As touradas são uma prática tão bárbara, tão cruel, tão absurda, tão nojenta, que não há como segurar o sentimento de repulsa por quem as pratica, as aplaude e as apoia.
Não é da natureza humana divertirem-se com o sofrimento de um animal indefeso, inocente e inofensivo. Daí ser natural que os ânimos aqueçam quando se trata de falar sobre os cobardes, metidos a valentes, quando atacam um Touro moribundo. É inevitável.
A tourada é uma prática selvática, sangrenta, primitiva. Basta olhar para esta imagem:

Falar de um torturador de Touros é o mesmo que falar de pedófilos, violadores e gente quejanda.
Não podemos premiar esta gente, com a nossa benevolência, só porque morreram.
Também não podemos aplaudir a morte dos maus, de nenhum mau, ainda que sejam os Bid Ladens do mundo ou um hediondo traficante de drogas, assassinos...
Estes criminosos estão para nós, como os cobardes forcados e tauricidas estão para os Touros, seres vivos indefesos, inocentes e inofensivos, animais como nós, com um ADN maioritariamente semelhante ao nosso, que sofre a dor, o medo, a angústia da arena, tal como nós.
Não devemos aplaudir a morte dos cobardes torturadores de Touros moribundos, mas é um pouco demais elogiar o que eles fazem na arena, num dos mais cruéis actos da criatura humana.
No entanto, eles são aplaudidos na arena, pelos sádicos e psicopatas e trogloditas quando um Touro moribundo, motivado pelo ataque cobarde de um forcado, investe contra ele, e ele morre. Os aplausos enchem a arena.
A tauromaquia é o resultado de uma doença do foro psiquiátrico, comprovada pela Ciência.
Além disso, é um costume bárbaro, de sádicos e psicopatas, introduzido em Portugal pelo alienado Rei Filipe I de Portugal, II de Espanha.
O falecido forcado escolheu estar na arena. O Touro foi forçado a ir para arena, e defendeu-se com toda a legitimidade. Eu faria o mesmo.
Aplaudir a morte do forcado, nós que combatemos a tauromaquia, deixamos para os seus comparsas, e elogiar sub-repticiamente a actividade dele, não é da racionalidade.
Li num comentário de uma aficionada que as touradas não são para fazer sofrer os animais. Não são para outra coisa. Ela que sinta nos seus costados aquelas farpas, o sangue a escorrer, a dor nas carnes esfaceladas. É preciso lembar que um Touro é um a animal como NÓS: sente dor, fome, sede, sono, urina, defeca, tem órgãos internos tal como nós...
Os aficionados, sádicos e psicopatas, que assistem às touradas, aplaudem com grande regozijo quando os torturadores de Touros são mortos na arena. Isto não incomodará ninguém? Eles gostam de ver sangue e morte, seja do animal não-humano, seja do animal humano, sim, porque somos todos animais. Eles babam-se de delírio, chegando mesmo ao orgasmo. Isto não sou eu a dizer. São eles que o dizem em público.
O mundo da tauromaquia é asqueroso em todos os sentidos
A morte desse forcado, de 22 anos, no campo pequeno, em 23 de Agosto de 2025, foi consequência do acto hediondo que estava a cometer. Era jovem, era. Deixou família sofredora, deixou. Poderia morrer de uma maneira mais digna, poderia.
Mas foi educado para torturar cobardemente Touros moribundos.
E é isto que tenho a lamentar.
A morte dele poderia fazer dele um herói se estivesse a combater incêndios, a doar órgãos, a dar sangue, a salvar outra vida, como diz o Pedro Almeida, no Facebook, e muito bem.
Mas não estava. Estava a torturar um Touro que sangrava por dentro e por fora, em grande sofrimento.
A morte dele foi aplaudida pelos sádicos e psicopatas que assistiam a esta prática bárbara.
Desses aplausos ninguém fala? Não incomodam os hipócritas?
Essa gente adora a morte de Touros, Cavalos e tauricidas nas arenas.
Meu comentário nesta publicação:
https://www.facebook.com/photo/?fbid=1190226359795398&set=a.593419102809463

Dorso de um Touro a sangrar com as farpas com que trespassaram as suas carnes. Isto não dói? Então os torturadores de Touros experimentem. Afinal são também animais. Se não dói num, não deve doer no outro.
"Se há algo inequívoco é que, nos próximos anos, o comboio do progresso arrasará as demências sangrentas que ainda persistem. Porque fazer sofrer e fazer espectáculo disso não tem, não pode ter, justificação ética." (Alexandra Reis Moreira)
in: https://www.facebook.com/share/1Gb4oH56fk/
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Carta de uma Criança Levada à Tourada
O que vão ler é muito triste, mas é a realidade dos filhos dos aficionados.
É isto que fazem às crianças da comunidade da selvajaria tauromáquica, e as CPCJ (otas) nada fazem, apesar das muitas denúncias que fazemos.
Esta carta é uma acto de reflexão para os que podem acabar com esta barbárie moral, social e cultural.

Queridos adultos,
Vocês dizem que a tourada é bonita.
Dizem que é cultura, que é tradição.
Mas eu só vi sangue.
Vi um touro entrar forte e sair ferido.
Vi um cavalo tremer, com medo nos olhos.
Vi pessoas baterem palmas enquanto eles sofriam.
E eu não entendi.
Porque sempre me disseram que não se deve magoar os animais.
Que os cães e os gatos lá de casa merecem carinho.
Então por que é que, na arena, o sofrimento vira festa?
Eu fiquei confuso.
Se a dor deles é motivo de aplauso… será que a dor não importa?
Se todos riam e gritavam felizes… será que a crueldade é normal?
Vocês chamam-lhe tradição, mas para mim parecia pesadelo.
À noite, quando fechei os olhos, não pensei em cultura.
Pensei no touro a sangrar.
Pensei no cavalo a tentar fugir.
Pensei que talvez um dia alguém também ache bonito ver-me sofrer.
Queridos adultos, eu só sou uma criança.
Quero crescer a acreditar que a vida é sagrada, que a empatia é força, que o respeito é caminho.
Mas como posso acreditar nisso se me ensinam aplaudir a dor?
Vocês dizem que querem dar-me futuro.
Então dêem-me futuro sem arenas de sangue.
Porque na tourada não morre só o touro, nem sofre só o cavalo.
Na tourada, morre também a minha inocência.
Assinado,
Uma criança que nunca devia ter visto aquilo
in: https://www.facebook.com/photo/?fbid=24552748791003141&set=a.183245025046857
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Ninguém deveria morrer numa arena
A tauromaquia é, por definição, um exercício de violência. Uns escolhem estar ali, outros não. Nenhum ser deveria ser exposto à dor, à humilhação ou à morte por entretenimento.
Rita Silva
Presidente da ANIMAL. Co-fundadora e co-coordenadora da Rede Internacional Anti-Tauromaquia.
in Jornal PÚBLICO
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Perante o recente acontecimento de um forcado morto, numa situação que ele próprio escolheu, e na sequência do que a jornalista Tânia Laranjo publicou no seu mural sobre o assunto, partilho, aqui, o texto comentário que lhe enderecei:
"Tânia Laranjo, por favor leia este meu texto que lhe dirijo: Já que nunca assistiu a uma tourada, desloque-se ao espaço onde ela vai decorrer.
-- Veja, com olhos de ver, os touros descarregados e encarcerados para, no dia seguinte ou horas depois serem torturados;
-- Acompanhe a tourada e ouça, com ouvidos de ouvir e veja com olhos de ver (não esqueça os do coração) - constate os gritos de horror dos touros golpeados até aos pulmões, veja o sangue a jorrar na terra, receptáculo de dor, que fica, para sempre, guardada.
-- Veja e ouça os gritos dos cavalos horrorizados com o medo, eles próprios sujeitos à dor. Muitos perecem na arena com ataques cardíacos. Todos estes gritos são abafados pela música que embebeda espíritos propícios ao gozo perante a tortura; 3- No final, sim, no final do GRANDE ESPECTÁCULO DE TORTURA, dirija-se aos curros e sinta os touros agonizantes com as farpas ainda cravadas nos seus dorsos e assista à retirada das farpas LONGAS, com uma faca e, claro, a sangue frio. Muitos morrem ali mesmo. Outros seguem para o matadouro. Tânia Laranjo, é uma mulher corajosa, VÁ! VEJA! SINTA!"
Madalena Oliveira, in Facebook
Publicação de Tânia Laranjo, que deu origem ao texto de Madalena Oliveira:
https://www.facebook.com/photo/?fbid=24551344831148907&set=a.688151524561572
Pois é! É que a caça está no mesmo patamar das touradas, ou seja, ambas são práticas bárbaras, onde se tortura e mata animais indefesos, por mero divertimento.
Os caçadores matam animais e dizem que fazem muito por eles (pelos animais) e pela Natureza, como se nós fôssemos muito estúpidos.
A etapa de caçador, no percurso evolutivo do homem, é a etapa mais primitiva. De caçador passou a colector, de colector a agricultor, e hoje o Homem vai à Lua.
Manuel Alegre é caçador. Não seria preciso dizer mais nada.
Mas vou dizer, porque me repugna os poetas que gostam de matar ou ver matar e torturar animais indefesos, algo que não faz parte da Cultura e da Civilização do Homem Contemporâneo.

Origem da imagem: Internet
O ex-candidato presidencial Manuel Alegre manifestou-se esta quinta-feira muito incomodado com as declarações da ministra da Cultura, Graça Fonseca, sobre as touradas no Parlamento. "É este tipo de intolerâncias que cria os Bolsonaros", disse Manuel Alegre ao jornal PÚBLICO.
Contudo, de acordo com Leonardo Boff, com o qual estou completamente de acordo, «tudo tem limites, também a tolerância, pois nem tudo vale neste mundo. Os profetas de ontem e de hoje sacrificaram as suas vidas porque ergueram a sua voz e tiveram a coragem de dizer: "não te é permitido fazer o que fazes". Há situações em que a tolerância significa cumplicidade com o crime, omissão culposa, insensibilidade ética ou comodismo. Não devemos ter tolerância com aqueles que têm poder de erradicar a vida do Planeta e de destruir grande parte da biosfera.»
Não devemos ter tolerância com aqueles que se divertem a matar e a torturar animais indefesos, porque tal não faz parte da Ética, da Civilização, da Evolução Humana.
Não podemos ser tolerantes com gente que não respeita a Vida. A vida de qualquer ser vivo é tão importante para ele, como a nossa vida é importante para nós. Daí que não possamos ser tolerantes com gente que mata e tortura animais apenas para se divertir ou passar o tempo.
Não podemos ser tolerantes com os trogloditas, sejam eles caçadores/poetas, ou escritores, ou pintores, ou presidentes da República, ou tauricidas.
Incomodado com a posição defendida pela ministra da Cultura relativamente às touradas, Manuel Alegre assume que "atitudes como" a de Graça Fonseca "colocam a democracia em causa".
Mas qual democracia? Torturar e matar animais não-humanos é uma atitude antidemocrática, porque não farás aos outros (sejam esses outros animais humanos ou não-humanos) o que não gostas que te façam a ti. E este é um princípio democrático, que remonta quase ao início dos tempos. Um preceito universal já conhecido entre os povos muito antigos.
Ao explicar que o Governo não pretende recuar no fim da isenção do IVA para toureiros, Graça Fonseca disse: "Quanto à tauromaquia não é uma questão de gosto, é de civilização e manteremos como está". O CDS logo se indignou, no hemiciclo e fora dele, mas agora também os socialistas estão a mostrar o seu desagrado.
Eu direi: estão a mostrar o seu IMO. Não estão a demonstrar o seu desagrado. Os socialistas (não serão todos, mas como não se manifestam, são medidos pelo mesmo alqueire) estão de conluio com as máfias da tauromaquia e da caça. Os socialistas apoiam estas políticas carniceiras da monarquia e da direita republicana.
E Manuel Alegre diz ao PÚBLICO, esta coisa espantosa: «O que está aqui em causa com as suas [da Ministra da Cultura] declarações é a liberdade de uma grande tradição ibérica reflectida por muitos escritores e artistas de todas as áreas. […] Agora são as touradas, depois há-de ser a caça e depois o livro que podemos ou não ler ou o filme que podemos ou não ver".
Pois. O problema aqui é que a caça pode vir a ser atingida pela flecha certeira da Civilização. O que vale é que os caçadores são uma espécie em extinção. A nova geração é feita de outro barro. Jamais a Cultura Culta, da qual fazem parte os livros e os filmes, estará no mesmo saco da caça e das touradas.
Como é possível aliar um costume bárbaro, introduzido em Portugal pelo rei espanhol Filipe I (II de Espanha, e que não regulava lá muito bem da cabeça) a uma tradição ibérica, reflectida por muitos escritores e artistas de todas as áreas, como se os tais escritores e artistas, que os trogloditas tanto gostam de citar, fossem deuses intocáveis ou gente de boa índole, e não tivessem grandes pancas, ou não fossem cruéis como Picasso, ou com graves problemas psicológicos, como Hemingway (que se suicidou) e Garcia Lorca. Além disso, na época dessa gente não se sabia o que hoje se sabe sobre a senciência animal. Mas a dúvida persistirá: uma vez bárbaro, bárbaro para sempre? Os contemporâneos têm toda a informação, e continuam aficionados, porque pau que nasce torto nunca se endireita (são raríssimos os que se endireitam), e o facto de serem artistas ou escritores ou frequentarem universidades não implica que tenham boa índole. Os maiores assassinos da História da Humanidade foram (e são) gente com cursos e cargos dos mais superiores. Porque isto da boa índole, do carácter, do IMO forma-se no berço.
Manuel Alegre diz que a introdução do IVA agora decidida "é uma perseguição aos toureiros e a uma actividade que mexe com milhares de pessoas". Mas que milhares de pessoas? Talvez umas centenas. Contudo, uma actividade sangrenta, brutal, irracional, inculta, estúpida, cruel e desumana, ainda que mexa com centenas de pessoas, não pode justificar a sua existência. Essas pessoas que vão plantar batatas, porque plantar batatas também alimenta bocas, e é uma profissão digna. Ser toureiro nem profissão é. Plantar batatas poderá não dar para comprar Ferraris e Porches, mas enche o estômago.
E Manuel Alegre não se contentou a fazer uma triste figura com estas declarações anti-civilização. Teve o desplante de deixar um aviso a Graça Fonseca e a outros políticos, como se ele fosse o dono do mundo, e disse esta coisa incrível: "Falar de touradas pode dar muita visibilidade, mas há problemas mais graves de que os deputados e governantes não falam, como por exemplo o desaparecimento dos cavalos marinhos da Ria Formosa ou a proliferação de eucaliptos por todo o país".
Pois o governo da geringonça não fala desses problemas e de muitos outros mais, aliás muito cabeludos, como o da ilegalidade do acordo ortográfico de 1990, por exemplo, porque não lhes convém, o que não tira que a actual Ministra da Cultura, confrontada com a pergunta da deputada do CDS/PP, não tivesse o direito e o dever de lhe responder adequadamente, pondo a questão no plano da Civilização.
Era o que mais faltava, um caçador vir admoestar uma Ministra da Cultura, a mais equilibrada que já tivemos desde há longos, longos anos, apenas porque esta defendeu a Civilização!
E Manuel Alegre conclui, de um modo, inacreditável, apenas condizente com mentalidade da direita: «Isto não é uma questão de gostar ou não gostar. Isto não pode ser uma questão de natureza filosófica como a ministra quer fazer crer».
Pois esta coisa das touradas nada mais é do que uma questão filosófica, uma questão social, uma questão cultural, uma questão moral, uma questão civilizacional, que a senhora Ministra da Cultura teve a lucidez e a coragem de levar para um hemiciclo que, na sua maioria, pugna pela incultura e pela incivilização.
E nós, a esmagadora maioria dos Portugueses, estamos com a senhora Ministra da Cultura, nesta questão, e vaiamos o poeta da carnificina.
Faço inteiramente minhas as palavras do Comandante Manuel Figueiredo, um dos muitos portugueses que enviaram à senhora Ministra Graça Fonseca, o seu apoio:

Para terminar, diz a notícia que o primeiro socialista a mostrar a sua indignação foi o deputado Luís Moreira Testa, que escreveu no Facebook: «Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa, Ernest Hemingway ou Federico García Lorca. É desta civilização que eu faço parte, mas também da de Goya, Dalí ou Picasso e de tantos outros, como Jorge Sampaio ou Manuel Alegre».
Pois o senhor Luís Moreira Testa tem todo o direito de expressar o que lhe vai na alma, e os seus gostos literários e de amizade. Contudo, é preciso dizer que a todos os cidadãos citados, falta-lhes o sentimento maior que faz de um ser, um verdadeiro Ser Humano: a empatia. Dir-se-á, igualmente, que todos esses senhores ficarão para a História, quando a bárbara tauromaquia estiver extinta, do mesmo modo que ficaram os imperadores romanos, apoiantes do bárbaro Circo Romano, ou seja, serão lembrados como seres incivilizados, incultos, primitivos, dotados de instintos cruéis, ou seja, ficarão lembrados como seres desumanos.
Todos esses nomes já constam do Livro Negro da Tauromaquia, facto que não dá prestígio a nenhum deles.
Isabel A. Ferreira
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