Porque já estou farta de tanta estupidez e tanta ignorância, pensei seriamente em abandonar esta Causa.
Porém, numa viagem que fiz por estes dias, passei por um prado à beira da estrada, onde vários magníficos bovinos pastavam tranquilamente, como é da natureza deles. Observei-os, por uns momentos, tão indefesos, à mercê de indivíduos que ainda não evoluíram.
Então, ao imaginar que alguns deles estão destinados a ser barbaramente torturados numa arena, para que um bando de sádicos se divirtam, fui invadida por um sentimento profundo e estranho, que me fez recuar. Não, não posso abandoná-los a um destino tão bárbaro. Infelizmente, eles ainda precisam da minha voz, para gritar por eles, porque os BRUTOS andam por aí, apoiados por governantes que também ainda não evoluíram...
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A tourada é uma hipocrisia nacional
(...) A crueldade tem muitas vertentes económicas e a gente não aceita a crueldade. (...) A minha ideia de civilização e a minha ideia da evolução dos costumes não passa nem pela violência entre marido e mulher e violência caseira que também é tradicional, não passa pelos comportamentos em relação às crianças e as violências que também eram tradicionais, não passa por muitas outras coisas que também são tradicionais e também não passa por achar bem um espectáculo em que um animal é sujeito para gáudio colectivo a espetarem-lhe facas e a torturá-lo.”
- Pacheco Pereira, Quadratura de Círculo, SIC Notícias
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Tourada não é liberdade de “gosto”
Tourada não é coragem, é cobardia.
Tourada não é grandiosidade, é ser-se muito diminuto.
Tourada não é dia festa. É dia de luto.
Tourada não é cultura. É um atentado à civilização.
Tourada não é dignificar. É humilhar e maltratar inocentes.
Tourada não move pessoas nobres. Move psicopatas.
Tourada não é arte. Não se pinta com sangue.
Tourada não é tradição. Já passou à história.
Tourada não é progresso. É um retrocesso da humanidade.
Tourada não é liberdade de gosto. O touro não escolheu a sua.
Tourada não é mais nada do que uma ironia da sociedade, uma hipocrisia, uma prática obsoleta e violenta que é romantizada até por "poetas" deste país que vivem nos armazéns das suas próprias mentes mesquinhas que comparam livros a manchas de sangue como se a tinta deles fosse a mesma.
Cláudia Sousa
De um amigo, recebi, hoje, a seguinte mensagem:
«Ontem, 4ª feira, no "Frente a Frente" da SIC Notícias (Jornal da Noite - às 21h30), a "deputada da Cultura" Gabriela Canavilhas, apresentou uma novidade: o PS vai entregar no Parlamento uma proposta (que é da autoria da ex-ministra da Cultura) para possibilitar aos contribuintes fazerem a doação de uma percentagem do IRS (0,5%) para a Cultura, não tendo adiantado pormenores».
Ora tendo em conta que Gabriela Canavilhas, apesar de todos os seus “pergaminhos”, é aficionada da selvajaria tauromáquica, e que o secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro de Portugal, António Costa, também é um aficionado de touradas, é necessário saber de que CULTURA se trata, uma vez que estes dois socialistas colocam a tauromaquia no mesmo patamar da Cultura Culta, ou seja, coloca essa selvajaria ao nível das Artes Plásticas, da Música, do Cinema, da Literatura, da Poesia, da Arquitectura e do Bailado, não tendo capacidade de discernir entre uma coisa e outra.
Além de que cerca de 40 municípios portugueses, entre os 308 que existem em Portugal, portanto, uma minoria de localidades onde a evolução ficou à porta, CULTIVAM com os nossos impostos, e sem nos pedirem licença, a tal “cultura selvática” entre outras pimbalhadas.
Se por um acaso, no futuro, esta ideia de doar 0,5% do IRS para a “cultura” for aprovada, é necessário que a deputada Gabriela Canavilhas e o Partido Socialista fiquem cientes de que terão de colocar em cima da mesa das “negociações” a ABOLIÇÃO DA TAUROMAQUIA, e isto antes de apresentarem o referido projecto, pois não vá o diabo tecê-las, e de boas intenções está o inferno cheio.
Portanto, aqui deixo a pergunta:
De que “cultura” está a deputada socialista Gabriela Canavilhas a falar?
E também o recado:
O Partido Socialista se não muda o rumo da política de direita que tem vindo a pôr em prática, apoiando, entre outras coisas antigas, “diversões” marialvistas, oriundas de tempos remotos, onde imperava a crassa ignorância, e se não segue os padrões da modernidade e da evolução das mentalidades, bem pode começar a envergar as vestes rasgadas e sujas da pobreza de espírito, que caracteriza os outros partidos da direita, e preparar-se para uma derrota.
É que, nos tempos que correm, o partido que tiver a dignidade cívica de propor a abolição da lei que permite torturar seres vivos para qualquer tipo de DIVERSÃO IRRACIONAL, terá o respeito e a apoio de 86% do eleitorado que abomina estas práticas selvagens e primitivas, num Portugal que se quer MODERNO e CIVILIZADO.