[Portugal precisa de abandonar essas práticas selváticas, cruéis e desumanas para poder fazer parte do rol dos países civilizados. Para já não passa de um país terceiro-mundista, onde ainda se TORTURA bovinos para divertir criaturas sádicas, desumanas, que mais não são do que ervas daninhas da Humanidade. (Isabel A. Ferreira)]
***
Publicações do Grupo Central Anti Tourada no Facebook
[O grupo central, tal como o arquipélago dos Açores, não é aficionado. Existem algumas pessoas aficionadas dispersas pelas ilhas].
1 - TRIBUNAL CONSTITUCIONAL, Acórdão n.º 473/02,
de 19 de Novembro, 2002:
https://www.tribunalconstitucional.pt/tc/acordaos/20020473.html
2 - "A TRINCHEIRA DAS RAZÕES", em "Os Sinais da Escrita":
https://sinaisdaescrita.blogspot.com/2014/05/a-trincheira-das-razoes-1.html
***
O Centro Histórico de Angra do Heroísmo, Património da UNESCO, foi invadido por dezenas de cartazes alusivos à indústria tauromáquica e a uma clara tentativa de recolher a simpatia por parte do público mais jovem. Duas questões: foram pagos os Direitos de Autor pelas imagens? Quando serão retirados?
Sociedade Portuguesa de Autores
Câmara Municipal de Angra do Heroísmo
***
Queremos esta prática nos Açores?
[Todas as modalidades da selvajaria tauromáquica são uma aberração, são selváticas, são cruéis, mas esta da "sorte de varas" é de uma crueldade indescritível.Dizer que a tauromaquia é a melhor escola de cidadania é algo que só pode vir de criaturas descerebradas.Quando é que Portugal deixará de ser uma país terceiro-mundista? (Isabel A. Ferreira)]
As gentes da Ilha Terceira (Açores) em vez de evoluírem retrocedem, seguindo o exemplo da esmagadora maioria dos deputados da Nação, que continuam a achar que a selvajaria tauromáquica ainda tem futuro, e dá-lhe guarida, através de uma lei retrógrada. ( Isabel A. Ferreira)
***
Assinem a petição, por favor:
Para:
Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores;
Exmo. Sr. Presidente do Governo Regional
No dia 24 de Janeiro de 2025, foi avançado no Fórum Mundial da Cultura Taurina a possibilidade de se regressar à “sorte de varas”, também conhecidas como “corridas picadas” na região.
A “sorte de varas", consiste em picar o touro de forma bastante violenta, causando graves lacerações e danos musculares e neurológicos, assim como tem consequências nos cavalos que acabam por sofrer danos físicos, com cornadas que podem causar eviscerações e outros danos graves, colocando em causa a sua vida.
Ora, isto é uma forma de crueldade e tortura que não se coaduna com as declarações do Sr. Secretário Regional da Agricultura e Alimentação dos Açores, António Ventura, que afirma que a tourada é a melhor escola de cidadania que conhece.
Voltar a legalizar este tipo de violência é um enorme retrocesso civilizacional, ainda mais quando se tenta passar uma imagem dos Açores como destino de natureza e de bem-estar animal.
***
Esta necessidade de torturar bovinos é coisa antiga. Estamos em 2025, e a coisa continua.
Veja-se aqui:
Manifesto contra a legalização da "sorte de varas" nos Açores
Vejam mais aqui:
https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/search/?q=sorte%20de%20varas%20nos%20a%C3%A7ores&p=2
e aqui:
https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/search/?q=sorte%20de%20varas%20nos%20a%C3%A7ores&p=3
EM BENAVENTE REGREDIR É A PALAVRA DE ORDEM
O que se pretende fazer aos Touros, em Benavente, no dia 24 de Junho, dia de São João, é infligir um dos maiores sofrimentos que se pode causar a um animal senciente.
Como isto ainda é possível?
É isso que vamos perguntar às autoridades daquela vila portuguesa, parada no tempo, no distrito de Santarém, e a todas as outras autoridades portuguesas que têm a função de fazer cumprir as leis.
- Isto é uma tradição. Fazemo-lo desde o século XVI.
- 500 anos e não evoluímos nem um pouquinho…
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Benavente,
Exmo. Senhor Comandante do Posto Territorial de Benavente da Guarda Nacional Republicana,
Exmas. autoridades responsáveis pelo cumprimento das leis em Portugal,
Excelências,
Tenho conhecimento de que está prevista uma prática bárbara que dá pelo nome de “Touros de Fogo”, para o dia 22 de Junho, e uma “Picaria de Touros/Picaria à Vara Larga”, no próximo dia 24 de Junho, dia dedicado a São João, um santo católico, e que acontecerão no âmbito de uma “festa” chamada hipocritamente “Festa da Amizade”, que pretende incluir duas actividades que causam a maior repulsa a qualquer ser humano normal.
As “picarias” são práticas que não fazem parte das actividades tauromáquicas portuguesas – tanto que não estão sequer consideradas no Regulamento de “Espectáculos” Tauromáquicos – e que consistem na utilização de varas para picar os animais usados nestas práticas bárbaras, supostamente a fim de se poder aferir a “bravura” destes. Em termos de prática tauromáquica, equipara-se à sorte de varas, no sentido em que consiste na utilização de uma vara do mesmo tipo das que são usadas na sorte de varas, provocando aos animais um sofrimento tão grande quanto aquele que lhes é infligido na sorte de varas.
Sendo a sorte de varas uma prática proibida pelo artigo 3.º, 3, da Lei n.º 92/95, de 12 de Setembro, com a redacção actualizada pela Lei n.º 19/2002, de 31 de Julho, as “picarias”, por se equipararem a esta prática, estão, por implicação, igualmente proibidas. É um facto que a referida proibição contempla excepções para aquilo que determina, mas, tal como no disposto no artigo 3.º, 4, as excepções só são válidas para os casos em que “sejam de atender tradições locais que se tenham mantido de forma ininterrupta, pelo menos, nos 50 anos anteriores à entrada em vigor” do diploma em causa, o que não é o caso desta “picaria” programada para Benavente (além de que, segundo o mesmo diploma, é a Inspecção Geral das Actividades Culturais que detém “competência exclusiva” para autorizar as excepções, quando preenchidos os requisitos legais para tal).
Logo, este evento anunciado para Benavente, não deve ser permitido, pois, a acontecer, infringirá a referida disposição legal.
Quanto aos “Touros de Fogo” são cruéis actividades tauromáquicas praticadas apenas em algumas localidades espanholas, civilizacionalmente atrasadas, nomeadamente Valencia, nas quais os touros são presos pelos cornos a postes, sendo-lhes colocados, através de hastes, bolas de alcatrão ou pez, às quais, como material inflamável que são, é pegado fogo. Os touros são depois soltos dos postes, ficando com os cornos a arder durante o período habitual de uma hora – tempo que esta barbaridade costuma durar.
Segundo testemunhos de médicos veterinários e especialistas em comportamento animal, o sofrimento físico que os touros experienciam quando os seus cornos ficam a arder é muito grande, quer porque os cornos dos touros são muito sensíveis, quer ainda porque os touros acabam por ficar com os olhos, focinho, boca e língua gravemente queimados, entre outras partes do corpo. A isto acresce o sofrimento psíquico que resulta de estarem nestas circunstâncias, querendo libertar-se do fogo que arde nos seus cornos e não sendo capazes de o fazer.
E isto é extramente bárbaro e cruel. Absolutamente desumano.
Também sei que, no seguimento de uma providência cautelar requerida pela Associação ANIMAL em 2006, a propósito de uma iniciativa que previa a utilização de “touros de fogo”, a mesma foi impedida por ordem de um Juiz do Tribunal de Santarém. Por isso, é ainda possível travar esta barbaridade.
Como é que isto ainda é possível acontecer em pleno ano de 2017, da era cristã?
Posto isto, apelo ao bom senso, ao cumprimento das leis, mas sobretudo, à humanidade que julgo existir em Vossas Excelências, e impeçam tais actos bárbaros, inadequados a um povo evoluído.
Isabel A. Ferreira
Enviada para:
ct.str.dcch.pbnv@gnr.pt; carlos.coutinho@cm-benavente.pt,
gp_psd@psd.parlamento.pt, gp_ps@ps.parlamento.pt, gp_pp@pp.parlamento.pt, bloco.esquerda@be.parlamento.pt,gp_pcp@pcp.parlamento.pt, pev.correio@pev.parlamento.pt, comunicacao@pan.com.pt, belem@presidencia.pt,
info@patriarcado-lisboa.pt, ed.portugues@ossrom.va, agencia@ecclesia.pt,ed.portugues@ossrom.va, ap.salesianos.evora@gmail.com, vmredaccao@netcabo.pt, gab.patriarca@patriarcado-lisboa.pt, melicias@netcabo.pt, franciscanosofm@mail.telepac.pt, conv.varatojo@mail.telepac.pt, info@rr.pt, diocese.angra@iol.pt, diocese.evora@gmail.com; ump@netcabo.pt, av@pccs.va,francisco@vatican.va
C/C: info@animal.org.pt
Por
O tema dos direitos dos animais e do bem estar animal cresceu nas sociedades modernas, mas não é moderno. De Pitágoras a Voltaire, os seres humanos perceberam que não estavam sozinhos e sobretudo que gostamos da companhia. Mas temos hoje mais instrumentos para viver bem com esses outros e, por isso, a questão do que fazer com os animais é agora tão importante para a forma como nos vemos a nós próprios e como definimos a nossa sociedade.
Começo pelo direito. Esta relação com os animais pode ser protegida pela lei? Dizem-me juristas que não, porque os animais não são titulares de bens jurídicos, dado que a lei respeita exclusivamente a direitos e deveres das pessoas. Talvez seja esse o conceito dominante, será certamente, e os instrumentos do direito estão conformados desse modo (lembram-me por isso que só um ser humano ou uma pessoa colectiva podem iniciar uma demanda). Mas, eu que não sou jurista e portanto só peço licença para dar opinião, noto que mesmo esta doutrina antropocêntrica tem brechas, porque os seres humanos são obrigados a respeitar algumas normas que, afectando-os e limitando o seu livre arbítrio, protegem o bem comum que é a natureza. Ou seja, a natureza condiciona os nossos direitos, determina alguns dos nossos deveres e é portanto parte da lei que nos obriga.
Se o mesmo se aplica especificamente aos animais, como defendem alguns juristas de renome, como Laurence Tribe, da Harvard Law School, então essa obrigação define direitos intrínsecos dos animais. Esse é precisamente o ponto da Declaração dos Direitos dos Animais, da UNESCO, aprovado já em 1978.
Ora, mesmo que não haja acordo sobre esta querela doutrinária, de grandes consequências para a conformação da lei, há pelo menos regras de bom senso que se impõem e que não vejo como possam ser recusadas.
A principal dessas regras é o respeito pelo bem estar animal, que passou a fazer parte da agenda política contemporânea. Considero isso uma excelente notícia. É com essa regra que podemos e devemos dar passos sensatos.
Primeiro, compilar a legislação pertinente num estatuto jurídico dos animais. Haverá todas as resistências, pois que sejam vencidas. Definições claras, princípios aplicáveis, uma lei coerente.
Segundo, mais do que a lei, são as práticas ofensivas que devem ser modificadas. Votei contra as touradas de morte, e fomos poucos a votar então desse modo, e condenei as sortes de varas, já proibidas mas sempre à procura de conseguirem também uma regra da excepção. Mas não tenho dúvidas de que é tempo de fechar o capítulo das touradas. Elas devem ser recusadas ou porque são uma exibição de sofrimento, ou porque constituem uma educação de violência ritual, mas o resultado é o mesmo. O seu tempo passou.
Terceiro, são necessárias medidas urgentes para os animais de companhia, como a recuperação dos canis e gatis que, salvo excepções, são depósitos de condenação à morte, bem como a esterilização dos animais de rua e nas instalações municipais, evitando o seu abate. Se formos mais longe, vale a pena pensar como se pode impor a substituição da experimentação animal por outros métodos, sempre que possível. Sensivelmente, a sociedade moderna pode avançar na protecção dos seus, como os animais.
Fonte:
http://blogues.publico.pt/tudomenoseconomia/2015/09/29/os-nossos-vizinhos-o-bem-estar-animal/
***
«Tivessem todos os deputados da Assembleia da República esta lucidez, não seria preciso dizer o óbvio, nem “fabricar” leis de protecção animal.
Obrigada, Dr. Francisco Louçã, pelo discernimento que tanta falta faz ao poder, em Portugal» (I. A. F.)
Texto de Rui Leite Melo
Volta e meia, surgem espontaneamente entre nós movimentos cívicos, grupos de opinião ou tão simplesmente vozes isoladas que defendem opiniões, posições e atitudes que, para utilizar uma palavra actual, se tornam “virais”, dado o senso comum em que se sustentam.
E que mais cedo não surgem por conveniente conforto daqueles que não se querem chatear em fazer barulho, deixando a defesa da razão para outros mais afoitos. Como eu…
Uma destas situações tem a ver com divisão (cada vez mais desequilibrada), sobre o destino dos nossos touros que por aí pastam.
Quem diz touros diz touradas, quem diz touradas diz da ainda existente linha ténue que separa o homem civilizado pelo respeito que tem com os seus seres que partilham o milagre da vida.
Pergunto-me porque coube ao gado vacum o indigno e injustificável papel de ser o animal que serve de risota, de raiva e de sede malvadez para os humanos. Atente-se ao seguinte: cães atraem multidões para desfiles de beleza; gatos e coelhos são preciosidades escovadas diariamente e alimentadas ricamente enquanto dormem em locais aconchegantes; pássaros, de que tamanhos forem, são regalo para a vista, competidores em exposições, merecedores de prémios; os cavalos, bem, os cavalos são o supra-sumo do reino animal domesticado, aplaudidos sejam em corridas, seja em outras actividades equestres e/ou de trabalho); em certos peixes investem-se milhares no seu bem-estar.
Até a palavra aquariofilia foi criada para enquadrar tal respeito por tão peculiares bichos. Até as cabras apelam aos nossos mais ternos sentimentos.
E se assim é entre os que dominamos, não é muito diferente o que se passa no reino selvagem, onde quase todas as espécies são protegidas, excepção talvez feita ao mosquito.
Ora, de fora de tudo isto está o dito gado vacum, seja a vaca, o boi ou o touro, os eleitos sem eleições para serem os protagonistas da nossa hipocrisia.
Claro que com tudo o que escrevi até agora, assumo frontalmente o meu desdém absoluto por quem defende touradas, sejam “corridas picadas”, sejam “à corda”, sejam como forem.
E mais me espanta que, após tantos séculos de evolução sócio-intelectual, ainda se discuta a continuidade ou não de tais barbáries.
Meus caros, há nove séculos, quando pela primeira vez se registaram a realização de “touradas”, esquartejavam-se, empalavam-se e queimavam-se pessoas. As coisas mudam.
Daí a minha exultação sobre a crescente adesão à petição intitulada “Corridas picadas nos Açores NUNCA”, resposta pública à alegada intenção de alguns deputados da nossa assembleia em que se legalize a prática tauromáquica “sorte de varas” ou “corrida picada”, nos Açores.
Por amor de Deus, enquanto alguns parlamentos do mundo ocidental gastam milhões da preservação de espécies que não valem mais do que não ser a de existirem, neste fim-de-mundo quer discutir-se quantas bandarilhadas se pode enfiar no cachaço de um animal atirado a uma praça para uma luta desigual e violenta que devia ser riscada, ou melhor, censurada, dos livros de História dos Açores.
O mesmo digo para a tourada à corda. Perdoem-me a ignorância e falta de sensibilidade açórica, mas onde está a graça de dois ou três moçoilos cegos de bêbados fugirem aos tropeções de ou touro (ou vitelo) preso por uma corda ao pescoço. Que masculinidade, que bravura.
Ou… que tacanhez. Melhor seria que tais corajosos machos ocupassem o seu tempo a ver a “Casa dos Segredos”.
Pois é senhores ganadeiros de ilha amiga, possuidores de boa barriga e vistoso bigode, isto dos touros está por um canudo.
Quem manda já gostou mais da coisa, e quem já gostou mais da coisa, tem mais com que se entreter. Naturalmente, as coisas compõem-se. E muito mais depressa com petições públicas.
Termino, acrescentando uma nota pessoal: a minha inimizade e repulsa com a dita tauromaquia surgiu precocemente, muito antes de saber o que seria ter opinião própria.
Foi aquando do surgimento da RTP-Açores.
Num certo dia da semana (ou do mês), havia um programa mais ou menos intitulado “Grande Corrida RTP”. Infindáveis horas a ver arlequins trajando collants de número inferior ao que das suas miudezas aclamavam e, ora a cavalo, ora a pé, era um tal enfiar facas num touro que se babava.
Aplausos, cornetas e mais cornetas, o povo (muita gente fina), exuberava. Tinha eu seis anos.
Quase quarenta anos depois, tropecei na série televisiva “Spartacus”, um desses canais por cabo.
Foi um (infeliz) regresso ao passado. Salve-se, invista-se nas nossas tradições. Mas naquelas que nos orgulhem.
Fonte:
http://www.correiodosacores.info/index.php/opiniao/13956-a-estocada-final
É na tranquilidade dos pastos que devem viver os bovinos, nos Açores
Somos todos Açores e qualquer prática legalizada numa das nossas ilhas implicará a Região no seu todo.
Ora, a recente divulgação de que estará a ser preparada, por parte de um grupo de deputados à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, uma iniciativa legislativa que contempla a introdução da chamada “Sorte de Varas”, ou “Tourada Picada”, na ilha Terceira (o que significa, naturalmente, verter para os Açores essa pretensa legalização), tem gerado forte contestação na opinião pública. Muitas são as vozes, de todos os quadrantes da sociedade, mesmo entre os aficionados, que se têm posicionado contra esta prática de crueldade extrema para com o touro, proibida em todo o país e que não se reveste, nas nossas ilhas, de qualquer caráter cultural, tradicional ou identitário. Acrescente-se que se trata da terceira tentativa de legalização desta variante tauromáquica, tendo sido rejeitada em 2009 por parcos dois votos.
Somos todos Açores e, numa altura de forte aposta no Turismo Sustentável, no Turismo de Natureza, assente sobretudo no respeito ambiental e na estreita e harmoniosa ligação do Homem com a Terra e com o Mar, não consideramos compreensível esta pretensão, que remete para uma forma de sofrimento animal que não é admissível nos dias que correm, e que mancharia, cá dentro e para quem nos visita, a imagem dos Açores – abrindo, além do mais, gravíssimas fendas na sociedade açoriana, que se quer coesa e unida.
Somos todos Açores. Estas nove ilhas do verde e das águas límpidas, das belezas naturais e da comunhão com a Natureza, não merecem isto. Não merecem ficar conotados com uma nova forma de crueldade animal. Não merecem a mancha social e política que a legalização de uma prática deste teor traria para todo o arquipélago.
Porque somos todos Açores, e independentemente de a suposta iniciativa parlamentar chegar ou não à Assembleia Legislativa Regional, manifestamo-nos CONTRA a legalização da Sorte de Varas nos Açores.
(Segue-se uma extensa lista dos nomes dos subscritores, ao qual gostaria de acrescentar o meu, por concordar inteiramente com o teor deste manifesto)
Subscritores: Álamo Oliveira, Escritor; Alexandra Correia, Administrativa; Alexandra Patrícia Manes, Aux. Ação Educativa; Alexandre Pascoal, Sociólogo/Promotor Cultural; Álvaro Borralho, Prof. Univ.; Alzira Silva, Jornalista (ref.) e Ex-Dep. ALRAA; Ana Isabel Serpa, Prof; Ana Loura, Eng. Téc. Eletrotecnia; Ana Luísa Araújo, Hematologista; Ana Madeira, Prof.; Ana Paula Andrade, Pianista/Prof. Música; Ana Paula Marques, Prof. e Ex-Dep. ALRAA; Ana Rita Afonso, Prof.; Ana Teresa Almeida Bettencourt, Ass. Social; André Bradford, Dep. ALRAA; André Franqueira Rodrigues, Jornalista; Aníbal Pires, Dep. ALRAA; Aníbal Raposo, Cantautor; Antero Ávila, Músico/Compositor; António Inocêncio, Dirig. Sindical; António Lucas, Prof./Pres. SPRA; António Manuel Amaral, Deleg. Sindical SITAVA; António Teixeira Maduro, Téc. Sup. (ref.); Armando Mendes, Jornalista; Benilde Oliveira, Dep. ALRAA; Bruno da Ponte, Editor; Bruno de Jesus Pereira, Piloto; Carla Rita Couto, Secretária; Carlos Cordeiro, Prof. Univ.; Carlos Costa Neves, Dep. AR e Ex-Ministro da Agricultura; Carlos Enes, Dep. AR; Carlos Frazão, Maestro; Carlos Arruda, Ortopedista; Carlos Manuel Martins do Vale César, Ex-Presidente do Governo Regional dos Açores; Carlos Medeiros, Músico; Carlos Mendonça, Fisioterapeuta/Pres. CMN e Ex-Dep. ALRAA; Carlos Oliveira, Prof.; Carlos Ribeiro, Prof. Univ.; Catarina Fraga, Dentista; Catarina Moniz Furtado, Dep. ALRAA; Catia Benedetti, Prof. Univ.; César Gonçalves, Médico Cl. Geral; Chrys Chrystello, Jornalista; Cipriano Pacheco, Padre; Clara Queirós, Prof. Univ. (ref.); Daniel Gonçalves, Prof./Escritor; Daniel Pavão, Prof; Davide Santos, Biólogo; Dinarte Oliveira Melo, Gestor; Diogo Caetano, Geólogo; Duarte Melo, Padre; Eduardo Ferraz da Rosa, Prof. Univ.; Elsa Violante Cavaleiro Lobo Ferreira, Téc Reinserção Social; Emanuel Couto, Solicitador; Emanuel Jorge Botelho, Prof. (ref.)/Escritor; Emília Mendonça, Prof (ref.).; Fabíola Jael Cardoso, Prof.; Fátima Mota, Prof. (ref.)/Galerista; Fernando Lopes, Prof Univ. e Ex-Dep. ALRAA; Filipe Cordeiro, Coord. Secção PDL do SBSI; Filipe Tavares, Produtor/Realizador; Filomena Maduro, Funcionária da ALRAA (ref.); Francisco César, Dep. ALRAA; Francisco Wallenstein Macedo, Biólogo; Gilberta Rocha, Prof. Univ., Dir. CES-UA e Ex-Dep. ALRAA; Graça Silva, Dep. ALRAA; Guilherme Figueiredo, Reumatologista; Hélder Medeiros (Helfimed), Téc. Sup./Humorista; Hélder Silva, Prof. Univ., Dir do DOP-UA e Ex-Dep. ALRAA; Henrique Schanderl, Prof. Univ.; Herberto Gomes, Jornalista; Hernâni Jorge, Jurista e Ex-Dep. ALRAA; Hugo Arruda, Magister d'Os Tunídeos; Inês Soares Sá, Secretária; Ivo Machado, Escritor; Joana Borges Coutinho, Empresária; Joana Félix, Poeta; Joana Sarmento, Eng. Ambiente; João Cordeiro, Ass. Imprensa; João de Melo, Escritor; João Decq Mota, Coord. USH; João Stattmiller, Sociólogo; Jorge Barata Almeida e Sousa, Eng. Mecânico; Jorge Kol, Arquiteto; Jorge Macedo, Dep. ALRAA; Jorge Santos, Neurologista, Pres. Deleg. Açores Ordem dos Médicos; José (Zeca) Medeiros, Realizador e Músico; José Andrade Melo, Prof.; José Carlos Frias, Empresário; José Cascalho, Prof. Univ., Ex-Dep. ALRAA; José Couto, Advogado; José de Sousa Rego, Prof. e Ex-Dep. ALRAA; José Decq Mota, Pres. C. Naval da Horta, Ex-Dep. ALRAA; José Gabriel Ávila, Jornalista (ref.); José Guilherme Reis Leite, Ex-Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores; José Manuel Santos Narciso, Jornalista; José Maria Cardoso Jorge, Chefe do Núcleo de São Miguel do CNE; José Maria Pacheco (Tia Maria do Nordeste), Bancário (ref.); José Maria Teixeira Dias, Prof. Univ. (ref.); Labieno Moniz Furtado, Empresário; Laurindo Frias, Pneumologista; Lídia Bulcão, Dep. AR; Lizuarte Machado, Dep. ALRAA; Lúcia Arruda, Jurista; Lúcio Rodrigues, Dep. ALRAA; Luís Alberto Bettencourt, Realizador de TV e Cantautor; Luís Banrezes, Promotor Cultural; Luís Noronha Botelho, Prof. (ref.); Luiz Fagundes Duarte, Prof. Univ.; Luz Paramio, Oceanógrafa; Manuel António Santos, Ouvidor de S. Jorge; Manuel Conde Bettencourt, Prof.; Manuel Faria, Tenente Coronel (na reserva); Manuel Moniz, Jornalista; Marco Coelho, Oficial de Placa; Marco Melo, Veterinário; Mª Alexandra Pacheco Vieira, Advogada; Mª Antónia Fraga, Prof (ref.); Mª das Mercês Pacheco, Empresária; Mª do Carmo Barreto, Prof Univ.; Mª do Céu Guerra, Atriz; Mª Fernanda Mendes, Psiquiatra e Ex-Dep. ALRAA; Mª Helena Frias, Livreira; Mª Isabel Lopes, Enfermeira; Mª Manuel Arruda, Prof. (ref.); Mª Margarida Lopes, Designer; Mário Abrantes, Eng. Silvicultor; Mário Furtado, Prof./Pres. Junta da Matriz da RG; Mário Roberto Carvalho, Artista; Marta Cabral, Veterinária; Marta Couto, Dep. ALRAA; Martim Cymbron, Artista Plástico; Martinho Baptista, Empregado Comercial; Miguel Balacó Amaral, Veterinário e Pres. CR Açores Ordem dos Médicos Veterinários; Milagres Paz, Bailarina e Prof. Dança; Milton Mendonça, Bancário/Vice-Pres. CMN; Milton Sarmento, Advogado; Nélia Amaral, Psicóloga e Ex-Dep. ALRAA; Nélio Lourenço, Sociólogo; Nelson Cabral, Ator e Encenador; Nuno Tomé, Jurista; Onésimo Teotónio de Almeida, Prof. Univ. e Escritor; Orlando Guerreiro, Eng. Ambiente; Paulo Borges, Prof. Univ. e Ex-Dep. ALRAA; Paulo Linhares Dias, Advogado; Paulo Marques, Coord. USSMSM; Paulo Matos, Técnico de Óticas; Paulo Mendes, Psicólogo e Ex-Dep. ALRAA; Paulo Pacheco, Veterinário; Paulo Sanona, Ajudante de Reabilitação; Paulo Santos, Advogado; Paulo Valadão, Veterinário e Ex-Dep. ALRAA; Pedro Bradford, Acupunctor; Piedade Lalanda, Prof. Univ. e Ex-Dep. ALRAA; Renata Correia Botelho, Dep. ALRAA; Ricardo Rodrigues, Advogado, Pres. CMVFC e Ex-Dep. AR; Ricardo Serrão Santos, Prof. Univ./Eurodeputado; Rita Blanco, Atriz; Roberto Correia Batista, Secretário; Rogério Sousa, Promotor Cultural; Rogério Veiros, Dep. ALRAA; Rosa Chaves, Designer de Comunicação; Rui Coutinho, Prof. Univ.; Rui Goulart, Jornalista; Rute Rocha, Professora; Sandra Medeiros, Dermatologista; Sara Carreiro, Administrativa; Sara Coutinho, Jornalista; Sílvia Torres (Sonasfly), Cantautora; Sónia Pastor Furtado, Secretária; Sónia Nicolau, Prof.; Suzete Frias, Psicóloga e Pres. Dir. ARRISCA; Tânia Fonseca, Psicóloga/Vice-Pres. CMRG; Teófilo Braga, Prof.; Tiago Matias, Ass. Imprensa; Tiago Miranda, Pres. Juv. Monárquica dos Açores; Tiago Redondo, Secretário; Tomás Silva, Arquiteto; Urbano Bettencourt, Prof. e Escritor; Urbano Resendes, Artista Plástico; Valentina Matos, Bióloga; Vamberto Freitas, Prof. Univ. e Escritor; Vera Pires, Func. SATA; Vítor Marques, Promotor Cultural; Vítor Silva, Coord. CGTP Açores; Zuraida Soares, Dep. ALRAA.
***
Maria João Oliveira, deixou um comentário ao post Manifesto contra a legalização da "sorte de varas" nos Açores às 03:03, 2015-02-07.
Comentário:
Subscrevo, integralmente, o teor deste Manifesto. A beleza dos Açores não pode ficar manchada de sangue inocente. E os culpados deste flagelo não imaginam quanto sofre também quem ama estes pobres animais e se sente impotente, perante tão bárbaros e arcaicos "espectáculos"! Chegamos a perder o sono, mas os culpados é que o deviam perder, se tivessem um pouco de consciência, pelo menos. Por favor, acabem com essas práticas cruéis! Se tentarem interiorizar o sofrimento dos touros, tudo mudará. O que era importante para vós, deixará de o ser. E o mundo se tornará mais humano e fraterno!
***
Obrigada, Maria João, pelo seu contributo para a evolução de um Arquipélago que também é nosso.
Isabell A. Ferreira
Por José Manuel Santos Narciso
Mais uma vez, está na primeira linha das preocupações de milhares de cidadãos dos Açores a questão da “sorte de varas”, mais comumente chamada de “touradas picadas”. É já a terceira tentativa, em pouco mais de dez anos, para legalizar nos Açores aquilo que muitos consideram de retrocesso civilizacional e de barbárie contra os touros.
Tudo pode ter a força de uma opinião. Os interesses económicos e a luta de poderes e satisfação de caprichos estão no seu direito de apresentar as propostas que quiserem. Desta feita contavam fazê-lo de forma sub-reptícia, intercalando uma excepção sempre negada num projecto abrangente em que ela (a excepção da sorte de varas) iria aparecer disfarçadamente e disfarçadamente poderia ser aprovada.
Mas, felizmente, os tempos mudaram muito, desde 2002 e mesmo desde 2009. Se em 2002, e como muito bem se lê na peça jornalística a este propósito publicada pelo Diário dos Açores, foi o Tribunal Constitucional que obstou a consumação de tal sorte, em 2009 terá pesado a opinião do então presidente do Governo regional.
Agora, os deputados que quiserem deixar o seu nome ligado a tão polémica decisão, terão de confrontar-se com um fenómeno novo, ou pelo menos com muito mais força, que são as redes sociais e os movimentos de cidadania que envolvem sensibilidades suprapartidárias e que não podem ser esquecidas ou desprezadas, sob pena de graves consequências e sequelas.
Para os defensores do NÃO, a questão que se põe é fundamentalmente a do respeito pelos animais, neste caso, o touro, por sinal constante dos símbolos heráldicos da Região. Num momento em que por todo o Ocidente se intensifica a luta anti-taurina, torna-se no mínimo inoportuno este novo esboçar de retrocesso que pretendem introduzir.
Mas há uma coisa mais grave que tudo isto. Uma eventual aprovação de excepção da sorte de varas para os Açores seria uma machadada mortal na aspiração de inscrever as touradas à corda na lista do património mundial da Unesco. Independentemente de se concordar ou não com tal classificação, uma coisa são as touradas à corda, essas sim essencialmente populares e outra é querer fazer valer aquilo que se pode considerar de “pseudo-arte, falsa cultura e inventada tradição”.
Mesmo que surja a proposta, mesmo que não seja aprovada, ou sendo, seja chumbada pelo Tribunal Constitucional, com os mesmos argumentos com que o foi em 2002, para os ambientalistas, para os defensores dos direitos dos animais e para o bom nome dos Açores, ficará sempre o labéu consubstanciado nesta pretensão. Há coisas que o evoluir da mentalidade e da sensibilidade humana não perdoa. Uma delas é a forma como se pode usar o sofrimento de outros seres vivos para gáudio dos humanos, cobrindo-os com a capa da tradição ou da cultura. A luta, a bravura e arte do ser humano perante a nobreza de um animal como o touro não devem fazer-se com o sofrimento do animal, porque é possível fazê-lo de forma diferente.
Manda a evolução que muitas coisas aceitáveis há séculos passados hoje sejam repudiadas, como execráveis e abjectas. E é nesta visão humanista que esperamos o bom-senso que venha fazer arrepiar caminho neste processo que iria criar clivagens muito profundas e perigosas na sociedade açoriana, porque isto não é questão de uma ilha, e se calhar, nem é de uma Região. Aqui estamos perante o dilema de ser ou não consequentes com o que pensamos sobre o direito dos animais em que se inclui o do não sofrimento. E todas as formas que ainda existem de os fazer sofrer não são justificação para a criação ou retorno de mais uma. Seria uma teimosia muito azarada!
Santos Narciso
Fonte
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=841483969250242&set=gm.1441296362827491&type=1&theater
Corridas picadas" nos Açores Nunca
Irresponsável a pretensão de alguns deputados de legalizar a sorte de varas nos Açores
Para o Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA) constitui uma surpreendente irresponsabilidade política a pretensão de alguns deputados da ilha Terceira ao pretenderem trazer, uma vez mais, para o debate parlamentar regional a legalização da sorte de varas (dissimulada ou não na actualização do regulamento tauromáquico), que consiste numa sangrenta prática de tortura animal proibida em todo o território português e já rejeitada nos Açores.
Num momento de graves constrangimentos económicos para a ilha Terceira, como consequência dos despedimentos da base das Lajes, que vêm somar-se aos já suficientemente graves efeitos do empobrecimento generalizado da sociedade portuguesa dos últimos anos, parece que para estes deputados a prioridade resume-se na legalização de uma nova forma de torturar os animais, apenas para satisfação de ideias retrógradas duma pequena minoria de terceirenses que envergonha o conjunto dos cidadãos açorianos.
É surpreendente também que num momento de grave crise económica para a Terceira, estes deputados nada tenham a propor para além da promoção duma actividade esbanjadora de dinheiros públicos como são as touradas. O governo regional e autarquias esbanjam cada ano nesta prática perto de 580 mil euros de dinheiros públicos, que saem do bolso de todos os contribuintes açorianos, através de apoios e subsídios directos ou indirectos à tauromaquia.
Assim, num momento em que se pede para a ilha Terceira a solidariedade de todos os açorianos e de todas as ilhas, todas elas com os seus próprios problemas sociais e económicos, e em que o governo regional pretende canalizar importantes quantidades de dinheiro para a revitalização económica da Terceira, a atitude dos mencionados deputados só pode ser considerada leviana na medida em que a introdução da sorte de varas, uma prática anacrónica rejeitada pela maioria dos açorianos e condenada em quase todo o mundo, para além de incrementar o esbanjamento de dinheiros públicos só poderá contribuir para a má imagem da região junto dos potenciais visitantes.
Num momento que em Portugal já é considerado delito, condenado penalmente, torturar animais (infelizmente com uma absurda excepção para os touros), num momento em que a prática da tauromaquia é abolida em todo o mundo civilizado, estes deputados da Terceira, em pleno século XXI, só pensam legalizar uma prática que leva a um maior derramamento de sangue e que eleva a tortura infligida a uns animais inocentes. Levados pela sua irresponsabilidade, o seu único interesse parece ser denegrir a imagem dos Açores como destino turístico e envergonhar e denegrir todos os açorianos como seres civilizados.
A região não é pertença de um pequeno grupo de interessados economicamente nesta prática, e por isso, é um assunto que diz respeito a todos açorianos que insistem em não querer os Açores salpicados de sangue.
Comunicado do
Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA)
29/01/2015
Fonte:
http://iniciativa-de-cidadaos.blogspot.pt/2015/01/comunicado-mcata-irresponsavel.html
Como disseram?
Um grupo de deputados (?) no parlamento açoriano está a tentar fazer aprovar pela terceira vez uma lei que legalize uma prática primitiva e selvagem denominada sorte de varas ou corrida picada, nos Açores?
Saberão o que é a sorte de varas, esses, que se dizem “deputados”, os quais, se o fossem, deveriam zelar pelo bom nome dos Açores e o que fazem é atirá-lo à lama?
Se não sabem aqui deixo a informação. E se depois disto ainda insistirem nesta anormalidade… melhor será demitirem-se, porque não têm capacidade de cumprir a missão para a qual foram eleitos.
« (Informação do médico veterinário José Enrique Zaldivar Laguia , clínico e presidente da AVATMA. Tradução do médico veterinário Vasco Reis).
Durante a tourada, e durante um período de aproximadamente 15 minutos, o touro é submetido à sorte de varas.
Assim que ele entra na arena é atraído através de uma série de passes com a capa e é submetido à sorte de varas - o "acto” da lança.
Nesta parte, o picador (lanceiro) utiliza a ponta da lança, “puya”, garrocha, que é um instrumento pontiagudo com cerca de 9 centímetros de comprimento, dividido em duas secções: uma ponta em forma de cone de cerca 3 centímetros e uma outra de aço em forma de corda de cerca de 6 centímetros de comprimento. Este instrumento destina-se a ferir certos músculos e ligamentos do cachaço, parte superior do pescoço do touro. O objectivo deste acto é facilitar o trabalho do toureiro pois, uma vez que estas estruturas anatómicas foram feridas, o touro não vai ser capaz de levantar a cabeça.
[O vídeo está indisponível, para não mostrar ao mundo a selvajaria que é esta prática de picar bovinos, vivos. o horror é tal, que oas carrascos não tem a coragem de mostrar. Pudera! não passam de reles cobardes!!!!!]
“Infelizmente” não é só isso que acontece. É sabido que 90 % das estocadas com a lança são feitas muito mais para trás, onde as vértebras estão muito menos protegidos. Além disso, como resultado de golpes ilegais (proibidos) dos picadores, tais como “furar” (torcendo a lança no pescoço do touro como um saca-rolhas) ou o "entra e sai" (aprofundar e aflorar a lança várias vezes sem a retirar, de modo a que uma lança tem o mesmo efeito como tendo sido utilizada várias vezes, o que impede o touro de fugir quando sente a dor), as feridas são muitas vezes terríveis.
A hemorragia causada por estes métodos faz com que a perda de sangue possa ser de até 18% , enquanto a (entre aspas irónicas) quantidade "desejável" é de 10% . Devido a esses movimentos, uma lança pode produzir feridas com mais de 20 cm de profundidade, e entrar no corpo em até cinco sentidos diferentes, ferindo muitas estruturas, inclusive, quebrando estruturas ósseas.
Os taurófilos (taurinos) argumentam, que o uso da “puya” serve para "aliviar" o touro da sua bravura e excitação na lide. No entanto, o que acontece com a tortura da “puya” não é um descongestionamento simples, porque o touro assim perde até 10 litros de sangue, visto que ao se aprofundar e aflorar sucessivamente a “puya”, se chega a provocar uma ferida muito profunda. Outra estatística é, que apenas 4,7% do cravar da “puya” conseguiu cortar os músculos do pescoço e deixar o resto da anatomia local intacta.
O que geralmente se corta com má pontaria da “puya”, são músculos dos membros anteriores e do tronco. Por isso tropeçam e caem touros.
Dados: o touro tem cerca de 36 litros de sangue. Com a sorte de varas o animal perde cerca de um terço do sangue, sua força vital.
São manobras ilegais do picador (o cravar e tirar, a acção de saca-rolhas e a de perfuração), que fazem a puya penetrar mais do que esses 7,6-8,9 cm, sendo que em 70% dos casos, as lanças são cravadas por detrás do andiron e da cruz, e aí sendo menos protegidas pelos grandes músculos do pescoço, podem atingir e ferir estruturas ósseas.»
Fonte:
http://terralivreacores.blogspot.pt/2013/11/o-que-e-sorte-de-varas.html
***
«Por constituir um notório atentado à integridade física dos animais e uma atitude que indica um retrocesso civilizacional nestas paragens, não nos parecendo reunir o consenso de todos os açorianos, repudiamos esta postura dos senhores deputados e apelamos a todos que juntem as suas vozes à nossa».
Fonte:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10205045571932536&set=gm.1439257626364698&type=1&theater
***
O meu repúdio é total e absoluto.
E estes são os adjectivos que isto merece:
Primitivismo, imbecilidade, ignorância, crueldade, idiotismo, violência, tortura e um descomunal atraso civilizacional.
Isto só prova que os humanóides ainda não se extinguiram da face da Terra.
Isabel A. Ferreira