… como o idealiza e reflecte a escritora e professora universitária Idalete Giga.
Ser emocionalmente racional é a palavra-chave, para o Mundo que aí vem. Esta é a mensagem.
Isabel A. Ferreira
«O Vírus Justiceiro, como eu lhe chamo, veio acordar o mundo e avisar a Humanidade inteira de que temos urgentemente de mudar de vida, ou seja, os nossos hábitos em todas as áreas do quotidiano. Mas não são só os nossos hábitos que terão de mudar radicalmente. É o paradigma económico, financeiro, educacional, cultural, etc. em todo o planeta que mudará para melhor.
Adeus capitalismo selvagem. Adeus reino da quantidade. Adeus exploração desenfreada. Adeus offshores. Adeus fabrico de armas. Adeus tráfico de seres humanos, de droga, de armas (!). Adeus prostituição. Adeus mercados bolsistas que se regulam pelo absurdo, pelo enriquecimento ilícito, pela completa IRRACIONALIDADE. Adeus mundo do ódio, das guerras absurdas que são alimentadas pelo negócio criminoso, altamente repugnante e desumano da venda de armas. Quem as vende aos países em guerra? Os EU, a China, a Rússia, a Alemanha, a Itália, a França, a Espanha, etc. , etc.. Portugal não vende, mas compra. E eu pergunto: para quê?» (Idalete Giga)
***
Emoção versus banalidade
Ser banal
É ser vulgar
E não se emocionar
Quando passa
No caminho da vida
E apenas vê
De fugida
O chão que pisa
Ser banal
É ser vulgar
E não se emocionar
Com o assobiar
Do vento
O canto dos pássaros
O canto do mar
O cintilar das estrelas
A lua cheia
A beijar o oceano
Com a sua luz prateada
O sol a nascer
No fim da madrugada
Ser banal
É ser vulgar
E não se emocionar
com os campos em flor
O ouro das árvores
Os poentes de fogo
As lágrimas da chuva
Ser banal
É ser vulgar
E não se emocionar
Com a ternura
De um canto de embalar
Ser banal
É ser vulgar
E não se emocionar
Com a profunda tristeza
No olhar
De uma criança abandonada
Ser banal ´
É ser vulgar
É não ter compaixão
É ter medo de amar
Tudo o que pulsa
Em constante vibração
Subindo
E convergindo
Para o Infinito.
Idalete Giga
Paço de Arcos, 17/ Dezembro/2020
Tal como um Dom Quixote há muito que também eu luto contra o Medo, contra a Injustiça e contra a Ignorância… muitas vezes com êxito, outras, nem por isso.
Em 2016, escrevi o texto que aqui hoje reproduzo, porque já naquele tempo eu pressentia um mundo a vir, povoado por algo que não podia ainda imaginar.
Hoje, que o mundo anda virado do avesso, devido a uma essência invisível, mais poderosa do que o mais poderoso dos homens, repito essas palavras, escritas com desalento, mas mantendo a esperança de que a mudança surja na próxima curva da estrada…
Foi nessa esperança que Dom Quixote assentou toda a exuberância da sua saga…
É com profundo descrédito no bom senso, na inteligência e no poder de discernimento dos homens que entro no ano de 2016 [leia-se 2020].
… No entanto, mantenho a esperança de que a mudança surja na próxima curva da estrada…
Bem gostaria de aqui deixar uma mensagem optimista dos tempos que estão para vir, mas as notícias que nos chegam do mundo não são as mais propícias.
Quanto mais a Humanidade avança no tempo, mais retrocede o poder de raciocínio do homem, mais irracional ele se torna e, por este andar, não tarda, regressaremos ao tempo das trevas, ou talvez ao fim de uma era.
Até há alguns anos, à partida, para mim, todos os homens eram bons, até demonstrarem o contrário. Hoje, o meu pensamento mudou: tantas foram as decepções, tantos foram os desaires!...
Hoje, à partida, para mim, todos os homens são maus, até demonstrarem o contrário. E esta mudança, bastante radical, confesso, começou a operar-se depois que entrei neste mundo imundo que aqui vou denunciando, quando fui penetrando a fundo nos problemas políticos, melhor dizendo, nos desajustes dos políticos que estão na base de todos (ou quase todos) os desequilíbrios sociais, económicos, morais, culturais e até religiosos de toda a sociedade humana.
O avanço tecnológico, mal orientado e mal aproveitado, tem levado a Humanidade ao caos. Os valores humanos estão a diluir-se, e o homem está a transformar-se num ser vazio e irracional.
Já não há respeito pela vida, não há respeito pelos outros animais, mão há respeito pelo Ambiente, não há respeito por absolutamente nada, porque o homem deixou de se respeitar a si próprio, e este é o pior dos desrespeitos, é o começo da desestruturação do ser, que leva à desintegração de toda a sociedade.
E aqueles que, agarrados a um fiozinho da racionalidade que ainda se vislumbra algures, entre as ruínas do mundo, parece que perdem o seu tempo, tentando abrir os olhos e os ouvidos daqueles que há muito deixaram de ver e ouvir, não por motivo de alguma doença súbita, mas levados por um egoísmo desmedido que os lançou na ignorância, ao ponto de se ignorarem a si próprios.
(Origem da imagem)
http://semeadoresdadiscordia.blogspot.pt/2008/01/chico-mendes.html
Recordo, hoje, aqui e agora, Chico Mendes, um seringueiro, sindicalista, activista político e ecologista brasileiro, assassinado nas vésperas do Natal de 1988, apenas porque compreendia as árvores, acarinhava a água e respeitava as flores, ao ponto de não querer flores no seu enterro, pois sabia que as iam arrancar da floresta…
Chico Mendes era um ambientalista, que apenas pretendia defender a Amazónia, pretendia defender a vida do nosso Planeta, e os tais ignorantes assassinaram-no.
Por todo o mundo, em pleno século XXI depois de Cristo, ouvimos falar de guerras, de um terrorismo com consequências incalculáveis, porque os governantes endoideceram, e o povo endoideceu com eles, e não há nada nem ninguém que faça parar esta loucura.
Na Rússia e nos EUA passa-se fome. Em países da dita civilizada Europa vegeta-se e morre-se. Na África, milhares de pessoas estão condenadas. Nos países ricos esbanjam-se bens, esbanja-se dinheiro e esbanjam-se vidas.
Um desequilíbrio cósmico instalou-se no nosso Planeta, e mais perigosamente no íntimo dos homens, e a poluição do meio ambiente aliou-se a uma poluição mental, que está a conduzir o mundo para o abismo.
Num destes dias, em conversa com uns amigos, chamaram-me a atenção para a visão pessimista que eu tenho em relação à sociedade, aos políticos, aos governantes…
É verdade!
Mas que motivos terei eu para ser optimista?
… No entanto, mantenho a esperança de que a mudança surja na próxima curva da estrada…
Podem chamar-me de desatinada, quando me vêem sorrir para as flores, mas é que eu entendo a linguagem das flores…
Podem chamar-me de desatinada quando canto ao desafio com os pássaros, mas eu sei de cor todas as canções que os pássaros cantam, sem pauta, sem métrica, mas com muita harmonia…!
Podem chamar-me de desatinada, quando me encontram a acarinhar um Lobo, mas eu tenho alma de Lobo, sei das emoções dos meus irmãos animais…
Podem chamar-me de desatinada quando me quedo a escutar o silêncio, mas podem crer que o som do silêncio é extasiante, é o mais eloquente som da Natureza.
Não me perguntem como, nem por que tenho a percepção deste meu mundo feito de coisas invisíveis, acantoado por detrás desse outro mundo que todos julgam real, mas que, na realidade, não passa de uma miragem no infinito deserto, que é a vida dos que não conseguem ver o invisível…
Que razões tenho eu para ser optimista quando os que me rodeiam não conseguem ver o mundo das flores; não conseguem acompanhar o canto harmonioso dos pássaros; não conseguem sentir a respiração da alma dos Lobos; ou ouvir o vibrante som do silêncio?
Apenas uma certeza faz com que possa vislumbrar uma luz ao fundo do túnel: é que, tal como Miguel de Cervantes, eu também acredito ferverosamente que «Deus suporta os maus, mas não eternamente» …
Por isso, um a um, aqueles homens maus, cujo único objectivo da existência deles é violar a harmonia cósmica, cairão um dia. Sempre assim foi, desde o princípio dos tempos… Todos os tiranos da Humanidade caíram inevitavelmente… E aos maus, jamais nenhum Homem de bem ergueu uma estátua. E se as ergueram, por equívoco, logo as derrubaram.
E nesta mensagem de Ano Novo que aqui vos deixo, um tanto ou quanto pessimista, continuo a manter a esperança de que a mudança surja na próxima curva da estrada…
Isabel A. Ferreira
Fonte:
https://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/no-entanto-mantenho-a-esperanca-de-608100
Na entrevista feita pelo acordista Jornal Expresso a Luís Faro Ramos, presidente do “Camões” – Instituto da Cooperação e da Língua (mas qual língua?) li que fazer do Português uma das línguas oficiais da ONU é uma aposta estratégica do Governo (mas qual governo?). E esta foi uma das razões que levaram Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios dos Estrangeiros, a nomear pela primeira vez um diplomata para dirigir o instituto que tutela a língua e a cooperação.
E aqui colocam-se algumas questões: o tal “Camões” que agora é cooperador dos verdugos da Língua Portuguesa, nesta questão, estará a servir os interesses de quem? De Portugal, como Estado soberano e independente de influências estrangeiras, ou do Portugal subserviente aos interesses do Brasil?
É que a Portugal só interessa apresentar na ONU a Língua Materna Portuguesa, na sua versão culta e europeia, para não destoar das restantes Línguas Maternas cultas (algumas europeias) que fazem parte das línguas oficiais da ONU, a saber: o Inglês (de Inglaterra e não das ex-colónias); o Francês (de França e não das ex-colónias); o Chinês (o mandarim e não nenhum dos dialectos chineses); o Espanhol, (de Espanha e não das ex-colónias); o Árabe culto e não nenhuma das suas variantes; e o Russo, Língua Materna da Rússia e de vários outros países da Eurásia, e não nenhuma das suas variantes.
Ora não podemos apresentar na ONU outra língua que não seja a Língua Materna de Portugal, que é a Língua Portuguesa na sua versão falada e escrita, culta e europeia, e não na variante ortográfica brasileira que tem implicações com a oralidade (por exemplo, os que escrevem “direto” terão forçosamente de ler “dirêto”, sob pena de estarem a pronunciar mal o monstrinho ortográfico), e a qual andam a impingir aos Portugueses.
Sabemos que a aposta estratégica do Governo é a de apresentar à ONU a versão brasileira da Língua Portuguesa, no que respeita à ortografia, até porque foram os Brasileiros que tiveram a ideia primeiro, porque acham que eles são milhões, e nós, os outros escreventes e falantes lusófonos, que incluem os Angolanos, Moçambicanos, Timorenses, Cabo-Verdianos, São-Tomenses e Guineenses somos apenas milhares. Por isso, é tão importante para Santos Silva que os portuguesinhos aceitem o AO90 sem barafustar. A negociata passa por este detalhe. Por isso, o nosso ministro dos negócios DOS estrangeiros anda tão empenhadíssimo nesta negociata, e o “Camões” (quanto desprestígio para o Poeta!) ajuda a esta “missa (ão)”.
Portugal não pode impor-se internacionalmente com uma variante da Língua Portuguesa. Seria o desprestígio total. E penso que a ONU descartará essa possibilidade, a exemplo do que já fez o Vaticano: a Língua Portuguesa deixou de ser língua de trabalho na Cúria Romana, por ter perdido o seu cunho de língua culta europeia...
(Ler notícia aqui)
A SANTA SÉ FARTOU-SE DO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990
http://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/a-santa-se-fartou-se-do-acordo-22657
LUSOFONIA: BISPOS LAMENTAM SUSPENSÃO DO USO DA LÍNGUA PORTUGUESA NOS PROCESSOS DE CANONIZAÇÃO
http://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/lusofonia-bispos-lamentam-suspensao-do-48332
Seria uma vergonha, um país europeu impor-se internacionalmente com um dialecto mutilado, e não com a Língua Materna, como todo os outros.
Isabel A. Ferreira
Foi nessa esperança que Dom Quixote assentou toda a exuberância da sua saga…
Tal como Dom Quixote, há muito que também eu luto contra o Medo, contra a Injustiça e contra a Ignorância… Muitas vezes com êxito, outras, nem por isso...
É com profundo descrédito no bom senso, na inteligência e no poder de discernimento dos homens que entro no ano de 2016.
… No entanto, mantenho a esperança de que a mudança surja na próxima curva da estrada…
Bem gostaria de aqui deixar uma mensagem optimista dos tempos que estão para vir, mas as notícias que nos chegam do mundo não são as mais propícias.
Quanto mais a Humanidade avança no tempo, mais retrocede o poder de raciocínio do homem, mais irracional ele se torna e, por este andar, não tarda, regressaremos ao tempo das trevas, ou talvez ao fim de uma era.
Até há alguns anos, à partida, para mim, todos os homens eram bons, até demonstrarem o contrário. Hoje, o meu pensamento mudou: tantas foram as decepções, tantos foram os desaires!...
Hoje, à partida, para mim, todos os homens são maus, até demonstrarem o contrário. E esta mudança, bastante radical, confesso, começou a operar-se depois que entrei neste mundo imundo que aqui vou denunciando, quando fui penetrando a fundo nos problemas políticos, melhor dizendo, nos desajustes dos políticos que estão na base de todos (ou quase todos) os desequilíbrios sociais, económicos, morais, culturais e até religiosos de toda a sociedade humana.
O avanço tecnológico, mal orientado e mal aproveitado, tem levado a Humanidade ao caos. Os valores humanos estão a diluir-se, e o homem está a transformar-se num ser vazio e irracional.
Já não há respeito pela vida, não há respeito pelos outros animais, mão há respeito pelo Ambiente, não há respeito por absolutamente nada, porque o homem deixou de se respeitar a si próprio, e este é o pior dos desrespeitos, é o começo da desestruturação do ser, que leva à desintegração de toda a sociedade.
E aqueles que, agarrados a um fiozinho da racionalidade que ainda se vislumbra algures, entre as ruínas do mundo, parece que perdem o seu tempo, tentando abrir os olhos e os ouvidos daqueles que há muito deixaram de ver e ouvir, não por motivo de alguma doença súbita, mas levados por um egoísmo desmedido que os lançou na ignorância, ao ponto de se ignorarem a si próprios.
(Origem da imagem)
http://semeadoresdadiscordia.blogspot.pt/2008/01/chico-mendes.html
Recordo, hoje, aqui e agora, Chico Mendes, um seringueiro, sindicalista, activista político e ecologista brasileiro, assassinado nas vésperas do Natal de 1988, apenas porque compreendia as árvores, acarinhava a água e respeitava as flores, ao ponto de não querer flores no seu enterro, pois sabia que as iam arrancar da floresta…
Chico Mendes era um ambientalista, que apenas pretendia defender a Amazónia, pretendia defender a vida do nosso Planeta, e os tais ignorantes assassinaram-no.
Por todo o mundo, em pleno século XXI depois de Cristo, ouvimos falar de guerras, de um terrorismo com consequências incalculáveis, porque os governantes endoideceram, e o povo endoideceu com eles, e não há nada nem ninguém que faça parar esta loucura.
Na Rússia e nos EUA passa-se fome. Em países da dita civilizada Europa vegeta-se e morre-se. Na África, milhares de pessoas estão condenadas. Nos países ricos esbanjam-se bens, esbanja-se dinheiro e esbanjam-se vidas.
Um desequilíbrio cósmico instalou-se no nosso Planeta, e mais perigosamente no íntimo dos homens, e a poluição do meio ambiente aliou-se a uma poluição mental, que está a conduzir o mundo para o abismo.
Num destes dias, em conversa com uns amigos, chamaram-me a atenção para a visão pessimista que eu tenho em relação à sociedade, aos políticos, aos governantes…
É verdade!
Mas que motivos terei eu para ser optimista?
… No entanto, mantenho a esperança de que a mudança surja na próxima curva da estrada…
Podem chamar-me de desatinada, quando me vêem sorrir para as flores, mas é que eu entendo a linguagem das flores…
Podem chamar-me de desatinada quando canto ao desafio com os pássaros, mas eu sei de cor todas as canções que os pássaros cantam, sem pauta, sem métrica, mas com muita harmonia…!
Podem chamar-me de desatinada, quando me encontram a acarinhar um Lobo, mas eu tenho alma de Lobo, sei das emoções dos meus irmãos animais…
Podem chamar-me de desatinada quando me quedo a escutar o silêncio, mas podem crer que o som do silêncio é extasiante, é o mais eloquente som da Natureza.
Não me perguntem como, nem por que tenho a percepção deste meu mundo feito de coisas invisíveis, acantoado por detrás desse outro mundo que todos julgam real, mas que, na realidade, não passa de uma miragem no infinito deserto, que é a vida dos que não conseguem ver o invisível…
Que razões tenho eu para ser optimista quando os que me rodeiam não conseguem ver o mundo das flores; não conseguem acompanhar o canto harmonioso dos pássaros; não conseguem sentir a respiração da alma dos Lobos; ou ouvir o vibrante som do silêncio?
Apenas uma certeza faz com que possa vislumbrar uma luz ao fundo do túnel: é que, tal como Miguel de Cervantes, eu também acredito ferverosamente que «Deus suporta os maus, mas não eternamente» …
Por isso, um a um, aqueles homens maus, cujo único objectivo da existência deles é violar a harmonia cósmica, cairão um dia. Sempre assim foi, desde o princípio dos tempos… Todos os tiranos da Humanidade caíram inevitavelmente… E aos maus, jamais nenhum Homem de bem ergueu uma estátua. E se as ergueram, por equívoco, logo as derrubaram.
E nesta mensagem de Ano Novo que aqui vos deixo, um tanto ou quanto pessimista, continuo a manter a esperança de que a mudança surja na próxima curva da estrada…
Isabel A. Ferreira
01 de Janeiro de 2016
Este é o começo de uma nova consciência
ÍNDIA, MAIO DE 2013
O India's Ministry of Environment and Forests, Ministério do Meio-Ambiente e Florestas da Índia, em uma iniciativa ético-política sem precedentes na História da Humanidade, reconheceu - oficialmente, os golfinhos como "pessoas não-humanas" cujo direito à Vida e Liberdade devem ser respeitados.
A decisão abre um novo horizonte na esfera do Universo dos direitos referentes à Vida. Significa a introdução de conceito jurídico de sujeito detentor de direitos sociopolíticos que, finalmente transcende o antropocentrismo das leis que protegem a Vida.
O Ministério orientou os governos estaduais a proibir os dolphinariums e outros empreendimentos comerciais, como os de entretenimento cujo "produto" oferecido são shows com baleias e golfinhos mantidos em cativeiro e todos aqueles mais que impliquem captura (caça) e confinamento das espécies.
O comunicado do governo declara claramente que considerando que - nos dias actuais, já há algum tempo, as Ciências estabeleceram definitivamente que espécies de cetáceos são - inegavelmente - seres inteligentes, auto-conscientes, dotados de sentimentos (capacidade de sentir emoções) e até identidade individual, estes seres, devem ser vistos como pessoas não humanas - (recusando a ideia de que são animais irracionais)... e - como tal, devem ter seus próprios direitos específicos.
Golfinhos tornaram-se, assim, ao menos na Índia, por enquanto - Legalmente Pessoas 'Não Humanas' - considerados como indivíduos animais racionais (sapiens, como os Homens) mamíferos terráqueos aquáticos Não-Humanos titulares de direitos políticos, sujeitos ou objecto, especialmente, de protecção legal em disposição inclusa nos Códigos do Direito à Pessoa (o Direito Civil e Constitucional) vigente nas águas territoriais que estes indivíduos frequentam ou habitam.
A nova Lei responde ao clamor popular dos protestos que, durante semanas, denunciou como violação do direito à vida e ao bem estar-animal - a construção de um novo parque aquático (com golfinhos e outros mamíferos marinhos no show) no estado de Kerala.
O parque de Kerala não era o único: várias outras instalações semelhantes estavam em construção em diferentes partes do país, como Delhi, Mumbai e Kochi. Agora, as obras desses empreendimentos foram canceladas por proibição governamental.
A porta-voz da Federação das Organizações Indianas de Protecção aos Animais - Puja Mitra, comentou: «Isso abre um novo discurso da Ética na política da protecção animal na Índia». Mitra é uma das lideranças do movimento indiano para extinguir a prática de cativeiro de golfinhos.
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DOS CETÁCEOS
A militância civil para o reconhecimento de baleias e golfinhos como indivíduos com autoconsciência e um conjunto de direitos começou a actuar significativamente há três anos, em Helsink - Finlândia, quando cientistas da Biologia e especialistas em Ética elaboraram a Declaração dos Direitos dos Cetáceos. Esses sábios escreveram: Nós afirmamos que todos os cetáceos, como pessoas, têm direito à Vida, à Liberdade e Bem-estar.
Entre os signatários da Declaração inclui-se o cientista marinho Lori Marino, que apresentou evidências de que os cetáceos têm cérebros grandes e complexos, especialmente as áreas que participam dos processos de comunicação e cognição (capacidade de conhecer, reconhecer e aprender).
O trabalho de Marino mostrou que golfinhos têm um nível de autoconsciência semelhante ao dos seres humanos. Os golfinhos reconhecem seu próprio reflexo, usam ferramentas e entendem conceitos abstractos. Possuem silvos que são assinaturas individuais, permitindo à seus familiares e amigos reconhecê-los, tal como os humanos utilizam os nomes próprios.
Mitra explica: Eles compartilham intimidades, mantêm estreitos laços com seus grupos familiares, têm sua própria cultura, suas próprias práticas de caça e mesmo variações na forma como se comunicam.
PESSOAS, ARTISTAS... JAMAIS, ESCRAVOS
Na Índia, a questão dos Direitos dos Cetáceos chamou a atenção à medida que se multiplicaram os shows com esses animais.
A renda per capita cresceu no país, ampliando as oportunidades de um mercado de entretenimento onde este tipo de show aquático atrai multidões.
Mitra denuncia: «A maioria das baleias e golfinhos em cativeiro foram "obtidos" através de caça selvagem muito violenta, praticada no Japão, em Taji, no Caribe, nas Ilhas Salomão e Rússia. Os animais são acuados de forma tal que são obrigados a entrar em alguma baía rasa onde jovens fêmeas sem marcas são escolhidas e capturadas. Muitas vezes, o resto do grupo é abatido (assassinado).»
Mitra revela que a experiência do cativeiro é equivalente à tortura. Baleias como as orcas, preferidas para os shows e golfinhos, em liberdade, navegam pelos mares emitindo e capturando sons que lhes permitem a exercer a faculdade da ecolocalização. Nos tanques, obrigados a perceber o mundo limitados as reverberações de suas próprias vozes, essa faculdade torna-se uma maldição que provoca intenso sofrimento.
Existem numerosos casos registrados de muitos golfinhos que batem insistentemente com a cabeça nas paredes e orcas que desgastaram seus dentes mordendo os limites do tanque (evidentemente, o comportamento de um ser neurotizado e desesperado).
Fonte:
***
Falta o respeito pelas mulheres