Diz Morrissey. Mas a Ciência comprova-o...
E nem precisava de comprová-lo.
Basta conviver com animais não-humanos e ter crianças por perto, e estar atento a todos os sentidos de uns e de outros, para constatar que os sentidos dos não-humanos diferem dos nossos apenas por serem muito mais apurados do que os sentidos humanos…
Hoje estou revoltada.
Hoje vou dedicar este texto àquelas crianças a quem o homem-predador não deu oportunidade, para que celebrassem o Dia dos Namorados com felicidade, num futuro que não existirá para elas.
O texto que se segue, da autoria de Poncho de Navarro, esmagou-me a alma, e a foto, todos os meus sentidos.
Vale a pena ler.
Isabel A. Ferreira
É um bebé indefeso como este, que as progenitoras matam no seu próprio ventre, um santuário que devia ser de VIDA e não de MORTE.
***
por Poncho Navarro
«Dois namorados tiveram relações e aos dois meses ela deu-se conta de que estava grávida. Era um rapaz.
O papá e a mamã discutiram, creio que foi por minha causa, mas fiquei quietinho.
Fevereiro: dei-te um pontapé na barriga. Desculpa-me, mamã! Foi sem querer.
A mamã e o papá discutiram novamente, e falaram sobre algo que eu não entendi, de um tal “ABORTO”, se não o papá deixá-la-ia, e a mamã, chorando suplicou-lhe que não o permitiria.
Não importa mamã, eu acompanhar-te-ei por toda a vida, por isso Deus me enviou para o teu ventre.
Março: a mamã foi ao médico. Pediram-lhe que se deitasse. Senti algo que me puxava o pezito para fora. Disseram-me que já era hora de sair, era hora de ver a minha formosa mamãzinha e acompanhá-la para sempre.
De repente!...
Mamãzinha estão a arrancar a minha perninha… mamãzinha, mamãzinha… ajuda-me! Não poderão separar-me de ti… mamãzinhaaaaa amo-teeeeeee e lutarei….
Tudo ficou em silêncio. E ouvi o doutor dizer à minha mamã. «Já está pronto, senhora, e acabou-se o seu problema.»
Perdoa-me mamã, não sabia que eu era um problema para ti. Por que me mataste mamãzinha? Não fazias ideia de quanto eu te amava!»
Poncho Navarro