Foi o que aconteceu.
Acaba de ser aprovado, em Portugal, um vergonhoso e irracional Regulamento do Espectáculo Tauromáquico (RET), Decreto-Lei n.º 89/2014 de 11 de Junho, mais propriamente um Certificado Medieval de Tortura (para não ser cumprido,como é hábito), numa altura em que por todo o mundo civilizado cresce a onda de repúdio a este tipo de “divertimento” cruel e boçal, que coloca os signatários desta desonestidade moral numa posição de entidades inumanas.
E…
Na aprovação deste Certificado Medieval de Tortura, reinou a política dos Três Is: Incultura, Ignorância e Irracionalidade.
É da Incultura dizer-se que a tortura de bovinos (vulgo tauromaquia), nas suas mais variadas e toscas manifestações, é parte integrante do património da cultura popular portuguesa.
Para começo, isto é um insulto grosseiro à genuína Cultura Popular Portuguesa e à Cultura Culta do meu País, que não tem culpa de ter uma governação calculista e fossilizada.
É da Ignorância dizer-se que «entre as várias expressões, práticas sociais, eventos festivos e rituais que compõem a tauromaquia, a importância dos espectáculos em praças de touros está traduzida no número significativo de espectadores que assistem a este tipo de espectáculos», quando é do domínio público que as touradas têm sido fiascos atrás de fiascos, tendo cada vez menos espectadores, à excepção do campo pequeno, que encheu por duas vezes a arena, com as borlas dos convidados, que lá vão para se mostrarem e verem-se depois nas fotografias (como já referiu um aficionado).
Neste Certificado Medieval de Tortura continuou-se a excluir os Touros e os Cavalos do Reino Animal, o que demonstra uma grave lacuna em termos de conhecimentos científicos dos mais básicos.
É da Irracionalidade, dizer-se que a «salvaguarda do interesse público passa também pela harmonização dos interesses dos vários intervenientes no espectáculo tauromáquico e pela defesa do bem-estar animal», quando se sabe que o acto da tortura não é do interesse público e jamais será harmonizado, nem sequer se cruza com a defesa do bem-estar animal, uma vez que a tauromaquia é tão-só a «terrível e venal arte de torturar e matar animais em público, segundo determinadas regras. Traumatiza as crianças e adultos sensíveis. A tourada agrava o estado dos neuróticos atraídos por estes espectáculos. Desnaturaliza a relação entre o Homem e o animal, afronta a moral, a educação, a ciência e a cultura», como foi declarada pela UNESCO, em 1980, e que os “governantes” portugueses ainda não conseguiram assimilar. E já lá vão 34 anos.
São realmente muitos anos para ainda não terem aprendido algo tão óbvio, que até os pedregulhos conseguem entender.
Será que é preciso fazer um desenho para que os intervenientes neste Certificado Medieval de Tortura possam entender o que na realidade é a anormalidade daquilo que transformaram em lei?
Reunir um grupo de indivíduos para regulamentar algo que à luz da Razão, da Lógica, da Ética, da Evolução, da Civilização, do Bom Senso, da Sensibilidade, da Lucidez e da Lei Natural é uma autêntica aberração social, é algo que fere a dignidade de um País e de um Povo que não se revê, de todo, neste costume bárbaro, introduzido em Portugal na época filipina, e que nada tem a ver com a Portugalidade e com as Tradições Portuguesas.
Apenas os ignorantes desconhecem este pormenor histórico, que deita por terra qualquer pretensão da tauromaquia ser “património” português.
Todos os artigos deste Certificado Medieval de Tortura dizem da insensatez de quem os aprovou, mas o mais horrível de todos, e o que diz da índole cruel dos signatários (nenhum verdadeiro ser humano seria capaz de viabilizar tal certificado) é o Art. 51, que define as características dos ferros a cravar nas carnes dos Touros indefesos e já debilitados, para os torturar na arena:
Artigo 51.º
Ferragem
1 — Os ferros destinados à lide das reses são constituídos por material não traumático e maleável e dispõem de um mecanismo de quebra automática após a colocação. (O que fica por fora é maleável, o que se enterra nas carnes é ferro)
2 — Os ferros obedecem às seguintes características:
a) Os ferros curtos e os ferros de palmo medem até 90 cm e 35 cm de comprimento, respectivamente, são enfeitados com papel de seda de variadas cores e rematados com um ferro até 8 cm de comprimento com um ou dois arpões até 4 cm de comprimento e 2 cm de largura;
b) Os ferros compridos obedecem às características previstas na alínea anterior, com excepção do comprimento, que pode ser até 140 cm;
c) A parte residual dos ferros compridos que fica na rês, após a quebra, mede no máximo 35 cm;
d) Os ferros a utilizar na lide de garraios, vacas ou bezerros, são enfeitados nos termos previstos na alínea a) e rematados com um ferro até 3 cm de comprimento com um arpão até 1 cm de largura.
3 — A ferragem é entregue pelo embolador e seus ajudantes aos artistas, em zonas fixas da trincheira, definidas pela IGAC e devidamente assinaladas.
4 — A ferragem que seja fornecida pelo embolador ou pelos cabeças de cartaz, está sujeita a verificação da conformidade dos requisitos estabelecidos no presente artigo, sendo disponibilizada ao director de corrida até uma hora antes do início do espectáculo.
5 — Em caso de conformidade da ferragem, o director de corrida procede à selagem das caixas que a contém e à entrega das mesmas ao embolador.
Em suma, esta é a descrição da tortura propriamente dita. Depois de tudo somado eis o que restará do bovino, que foi “fabricado” para ser “bravo”, mas não passa de um ser vivo senciente e que sofre horrores como poder ver-se na imagem.
Isto é absolutamente horrível! Isto é pura crueldade. E quem certifica tal ignomínia só pode ser ignóbil.
«Não têm Cérebro, nem Coragem, nem Coração… então são políticos, certo?»
E foi isto que um grupo de indivíduos sem Alma e sem Coração, sem Humanidade, sem Honra, sem Hombridade, sem Honestidade Moral (atributos apenas dos seres sensíveis) estiveram a discutir e transformaram em lei.
Mas será “isto” uma “lei”? E mais do que “lei”, uma lei justa?
Envergonho-me e sinto um enorme desprezo por todos os que contribuíram (inclusive os que se dizem “amigos” dos animais e que aqui os traíram) para que a tortura continue vergonhosamente institucionalizada e a manchar o bom nome de Portugal e dos Portugueses, para salvaguardar os interesses económicos sanguinários de uma minoria inculta.
A ABOLIÇÃO É CULTURA, É SABEDORIA, É RACIONALIDADE
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Para ver o conteúdo deste Certificado Medieval de Tortura, abrir este link:
https://dre.pt/pdf1sdip/2014/06/11100/0308003096.pdf
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«Minha modesta opinião sobre o RET:
Não há qualquer Regulamento do Espectáculo Tauromáquico que seja aceitável.
É da maior hipocrisia quando ali se fala de bem estar animal!
A estratégia é combater a tauromaquia sem cerimónias, sem contemplações, sem cinismos e esclarecer tudo e todos sobre o massacre estúpido, vão e cruel, que essencialmente é. Vivam as alternativas da cultura, da diversão, da actividade humana, do respeito pelos animais e pelas pessoas e pelo país. Vasco Reis - Médico Veterirário)
Porquê?
Porque na tourada em estarreja (assim, com letra minúscula, pois a terrinha manifestou um retrocesso civilizacional tão descomunal, que não merece mais) estiveram os BRONCOS, os IGNORANTES, os PAROLOS, os SÁDICOS, os PSICOPATAS, os SANGUINÁRIOS, ou seja, gente inculta e microscópica, sem qualquer relevância na sociedade portuguesa.
Do lado de fora, a cultura culta manifestou-se.
E os autarcas locais ficaram muito mal vistos no País.
É esta “festa” sanguinária que uma minoria troglodita pretende que seja “arte” e “cultura”, porque é apoiada por uma maioria inculta que assenta arraiais no Parlamento, desconhecendo a “dignidade de fazer política”.
A Associação Desportiva de Santiais organizou esta festa de broncos, em estarreja, a qual nada teve a ver com as gentes da terra.
O povo do Norte não é tauricida.
Esta associação, como tantas outras, vergam-se ao lobby tauromáquico, por mera ignorância, sujando, deste modo, as terras sem tradição alguma nesta peste negra.
As gentes que acorreram a esta festa de broncos, foram as de fora, aquelas que a prótoiro recruta (e são sempre os mesmos) para encher as arenas amovíveis, nestas terrinhas governadas por autarcas ingénuos (ou não), com o objectivo de assistirem a um bando de cobardes a torturar um ser vivo.
O distrito de Aveiro é limpo. Não tem por hábito conspurcar-se com este tipo de actividade sanguinária, porém, como a vidinha está a correr mal aos aficionados, nas terras manifestamente tauricidas, eles andam por aí a ludibriar os papalvos, que caem na lábia hábil dos desesperados.
E como os autarcas, além de ingénuos são interesseiros (para não dizer outra coisa) caem nestas armadilhas que nem uns parrecos.
O Norte já foi taurino, em tempos obscuros, mas evoluiu. Apenas umas terrinhas atrasadas ainda se deixam levar por um passado remoto, primitivo e a cheirar a mofo.
Paralelamente à festa dos broncos, em estarreja, organizou-se uma manifestação de gente culta que não tolera este tipo de imbecilidade, e protestou, com toda a legitimidade, contra esta vergonhosa invasão de bárbaros em terra limpa. E se o Presidente de Câmara não fosse do PSD, de certeza que esta miséria moral não aconteceria no concelho.
Lamenta-se que numa altura em que se comemoram os 40 anos do que devia ser uma Democracia em Liberdade, haja ainda quem se oponha aos ideais de Abril, isto é, a uma evolução em todos os sentidos.
Um grupelho insignificante de trogloditas quer impor à força de mentiras, um hábito macabro e primitivo, a um País que se quis libertar de um passado negro, ao fazer o 25 de Abril.
E mais lamentável é quando esse grupelho com meandros nazistas é apoiado por uma maioria parlamentar, paga com dinheiros públicos, para servir o País, e não para servir um lobby luciférico, sabemos nós muito bem porquê.
Isto porque democracia é um conceito que esses deputados desconhecem, pois a tortura de seres vivos não é um atributo de uma verdadeira Democracia. É coisa de ditadorzinhos de bigodinho. Coisa de marialvinhas. Coisa de insignificantezinhos.
E a RTP, que é paga pelos Portugueses e finge ser um serviço público (Portugal não precisa de um serviço público conspurcado, por isso a RTP terá de ser privatizada), passa touradas para meia dúzia de espectadores (nem isso conseguem ver de tão cegos que são), e a prótoiro, que tem visão muito curta, confunde meio milhão de espectadores por tourada, com 500 aficionados, por tourada. Coitados. Era o sonho deles, o meio milhão, mas não é essa a realidade.
A RTP, a maioria parlamentar e a prótoiro ainda não perceberam que a esmagadora maioria do povo português é quem mais ordena, e vai ordenar nas próximas eleições.
E se ainda existe touradas em Portugal, não é porque o povo português quer, longe disso.
Se ainda há touradas em Portugal é porque existe uma ignorância impregnada nos marialvas que ainda governam o país. Mas quando deixarem de governar, as coisas mudam, porque Deus suporta os maus, mas não eternamente.
E a tourada está condenada. Todos nós sabemos. Já foi abolida oficiosamente, e se ainda consegue ter um ou outro espectador é à força de borlas, de bilhetes oferecidos pelas autarquias com os dinheiros públicos…. Enfim… e esses, ainda assim não enchem as arenas.
Não se iludam: os anti-touradas são a esmagadora maioria. E não vamos destruir a cultura e os costumes portugueses, porque a tortura de seres vivos não faz parte da Cultura, nem dos costumes portugueses.
Vamos destruir a estupidez e a ignorância, a crueldade e a imbecilidade. Vamos ostracizar os broncos. Os parolos. Os marialvas. Os imbecis. Até que deixem de ser ignorantes por opção.
Vamos acabar com a miséria moral e social que enxovalha Portugal, porque Liberdade não rima com tortura, rima com Identidade, e a Identidade Portuguesa está ligada a heróis do mar e a Poetas, não está ligada a cobardes grosseiros.
A tourada de estarreja foi um enorme fiasco, tão-só porque quem lá foi não representa a face culta de Portugal, mas a miséria moral e social e cultural mais irrisória que conspurca o país.
Por isso, qualquer tentativa de repetir esta estupidez em estarreja, será veementemente abortada.
O tempo dos sanguinários já passou…
Isabel A. Ferreira
Estes são cães espanhóis, mas em Portugal também os há assim, nomeadamente no Alentejo.
Estes desventurados galgos não tiveram a sorte de ser abandonados no bosque para poderem caçar e beber água.
Foram abandonados por uns carrascos primitivos e desalmados, numa jaula para morrerem de fome e de sede.
Os caçadores são mesmo assim. O que esperar de cobardes portadores de genes assassinos?
A caça é uma reminiscência da época pré-histórica, mas o povo pré-histórico caçava por necessidade de sobrevivência.
Os caçadores do século XXI depois de Cristo caçam por instintos sanguinários.
Estes animais já estão a ser tratados por almas caridosas numa instituição.
Fonte: