Por José Manuel Santos Narciso
Mais uma vez, está na primeira linha das preocupações de milhares de cidadãos dos Açores a questão da “sorte de varas”, mais comumente chamada de “touradas picadas”. É já a terceira tentativa, em pouco mais de dez anos, para legalizar nos Açores aquilo que muitos consideram de retrocesso civilizacional e de barbárie contra os touros.
Tudo pode ter a força de uma opinião. Os interesses económicos e a luta de poderes e satisfação de caprichos estão no seu direito de apresentar as propostas que quiserem. Desta feita contavam fazê-lo de forma sub-reptícia, intercalando uma excepção sempre negada num projecto abrangente em que ela (a excepção da sorte de varas) iria aparecer disfarçadamente e disfarçadamente poderia ser aprovada.
Mas, felizmente, os tempos mudaram muito, desde 2002 e mesmo desde 2009. Se em 2002, e como muito bem se lê na peça jornalística a este propósito publicada pelo Diário dos Açores, foi o Tribunal Constitucional que obstou a consumação de tal sorte, em 2009 terá pesado a opinião do então presidente do Governo regional.
Agora, os deputados que quiserem deixar o seu nome ligado a tão polémica decisão, terão de confrontar-se com um fenómeno novo, ou pelo menos com muito mais força, que são as redes sociais e os movimentos de cidadania que envolvem sensibilidades suprapartidárias e que não podem ser esquecidas ou desprezadas, sob pena de graves consequências e sequelas.
Para os defensores do NÃO, a questão que se põe é fundamentalmente a do respeito pelos animais, neste caso, o touro, por sinal constante dos símbolos heráldicos da Região. Num momento em que por todo o Ocidente se intensifica a luta anti-taurina, torna-se no mínimo inoportuno este novo esboçar de retrocesso que pretendem introduzir.
Mas há uma coisa mais grave que tudo isto. Uma eventual aprovação de excepção da sorte de varas para os Açores seria uma machadada mortal na aspiração de inscrever as touradas à corda na lista do património mundial da Unesco. Independentemente de se concordar ou não com tal classificação, uma coisa são as touradas à corda, essas sim essencialmente populares e outra é querer fazer valer aquilo que se pode considerar de “pseudo-arte, falsa cultura e inventada tradição”.
Mesmo que surja a proposta, mesmo que não seja aprovada, ou sendo, seja chumbada pelo Tribunal Constitucional, com os mesmos argumentos com que o foi em 2002, para os ambientalistas, para os defensores dos direitos dos animais e para o bom nome dos Açores, ficará sempre o labéu consubstanciado nesta pretensão. Há coisas que o evoluir da mentalidade e da sensibilidade humana não perdoa. Uma delas é a forma como se pode usar o sofrimento de outros seres vivos para gáudio dos humanos, cobrindo-os com a capa da tradição ou da cultura. A luta, a bravura e arte do ser humano perante a nobreza de um animal como o touro não devem fazer-se com o sofrimento do animal, porque é possível fazê-lo de forma diferente.
Manda a evolução que muitas coisas aceitáveis há séculos passados hoje sejam repudiadas, como execráveis e abjectas. E é nesta visão humanista que esperamos o bom-senso que venha fazer arrepiar caminho neste processo que iria criar clivagens muito profundas e perigosas na sociedade açoriana, porque isto não é questão de uma ilha, e se calhar, nem é de uma Região. Aqui estamos perante o dilema de ser ou não consequentes com o que pensamos sobre o direito dos animais em que se inclui o do não sofrimento. E todas as formas que ainda existem de os fazer sofrer não são justificação para a criação ou retorno de mais uma. Seria uma teimosia muito azarada!
Santos Narciso
Fonte
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=841483969250242&set=gm.1441296362827491&type=1&theater
Corridas picadas" nos Açores Nunca
E foi do modo mais anticristão que a RTP celebrou o dia de Nossa Senhora da Assunção
Não podemos calar-nos perante esta SELVAJARIA que a RTP, que tinha o DEVER PROFISSIONAL de COMBATER, não combate e ainda ajuda à missa da igreja católica, que faz vista grossa a estes festejos de Santos com tortura e sangue, bem à moda dos primitivos pagãos.
Simplesmente repugnante!
Quanta iniquidade RTP!
«Hoje, 6ª feira (15 de Agosto) a Televisão Pública portuguesa - RTP - irá contribuir activamente para o retrocesso civilizacional ao gastar o dinheiro dos contribuintes no patrocínio e transmissão de uma tourada.
A maioria da população portuguesa, que não concorda com esta prática torturante e anacrónica, terá de suportar financeiramente e através dos seus impostos, 3 horas de tortura.
«Tortura essa que foi amplamente difundida inclusivamente através dos murais de Facebook dos programas que compõem a grelha de programação, conforme se pode constatar pela imagem.
O PAN não pode aceitar que uma prática violenta e cruel para com os animais como esta seja subsidiada com o dinheiro de todos nós.
Porque a evolução passa pela abolição, vamos dizer não às touradas e a todos os espectáculos com touros.
Assinem e divulguem a nossa petição:
http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=010basta
PAN Abolição
Fonte
A Agência de Viagens TopAtlântico https://www.facebook.com/topatlantico está a promover as touradas integradas nas Sanjoaninas 2013, que se realizarão em Angra do Heroísmo.
Um erro crasso, pois serão muitos os que começarão a boicotar esta agência que promove a estupidez.
Ora como se sabe, as touradas, para além de serem um divertimento de bárbaros para bárbaros, constituem um péssimo cartão-de-visita para uma região como os Açores, que têm belas paisagens, mas cheias de nódoas repugnantes a denegri-las.
Pois foi com muita perplexidade que soubemos que esta agência de viagens está a prestar um péssimo serviço aos turistas estrangeiros, cultos e amigos da Natureza e dos Animais, que vão ao engano até aos Açores, pensando que irão assistir a espectáculos de um nível cultural elevado e, de súbito, sai-lhe a estupidez pelo caminho, ficando, desse modo, os promotores desacreditados aos olhos desses turistas, com a promoção da insensibilidade e desrespeito pelos animais não-humanos.
Como potencial turista, que não visitará nem recomendará aos seus amigos estrangeiros uma visita aos Açores enquanto esta “festa de broncos” se mantiver, além de vir repudiar veementemente esta atitude da TopAtlântico, apelo para que reconsiderem o vosso apoio a uma prática que só descredibiliza um povo e quem a promove e apoia.
Os Açores não precisam do contributo de organismos que propagam o retrocesso civilizacional.
Há que evoluir. Há que promover o que de Bem, Bom e Belo existe nas Ilhas dos Açores, e não esta palermice primitiva e grosseira perpetrada por broncos, para broncos.
Isabel A. Ferreira