Em 107 anos o que não mudou?
(Imagem: Internet)
A Implantação da República explicada ao Povo
Em 5 de Outubro de 1910, fez-se uma revolução para mudar o statu quo instituído pela Monarquia, a saber (assim por alto, e apenas para referir o mais evidente): muito esbanjamento de dinheiros públicos, em benefício dos nobres, muitos pobres, muitos analfabetos, muitos semianalfabetos, uma classe rica e poderosa, em minoria, que dominava e fazia de Portugal o seu quintal.
Então, um grupo de cidadãos, revoltados com esta situação, e porque queriam também mandar e não podiam, em 1 de Fevereiro de 1908, decidiu matar o rei D. Carlos, que então reinava, e o seu filho e herdeiro, o Príncipe Real D. Luís Filipe de Bragança, no então Terreiro do Paço, hoje, Praça do Comércio, durante um cortejo.
A partir deste regicídio, inaugurou-se uma escalada de violência que o impreparado Príncipe D. Manuel II, de apenas 18 anos, filho mais novo do falecido Rei D. Carlos, e que ocupou o trono, não conseguiu travar, culminando essa escalada de violência na implantação de uma República cheia de boas intenções, em 5 de Outubro de 1910.
Pretendia-se uma nova era, liberta do domínio monárquico e da incómoda sucessão do poder, passando de pais para filhos, fossem eles competentes e sensatos ou não. O Povo não era para ali chamado. Tinha de aceitar, com submissão e muitas vénias, esta imposição dinástica.
Foi então que os republicados vieram acabar com esta situação. Agora já se podia escolher os governantes, já não se passava o Poder de pais para filhos. No entanto, a disputa pelo Poder acabou por trazer muitos inconvenientes, partidarismos, lutas, invejas, ódios, muita pancadaria, enfim, o anseio de mandar sempre perturbou as mentes e gerou intermináveis lutas internas, entre os que se dispunham a disputar o trono republicano, lutas essas que nunca beneficiaram o Povo, que continuou pobre, desgraçado, analfabeto e com fome… até aos dias de hoje, porque ainda hoje, tudo isso existe, se bem que em menor escala.
Resumindo (é que não estou aqui propriamente a dar uma aula de História): desde aquele não muito longínquo dia 5 de Outubro de 1910, muita água suja passou por debaixo de todas as pontes de Portugal, indo embocar numa ditadura, que durou 41 anos sem interrupção, período em que Portugal continuou a ser o quintal de António de Oliveira Salazar, até ao dia de outra revolução, ocorrida em 25 de Abril de 1974, denominada “dos cravos” e que pretendeu libertar Portugal dessa ditadura. Contudo, a ditadura tem muitos disfarces.
Então o que aconteceu depois da Revolução dos Cravos?
Aconteceu que uma outra República, disfarçada de Democracia, lá foi cantando e rindo, levada, levada sim… por homens não muito diferentes dos que mandavam durante a monarquia e a ditadura, e que continuaram e continuam a fazer de Portugal o seu quintal, com uma diferença: agora fazem lotes do quintal para vendê-los a quem dá mais.
E o Povo, como fica o Povo português no meio disto tudo?
Bem, o Povo português, hoje, dia 5 de Outubro de 2017, continua a ser maioritariamente o peão, submisso, servil, que se deixa enganar facilmente, acreditando nas falsas promessas que os novos republicanos lhe fazem; uns, continuam pobres, uns mais paupérrimos do que outros; ainda muitos analfabetos, outros semianalfabetos, desdotados de espírito crítico e selados por uma descomunal iliteracia; os nobres, esses, continuam instalados nos Palácios de São Bento e de Belém, quais reis sem coroa, a reinar, a desgovernar, a impor uma ditadura disfarçada de democracia, onde o Povo interfere apenas no acto de os colocar no Poder. Mas logo que, democraticamente, lá chegam (ao Poder) abandonam os interesses do Povo que os elegeu, e abraçam os interesses dos grupos económicos, que são os que verdadeiramente mandam em Portugal.
E há os outros, os livres pensadores, os que têm espírito crítico, os insubmissos, os que não aceitam ditaduras, censuras, imposições absurdas, os que lutam por um Portugal evoluído, civilizado, ético e culto, os que emigram para se tornarem grandes, os que dizem NÃO ao statu quo, não apenas porque sim, mas porque Portugal está a ser descaradamente entregue a interesses estrangeiros.
Em 5 de Outubro de 1910, o Regime Monárquico deu lugar ao Regime Republicano que, apesar das boas intenções, continuou o despique da dualidade de poder até aos dias de hoje, com interregno nos 41 anos da ditadura salazarista. E o ora agora governas tu, ora agora governo eu, lá continua, como na Dança do Vira.
Sim, houve um certo progresso. Mas nem só de pão e circo vive um Povo. Nem só de crescimento económico, nem só de política partidária, nem só de turismo e de Madona, nem só de boas intenções, misturadas com mentiras, vive um País.
É que de boas intenções está o inferno cheio.
E o que aconteceu depois da Revolução dos Cravos?
Bem, depois da Revolução dos Cravos, que também se fez com muito boas intenções, implantou-se uma ditadura disfarçada de democracia, marcada pela corrupção, pelo abuso do poder, pela desonestidade, por interesses obscuros, por imposições absurdas, por uma descomunal falta de senso político, moral, ético, cultural e social.
Que República celebramos hoje?
Sem dúvida nenhuma a República Portuguesa das Bananas, onde se continua a esbanjar dinheiros públicos, em benefício dos nobres, onde existem muitos pobres, muitos analfabetos, muitos semianalfabetos, muitos interesseiros e mercenários, muitos traidores da Pátria, e uma classe rica e poderosa, em minoria, que domina e faz de Portugal o seu quintal, dividido em lotes, que se vendem a quem dá mais…
Isabel A. Ferreira
A selvajaria tauromáquica continua em Barrancos, com o apoio da igreja católica e do governo socialista.
Não esquecer que os touros de morte foram introduzidos em Barrancos, em 2002, por Jorge Sampaio (socialista) na qualidade de presidente da República.
E pensar que andaram a cometer um regicídio para implantar em Portugal uma República das (e dos) Bananas!!!!! (***)
Esta imagem diz tudo sobre o atraso mental de todos os envolvidos nesta prática, desde os que matam, aos que apoiam, aos que aplaudem e aos que dão o seu aval. E veja-se o sofrimento atroz do touro, estampado naquele olhar desesperado... Apenas os desalmados, desprovidos de essência humana, pactuam com este horror.
O texto que se segue é da autoria de Rui Palmela
«Mais uma vez se realiza na vila alentejana de Barrancos, em finais de Agosto, a festa religiosa que culmina sempre num espectáculo sangrento, frente à capela, com a morte de 3 toiros numa arena improvisada onde o povo vibra de satisfação aplaudindo a barbárie que ali se realiza em “honra de Nª Srª da Conceição”. E a Igreja não reprova ou fica em silêncio cometendo seu “pecado de omissão” ...
O espectáculo violento dura 3 dias onde se cumpre um ritual demoníaco de matar um touro por cada dia, “estoqueando” o animal que acaba caindo no chão mergulhado numa poça de sangue. Depois de morto, ou sofrendo horrivelmente sem se poder mexer, os ‘heróis’ da festa cortam-lhe as orelhas, o rabo e as patas como ‘troféus’, enquanto o toiro é arrastado pelo chão, já cadáver, acabando finalmente por ser esquartejado e distribuído pela população como manda a ‘tradição’.
Toda esta selvajaria é possível ainda em pleno século XXI com a aprovação do governo português que em 2002 criou uma famigerada “lei de excepção” que garante esse ‘direito’ do povo barranquenho realizar um espectáculo abominável apesar da forte contestação por parte das organizações de Protecção Animal e uma Lei que vigora desde Maio/2017 que reconhece os animais como seres sencientes dotados de sensibilidade e não ‘coisas’ como eram considerados antigamente.
Entretanto o PAN (Partido das Pessoas, dos Animais e da Natureza) deverá apresentar na AR uma proposta de lei para proibição destes espectáculos de morte no país, tal como as touradas deviam ser proibidas e transmitidas pela televisão. E já agora cortar todos os subsídios de apoio à Tauromaquia que deve ser suportada apenas pelos seus aficionados e não por todo o povo português que na sua maioria condena toda esta situação.
Pausa para reflexão!
Rui Palmela»
Fonte:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10212176718524673&set=pcb.10212176729004935&type=3&theater
(***) Denomina-se República das Bananas um país ou região em que há corrupção e desrespeito pela legalidade e interesse público, expressão originalmente aplicada a países latino-americanos ou terceiro-mundistas, mas que se encaixa na perfeição a um Portugal que, fisicamente, é europeu, mas cerebralmente é latino-americano e terceiro-mundista, nestes detalhes grosseiros, até na língua que os actuais republicanos bananas (= gente sem atitude e sem coragem) decidiram importar e impingir aos portugueses.
© Isabel A. Ferreira
Em 05 de Outubro de 1910 nascia a República Portuguesa, que se apresentava ao Povo como a única via capaz de «devolver ao país o prestígio perdido e colocar Portugal na senda do progresso».
Todavia, os republicanos ao dizerem que pretendiam devolver ao país o “prestígio perdido”, significa que admitiam que Portugal já tivera prestígio no mundo. Um prestígio que nunca mais recuperou, até aos dias de hoje.
E eles pretendiam restituir esse prestígio e colocar Portugal na senda do progresso.
Então vejamos: cem anos passados sobre o dia em que os Portugueses se libertaram da Monarquia, o nosso prestígio no mundo será reconhecido? Estaremos na tal senda do progresso, de modo a que possamos dizer que os problemas que existiam em 1910 já não existem em 2010?
Sim, podemos dizer que algo mudou. Porém...
Já não temos monarcas que esbanjavam fortunas, com o fausto da corte, mas temos Ministros, Gestores, Administradores, Chefes, Directores, Gerentes, que ganham fortunas para “governar bem” o País, e o País está mal governado e o Povo a pagar as facturas desse esbanjamento (não diziam o mesmo da Monarquia)?
Não estamos sob o jugo dos Ingleses, é verdade. Mas estamos sob o jugo de uma União Europeia que envia gente ao nosso país, para dizer como havemos de gerir os nossos dinheiros e as nossas contas (não era assim mais ou menos, com os Ingleses, durante a Monarquia?). E também hoje estamos a ser “colonizados” por capital estrangeiro, em muitas das principais empresas ditas portuguesas.
Pretendiam os Republicanos de 1910 acabar com a instabilidade política e social que então se vivia, e com a alternância de dois partidos no poder (os progressistas e os regeneradores).
Conseguiram?
Querem maior instabilidade política e social do que esta que vivemos nos tempos que correm?
E quanto à alternância entre dois partidos?
Os primeiros Republicanos não se entenderam e guerrearam-se.
Os que vieram a seguir também não se entenderam e guerrearam-se, a tal ponto que foi necessária a Ditadura de Salazar, que como se sabe, durou como aquelas pilhas que duram, duram, duram e nunca mais acabam...
Um dia, porém, acabou. Fez-se uma revolução, para revolucionar o sistema. Correu-se com tudo e com todos, e implantou-se um regime livre e libertário: o 25 de Abril de 1974 acabou com a Ditadura, que toda a gente sabia que existia, e por isso vivia-se de acordo com o que se sabia. Quem quisesse arriscar, arriscava-se a morrer assassinado ou a ir parar à prisão, ou ao exílio, por pensar alto. Quem não quisesse arriscar, vivia a sua vidinha, caladinho e submisso, e nada lhe acontecia.
Com a Revolução de Abril veio o que se diz ser uma espécie de liberdade, que toda a gente pensa que existe, e quando vai a dizer algo que os que mandam não gostam, vê-se desempregado, corrido a pontapés, sem saber como nem porquê.
Implantou-se uma outra ditadura, fantasiada de Democracia, que todos pensam que existe (a democracia) mas na verdade, esta apodreceu logo à nascença.
Depois da revolução, governaram os militares, e logo a seguir surgiu uma nova alternância de dois partidos, no poder: ora os Sociais-democratas, ora os Socialistas; ora os Socialistas, ora os Sociais-democratas. E não saímos disto. E isto não tem levado o país a lado nenhum.
O que mudou nas alternâncias que se queriam ver banidas da governação de Portugal?
NADA.
O que há para comemorar neste centenário de um República, que nasceu de um Regicídio (ficando logo amaldiçoada à nascença) e que está tão viciada como a Monarquia?
NADA.
Acabou-se com os privilégios dos “poderosos”? NÃO!
Acabou-se com a pobreza de uns e o fausto de outros? NÃO!
Acabou-se com a fome? NÃO!
Somos um país que usufrui de um prestígio visível no estrangeiro, ou mesmo na União Europeia, da qual fazemos parte? NÃO!
Há liberdade de expressão? Haver há, ma non tropo, porque ao que que os órgãos de informação livres dizem ou escrevem em nome do Povo, os governantes fazem ouvidos de mercador. E isso é uma característica das ditaduras.
Então o que mudou?
Mudaram os homens. O Regime continua o mesmo: absolutista (como na Monarquia) e ditatorial (como nos anos em que governou Salazar), apenas com a diferença de que agora o Povo vota, mas os votados não querem saber do Povo, e o Povo ficou viciado e não sabe fazer outra coisa senão votar sempre nos mesmos.
Andamos todos a apertar o cinto devido à má governação dos Ministros, dos Administradores, dos Gestores, dos Chefes, dos Directores, dos Gerentes, que são às manadas por esse país fora. Há mais chefes do que pessoas para chefiar.
Eu, pessoalmente, não tenho motivo nenhum para comemorar os Cem Anos da República.
Não foi a Monarquia que me tirou o trabalho, por questões políticas, em pleno ano de 1999, ano em que já não havia Rei, mas também não havia Roque, nem Salazar.
Apenas havia e há uma República (que no sentido figurado é uma casa onde não há ordem, nem disciplina) muito, mas muito “democrática”!
Isabel A. Ferreira
Origem da imagem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Implanta%C3%A7%C3%A3o_da_Rep%C3%BAblica_Portuguesa