«Fascismo, comunismo e nazismo, são ideologias que foram enterradas há muito tempo. Mas, o mundo tem que ter cuidados permanentes, porque esses ismos de que escrevo, têm novas versões: Putinismo, Trumpismo e, agora, Bolsonarismo.» (Artur Soares)
A opressão é um dos males que existe em qualquer canto do mundo. A liberdade não é um bem que existe em todo o mundo.
Sabemos desde o início da humanidade que a opressão reina e é fácil concluir que a opressão jamais acabará enquanto existir o homem. Mais: a opressão é uma acção humana que sempre tenderá a organizar-se e a aperfeiçoar-se continuamente.
Este intróito para se poder reflectir, que o agora presidente eleito do Brasil, Lula da Silva nestas eleições presidenciais de 2022, foi, desde há quatro anos para cá vítima de opressão política pelo presidente Bolsonaro. Este político, sem o mínimo de quantidade de estadista, sem o mínimo de cultura em democracia pluralista, sempre actuou na opressão a Lula da Silva, sempre o denegriu politicamente e socialmente, chegando aos pontos de o cognominar de “ladrão e de bandido”, mensagem que conseguiu passar a todos os bolsonaristas.
A mensagem de “ladrão e de bandido” não pode ter passado junto dos democratas e daqueles que tiveram conhecimento de que Lula da Silva foi inocentado dos crimes que lhe moveram. Os que acreditam e afirmam de pés-juntos que Lula da Silva é ladrão, não são nem mais nem menos do que os bolsonaristas desmiolados e de certas seitas fanáticas religiosas – que se dizem cristãos, como IURDES e EVANGELISTAS, porque anticatólicos - de quem Bolsonaro se serve para ter o poder.
Ora Bolsonaro, afirmo-o acima, nem é estadista nem democrata. Recorde-se que quando ganhou as presidenciais, foi-lhe dado, democraticamente o poder e nada nem ninguém levantou ondas ou protestos dos seus resultados obtidos. Mas como este esvaziado político queria preparar um segundo mandato, há que denegrir, há que mandar prender o então derrotado, há que lhe chamar ladrão da nação brasileira, esquecendo-se duma coisa na vida de qualquer homem: “a verdade é lenta, mas sempre se põe acima do lixo”.
Bolsonaro derrotado, sonhador, perigoso, abadalhocado não vai terminar bem. Segundo as informações de todos os órgãos da Comunicação Social, tem à sua espera algumas dezenas de processos em Tribunal pelos quais terá de responder, que foram iniciados durante o seu mandato.
Bolsonaro é um homem só. As Forças Armadas brasileiras não o atendem; o Supremo Tribunal idem aspas; as instituições brasileiras deixaram de o conhecer e um filho de Bolsonaro terá de provar onde arranjou o dinheiro para comprar mais de cinquenta apartamentos, durante o mandato do pai, conforme foi notícia há mais de um ano.
Acredito que o povo brasileiro não é fascista nem comunista. O povo do Brasil, gosta da liberdade, da verdade, da democracia e de viver em paz. Sendo assim, pode-se dizer que entre eleitores que votaram Bolsonaro, serão uns milhares de bolsonaristas manobrados, e não 49 milhões como os resultados oficiais informaram.
Bolsonaro, antidemocraticamente, silenciou-se após os resultados negativos conhecidos. Apareceu 48 horas depois a dar um recado completamente descabelado, sem sumo e até recado com lixo. Não foi capaz de aceitar a vitória do seu adversário político; não foi capaz de incluir Lula da Silva no seu recado ao país; não foi capaz de dar os parabéns ao seu adversário; colocou-se “em espera”, para ver como os bolsonaristas reagiam nas praças e nas estradas do país; incentivou as “manifestações pacíficas” e esqueceu que as manifestações em política, nunca-nunca, são pacíficas.
Bolsonaro não aceita a democracia pluralista e abomina as liberdades da sociedade. Bolsonaro esqueceu que a democracia funcionou em pleno, para a sua tomada de posse nas eleições que anteriormente ganhou. Bolsonaro irá apoiar todo o género de manifestações até Lula tomar posse, bem como irá apoiar qualquer golpe ou boicote ao novo Governo brasileiro. Bolsonaro é homem perigoso!
A opressão contra o novo presidente do Brasil, como acima nos referimos, jamais terminará e creio bem que Bolsonaro a organizará e aperfeiçoará, com bandoleiros devidamente profissionais. Se assim for, só o Brasil perde. Perdendo, é prova provada que Bolsonaro não se importa com o bem do Brasil, mas apenas com o seu próprio bem. Bolsonaro, se fosse um estadista e um democrata pleno, isto é, com cultura de democracia e de liberdade, fazia oposição séria, apontava defeitos nos devidos espaços e nunca nas ruas, apresentava alternativas credíveis para ganhar as futuras eleições presidenciais a quem se lhe apresentasse no terreno.
Fascismo, comunismo e nazismo, são ideologias que foram enterradas há muito tempo. Mas, o mundo tem que ter cuidados permanentes, porque esses ismos de que escrevo, têm novas versões: Putinismo, Trumpismo e, agora, Bolsonarismo.
(O autor não segue o acordo ortográfico de 1990)