Copyright © Isabel A. Ferreira 2008
Se és terrorista atira-te a um poço cheio da tua própria imundície
(Pormenor da Rua do Passeo - Ourense)
... Um verdadeiro Homem é pacifista por natureza...
Tocar ao piano um prelúdio de Chopin é da condição humana.
Ser fiel é atributo do Cão.
Voar é um dom que têm os Abutres.
E governar por meio do terror, espalhar violência e gerar pânico através de boatos alarmantes entre populações indefesas, será um atributo de quem?
De um Homem, não é com certeza. Muito menos de um Cão. E menos ainda de um Abutre. O Homem se é Homem é humano. O Cão possui uma índole pacífica, inteiramente fiel aos seus valores caninos, amigo de quem sabe ser seu amigo. O Abutre é um ser alado, privilegiado, vive nas alturas, acima de todas as coisas, não tendo de sujar os seus pés na lama, a não ser que precise, por uma questão de sobrevivência.
O terrorismo será então um atributo de quem?
De um terrorista, naturalmente. E um terrorista não é um Homem, porque um verdadeiro Homem é pacifista por natureza. Não é um Cão, porque o Cão tem dignidade. Não é um Abutre, porquanto o Abutre está muito acima de qualquer baixeza.
O que será então um terrorista?
Simplesmente isto: uma inútil e desprezível criatura, que destrói o Homem e o que o Homem constrói. Logo, não tem o mínimo valor humano, nem a dignidade de um Cão, nem tão pouco a superioridade de um Abutre.
Porquê então não devemos ser terroristas?
Não tanto porque o terrorista espalha terror. Não devemos ser terroristas porque não é da condição humana. Apenas isto: se fores Homem não és terrorista, se fores terrorista não és Homem. Sugiro até que reflictas nesta ideia: na história bélica das sociedades humanas de todos os tempos nunca interferiu o Homem.
Se algum dia te passar pela ideia ser terrorista, pelo menos, tem a coragem de te atirares a um poço cheio da tua própria imundície, porque se não morreres sufocado pela sujeira que de ti jorrar, ficarás adequadamente ataviado para saíres à rua e praticares os actos sujos condizentes com a tua condição de criatura inútil e desprezível, e nem sequer precisas mostrar-te: o cheiro fétido que deixarás no ar, dirá da tua presença.
O terrorista é sobretudo um cobarde. Disfarça-se com máscaras, escuda-se atrás de armas, esconde-se em bunkers e nunca enfrenta de frente um Homem. E quando nu, na praça pública, pede clemência, como um fraco que é, e a sua cobardia mostra-se, então, em toda a sua plenitude.
Não sei o que pensas acerca disto. Eu prefiro a dignidade de um Cão.
in Manual de Civilidade
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