Quinta-feira, 30 de Março de 2023
Chegam-me, dos mais variados países do mundo, onde vivem comunidades portuguesas, desabafos de absoluto descontentamento e desilusão, por comprovarem que o NOSSO País está a afundar-se na mediocridade, cada vez mais, e em todos os sectores da sociedade portuguesa.
Passados que são quase 50 anos sobre a Revolução dos Cravos, Portugal RECUA progressivamente. O País está mergulhado num CAOS nunca antes visto. Nenhum serviço funciona normalmente. Perdemos a nossa identidade linguística. A contestação a QUASE tudo é o pão nosso de cada dia, e os órgãos de informação, conforme as cores políticas dos que Querem, Podem e Mandam neles, pendem, ora mais para ali, ora mais para acolá, e só TRANSMITEM o que mais lhes convém.
Contudo, NEM todos os portugueses, que vivem dentro e fora do País, usam PALAS, e apercebem-se de que algo vai muito mal na República DOS Bananas de Portugal.
É o caso de Carlos C. que, do Canadá, enviou este desabafo, com o qual concordo plenamente, a propósito da entrevista a António Costa, que ocorrerá HOJE, dia 30 de Março, na SIC.
Isabel A. Ferreira
Por Carlos C.
«Na Itália, há anos que Berlusconi, mesmo quando era PM, era dono duma grande cadeia de TV (tinha outro nome, e agora é a Mediaset). Claro que opiniões expressas nela eram-lhe favoráveis, ou no mínimo não o atacavam.
Não há lei que o proíba, mas é sujo...
Em Portugal há uma coisa do mesmo género...
HOJE, dia 30 de Março, a SIC vai fazer uma grande entrevista a António Costa no noticiário principal, das 20 h.
Com o costume que o seu meio-irmão (filho do mesmo pai) Ricardo Costa, Director de Informação, tem de não ficar na sombra, e actuar como jornalista e comentador, será que é ele a conduzir a entrevista?
Acredito que não...
Contudo, a existência dum familiar do PM na direcção de informação dum canal tão importante causa-me desconforto.
É que quer tenham relações amistosas ou não, essa situação leva a dúvidas quanto à cobertura que o canal dá às peripécias no governo, e a suspeitas de favorecimento ou o seu contrário. Um corolário é o tratamento que o canal dá a rivais do PS de António Costa.
Eu recordo que a SIC lembrou-se de transmitir, em duas partes, um documentário sobre os defeitos do Chega precisamente durante a última campanha presidencial, em que Ventura era candidato!
E há uns dias, Ricardo Costa, armado em comentador, atacou essa Némesis de Costa, André Ventura, porque tinha dito coisas meio parvas... Contudo, há quem na política também tenha ocasionalmente o condão de tropeçar e não são literalmente espicaçados como Ricardo Costa o fez a um rival do PS.
Aliás, é de lembrar que a SIC tem a lata de incluir Pedro Delgado Alves, VP da bancada do PS, em DOIS programas semanais de debate, o Linhas Vermelhas e o Sem Moderação. E isto sem identificar PDA com a posição que ele ocupa (Daniel Oliveira também entra em dois programas, mas ele é "adepto" duma certa orientação, ao passo que PDA é mesmo da "direcção" dum clube).
Claro que esta inclusão dá ajuda ao PS, sem que a maioria do público dela se aperceba.
Enfim, a informação da SIC não é de confiança, e isso nota quem tiver os olhos abertos e os ouvidos à escuta, como por exemplo na omissão ou falta de relevância dada ao revés que aconteceu ao Mondego que era descrito como pronto a cumprir missões (nem no rodapé isso apareceu!).
A RTP tem outros problemas, mas resumindo, a informação em Portugal não é isenta e democrática.
Carlos C. (Canadá)
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Terça-feira, 20 de Dezembro de 2022
(Texto recebido via e-mail)
Em 1956, Günther Anders, filósofo e ensaísta alemão, de origem judaica, escreveu um texto onde reflecte o evoluir da decadência das sociedades humanas, e as palavras, que então escreveu, aplicam-se aos dias de hoje com uma precisão espantosa.
Nada mudou, entretanto. Nada melhorou. Pelo contrário, tudo foi ampliado ao máximo, e hoje, a nossa sociedade está afundada num estado de decadência cada vez mais evidente.
Parece que o texto de Günther Anders foi escrito a pensar na sociedade portuguesa do ano de 2022, e isto é que torna o texto tão aliciante e muito actual.
Caros leitores, proponho este exercício analógico como reflexão, nesta época natalícia, que mais parece uma feira da ladra, pelos motivos mais óbvios…
Isabel A. Ferreira
Günther Anders
«Para abafar antecipadamente qualquer revolta, não se deve usar a violência. Métodos como os usados por Hitler estão ultrapassados. Basta desenvolver um condicionamento colectivo tão poderoso que a própria ideia de revolta nem passará pela cabeça das pessoas. O ideal seria formatar os indivíduos desde o nascimento limitando as suas habilidades biológicas inatas...
Então, continuaríamos o processo de condicionamento, reduzindo drasticamente a educação para trazê-la de volta a uma forma de integração no mundo do trabalho. Um indivíduo sem instrução tem apenas um horizonte limitado de pensamento, e quanto mais os seus pensamentos estiverem confinados a preocupações materiais medíocres, menos ele poderá rebelar-se.
O acesso ao conhecimento deve ser cada vez mais difícil e elitista. O abismo entre as pessoas e a ciência deve ser ampliado. Todo o conteúdo subversivo deve ser removido das informações destinadas ao público em geral. Acima de tudo a filosofia não deve existir. Uma vez mais, há que usar a persuasão e não a violência directa: transmitir-se-á maciçamente, através da televisão, entretenimento imbecil, lisonjeando sempre o emocional, o instintivo. Vamos ocupar as mentes com o que é fútil e lúdico. É bom ocupar a mente com conversa fiada e música incessante, para evitar que a mente se interrogue, pense, reflicta.
A sexualidade estará no topo dos interesses humanos. Como anestesia social, não há nada melhor.
No geral, assegurar-nos em banir a importância da existência, transformar em escárnio tudo o que tem um valor elevado e manter um constante elogio à frivolidade; de modo que a euforia da publicidade, do consumo se tornem o padrão da felicidade humana e o modelo da liberdade.
Deste modo, o condicionamento produzirá tal integração, que o único medo (que será necessário manter) será o de ser excluído do sistema e, portanto, de não poder mais ter acesso às condições materiais necessárias para a felicidade.
O homem massificado, produzido dessa maneira, deve ser tratado como o que é: um bezerro, e deve ser vigiado de perto, como um rebanho deve ser. Tudo o que mitiga a sua lucidez é bom socialmente, e tudo o que pode despertá-la deve ser ridicularizado, sufocado e combatido. Qualquer doutrina que questione o sistema, primeiro, deve ser designada como subversiva e terrorista, e em seguida, aqueles que a apoiam devem ser tratados como tal.»
- Günther Anders - "A obsolescência do homem" - 1956.
Fonte:
https://www.cosmydor.paris/journal-design-arts-nature-skincare/extract-gunther-anders-the-obsolescence-of-man
Terça-feira, 11 de Outubro de 2022
Plataforma Basta de Touradas
Deputados do PS, PSD e Chega num banquete a celebrar a violência e a crueldade das touradas, à custa dos contribuintes, no passado dia 6/10/2022 na Assembleia da República. Só nos últimos 10 anos, a tauromaquia deixou um rasto de 15 mortes, 2.500 feridos e mais de 12.000 animais torturados e mortos nas arenas em Portugal. Além disso, uma criança morreu numa largada de touros este ano. É isto que celebram? É este rasto de violência que querem perpetuar?
(…)
Fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=474222474751949&set=a.325943376246527
Cá estaremos TODOS para denunciar estas iniciativas trogloditas, e a fazer de tudo até que consigamos limpar a Assembleia da República dos mofos tauromáquicos, para que Portugal possa evoluir e tornar-se um país mais civilizado, sem estas práticas bárbaras, que só envergonham a sociedade portuguesa, que já evoluiu, e põe de rastos a Humanidade.
Pelos Touros! Pelos Cavalos!
Abaixo esta miséria moral, social e cultural que vemos na imagem!!!!!!
Isabel A. Ferreira
Domingo, 26 de Junho de 2022
Desde 2015, todos os nossos serviços públicos, e não só, vêm-se degradando cada vez mais, chegando ao ponto máximo do CAOS. Darei apenas alguns exemplos: SNS, ENSINO, JUSTIÇA, PROTECÇÃO À INFÂNCIA e, obviamente, a LÍNGUA PORTUGUESA.
Mas tudo o resto, na sociedade portuguesa, está a escorrer para o fétido charco, onde vive a estupidez e a ignorância, como excremento oriundo das más políticas, em certos casos, ou da falta delas, noutros casos, e de uma gigantesca subserviência ao estrangeiro.
E porque já ando farta de dar murros em ponta de facas, e ainda mais farta dos calhaus com olhos que mandam e desmandam com a insipiência que os caracteriza (sempre quis acreditar que vivíamos numa Democracia, com democratas dotados de honra, de vergonha na cara e de carácter, mas enganei-me); porque já estou farta de ver por aí, a nossa LÍNGUA a sofrer tratos de polé; porque já estou farta de não ver resultados positivos, que nos possam tirar desta fossa séptica, em que os políticos portugueses transformaram a nossa sociedade, preciso de fazer uma PAUSA.
Preciso urgentemente de mudar de ares…
Preciso urgentemente de ver-me longe do cemitério que contemplamos na imagem.
Até breve.
Isabel A. Ferreira
Domingo, 24 de Outubro de 2021
Quando as crianças NÃO TÊM PAIS, mas apenas progenitores incapazes de as EDUCAR para o Bem, para o Bom e para o Belo, a sociedade tem o DEVER de interferir e denunciar esta barbaridade, em DEFESA destas inocentes e indefesas crianças.
E as AUTORIDADES têm a obrigação e o dever de as DEFENDER, fazendo cumprir as LEIS, que estão a ser VIOLADAS.
Não será impunemente que gente com mentes deformadas formarão os psicopatas e sádicos do futuro.
Atentem nas imagens e digam também de vossa justiça. Deixarei mais abaixo os contactos, para fazerem as vossas denúncias.
Se não vivermos num país sem rei nem roque, estas crianças serão poupadas a imagens vionetas e degradantes, indignas de seres humanos.
O DESESPERRO é tal, a falta de público é tal, que, sem terem a noção do que fazem, violam as leis dos homens e a LEI NATURAL, pois é da ANORMALIDADE tudo o que vemos e lemos nestes cartazes.
Fonte da imagem:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1050553299109995&id=425211521644179
Exmas. Autoridades,
Este cartaz da Arena d’ Évora, além de constituir uma contra-ordenação punível com multa de 5 a 30 mil euros, constitui um crime de lesa-infância, por expor e incentivar crianças à crueldade, à violência e à tortura infligidas a animais sencientes.
Sendo verdade que as crianças podem entrar com os progenitores, também é verdade que não é pelo facto de os progenitores estarem presentes, que a tortura de Touros será mais suavizada: a crueldade e a violência estarão lá, com toda sua CRUEZA.
A idade recomendada para a proibição de assistir a touradas é até aos 16 anos (neste momento) e deve constar em todos os cartazes, sendo expressamente proibido incentivar crianças a assistir a estas práticas bárbaras e extremamente cruéis.
Os 90% da sociedade portuguesa que abominam esta prática bárbara, espera que as AUTORIDADES façam CUMPRIR A LEI, e que DEFENDAM estas crianças, que não têm culpa de terem nascido no seio de famílias dotadas de mentes completamente deformadas.
Aguardando que a LEGALIDADE seja imposta, e mais do que a legalidade, a SAÚDE MENTAL das crianças seja acautelada, e esperando que as LEIS de Protecção de MEENORES sejam cumpridas, envio os meus melhores cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
***
ASSUNTO: Denúncia de Cartaz de exposição e incentivo de menores à crueldade e violência tauromáquicas, na Arena d'Évora
PARA:
igacgeral@igac.pt, sepna@gnr.pt,
gabinete.pm@pm.gov.pt
gab.ministro@medu.gov.pt
gabinete.ministro@mc.gov.pt
canal.parlamento@ar.parlamento.pt
gp_ps@ps.parlamento.pt
gp_psd@psd.parlamento.pt
gp_pp@pp.parlamento.pt
bloco.esquerda@be.parlamento.pt
gp_pcp@pcp.parlamento.pt
pev.correio@pev.parlamento.pt
Pan.correio@pan.parlamento.pt
gabinete@ch.parlamento.pt
Gabinete@il.parlamento.pt
gabinetejkm@ar.parlamento.pt
cristina.rodrigues@ar.parlamento.pt
gab.presidente@cm-lisboa.pt
correiopgr@pgr.pt
correio@sg.mj.pt
gfcj@pgr.pt
cnpdpcj.presidencia@cnpdpcj.pt
agencialusa@lusa.pt
Quarta-feira, 1 de Setembro de 2021
Eis algo que pode fazer sair Portugal do rol dos países terceiro-mundistas. A saber: Portugal, Espanha, França, México, Colômbia, Peru, Venezuela, Equador e Costa Rica".
Cristina Rodrigues apresentou, ontem, na Assembleia da República, um projecto de lei, no qual propõe a abolição das touradas e a criação de apoios para reconverter as praças de Touros em espaços culturais, através da aprovação em Orçamento do Estado de uma verba específica para esse efeito.
A deputada não-inscrita Cristina Rodrigues
Foto: MÁRIO CRUZ/LUSA
Cristina Rodrigues justifica a necessidade de levar adiante este projecto «não só pelo crescente desinteresse da sociedade portuguesa na tourada e, por oposição, a evolução que tem ocorrido relativamente à protecção e bem-estar dos animais e ao crescente reconhecimento dos seus direitos, sendo a tourada um evento que já não deve ter lugar nos dias de hoje».
Cristina Rodrigues considera ainda que é «urgente que Portugal dê mais este passo e deixe de integrar o reduzido grupo de países que ainda admitem esta actividade bárbara, considerando que «a tauromaquia é uma actividade que tem vindo a sofrer um grande declínio, existindo cada vez menos pessoas, em Portugal e no mundo, a concordar com a utilização de animais para fins de entretenimento".
Cristina Rodrigues salienta que a tauromaquia, para além da dor física, provoca no Touro um elevado nível de stress e que, apesar de os animais não morrerem na arena [excepto em Barrancos, legalmente, graças ao ex-presidente Jorge Sampaio, e em Monsaraz, ilegalmente, graças ao fechar-de-olhos das autoridades, que apesar de se dizerem competentes, são de uma incompetência inacreditável!] são abatidos dias depois, se coincidir com um feriado ou fim-de-semana, por os matadouros estarem fechados, ficando os animais a sofrer e as morrer lentamente, uma vez que nas praças não há condições para os abater depois das corridas. Assim é que é.
Cristina Rodrigues refere também que a Lei de Protecção aos Animais «consagra no n.º 1 do artigo 1.º, expressamente, a proibição de todas as violências injustificadas contra animais, considerando-se como tais os actos consistentes em, sem necessidade, se infligir a morte, o sofrimento cruel e prolongado ou graves lesões a um animal».
Acrescente-se que esta Lei não considera ANIMAIS os Touros e os Cavalos envolvidos nas touradas. Se considerasse, não haveria touradas, uma vez que estas são tortura pura para os desventurados Touros e Cavalos.
Cristina Rodrigues considera que a excepção às touradas, prevista nesta lei, só vem confirmar que o legislador estava bem ciente de que se trata de maltratos injustificados, e citando o estatuto jurídico dos animais, salienta que esta legislação "determina expressamente que os animais são seres vivos dotados de sensibilidade e objecto de protecção jurídica em virtude da sua natureza".
Cristina Rodrigues dá ainda como exemplo a aprovação, pelo Parlamento Europeu, de uma emenda para que os fundos da Política Agrária Comum não sejam usados para apoiar a reprodução ou a criação de Touros destinados às actividades tauromáquicas, e lembrou igualmente a proposta de José Manuel Fernandes (PSD) e de Gérard Deprez, que pediam que os fundos não fossem usados para financiar as actividades letais da tauromaquia.
Posto isto, esperamos todos que os restantes deputados da Nação, tenham em consideração esta exposição da Deputada não-inscrita, Cristina Rodrigues, e rumem em direcção à EVOLUÇÃO.
Isabel A. Ferreira
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Sexta-feira, 27 de Agosto de 2021
"Há qualquer coisa de profundamente degradante nas touradas. Não é só o sofrimento do animal, é o espanto com que ele observa os animais da bancada. A incredulidade de estar perante a maldade do mundo. O toiro leva nos olhos uma tristeza de estar assistindo à vileza do humano." (Ricardo Silveirinha) (*)
Foi lamentável, inacreditável, inconcebível aquilo que aconteceu ontem, no campo pequeno, em Lisboa, capital da decadência moral, social e cultural, quando a autarquia lisboeta e a “santa” casa da misericórdia de lisboa (em letras minúsculas como merece) decidiram homenagear um indivíduo que nada mais fez na vida do que torturar e matar Touros, ferindo os seus Cavalos com as esporas e serrilhas bucais, e deixando morrer à fome os seus Cães, estando actualmente a ser processado criminalmente por maus-tratos a animais de companhia… (como se os Touros e Cavalos TAMBÉM não fossem ANIMAIS!)
João Moura ainda se gabou de que «quiseram estragar-me a festa, mas não conseguiram», obviamente que a “festa” foi estragada, e bem estragada. Não houve honra, nem glória, nesta “homenagem” perpetrada por gente sem alma, sem carácter, sem empatia, e com um desvio comportamental e uma deformação mental acentuadas. Quem o diz é a Ciência Psiquiátrica.
Também foi lamentável ouvir um jovem dizer: «mandaram vir à cultura e eu vim à cultura» . Foi pena estar de cara tapada com uma máscara. Quanta pobreza mental vai nesta frase!
E é esta anti-mensagem, que organismos estatais e sociais, passam aos mais jovens e às crianças: maltratar animais é um acto que merece homenagem! VERGONHOSO!!!!!
Tenham vergonha na cara!
Acabe-se de uma vez por todas com este lixo que conspurca Lisboa, e com esta pobreza moral, cultural e social que insulta a Sociedade Portuguesa, que não se revê nestas práticas bárbaras (apenas 5% da população é sádica e psicopata).
Não se esqueçam os anti-touradas de penalizar a autarquia lisboeta nas próximas eleições autárquicas!
Isabel A. Ferreira
Fonte da imagem:
https://www.facebook.com/ocantinhodamilu/photos/a.209263282420255/4551942494818957/?type=3
Este é o estado em que o “homenageado” deixou os seus Cães, crime pelo qual está a ser processado. Mas aqui não só está em causa os maus-tratos aos seus Cães. Está também em causa a TORTURA de Touros e Cavalos, única coisa que soube fazer na vida. Não, o crime não compensa, porque esta “homenagem” não foi feita por gente do BEM, e a lei do Retorno é infalível e será implacável quando chegar a vez do torturador.
(*)
Elisabeth Henriques
"Há qualquer coisa de profundamente degradante nas touradas. Não é só o sofrimento do animal, é o espanto com que ele observa os animais da bancada. A incredulidade de estar perante a maldade do mundo. O toiro leva nos olhos uma tristeza de estar assistindo à vileza do humano."
in: https://www.facebook.com/photo?fbid=4563485273675500&set=a.518431008180967
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Quarta-feira, 30 de Dezembro de 2020
O Parlamento português, sempre colado aos mesmos partidos políticos (PS, PSD, PCP, Chega, Iniciativa Liberal e CDS/PP) vai dando uma no cravo outra na ferradura, muito mais na ferradura do que no cravo, pois de vez em quando vão dando uns rebuçadinhos, para amainar as hostes.
De acordo com o PAN, ao longo dos últimos anos – inclusive nos dias anteriores ao massacre da Torre Bela – foram muitas as vezes que apresentaram propostas, numa tentativa inglória da urgente regulamentação da cruel e anacrónica prática da caça, contudo, nenhuma foi aprovada!
O lobby da caça até pode ser poderoso, mas não pertence ao mundo civilizado. E assim sendo, é o parente paupérrimo da sociedade portuguesa.
Diz o PAN que a maioria parlamentar continua, reiteradamente, a REJEITAR toda e qualquer proposta no sentido de transformar um sector, que continua a achar-se intocável, aliás como outros sectores quejandos, com a total conivência da maioria das forças políticas. Porém, e ainda de acordo com o PAN, nenhum sector o é, daí que continuarão a fazer finca-pé para provar isso mesmo, e mudar a realidade de violências e crueldades perpetradas contra animais não-humanos, que já só devíamos conhecer através dos livros de História!
- 2020: Interrupção da caça à rola até que a sua população esteja estabilizada de forma evitar o desaparecimento da espécie? Rejeitada. Contra: PS, PSD, PCP, Chega, Iniciativa Liberal e CDS! http://bit.ly/3pBTKP1
- 2020: Proibição do fabrico, posse e venda de artefactos que sirvam unicamente para a captura de aves silvestres não sujeitas a exploração cinegética, como mecanismo de combate à captura ilegal? Rejeitada. Contra: PS, PCP e CDS! Abstenção: PSD, Chega e Iniciativa Liberal! http://bit.ly/3aOtUmY
- 2020: Retirar o coelho-bravo da lista de espécies autorizadas para caça, não só pela sobrevivência deste como das restantes espécies que desta dependem? Rejeitada. Contra: PS, PSD, PCP e CDS! Abstenção: Chega, Iniciativa Liberal e PEV [???]! http://bit.ly/38HtJap
- 2020: Interditar a utilização de chumbo nas munições da actividade cinegética e nos campos de tiro, pelos impactos devastadores na biodiversidade? Rejeitada. Contra: PS, PSD, PCP, CDS-PP, CH, IL! https://bit.ly/3oKLQ5L
- 2019: Acabar com o recurso (e a violência associada) a matilhas de cães como processo de caça? Rejeitada. Contra – PSD, PS, CDS-PP e PCP! http://bit.ly/3aPT8Bg
- 2019: Realização de censos e monitorização das espécies sujeitas a exploração cinegética para que se saiba de facto há a mínima hipótese de haver caça?? Rejeitada. Contra: PSD, PS, CDS-PP, PCP! Abstenção: PEV! http://bit.ly/2WQM27u
2017: Suspensão da caça a norte do Tejo durante o período de dois anos? Não votada!
Fonte: https://www.facebook.com/PANpartido/photos/pcb.3723932874334447/3723930307668037/
***
A propósito deste tema, para que se tenha uma ideia do que a maldita caça representapara o comum dos mortais, aqui deixo um comentário publicado na minha página do Facebook, de um cidadão português, que amaldiçoa esta actividade com toda a legitimidade, porque a caça nem é boa para os animais não-humanos, nem para os animais humanos, que somos todos nós. A caça é uma praga de parasitas da sociedade, que o Parlamento português sustenta a pão-de-ló.
António Carmo
E os cães que abandonam depois das caçadas! Eu, na minha aldeia (Beira Baixa), já recolhi dezenas deles, desde há 30 anos e, nesta data, tenho 12 desses! E os cães que matam e que atiram para os poços das hortas, nos últimos dias de caça! E as toneladas de chumbo que ficam "semeadas" lá pelos campos! Até um apiário, com 15 colmeias, que tinha numa horta dos meus pais tive que abandonar! Davam tiros nas colmeias e destruíram-me vários portões! Há mais de 20 anos que não passo um fim-de-semana na minha aldeia, por causa dos caçadores, venho sempre embora à sexta-feira à noite! Bandidos, Selvagens!!!!!!!
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Quinta-feira, 26 de Novembro de 2020
No mundo moderno e civilizado, que é o nosso, a tauromaquia está classificada muitos zeros abaixo de zero, não é considerada cultura, porque a tortura de seres vivos jamais poderia ser nivelada à CULTURA. No Tempo das Trevas até poderia ser, porque a ignorância era geral. Mas hoje não é.
A federação portuguesa de tauromaquia - protóiro exigiu a reposição do IVA das touradas para 6%, e, por milagre, a exigência não passou no Parlamento, e os 23% mantêm-se (o IVA devia subir para os 100%, porque não é impunemente que se tortura Touros e se quer privilégios e comparar a barbárie à Cultura Culta.
Esquece-se a prótoiro que Bruxelas já fechou a porta à selvajaria tauromáquica. Se lá forem bater, levarão com a porta na cara.
E o que mais diz e quer a protóiro?
É para esta COBARDIA que a prótoiro quer o IVA a 6%? Sejam GENTE!
Num comunicado, a prótoiro, sem ter a mínima noção da realidade, diz que está a preparar um conjunto de acções legais que irão avançar em breve, tendo em vista a obtenção da declaração de ilegalidade da actual taxa de IVA de 23%, de modo a que o IVA aplicável aos espectáculos tauromáquicos volte a ser de 6%, como é seu direito enquanto um dos principais sectores culturais, legalmente reconhecido».
Reparem no delírio: como é seu direito enquanto um dos principais sectores culturais, legalmente reconhecido? Principais sectores culturais? Isto ultrapassa a racionalidade, além de viverem no passado, vivem num mundo imaginário, a roçar a idiotice.
Ricardo Levesinho, presidente da associação portuguesa de empresários tauromáquicos acusa o governo de hostilizar o sector, atacando (pasme-se) os artistas e famílias que dependem desta actividade!!!!!!
Que artistas? Os torturadores de Touros não passam de tauricidas, e nem no mais terceiro-mundista dos mundos, os torturadores são artistas. E que famílias dependem, do quê, se recebem chorudos subsídios do Estado e vivem à tripa forra à custa dos impostos dos portugueses? E muitos têm outros empregos, até porque torturar Touros não é uma profissão, é um divertimento selvático.
E dizem mais. Hélder Milheiro secretário-geral da prótoiro, diz que ao manter o IVA da tauromaquia nos 23%, “o governo permite-se dizer que há cultura de primeira e cultura de segunda, e por isso, que há portugueses de primeira e portugueses de segunda».
Mais delírios de quem vive num mundo de alucinações.
Só existe a Cultura Culta (onde se inclui a gastronomia. o folclore, a cultura popular) e à Cultura acrescenta-se CULTA, para não se confundir com a cultura das cebolas e das batatas. A tortura de Touros e Cavalos está fora desta denominação. Andaram séculos a ouvir que a tauromaquia era coisa de “gente fina”, de reis, rainhas, príncipes e princesas e marialvas, e portanto era “cultura”… sim, poderia ser cultura nessa época onde reinava a mais gigantesca ignorância.
Mas o mundo evoluiu. E a tauromaquia, hoje, não passa de uma prática selvática, sem representatividade alguma na sociedade portuguesa.
E o que é que a protóiro e seu acólitos ainda não perceberam nisto?
O mundo rejeita a tauromaquia:
UNESCO não vai reconhecer as touradas como Património Cultura Imaterial da Humanidade
No Parlamento Europeu aperta-se o cerco à tauromaquia: nova Política Agrícola Comum retira os apoios financeiros para a criação de touros (ditos) “bravos”
O que é que a prótoiro e a associação portuguesa de empresários tauromáquicos ainda não perceberam?
A tauromaquia é uma prática marginalizada, sim, por não se encaixar mais numa sociedade do século XXI d. C. Acabou. O próximo passo é a ABOLIÇÃO.
Os Portugueses pagam impostos a mais, com grande sacrifício, e esse dinheiro NÃO DEVE servir para se andar por aí a TORTURAR TOUROS, e a encher os bolsos a parasitas da sociedade. Não querem passar por portugueses de segunda? Então EVOLUAM! Aprendam a tocar VIOLINO, em vez de andarem por aí, a torturar Touros!
Isabel A. Ferreira
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Segunda-feira, 16 de Novembro de 2020
Um excelente texto, da autoria de Granado da Silva, onde se põe completamente a nu todas as manigâncias que sustentam o negócio do divertimento à custa do sofrimento de Touros, Cavalos, Cães e Seres Humanos para que uma pequena parcela dos maiores parasitas da sociedade portuguesa, incluindo membros da classe política, possam circular por aí nos seus Ferraris e Porches.
Neste texto, fica bem claro nas entrelinhas, o que motiva os parlamentares portugueses a votarem contra a Abolição das Touradas em Portugal.
Vivemos a ilusão de uma Democracia. Uma Revolução, precisa-se!
(Isabel A. Ferreira)
O fim das touradas: uma semente para a revolução Posted: 04 Aug 2018 11:45 AM PDT O que representa realmente a Tauromaquia? “A ligação entre violência sobre pessoas e violência sobre animais está bem documentada na comunidade científica internacional. Na sua forma mais simples: A violência contra animais é um indicador de que o agressor se pode tornar violento contra pessoas, e vice versa. O abuso é abuso não interessa de que forma ou de quem é a vitima.” Quando pensamos em touradas, a imagem mais comum é a violência na arena sofrida pelo touro. É sem dúvida o touro que acaba a sofrer mais, mas não é de forma alguma este o único animal a ser humilhado e torturado em prol dos aficionados. Se são os touros que todos os anos sofrem e morrem às centenas em nome da tradição, são também os cavalos a ser violentados, usados como autênticos “tanques” na arena. Aqui no entanto, vamos falar também de mais um animal vítima da tradição… Nós. Vamos falar de como a tradição das touradas nos afecta, como indivíduos numa sociedade entendida como livre e igualitária. Vamos falar das ramificações da tourada, do que representa e vive a Tradição Tauromáquica cujos aficionados defendem com declarado amor, esmero e violência. Na Europa, Espanha, Inglaterra, Portugal e França são focos de um gradual ressurgimento da tauromaquia e, por arrasto, da classe que dela vive. Este ressurgimento não é fruto de um crescente interesse das populações na prática, mas sim resultado da cumplicidade e interesses partilhados por uma minoria que permeia as elites destes países e que crescentemente se imiscui nos processos de decisão política. Um cúmplice destacado neste processo é hoje tão-somente o Comissário do Ambiente e Energia na Comissão Europeia. Miguel Arias Cañete foi nomeado para o cargo em 2014, apesar de ser accionista em duas empresas de petróleo, meros meses após ter sido o cabeça-de-lista do PP espanhol ao Parlamento Europeu. No contexto da candidatura surgiu relacionado no caso “sobresueldos”, uma cabala para esconder dinheiros (300 mil euros) do seu partido. Cañete não chegou a este posto por acaso. Com um longo percurso no aparelho partidário do PP, entre 2011 e 2014 foi Ministro da Agricultura, Alimentação e Ambiente no governo de Mariano Rajoy, tendo antes, entre 2000 e 2004, sido Ministro da Agricultura e Pescas no último governo Aznar. Cañete é cunhado por casamento do ganadeiro Juan Pedro Domecp (Ganadeiro de touro bravo para Lide e Cavalos). A sua ligação à tauromaquia manifesta-se ao longo da sua carreira política e governativa de forma clara. Em 2001, em defesa do interesse da nação (e seu e de sua mulher, filha dos marqueses de Valência e restante família tauromáquica), Cañete escusa-se do Conselho de Ministros que aprovava um decreto-lei preparado pelo seu ministério sobre apoios à raça bovina de lide (touros de arena). Nesse mesmo ano Rajoy delega-lhe a pasta de apoio ao sector taurino. Foi Cañete a forçar em Espanha a PAC (Política Agrícola Comum), que entre 2014 e 2020 pretende subsidiar com 47 mil milhões de euros o sector agro-pecuário, que em muito beneficiará a ganadaria. Sem surpresa, o seu nome apareceu relacionado com o branqueamento de capitais no mesmo sector (entre outras coisas, no fabrico de pensos para animais e criação de galinhas), estimado em 2 mil milhões de pesetas (cerca de 12 milhões de euros). É este o curriculum imaculado do actual Comissário do Ambiente e Energia da Comissão Europeia. Isto sim é uma tourada. Voltando o olhar para Portugal, estima-se que 16 milhões de euros são disponibilizados directamente no apoio à tauromaquia. Porquê? As touradas desde os anos 80 estão em decadência. Nos últimos 10 anos o número de touradas e espectadores tem vindo a diminuir consistentemente e sem o apoio de dinheiros públicos, não seriam as cerca de 60 praças permanentes – com uma média de 3 espectáculos por ano – que manteriam viva a tradição, ou que sustentariam a boa-vida das famílias destacadas da tauromaquia. Assim percebe-se melhor a necessidade de consolidar a tauromaquia, “um dos pilares da nação portuguesa”, como um valor cultural, património nacional e internacional, a ser preservado ou, dito de outra forma, subsidiado. “Neste momento, e mesmo para uma primeira figura, é difícil viver só de toiros… E quem disser o contrário, digo-lhe já que não é verdade!” À luz da crescente crise que vivemos, tendo em conta as dificuldades de agricultores e da população em geral em aceder a serviços essenciais como a saúde, com a falta de condições nas escolas, falta de apoio a cooperativas e grupos artísticos de teatro, dança, aos saberes tradicionais, a grupos e associações de apoio social, etc, o apoio à tauromaquia é de uma prepotência desumana. Para além dos apoios directos, a União Europeia e o Estado português oferecem dinheiro a ganadeiros de outras formas, dinheiro esse que é frequentemente investido em indústrias paralelas e rentáveis: a criação de bovinos para a indústria agro-alimentar e de curtumes, a produção de cereais usados na confecção de rações ou o turismo rural. Com a desculpa de que sem as touradas os touros entrariam em extinção, os ganadeiros, entre outros apoios, recebem através da Associação de Agricultores e da Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide dinheiros abrangidos pela “Estratégia para a Conservação e melhoramento das Raças Autóctones“. Enquanto para se proteger águias, lobos, ou o lince Ibérico, para citar apenas alguns animais selvagens ameaçados, é tantas vezes necessário depender da indústria privada – muitas vezes directamente responsável pelos riscos e destruição de ecossistemas que ameaça esses animais – face ao parco financiamento público para a sua protecção, é a indústria de exploração tauromáquica que, ironicamente, recebe dinheiros públicos, para “manter os toiros vivos“. Em 2010, a então Ministra da Cultura de Portugal, Gabriela Canavilhas (PS), criou uma secção especial dedicada às touradas no Concelho Nacional de Cultura. No âmbito do trabalho da mesma, os Tauromáquicos além do dinheiro que recebem, passam a poder ir a escolas preparatórias promover junto de crianças a sua tradição sanguinária, com os intrínsecos danos nocivos para o crescimento equilibrado de qualquer ser humano e que, numa sociedade em crescente fragilização, contribuem certamente para a normalização da violência, de comportamentos agressivos, nomeadamente para com outro seres humanos. Não faltam indícios disso mesmo. Em 2012, o toureiro Marcelo Mendes, investiu com o seu cavalo sobre manifestantes anti-tourada, na localidade de Torreira. Em 2014, um carro com forcados atropelou manifestantes na praia de Mira. A violência não é novidade entre elementos da tauromaquia. Em 2003 durante uma largada de vacas no concelho de Montemor, os forcados de Montemor provocaram cenas de pancadaria. Segundo o presidente da junta de Lavre, localidade onde se realizava a largada: “Foram eles que provocaram tudo. São uns arruaceiros. Onde quer que vão armam violência e são protegidos por serem das famílias influentes da zona (…) Acho que já é tempo de serem punidos”. Em 2009, o mesmo grupo envolveu-se em cenas violentas com seguranças da discoteca “Praxis” em Évora. Em 2011, vários focados envolvem-se em pancadaria nas bancadas do Campo Pequeno e no ano seguinte, forcados envolvem-se em desacatos na discoteca “Kapital” na Terceira. Em 2013 foi notícia uma rixa envolvendo forcados nas festas de Alcácer do Sal, que resultou numa agressão com arma branca. Ainda em 2013, o forcado Carlos Grave agrediu um socorrista da Cruz Vermelha no Campo Pequeno, por este ter fugido de um touro, enquanto socorria um outro forcado. Em 2013, em França, após quase dois anos sem manifestações, um grupo anti-touradas invadiu uma praça de touros em Rion-des-Landes. A reacção dos aficionados fez jus à violência cega da sua tradição e o resultado foram oito feridos. Um deles, em estado grave devido à brutalidade das agressões, teve de ser induzido a um estado de coma artificial. Já em 2011 uma acção com o mesmo objectivo tinha acabado em violência extrema. As imagens que correram as redes sociais são disso exemplo. Os aplausos que se ouvem quando o touro é torturado, são os mesmos que se ouvem enquanto cavaleiros, ganadeiros e aficionados agridem os manifestantes, indefesos, no meio da arena. O modo como a população de Barrancos defende o “Touro de Morte“ e as agressões de que foram alvo alguns activistas, nas barbas da polícia, a facilidade com que se mudaram leis, para tornar legal a chacina que se repete em Barrancos todos os anos, deve preocupar qualquer pessoa vinculada com a ideia de uma sociedade justa. Depois de Barrancos, várias localidades exigem o mesmo direito a matar o Touro aos olhos do público. O caso das touradas em Viana do Castelo, município que se declarou anti-tourada, é um perfeito exemplo da arrogância dos tauromáquicos e do modo como encaram a vontade popular e seus representantes democráticos. “O homem que mata animais hoje, é aquele que mata as pessoas que atrapalham o seu caminho amanhã” – Dian Fossey A tradição de que origina a tourada reflecte (e deriva de) alguns dos piores elementos da história humana: a exploração do outro e do meio natural, a glorificação da guerra e do militarismo, o autoritarismo e perversidade de modelos de organização social que pressupõe a superioridade de uns, sobre a maioria dos outros. Na sua génese podem estar práticas ancestrais, mais ou menos disseminadas, mas cuja antiguidade e ritualização não podem esconder ou justificar a sua violência e crueldade. Essas práticas, gradualmente despidas com o passar do tempo, do seu carácter “mágico” ou espiritual, cristalizam-se em “espectáculos”. Essa transição é visível através da história Europeia. Um elemento característico da vida da aristocracia europeia era o ócio, maligno, que os levava a buscar diversões: jogos e torneios vários, sendo um deles o “Torneio de Animais”. Os primeiros confrontos nestes torneios consistiam em lutas entre cães, animais selvagens e touros. O “bullfighting” da aristocracia inglesa do século XV, perdura até hoje, como comprovado pelas fotos publicadas na internet pelo cavaleiro João Moura em 2014, onde se pode ver 5 cães atiçados a um vitelo, com a intenção de os publicitar para posterior venda. No século XVIII (que tanta nostalgia traz aos ganadeiros e cavaleiros) os “pretos“ foram acrescentados aos animais que entravam na arena do “Circo de Animais”. Em dias de festa brava, o racismo era alimentado a touros e escravos, como confirmado por uma notícia no Diário do Governo nº 232, de 1844, sobre uma tourada na cidade da Nazaré, onde se pode ler: “…alguns homens pretos foram ali tratados com estrema barbaridade. (…) A maior parte dos membros da câmara sabia o que se praticava com estes infelizes nas praças de touros, onde eram tractados peior do que os animais”. Esta forma de torneio, a “Tourada”, enquadrava-se já nas vidas dos cavaleiros, permitindo o treino da equitação. Assim, a classe cavalheiresca começou ela própria a desafiar o touro sempre montada a cavalo, fazendo apresentações em celebrações e outros eventos. Casamentos reais, vitórias militares e acções religiosas eram assim “enobrecidos”. A história europeia fornece inúmeros exemplos destas práticas, como por exemplo durante a coroação de Afonso VII de Castela e Leão no contexto da qual muitos animais terão morrido, ao ponto de se começar a registar o número de touros mortos como medida da grandiosidade do evento. Mais tarde, já no século XVIII, este tipo de torneios ganha um novo âmbito, tornando-se também uma diversão para os trabalhadores das quintas dos senhores. Foi neste momento que se consolida a tourada a pé (Forcados). Segundo José Rodriguez (Pepete), toureiro do século XIX, “grande parte destes novos participantes trabalham nos matadouros ou nas criações de gado dos senhores”. A Tourada também conheceu resistência, tendo sido proibida por Papas e monarcas, mas quando Ferdinando VII ascende ao trono de Espanha, a actividade volta a crescer em popularidade. Voltando ao presente, Viana do Castelo, depois de ser a primeira cidade do país a declarar-se anti-tourada, enfrenta uma guerra aberta, antidemocrática, por parte do “lobby” para forçar as touradas na cidade. A câmara local comprou a praça existente para a tornar, como centro de Ciência Viva, num espaço de real cultura. Os aficionados querem a praça de volta, e têm realizado touradas na periferia da cidade, utilizando uma praça móvel, montada em terrenos privados. Desta mesma prepotência – voltando também à questão dos apoios – existem dezenas de exemplos. Um pouco por todo o país, onde existem praças fixas, os tauromáquicos exigem dinheiros públicos para as renovar e museus para “iluminar” a sua cultura. Cavaleiros e ganadeiros parecem desejar recuperar o lema do coliseu Romano: “Pão, (Deus) e Jogos”. Hoje convertido em “Touros, (Fado) e Futebol”, é sob esse lema, que a família tauromáquica se reúne e projecta planos para renovar a tradição. Foi num desses encontros que os aficionados das Caldas da Rainha divulgaram a intenção de reabrir o Museu Joaquim Alves. A Câmara Municipal guarda o espólio do museu, esperando por um local para o reabrir. Pedidos de museus tauromáquicos com dinheiros públicos ou apoios para os já existentes repetem-se por dezenas de cidades. Esta atitude tem antecedentes que ajudam percebê-la. A arrogância de um grupo que se julga e sente melhor, a aristocracia, tem na classe tauromáquica um repositório e manifesta-se em atitudes e práticas. Muitos dos membros dessa classe, frequentemente oriundos de famílias “antigas” e mais ou menos endinheiradas, têm posições destacadas na comunidade que integram e consequente acesso ao poder político local, nacional e mesmo internacional. Isto ajuda a perceber a desproporcionalidade de representação dos interesses do que é efectivamente uma diminuta minoria. Isto por sua vez reflecte-se na acção de Juntas, Autarquias e do Estado. Portugal, representado pela Liga portuguesa de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida, que desde 2014 é membro da European & Mediterranean Horse Racing Federation, organiza várias corridas e promove sistemas de apostas online. Em 2004, o Ministério da Agricultura apresentou em Concelho de Ministros um diploma para facilitar a introdução do sistema de apostas em corridas de cavalos. A intenção era legalizar duas pistas no País, uma no Norte – a Maia rapidamente se colocou na linha da frente – outra no Sul, grande parte pago com dinheiros públicos. O Estado, ao serviço das elites, como criador de animais para lide?Em 1908 a Ganadaria Real portuguesa enviou touros para lide na Cidade Real, em Espanha. Este foi o relato da ganadaria: “Seis catedrais! Nunca algum toureiro ou algum aficionado vira touros mais monstruosos. Deixaram 16 cavalos no chão”. A ganadaria criou touros a partir de vacas da família Vitorino Avelar Fróis, cobertas por animais de Infante da Câmara e outros criadores. Cem anos mais tarde as proclamações são menos bombásticas, mas o Estado português é criador de cavalos, muitos dos quais são vendidos, para procriação, para os desportos equestres ou para fins militares através da Coudelaria de Alter. Hoje integrada na Companhia das Lezírias SA, nos seus 800 hectares murados coexistem com o espólio equino da Coudelaria Nacional, do Alter e das Lezírias. Tem como missão expressa, em regime de serviço público, “a preservação do património genético animal da raça lusitana, quer na linha genética da Coudelaria Nacional, quer na linha Alter Real”. Curiosamente, em 2004, a Companhia das Lezírias (a maior exploração florestal e agro-pecuária do país),esteve para ser privatizada por Durão Barroso. Em 2014, a Ministra Assunção Cristas recusou a privatização da companhia e acrescentou: “Vamos potencializar o turismo equestre que é uma área de elevado potencial de desenvolvimento no nosso país”. Nesse âmbito, insere-se ainda a EPAE (Escola Portuguesa de Arte Equestre), que trabalha em estreita ligação com a Coudelaria do Alter. Fundada em 1979 e desde 2012 gerida pela Parques de Sintra-Monte da Lua SA, uma empresa pública fundada em 2000 para gerir a paisagem cultural de Sintra. A EPAE tem como função expressa “o ensino, a prática e a divulgação da Arte Equestre tradicional portuguesa” dando sequência ao “ensinamento e tradição” da academia equestre da Corte do século XVIII, a Real Picaria. Então como agora, o “ensinamento e tradição” estão intimamente ligados ao toureio equestre. Assim, a preservação da “nobre” arte equestre, com o toureio no seu cerne, passou das mãos da Coroa para as do Estado. As rédeas, essas, estiveram sempre nas mesmas mãos, as da “Corte” montada em torno do que não deixa de ser uma indústria, que, bem subsidiada, mantém e gere vastas propriedades e negócios decorrentes. Basta ver que da Corte de então à de agora, muitos apelidos se mantêm para perceber que, despidos de títulos, muitos encontraram na “tradição” um veículo e sustentáculo de poder e influência. A Quinta do Castilho por exemplo, pertence à família Infante da Câmara, que tem orgulhosamente como antepassado Nuno Tristão, um explorador e pioneiro, em meados do século XV, da venda de escravos pelos portugueses. Mais tarde, D. Emílio Ornelas Infante da Câmara, o então patriarca da família, foi uma das figuras proeminentes da agricultura ribatejana oitocentista, onde o Liberalismo assistiu à criação de uma burguesia agrária, naturalmente ligada à prática equestre. A quinta construída em 1914 durante a 1ª República tem hoje, entre outros serviços, espaços para eventos sociais. Uma das actividades de dinâmica de grupo é uma praça de touros onde se “pode assistir a uma demonstração do que é uma verdadeira corrida de toiros ou de cavalos puros Lusitanos”. Foi a família Infante da Câmara que inaugurou a praça de touros do Campo Pequeno, estando presente no seu Centenário em 1992. Neste esboço, é possível começar a perceber que, ofuscadas pelo discurso simplista acerca de tradição, estão tensões antigas e relações de poder que em grande medida se mantêm. Está também um historial de exploração humana e animal. Esse discurso é usado pelas elites que dele beneficiam para justificar a instrumentalização de recurso e dinheiro público para beneficiar o que é na realidade um negócio. Frequentemente, os nobres de ontem são os defensores da tradição de hoje. Um pouco por toda a Europa do sul e em Inglaterra há “Cañetes” que em cargos mais ou menos elevados, favorecem os interesses da minoria a que pertencem. A “nobreza” das lides viveu e vive da pobreza das gentes, tanto quanto do sofrimento dos animais e portanto quando falamos de tauromaquia, não falamos apenas do triste espectáculo da arena, mas de toda uma realidade social, com raízes no latifúndio, na exploração e opressão. E ao combatê-la lutamos não só pelos animais, mas pelas gentes e em geral por um mundo um pouco mais justo e um pouco menos cruel. |