pela decisão tomada.»
Luzia Ferreira Teixeira
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Faço minhas as palavras da Luzia.
E também felicito o Sr. Presidente da Câmara de Terras de Bouro, Dr. Joaquim Cracel Viana, por ter tido a coragem de acabar com um costume bárbaro que em nada dignificava um município de gente trabalhadora e fiel a uma cultura que exclui a tortura de animais.
Espero que outras localidades, especialmente Ponte de Lima, ponham os olhos em Terras de Bouro, que acaba de dar uma grandiosa lição de civilidade aos autarcas que teimam em não evoluir e optam por oferecer ao povo algo degradante e indigno de seres humanos.
Terras de Bouro está de parabéns.
E os animais que iriam ser sacrificados agradecem.
Isabel A. Ferreira
Costume bárbaro, sem tradição em Terras de Bouro. Então qual o motivo para incluir no programa das festas concelhias, uma vez mais, uma prática de tão baixo nível moral e cultural?
A isso chama-se retrocesso.
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De Luzia Ferreira Teixeira, terra-bourense, recebi o seguinte comentário, que é um digno exemplo de cidadania. Assim fossem todos, e Terras de Bouro não estaria na lista das “terrinhas civilizacionalmente atrasadas”.
Espero que o Senhor Presidente tivesse levado em conta todos os protestos que lhe chegaram, e mais este.
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luziaferreirateixeira, deixou um comentário ao post Terras de Bouro volta a ter "vaca das cordas" no programa das festas concelhias? Ainda não despertaram para a modernidade? às 04:18, 2013-06-28.
Comentário:
«Descobri este blog ocasionalmente numa pesquisa, porque este assunto está a debatido e contestado nos grupos fechados de Terras de Bouro. Naturalmente que é porque os terra-bourenses não aprovam na totalidade estas práticas, que a meu ver foram importadas recentemente de outros municípios.
Acabei de enviar este texto por e-mail, a partir do vosso blog, espero que o Sr. Presidente o tenha em atenção e lhe dê continuidade. Agradeço pela vossa posição e criação deste espaço. Bem hajam. Luzia Ferreira Teixeira
«Ex mo Sr. Presidente, Joaquim Cracel Viana, Dr.
Como conterrânea, aludo ao artigo deste blogue que descobri em sequência de uma pesquisa para encontrar a justificação com historial plausível para "aceitar" o facto de em 2013 ainda haver terra-bourenses a referir-se a uma prática de tauromaquia remota em algumas localidades também em Portugal, mas que nunca as conheci como sendo uma tradição da nossa Terra e dos nossos antepassados.
A qual eu contesto em todas as regiões, por verificar e saber do gozo e uso da vida de animais indefesos nestes espectáculos bárbaros, descendentes e adulterados de uma prática de adoração ao boi e vaca sagrados com tradições e rituais em religiões pagãs.
Lamentavelmente, hoje verifico que não sou a única terra-bourense indignada e certamente que já tem conhecimento das cartas que lhe são dirigidas em protesto neste blogue deste ano e dos anos anteriores.
Peço-lhe que reconsidere e proíba estes espectáculos, "bárbaros e cruéis" em defesa dos direitos dos animais e da nossa população que não pediram para estarem sujeitos e serem expostos a tais práticas. Atentamente, com os meus melhores cumprimentos de estima e consideração. Luzia Ferreira Teixeira»
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Luzia Ferreira Teixeira, agradeço-lhe este seu gesto, que poderá fazer a diferença.
Isto que se vê no vídeo e na foto é uma doença conhecida por bronquice crónica!
Nem posso acreditar!
Então, DOUTOR Joaquim Cracel Viana? O estatuto de V. Exa. não permite acabar com esta violência primitiva e grosseira?
Serão assim tão primitivas as gentes de Terras de Bouro?
É difícil entender que essa é uma prática de gente inculta, e que não se adequa aos tempos modernos?
V. Exa. não pretende que Terras de Bouro venha no mapa das terras civilizadas, governadas por gente também civilizada?
Pelo que vejo não…! E isto é muito lamentável…!
Vamos enviar um recado, ao Exmo. Doutor Joaquim Cracel Viana para que reconsidere esta posição, que não condiz com o título que sustenta o seu nome.
Sugestão de mensagem:
Assunto: Evolução precisa-se, com urgência
Exmo. Senhor Dr. Joaquim José Cracel Viana
Digníssimo Presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro
Uma vez mais, lamento ter de escrever a V. Exa, pelo mesmo motivo que me levou a escrever no ano passado: o bárbaro costume da “vaca das cordas”, assunto que esperava já ter sido suplantado, e ficado num passado que não queremos mais para Terras de Bouro e voltar a ver nas Festas Concelhias.
Como destino turístico por excelência, Terras de Bouro deve-se pautar por iniciativas que dignifiquem o concelho, que o façam distinguir entre muitos, e que o tomem como um destino apetecido por milhares. Terras de Bouro têm sido um exemplo de dinamismo e empenho na melhoria das condições de vida dos seus habitantes e tem-se esforçado em oferecer bons serviços a quem o visita, porém, teima em manter esta nódoa negra, que só lhe traz desprestígio.
Não se compreende, pois, a insistência na realização de uma pseudo-diversão, denominada “vaca das cordas”, na qual um pobre animal é torturado psicológica e fisicamente também, sob o falso pretexto de se tratar de uma “tradição” no concelho, e que mais não é do que um antiquado costume de broncos, que gerações de broncos passaram umas às outras. É chegado o momento de evoluir.
Sendo um concelho que se orgulha de possuir no seu território um verdadeiro santuário de protecção animal, a realização deste acto bárbaro em nada o dignifica, nem mesmo as suas gentes. Este é uma prática cruel que somente é realizado por influências externas ao concelho de Terras de Bouro, por parte de uma indústria embusteira, já bastante decadente e desacreditada no nosso país.
Não sei como ainda existem autarcas que caem na lábia desse rebotalho da Humanidade.
Deste modo, e tendo em conta o gosto pessoal de Vª Exª. pela Natureza, venho por este meio sugerir que reconsidere a autorização que terá sido dada para a realização deste acto de violência para com um animal, que com toda a certeza não levará até Terras de Bouro os turistas cultos que, com outro tipo de atitude da parte das autoridades locais, até poderiam deslocar-se durante todo o ano a essa terra tão aprazível, quanto medieval nos seus hábitos de diversão.
Agradecendo antecipadamente a atenção de V. Ex.ª e ficando na expectativa de uma resposta a esta mensagem, que espero seja positiva,
Com os melhores cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
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http://terrasbouro.blogspot.pt/2013/06/programa-das-festas-concelhias-de.html
Envie um e-mail para o Presidente da Câmara, Dr. Joaquim Cracel Viana, que certamente terá uma palavra a dizer sobre as autorizações para tal violência.
Para: jcracel@cm-terrasdebouro.pt;geral@cm-terrasdebouro.pt
Com CC: campanhasantitouradas@gmail.com