A sondagem contou com a participação de 7500 pessoas, 2500 das quais portuguesas. 77% diz-se contra as touradas por ser uma forma de maus-tratos a animais que é financiada com o dinheiro dos impostos.
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A maioria dos portugueses, franceses e espanhóis que participaram num inquérito sobre tauromaquia disse ser contra esta “tradição” que, defendem, é uma forma de maus-tratos financiada com o dinheiro dos impostos.
A sondagem, realizada pela empresa de estudos de mercado Ipsos I&O Public, contou com a participação de 7500 pessoas (2500 em cada país). Portugal, Espanha e França foram escolhidos porque são os únicos países europeus que continuam a permitir touradas, incluindo em festas religiosas.
Feitas as contas, 77% dos participantes declarou ser contra esta prática que inflige dor e sofrimento aos animais; 58% são a favor da proibição e apenas 11% apoiam a tauromaquia, evento que descrevem como “agradável”, lê-se no comunicado enviado ao P3.
O inquérito realizado a pedido da ONG dos Países Baixos CAS International, salienta ainda que apenas uma em cada cinco pessoas consideram que as touradas são uma “tradição valiosa”. No entanto e de uma forma geral, 74% acredita que a União Europeia deveria proteger o bem-estar dos animais, inclusive nas chamadas “tradições culturais”, como é o caso das touradas, em vez de deixar o tema à responsabilidade dos Estados-membros.
Depois dos espectáculos, acrescenta o estudo, os touros morrem de forma “lenta e dolorosa” e a carne destina-se ao consumo humano.
Além do sofrimento animal, grande parte dos participantes do estudo disse ser contra as touradas porque são financiadas com dinheiros nacionais ou europeus resultantes do pagamento de impostos. De acordo com o inquérito, “cerca de 200 milhões de euros por ano” destinam-se, sob a forma de subsídios agrícolas, às touradas.
Maus-tratos preocupam esquerda e direita
Segundo a Ipsos I&O Public, a sondagem inclui eleitores de esquerda, direita e do centro. Os participantes, lê-se no comunicado, foram questionados sobre o partido em que votaram nas últimas eleições de cada país. Os temas sobre os maus-tratos a animais e as responsabilidades da União Europeia em relação ao bem-estar dos mesmos são preocupações transversais aos eleitores de todas as facções políticas.
“De um modo geral, as mulheres foram mais críticas em relação às touradas do que os homens”, acrescentam.
Outra das críticas apontadas à tauromaquia é o facto de os eventos permitirem a entrada de crianças. Para 65% dos inquiridos, os menores de 18 anos deveriam ser proibidos de assistir a touradas por entenderem que se trata de violência.
Sobre isto, o inquérito recorda que, em 2014, o Comité dos Direitos da Criança das Nações Unidas pediu aos Estados-membros para recusarem a entrada de menores de 18 anos nas touradas. Portugal foi o único país que aprovou um decreto-lei com a medida, em 2021, durante um Conselho de Ministros do Governo de António Costa, mas que nunca chegou a ser publicado.
A idade mínima para assistir a eventos tauromáquicos passaria de 12 para 16 anos, “contudo, até hoje, esta mudança de classificação etária ainda não foi promulgada”, declarou Rita Silva, Presidente da ANIMAL, membro fundador e coordenador da Rede Internacional Anti-Tauromaquia, citada pelo comunicado.
“Lamentavelmente, continuamos a desrespeitar a recomendação da ONU e a classificação continua a ser de 12 anos”, acrescentou.
No início de Maio, o Ministério da Cultura de Espanha decidiu suspender, pelo menos este ano, o Prémio Nacional de Tauromaquia, mas o objectivo é acabar definitivamente com a distinção. A medida foi anunciada pelo ministro da Cultura do país, Ernest Urtasun, que afirmou antes de assumir o cargo que privilegiaria a protecção e o bem-estar dos animais à tauromaquia.
Segundo o estudo, em Espanha realizam-se 18 mil espectáculos por ano.
Dias depois da suspensão do prémio, escreve o Guardian, a empresa Pages, que gere a praça de touros de Sevilha, ofereceu bilhetes gratuitos a crianças com menos de 8 anos por acreditar ser “a melhor forma de introduzir as touradas aos mais pequenos”.
Em Portugal, 2023 foi o ano com menos touradas de sempre. No total, conforme noticiou o P3, foram realizados 166 eventos tauromáquicos neste ano. Em 2014 foram 221.
Além dos três países europeus do inquérito, México, Peru, Colômbia, Equador e Venezuela também permitem touradas.
O dia em que Portugal se libertar desta miséria moral, cultural e social, será um dia glorioso, iluminado, luminoso, tanto quanto foi o dia da abolição da pena de morte, da escravatura, da ditadura, do tribunal da santa inquisição, e de tantas outras barbaridades que mantiveram nas trevas o país.
E a tauromaquia é a nuvem negra que ainda vemos pairar sobre os céus de Portugal, não deixando que o Sol nele penetre plenamente.
Quando as touradas acabarem em Portugal, o país dará um grande passo em direcção à evolução e à civilização.
Para já é um país com um atraso civilizacional considerável, visto ainda permitir práticas selváticas contra bovinos indefesos, para divertir sádicos.
E isto não é coisa da civilização, nem da cultura culta.
(Isabel A. Ferreira)
Recordemos o que Ana Chaves escreveu, aqui há tempos no P3
«Há oito países no mundo onde as touradas são legais. Portugal é um deles. Quem defende a actividade tauromáquica não cogita sobre um hipotético ponto final. Citam-se razões como o fim do “património cultural do país”, o desemprego que se geraria e a extinção da raça taurina brava.
Do outro lado, contra-atacam: “no Médio Oriente, a mutilação genital feminina também é cultura”, o desemprego é residual (há em média três trabalhadores por ganadaria) e a maioria não extrai rendimentos exclusivos desta actividade, e para quê preservar uma raça que terá como único fim o sofrimento?
Vamos a factos: no próximo dia 1 de Junho, o PAN apresenta o projecto de lei n.º 181 que proíbe a utilização de menores de idade em espectáculos tauromáquicos, quer como actores, quer como espectadores. “Não faz sentido que uma criança de 12 anos assista ou participe num espectáculo de violência explícita, que tem repercussões a nível psíquico, social e emocional”. “Há pareceres, nomeadamente os do Comité dos Direitos da Criança, que comparam o espectáculo tauromáquico a trabalho infantil ou ao tráfico de droga, tendo em conta o grau de perigo e degradação”, refere o deputado do partido, André Silva em entrevista ao P3.
O BE (projecto de lei n.º 217) acrescenta outro objectivo: além de proibir menores, pretende eliminar a categoria matadores de touros. “Se os touros de morte são proibidos em Portugal, por que razão havemos de reconhecer essa profissão?” questiona o deputado Pedro Soares. “É uma incongruência”.
Para Hélder Milheiro, porta-voz e activista da Prótoiro, esta já é «mais uma rotina demagógica de alguns partidos extremistas” do que qualquer outra coisa, pelo que não traz nada de novo. A tauromaquia é uma “arte perfomativa” que goza de boa saúde, mesmo sem apoios públicos».
Será assim?
Os subsídios públicos
“Há vários tipos de apoios e benefícios autárquicos (compra de bilhetes, alocamento de transporte, publicidade), institucionais (como o financiamento de livros) e até fiscais/estatais (os toureiros estão isentos de IVA, os bilhetes são taxados a 13% e não a 23%) (...). Não são regulares, embora “tudo isto somado, possa chegar aos 20 milhões de euros anuais”, contrapõe André Silva.
Já a presidente da Animal, Rita Silva, corrobora o valor em causa (a organização tem inclusive uma petição a decorrer neste sentido) e fala em “vergonha” no caso da RTP. Os números parecem dar-lhe razão: em 2015, registaram-se 8280 queixas de telespectadores da RTP a propósito das touradas, mais de metade do total. E as corridas transmitidas mostram quebras de audiência permanentes.
Mas o que aconteceria, afinal, se a tauromaquia fosse extinta?
A resposta de Rita é peremptória: “Rigorosamente nada”. E dá exemplos de outros locais: as praças foram reconvertidas (veja-se o caso da de Barcelona), as pessoas já tinham outra forma de subsistência e os touros bravos em si “não representam especial mais-valia para o ecossistema ou para a biodiversidade”, explica. São bovinos, como os outros, não falamos da extinção da espécie, mas apenas de uma raça em particular.
O cenário de abolição “não está ainda em cima da mesa” diz André Silva. No entanto, acredita que o “tauronegócio” terá o seu fim: “A questão não é se, é quando” e será a “evolução das consciências, que já é a maioria dos portugueses, que o ditará”. Já Pedro Soares, do BE, admite que mais importante do que eliminar a prática em si é erradicar a violência.
Gáudio ou dor?
É precisamente em torno desta questão, a da violência, que giram todos os raciocínios.
Hélder Milheiro considera que falar em dor e violência é “falso” e “básico”: os touros não são maltratados, são “respeitados”. “O animal é acompanhado por um veterinário antes, durante e após a faena” e o embolamento (serrar as pontas dos cornos) é como “cortar as unhas”, esclarece. Além disso, “um toureiro que arrisca a sua vida em frente a um animal, representa o máximo da excelência humana”.
Um estudo da AVATMA (Asociación de Veterinários Abolicionistas de la Tauromaquia y del Maltrato Animal) relaciona a produção de betaendorfinas com os touros de lide. Segundo este, o animal produz estas hormonas em 15 situações concretas (entre as quais, stress, dor, fome, sede, esgotamento físico, acidose metabólica ou hemorragia) e “todas elas estão presentes durante a lide”. Não são, portanto, as hormonas do prazer e da felicidade (não se verificam durante o orgasmo, por exemplo), bem como não neutralizam a dor.
Estudo:
https://drive.google.com/file/d/0B4wndnBWq378cHk3RE84Slo4ZGs/view?pli=1
Fonte:
(Acrescente-se que este projecto de lei, por mais incrível que possa parecer, foi chumbado pela Assembleia da República Portuguesa)
Fixemo-nos agora nesta inacreditável declaração:
Para Helder Milheiro «um toureiro que arrisca a sua vida em frente a um animal (para o torturar até à morte, há que acrescentar), representa o máximo da excelência humana».
Saberá esta personagem da ficção mais mórbida que possa existir por aí, o que é “excelência humana”?
Se torturar um animal até à morte é excelência humana, que expressão devemos usar para o que vemos neste vídeo?
E depois não gostam que digamos que sofrem de doença do foro psiquiátrico.
E muito menos os Direitos dos Animais.
E a apresentadora ficou muito mal na fotografia, devido à sua parcialidade de aficionada, que fez questão de tornar pública confiadamente, desde o início do programa.
Em suma: o que devia ter sido um “debate” (apesar de encomendado) não passou de um passa-a-palavra ao representante da prótoiro, Hélder Milheiro, que foi um óptimo difusor da inferioridade moral, mental, cultural e social dos aficionados.
Estes saíram do programa satisfeitos, mas de modo algum, vencedores. Muito pelo contrário.
Faltaram no "debate" imagens como esta, para vermos o “património cultural” e a “arte” que é a tourada, defendida por gente que, no lugar do cérebro, tem uma noz, e no do coração, um repolho.
Fonte da imagem:
A pergunta-chave era: a tourada é património cultural ou barbárie?
Fazer uma tal pergunta em pleno ano de 2014, depois de Cristo, já é, em si, uma barbaridade, pois demonstra um atraso civilizacional imensurável, por parte de quem a fez.
Sim, porque chegar a este período da História da Humanidade e não saber se a tortura é ou não uma barbárie, significa que quem não sabe e precisa de perguntar, ainda não saiu da Idade Média, onde estas coisas eram comuns. E as mulheres não tinham alma. E os escravos também não. E as crianças eram coisas, tais como eram os animais. Onde tudo era muito primitivo e imperava uma obscura ignorância.
O programa foi uma desilusão. Constituiu uma nítida armadilha para os abolicionistas. A apresentadora, Fátima Campos Ferreira, que devia mostrar-se imparcial, apesar de ser aficionada, notava-se que estava mancomunada com a prótoiro, que a manobrou descaradamente, tendo “antena aberta” desde o início do programa.
Não podemos calar-nos perante esta manipulação!
Foi nitidamente uma manobra de diversão, para os pró-touradas terem oportunidade de irem a público lavar as mãos sujas de sangue, o que não resultou de todo. Pelo contrário. Virou-se o feitiço contra o feiticeiro, e foram mais uns bons pontos a favor da Abolição.
Foi pior a emenda do que o soneto, uma vez que todos eles, desde o ganadeiro Joaquim Grave, que de medicina veterinária demonstrou uma ignorância grave; ao prótoiro, Hélder Milheiro, que interrompeu, desrespeitou, foi malcriado, grosseiro, agressivo (como, aliás, quase todos os intervenientes pela defesa da tauromaquia ali presentes); ao matador de 3 mil touros, Vítor Mendes, que até urrou como um boi (o qual terá de prestar contas por essas vidas, que interrompeu brutalmente, à infalível Lei do Retorno); passando pelo João Ribeiro Telles, um toureiro que falou, falou mas nada disse que pudesse abonar a seu favor, pelo contrário (aliás como podia?); pelo José Fernando Potier, presidente da Associação Nacional de Grupos de Forcados, que se espalhou ao comprido, com a história de eles irem para arena pela camaradagem e convívio… um por todos, todos por um… enfim, nada falando da cobardia de atacar um touro moribundo; à Ana Baptista, a montadora de Salvaterra de Magos, que nunca teve outra vivência senão a da tortura de Touros, o que faz da sua vida uma vida linda; Emílio Summavielle, o ex-presidente do Património Cultural que não conseguiu nenhum argumento para sustentar a tourada como património… Este também falou e nada disse; e finalmente pelo montador de Cavalos Tomás Pinto, que apesar de jovem, já nasceu velho, e nada disse que convencesse que a tourada é património, todos eles se desbocaram numa argumentação pobre e ridícula, que a moderadora ia ajudando a tornar mais ridícula ainda.
Nada de novo debaixo do Sol.
Nada que já não soubéssemos: não há argumentação racional para a existência da tortura de bovinos.
Quanto aos abolicionistas presentes na mesa, por não serem guerreiros, nem terem o carisma de um Gandhi, ou talvez porque se apercebessem de que foram apanhados numa armadilha, e quiseram ser deamasiado politicamente correctos, não se saíram nada bem, nomeadamente Manuel Eduardo Santos, representante da Plataforma BASTA, que concordou com quase tudo o que os aficionados disseram, quanto à tourada ser património, arte, e até falou em “reforma” do aberrante regulamento tauromáquico, que queremos ver extinto, bem como a tourada.
O Rui Silva, do movimento MATP, não esteve nos melhores dias, mas a aficionada Fátima também não lhe deu oportunidade, quando ele pedia a palavra, preferindo dá-la (sempre) ao da prótoiro, que interrompia tudo e todos como se fosse o “dono” do programa (e desconfiamos que era).
Quanto aos restantes, não gostei da intervenção da senhora veterinária Alexandra Pereira, que ao chamar “colega” ao Grave, colocou-se ao mesmo nível dele, não conseguindo dizer quase nada, também porque foi bastante interrompida.
O Tiago Mesquita esteve bem, à excepção de quando disse que o Touro não tem carácter. Ora considerando que carácter é o que faz com que os entes ou objectos se distingam entre os outros da sua espécie; marca, cunho, impressão, qualidade distintiva, índole, génio (no sentido de ânimo), firmeza e dignidade, obviamente que um Touro tem carácter. Qualquer animal tem carácter. E há o bom e o mau carácter. Naturalmente que o Touro tem um melhor carácter do que o seu carrasco.
A Rita Silva também esteve bem, exceptuando em concordar com a “tradição” da barbárie. Tradição é tudo o que dignifica a humanidade. A tourada é um mero costume primitivo e bárbaro. Mas aconteceu-lhe o que não devia acontecer, e que a Fátima Campos Ferreira, se não estivesse ali na qualidade de aficionada, nunca deveria ter permitido: a Rita Silva, representante da ANIMAL, foi vilipendiada por uma rasteira do Hélder Milheiro, da prótoiro que se portou como um velhaco, (aliás não é de admirar num aficionado), ao vir com uma citação fora do contexto, para amesquinhar uma pessoa que luta por uma sociedade livre da tortura e não é benquista entre os tauricidas. Foi deselegante, malcriado e oportunista.
Contudo, saiu-lhe o tiro pela culatra porque essa velhacaria só veio acentuar ainda mais o que já sabemos dos aficionados: são uns grosseiros (e eu também que o diga).
Igualmente esteve muito bem e conseguiu dar o seu recado, a Jurista de Direito Animal, Inês Real que, referindo vários artigos de várias leis, transmitiu-nos a mensagem de que Portugal transgride todas as leis que há para transgredir no que diz respeito aos animais.
A Psicóloga Mariana Crespo deixou claro que a violência da tourada não é benéfica para as crianças, que devem ser protegidas. Até uma pedra sabe que a violência deforma a índole de um ser humano. Apenas os tauricidas não sabem.
Ficou por discutir (e por opção dos aficionados medrosos) a questão dos milhares de Euros com que a tauromaquia é agraciada anualmente. Quando tal assunto era para ser abordado, foi cortada a palavra. Não convinha. Não conveio. Não foi discutido.
Concluindo:
A prótoiro publicou na sua página que o programa foi uma estrondosa vitória dos aficionados... Isto foi para nos rirmos, porque o programa foi a maior demonstração da MEDIOCRIDADE dos aficionados, da RTP e da apresentadora.
O que ficou no final, foi a POBREZA MORAL E SOCIAL que a tauromaquia representa.
Regressarei ao tema, para esmiuçar “as pérolas” que os aficionados atiraram para o ar…
Esta é a “ética taurina” de que os tauricidas tanto falaram no “debate”
«Ainda sobre as touradas, assunto que parece inesgotável»
(O testemunho de uma escritora)
«Vi, ontem à noite, aquele debate sobre as touradas. Ainda há debates sobre touradas! Isto para não chamar "guerra" ao tal debate que, realmente, não tem ponta - neste caso, pontas - por onde se lhe pegue.
Torturar um animal até à morte, numa arena, com a turba multa a bater palmas é uma diversão dos humanos? É tradição cultural? Isso é cultura? É muito diferente do que torturar uma pessoa?
Quando assisto a programa destes - que já os tem havido - lembro-me sempre daquele livro de Pierre Boulle, "La planète des singes" - O Planeta dos Macacos - e respectivo filme. Era, mais ou menos isto: uma nave com habitantes do planeta Terra vai parar a um outro planeta habitado por macacos evoluídos e falantes. Os terráqueos eram mudos. Então os macacos tratavam e torturavam os da Terra da mesma maneira que nós tratamos os animais irracionais. Tratavam-nos, simplesmente, como animais mudos e com reacções, mas sempre como animais. E, desde torturas, a espectáculos públicos, a exibições, a relações íntimas, tudo era possível com os homens e as mulheres desse planeta, a Terra.
Bom, isto para chegar a uma conclusão já bastante cansada e gasta: não consigo perceber, na minha cabeça, o que é que essa manifestação da lida dos toiros tem de cultural. E isto é assunto já muito gasto, mas de facto, não chego lá. Nem sequer é má vontade! É incompreensão, mesmo! Deve ser um hiato que eu tenho no cérebro, onde os neurónios tomam direcções erradas e me levam a conclusões disparatadas.»
Cristina Carvalho (escritora, filha de António Gedeão)
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Pois é! Eu também não consigo entrar nesta paranóia das touradas.
Isabel A. Ferreira
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Quem não viu o programa e quiser confirmar o que aqui está escrito pode clicar no seguinte link: http://www.rtp.pt/play/p1099/e153836/pros-e-contras/350965
A Rita Silva é uma activista séria e inteligente que, num determinado contexto proferiu esta frase que a prótoiro descontextualizou e apresentou como uma pataquada, neste cartaz, que diz da GRANDE IGNORÂNCIA de uma trupe de indivíduos que não sabe interpretar uma analogia. Aliás, nem sequer sabe o que isso é.
Uma pessoa que seja minimamente INTELIGENTE compreende o que a Rita quis dizer com esta frase, ainda que, no cartaz, esteja fora do seu contexto.
Eu, que sou mãe de um deficiente mental (trissomia 21 ou síndrome de Down) sei perfeitamente do que fala a Rita.
Aliás, esta frase foi retirada de um encadeamento de ideias, onde é perfeitamente aplicável.
Então o que se passa aqui?
Primeiro: a prótoiro não tem um pingo de inteligência para interpretar analogias.
Segundo: a prótoiro agiu de má-fé descontextualizando a frase, para parecer aquilo que não é.
Terceiro: a prótoiro não sabe o que é ANIMALISMO, se soubesse não teria utilizado o termo, neste âmbito.
Quarto: a prótoiro também não sabe o significado de “desumano”, pois desumanos são aqueles que TORTURAM Touros e Cavalos e CAÇAM animais desprotegidos e inocentes para se DIVERTIREM SADICAMENTE.
Então somos nós que temos de dizer:
Basta de tanta estupidez!
Venham mais destas. Os abolicionistas agradecem, e os Touros e os Cavalos também.
Isabel A. Ferreira