O título desta publicação é meu, mas faço minhas as palavras que José Cerca escreveu no seu Facebook ontem às 11:44
«DEMOLIÇÃO DO PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOS!
Afinal, há por aí mais Mamadou Ba! Um deles é Ascenso Simões, deputado do PS que defende a demolição do Padrão dos Descobrimentos.
A liberdade de expressão não se pode confundir com insulto à História de Portugal e com uma crassa ignorância aos feitos heróicos dos nossos antepassados.
Por isso a Real Associação de Lisboa já emitiu um comunicado a condenar tal proposta:
"A Real Associação de Lisboa não pode deixar de manifestar um profundo espanto com as declarações do deputado Ascenso Simões que, tendo sido eleito por um partido actualmente no poder, defende a demolição do Padrão dos Descobrimentos, património da cidade de Lisboa e uma das suas imagens com maior notoriedade, que evoca feitos históricos dos nossos antepassados, constituintes da história e identidade portuguesas." »
Fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=10215261144681935&set=a.1133116028121
E tal como diz António Barreto:
Abram este link, para ler o que diz este sociólogo a respeito do desrespeito que por aí grassa, pela História, por Portugal e pelos Portugueses, sim, porque nem todos os Portugueses cultivam ou se deixam deslumbrar pela estupidez!
Isabel A. Ferreira
Um excelente texto, escrito em bom Português, para reflectirmos o actual estado do país, através da actual comunicação social (com dignas excepções), vendida ao poder político, numa total e vergonhosa vassalagem.
Informa-se apenas o que interessa aos governantes, aos políticos, aos partidos; fala-se incorrectamente, e legenda-se ainda pior, ou seja, na versão mais inculta da Língua Portuguesa.
Faço totalmente minhas, todas as palavras de António Barreto.
António Barreto (Sociólogo português)
(Origem da imagem: Internet)
«É simplesmente desmoralizante. Ver e ouvir os serviços de notícias das três ou quatro estações de televisão é pena capital. A banalidade reina. O lugar-comum impera. A linguagem é automática.
A preguiça é virtude. O tosco é arte.
A brutalidade passa por emoção. A vulgaridade é sinal de verdade. A boçalidade é prova do que é genuíno. A submissão ao poder e aos partidos é democracia. A falta de cultura e de inteligência é isenção profissional.
Os serviços de notícias de uma hora ou hora e meia, às vezes duas, quase únicos no mundo, são assim porque não se pode gastar dinheiro, não se quer ou não se sabe trabalhar na redacção, porque não há quem estude nem quem pense.
Os alinhamentos são idênticos de canal para canal. Quem marca a agenda dos noticiários são os partidos, os ministros e os treinadores de futebol. Quem estabelece os horários são as conferências de imprensa, as inaugurações, as visitas de ministros e os jogadores de futebol.
Os directos excitantes, sem matéria de excitação, são a jóia de qualquer serviço. Por tudo e nada, sai um directo. Figurão no aeroporto, comboio atrasado, treinador de futebol maldisposto, incêndio numa floresta, assassinato de criança e acidente com camião: sai um directo, com jornalista aprendiza a falar como se estivesse no meio da guerra civil, a fim de dar emoção e fazer humano.
Jornalistas em directo gaguejam palavreado sobre qualquer assunto: importante e humano é o directo, não editado, não pensado, não trabalhado, inculto, mal dito, mal soletrado, mal organizado, inútil, vago e vazio, mas sempre dito de um só fôlego para dar emoção! Repetem-se quilómetros de filme e horas de conversa tosca sobre incêndios de florestas e futebol. É o reino da preguiça e da estupidez.
É absoluto o desprezo por tudo quanto é estrangeiro, a não ser que haja muitos mortos e algum terrorismo pelo caminho. As questões políticas internacionais quase não existem ou são despejadas no fim. Outras, incluindo científicas e artísticas, são esquecidas. Quase não há comentadores isentos, ou especialistas competentes, mas há partidários fixos e políticos no activo, autarcas, deputados, o que for, incluindo políticos na reserva, políticos na espera e candidatos a qualquer coisa!
Cultura? Será o ministro da dita.
Ciência? Vai ser o secretário de Estado respectivo.
Arte? Um director-geral chega. Repetem-se as cenas pungentes, com lágrima de mãe, choro de criança, esgares de pai e tremores de voz de toda a gente. Não há respeito pela privacidade. Não há decoro nem pudor. Tudo em nome da informação em directo. Tudo supostamente por uma informação humanizada, quando o que se faz é puramente selvagem e predador. Assassinatos de familiares, raptos de crianças e mulheres, infanticídios, uxoricídios e outros homicídios ocupam horas de serviços.
A falta de critério profissional, inteligente e culto é proverbial.
Qualquer tema importante, assunto de relevo ou notícia interessante pode ser interrompido por um treinador que fala, um jogador que chega, um futebolista que rosna ou um adepto que divaga.
Procuram-se presidentes e ministros nos corredores dos palácios, à entrada de tascas, à saída de reuniões e à porta de inaugurações. Dá-se a palavra passivamente a tudo quanto parece ter poder, ministro de preferência, responsável partidário a seguir. Os partidos fazem as notícias, quase as lêem e comentam-nas. Um pequeno partido de menos de 10% comanda canais e serviços de notícias.
A concepção do pluralismo é de uma total indigência: se uma notícia for comentada por cinco ou seis representantes dos partidos, há pluralismo! O mesmo pode repetir-se três ou quatro vezes no mesmo serviço de notícias! É o pluralismo dos papagaios no seu melhor!
Uma consolação: nisto, governos e partidos parecem-se uns com os outros. Como os canais de televisão.»
Origem do texto:
http://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/antonio-barreto/interior/as-noticias-na-televisao-5407534.html
Um excelente texto, escrito em Bom Português, para reflectirmos o actual estado do país, através da actual comunicação social (com dignas excepções), vendida ao poder político-partidário, numa total e vergonhosa vassalagem.
Informa-se só o que interessa aos governantes, aos políticos, aos partidos; fala-se incorrectamente, e legenda-se ainda pior, ou seja, na versão mais inculta da Língua Portuguesa.
Faço totalmente minhas, todas as palavras de António Barreto.
António Barreto (Sociólogo português)
(Origem da foto: Internet)
Texto de António Barreto
AS NOTÍCIAS NA TELEVISÃO
«É simplesmente desmoralizante. Ver e ouvir os serviços de notícias das três ou quatro estações de televisão é pena capital. A banalidade reina. O lugar-comum impera. A linguagem é automática.
A preguiça é virtude. O tosco é arte.
A brutalidade passa por emoção. A vulgaridade é sinal de verdade. A boçalidade é prova do que é genuíno. A submissão ao poder e aos partidos é democracia. A falta de cultura e de inteligência é isenção profissional.
Os serviços de notícias de uma hora ou hora e meia, às vezes duas, quase únicos no mundo, são assim porque não se pode gastar dinheiro, não se quer ou não se sabe trabalhar na redacção, porque não há quem estude nem quem pense.
Os alinhamentos são idênticos de canal para canal. Quem marca a agenda dos noticiários são os partidos, os ministros e os treinadores de futebol. Quem estabelece os horários são as conferências de imprensa, as inaugurações, as visitas de ministros e os jogadores de futebol.
Os directos excitantes, sem matéria de excitação, são a jóia de qualquer serviço. Por tudo e nada, sai um directo. Figurão no aeroporto, comboio atrasado, treinador de futebol maldisposto, incêndio numa floresta, assassinato de criança e acidente com camião: sai um directo, com jornalista aprendiza a falar como se estivesse no meio da guerra civil, a fim de dar emoção e fazer humano.
Jornalistas em directo gaguejam palavreado sobre qualquer assunto: importante e humano é o directo, não editado, não pensado, não trabalhado, inculto, mal dito, mal soletrado, mal organizado, inútil, vago e vazio, mas sempre dito de um só fôlego para dar emoção! Repetem-se quilómetros de filme e horas de conversa tosca sobre incêndios de florestas e futebol. É o reino da preguiça e da estupidez.
É absoluto o desprezo por tudo quanto é estrangeiro, a não ser que haja muitos mortos e algum terrorismo pelo caminho. As questões políticas internacionais quase não existem ou são despejadas no fim. Outras, incluindo científicas e artísticas, são esquecidas. Quase não há comentadores isentos, ou especialistas competentes, mas há partidários fixos e políticos no activo, autarcas, deputados, o que for, incluindo políticos na reserva, políticos na espera e candidatos a qualquer coisa!
Cultura? Será o ministro da dita. Ciência? Vai ser o secretário de Estado respectivo.
Arte? Um director-geral chega. Repetem-se as cenas pungentes, com lágrima de mãe, choro de criança, esgares de pai e tremores de voz de toda a gente. Não há respeito pela privacidade. Não há decoro nem pudor. Tudo em nome da informação em directo. Tudo supostamente por uma informação humanizada, quando o que se faz é puramente selvagem e predador. Assassinatos de familiares, raptos de crianças e mulheres, infanticídios, uxoricídios e outros homicídios ocupam horas de serviços.
A falta de critério profissional, inteligente e culto é proverbial.
Qualquer tema importante, assunto de relevo ou notícia interessante pode ser interrompido por um treinador que fala, um jogador que chega, um futebolista que rosna ou um adepto que divaga.
Procuram-se presidentes e ministros nos corredores dos palácios, à entrada de tascas, à saída de reuniões e à porta de inaugurações. Dá-se a palavra passivamente a tudo quanto parece ter poder, ministro de preferência, responsável partidário a seguir. Os partidos fazem as notícias, quase as lêem e comentam-nas. Um pequeno partido de menos de 10% comanda canais e serviços de notícias.
A concepção do pluralismo é de uma total indigência: se uma notícia for comentada por cinco ou seis representantes dos partidos, há pluralismo! O mesmo pode repetir-se três ou quatro vezes no mesmo serviço de notícias! É o pluralismo dos papagaios no seu melhor!
Uma consolação: nisto, governos e partidos parecem-se uns com os outros. Como os canais de televisão».
Origem do texto:
http://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/antonio-barreto/interior/as-noticias-na-televisao-5407534.html
Porque é preciso acabar com a praga social chamada tourada, que reduz os que nela se envolvem ao mais baixo nível da existência
(Abrir o link)
http://lugardoreal.com/video/um-documentario-bestial/
Como a quimera e o grifo, o touro é um animal inventado pelos homens. Na Antiguidade, os homens inventaram o touro como um animal mitológico.
Nos dias de hoje, o sociólogo inventa o touro como um animal de catarse.
O ganadeiro inventa o touro como um animal bravo. E com todas estas invenções, os homens acabaram por inventar o touro como um animal
Bestial!
E em torno do touro acabariam por inventar uma série de Bestialidades, como o touro não sofre ou a tradição é que manda.
Concebida segundo uma lógica conceptual, a narrativa do filme subdivide-se em três partes que permitem problematizar as diferentes bestialidades - científica, ética, legal, religiosa, psicológica e económica - presentes nas Corridas de Touros.
O que diz a ciência sobre o sofrimento do touro? O que nos faz gostar de uma Corrida de Touros? A tradição é um argumento per si? A Igreja concorda com a tauromaquia? As crianças deviam assistir a Corridas de Touros? Poderá haver alternativa ao negócio tauromáquico? Não serão estas perguntas anacrónicas quando ainda se torna necessário fazê-las em pleno século XXI? Para estas e muitas outras questões bestiais só mesmo respostas bestialíssimas.
E a mais improvável das respostas é-nos dada pelo protagonista do fenómeno sobre o qual foram inventadas todo o tipo de bestialidades: o touro. Porque ele, afinal, é capaz da mais bestial das respostas: o Amor.
Ficha Técnica:
Realização: Nuno Costa
Edição e Montagem: Abel Rosa
Narração: Adolfo Luxúria Canibal e Rui Reininho
Guião: Nuno Costa, Abel Rosa e Carla Pinho
Produção: Sofia Martinho
Animação: César Duarte
Câmaras: Zito Colaço, João Trindade, Abel Rosa, Sandro Costa e Bruno Alves
Sonoplastia: Nuno Andrade
Captação de Som: Hélder Fernandes
Estúdios de Som: Carlos Zíngaro e Fernando Matias (The Pentagon)
Design Gráfico: Hugo Costa e Eduardo Antunes
Banda-Sonora: Hors et Libre (Aura Lee) de Tozé Xavier, Maestro Myguel Santos e Castro com Vox Laci e Jovens Vozes de Lisboa ao vivo no Campo Pequeno (Imagine)
Making of (Photos): Zito Colaço e Helena Colaço Salazar
Agradecimentos: Praça de Touros do Campo Pequeno, Praça de Touros Celestino Graça, FLAG, Rodrigo Duarte, Diogo Peseiro e zZzUmBii (vídeos YouTube)