Depois que a ERC nos enviou uma deliberação que faz corar as pedras da calçada portuguesa, e que pode ser recordada neste link
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/erc-entidade-reguladora-para-a-690498
o repúdio ao que lá se diz tem sido extraordinário.
Aqui transcrevo dois excelentes textos que dizem do estado pobre e podre da nossa Nação
Texto de Teresa Botelho
A VERBORREIA DO DESRESPEITO!
«Olhando inadvertidamente as páginas do Facebook, eis que a minha alma se iluminou, perante um post partilhado, com as inteligentes e sábias pérolas emanadas desta douta Instituição que infelizmente sustentamos!
PARABÉNS! Temos doutores e psicólogos proeminentes que arrasam qualquer teoria da ONU e de cientistas de renome internacional.
Mas entremos em algumas das vossas inteligentes citações, sobre a transmissão de touradas pelo canal público:
A "herança cultural portuguesa que o Estado tem a incumbência de promover e proteger", mesmo que façam parte de "heranças" selvagens e medievais, têm que ser protegidas, ou melhor, os amigalhaços que vivem à custa destas ditas heranças e a quem a moral e a ética não dizem nada, precisam de ser protegidos, bajulados e sustentados, porque é para isso que serve o Zé Povinho, cujo popular gesto tão bem vos assenta, na hora de pagar as taxas que vos engordam e vos dão o poder de opinar em "tais premissas não aptas a modificar o entendimento a este preciso respeito".
Mas voltando à verborreia da vossa resposta às críticas dos contribuintes que até têm sido pacíficos, se bem que cada vez estejam menos pacientes, perante a barbaridade confessa de que "estes espectáculos tauromáquicos não são sequer susceptíveis de influir negativamente na formação da personalidade das crianças e adolescentes", só não desmaio, porque ainda mantenho saúde e lucidez para vos conhecer de ginjeira, bem como aos argumentos ridículos de quem não vê um palmo adiante do nariz, porque ou não vos convém, ou porque a falta de literacia, não vos permitiu sequer ir ao Google investigar o que por lá se escreve sobre o tema.
Cogitei seriamente transcrever aqui alguns desses estudos feitos por cientistas de renome mundial, mas não vale a pena, porque os investigadores tauromáquicos superam todos esses conceitos científicos, ao mesmo tempo que se babam e masturbam psicologicamente, perante o sangue derramado na arena, por um animal que alegadamente lhes terá feito o favor de pedir que lhe esfacelassem bastante o lombo e lhe fizessem jorrar bastante sangue, para colorir a decadente emissão da RTP, animando assim as criancinhas que assistem em suas casas, sentadinhas nos sofás da inocência e perante o laxismo, ignorância e a brutalidade parental.
Receber da parte da ERC, uma resposta como esta que li, sinceramente, não quero nem preciso, porque me faria mal aos intestinos e quando me dá a cólica, nem" a compressão(...) da liberdade" me segura, por isso, não queiram saber, ou talvez fosse bom que soubessem...
Teresa Botelho - uma gota de água no Oceano da "escumalha" anti-tauromaquia.»
Fonte:
https://retalhosdeoutono.blogspot.pt/2016/10/a-verborreia-do-desrespeito.html
***
Texto de Ana Macedo
«MUITO BEM ERC, VOCÊS DIGNIFICAM ESTE ANTRO EM QUE SE TRANSFORMOU PORTUGAL
Exmos. Srs.
Apesar de sobejamente reconhecer a total inutilidade de instituições como a vossa, a quem pagamos as despesas e os ordenados chorudos para que nada façam, ainda fico surpreendida, de vez em quando, ao deparar com respostas que não só demonstram ignorância e incompetência mas, acima de tudo um total desrespeito por aqueles que garantem a vossa sobrevivência...
Como é possível que, em pleno século XXI, ainda seja necessário escrever emails a reclamar do óbvio? Para que serve uma "entidade reguladora" que é a primeira a pactuar com tudo o que está errado?
Como é que alguém se atreve a afirmar que os espectáculos onde se torturam animais são uma tradição? Como se consegue ser tão ignorante ao afirmar que estes espectáculos não afectam as crianças??
Quem é capaz de descer a tão baixo nível afirmando que torturar animais é parte do património cultural?
Pois bem, eu considero-me ofendida e desrespeitada, por razões que passo a explicar:
1) As touradas são tanto património cultural quanto a queima das bruxas (já que se aproxima o Halloween acho que a ERC deveria recomendar a transmissão em directo de uma dessas queimas, não?)
2) Este lixo televisivo é a razão pela qual não olho, jamais, para uma estação televisiva deste país. Se, acidentalmente, o meu filho passa pelo canal 1 da RTP e se depara com este tipo de lixo fica, de facto, em choque... Mas tenho, então, de lhe explicar que vivo num país de idiotas mentais que adoram torturar animais e que são supervisionados por uma espécie de entidade que não serve para nada a não ser receber salários e aplaudir espectáculos do século XVIII (18, porque duvido que saibam) e que, ainda por cima, vem de um outro país que ocupou o nosso...
3) Não satisfeitos com a bestialidade da tourada, decidem introduzir um outro animal na tortura... Uma pobre mula a ser picada por 10 montes de esterco com pernas... Lindo! Clap, Clap, Clap!!! Muito bem, ERC, vocês dignificam este antro em que se transformou Portugal.
4) Não gosto de ser denominada como escumalha.... Não acho correcto. Acredito que na ERC isso seja natural e que se chamem nomes uns aos outros para que o tempo vá passando até picar o ponto para sair.... mas eu não gosto! E acho de péssimo gosto que um suposto comentador televisivo, numa estação pública paga com o meu dinheiro, possa insultar a grande maioria dos portugueses sem que, da parte da entidade reguladora, também paga com o meu dinheiro, haja uma reacção.
A propósito... dizerem que só foram recebidas 200 e tal reclamações demonstra bem a total incompetência de quem aí trabalha. É VOSSA obrigação zelar pelo público. Não tem de ser o público a dar-vos alertas. Tenham vergonha. Façam o vosso trabalho.
Ana Macedo (CC )»
Violência, crueldade, ignorância, estupidez, futilidade...
O touro "bravo" ou de "lide" não é agressivo. Estes animais são, por natureza, tão ou mais afáveis do que os cães. O Fadjen, um mediático touro "bravo", salvo de um ganadeiro Espanhol, é neste momento, um excelente exemplo de que a agressividade genética do Touro se encerra num mito propagandeado pela tauromaquia.
A etologia, como ramo da zoologia, explica que o comportamento não é determinado pela genética, mas pelo ambiente e interacções do animal. Ou seja, independentemente das características genéticas, o seu comportamento será sempre condicionado, em última análise, pelo propósito e personalidade de quem os cria, tal como acontece com os cães.
Para os tornarem, não-agressivos, mas mais reactivos de modo a que seja possível toureá-los (ou lidá-los), os ganadeiros criam-nos em sistema extensivo, com pouco contacto com humanos, sujeitando-os a duros "treinos" a todos os níveis, sendo os físicos, dignos de um atleta de alta competição e, de vez em quando, alguns morrem subitamente devido ao exagerado esforço a que são sujeitos.
Por vezes, os touros são drogados com Rompum e Calmivet, duas substâncias anestésicas que administradas em pequenas quantidades, causam um efeito calmante. Mas nem sempre a dose "certa" é bem calculada, levando a que alguns sucumbam à dose excessiva, mesmo antes de entrar na arena.
Há muito que a ciência provou o sofrimento do Touro. Todos os seres sencientes, ou seja, os que possuem um sistema nervoso central, grupo do qual faz parte o ser humano, têm a capacidade de experimentar sofrimento físico e psicológico, tal como stress, medo, pânico, angústia e tristeza. Sofrem ainda traumas psicológicos e desenvolvem depressões, bem como afectos, e constroem ainda relações com outros seres, incluindo o Homem.
Na capacidade de sentir, os animais não são diferentes do ser humano.
O Touro dito "bravo" tem direito à sua integridade física e psicológica e principalmente tem direito a não ser utilizado como objecto de tortura para gáudio de uma minoria que nem sequer é representativa do povo português. À semelhança de tantas outras espécies, o Touro poderá perfeitamente viver em liberdade e em paz no seu habitat, nem que seja em zonas protegidas, não sendo também por isso, aceitável o "argumento" da sua preservação como justificação da tauromaquia.
Não é portanto admissível que no século XXI d. C., um país civilizado (?) como Portugal, acolha ainda uma tradição que viola 90% (!) dos pontos considerados na Declaração Universal dos Direitos dos Animais da UNESCO:
1 - Todos os animais têm o mesmo direito à vida.
2 - Todos os animais têm direito ao respeito e à protecção do homem.
3 - Nenhum animal deve ser maltratado.
4 - Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat.
5 - O animal que o homem escolher para companheiro não deve nunca ser abandonado.
6 - Nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor.
7 - Todo o acto que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida.
8 - A poluição e a destruição do meio ambiente são consideradas crimes contra os animais.
9 - Os direitos dos animais devem ser defendidos por lei.
10 - O Homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais.
Mas não são apenas os direitos dos animais que são violados pela tauromaquia.
A psicologia, a psiquiatria e a neurociência provaram que assistir a touradas provoca traumas psicológicos nas crianças, tornando-as tolerantes à violência gratuita e contribuindo para que se tornem adultos agressivos. Este foi um dos argumentos que levou à abolição das touradas na Catalunha, em Espanha, país onde a tradição é muito mais forte do que em Portugal, pela sua origem.
Isabel A. Ferreira
"O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, no âmbito da criminalização dos maus tratos a animais de companhia, lançou hoje a campanha da PSP, "Maus tratos a animais são crime", na Casa dos Animais de Lisboa em Monsanto.
A campanha tem como objectivo alertar os cidadãos para a alteração legislativa que decorre da lei 69/2014 de 29 de Agosto e sensibilizar para o correcto tratamento dos animais de companhia com o respeito e dignidade que a vida animal exige.
Por sua vez, existem neste momento duas formas céleres de esclarecer eventuais questões ou denunciar ilícitos criminais:
- Através do número 21Policia (217654242) - disponível 24h por dia para um contacto menos moroso com a PSP.
- Através do e-mail dedicado "defesanimal@psp.pt" - criado especificamente para a matéria criminal e contra-ordenacional relacionada com os animais de companhia.
Ajude-nos. Denuncie. Apadrinhe. Adopte.
Os animais precisam de nós. E nós, contamos consigo!"
***
ENSINAR A CRIANÇAS A TERRÍVEL E VENAL ARTE DE TORTURAR ANIMAIS EM PÚBLICO NÃO SERÁ UMA FORMA DE MAUS TRATOS?
E se é maus tratos não será crime?
Coloco esta questão aos psicólogos que possam eventualmente ler este texto, e queiram dar uma opinião…
O que será “isto” que se vê na imagem?
«A psicóloga Maria María Vicenta Vaquer Martí, representante da Asociación de Profesionales para la Defensa de los Animales (PRODA), advertiu, na última quarta-feira, durante a Comissão de Cultura do Congresso, que “o sadismo como espectáculo é uma das sementes de violência” para os menores, em referência às touradas.
Vaquer Martí, uma das palestrantes que participaram das conferências para dar opinião sobre a proposta de lei para a regulação das touradas como bem de interesse cultural, fez referência a vários estudos que demonstram os efeitos negativos que tem o maltrato animal como espectáculo para menores.
Um deles indica que as crianças com problemas emocionais que são expostas à violência têm uma “maior probabilidade de cometer actos cruéis”, e, por isso, vê que é necessário evitar que os menores compareçam a espectáculos em que os adultos maltratem os animais.
Outras das consequências a que fez referência são os “conflitos de lealdade, ocultar a compaixão pelo animal e o debilitamento do sentido moral ao descobrir que o sofrimento é permitido”, já que neste espectáculo é cometido “um acto de crueldade a um animal sem eleição”.
“Se tentamos protegê-los da violência real que já existe, então por que colocamos a etiqueta de cultura em acções que podem prejudicar as crianças? Isso seria uma irresponsabilidade”, critica.
Por tudo isso, manifestou ser contra as touradas serem declaradas bens de interesse cultural, já que, tal e como indica a Lei sobre Património Cultural, sua aprovação traria consigo “o fomento” das touradas.»
Origem da foto e do texto:
http://www.anda.jor.br/13/07/2013/touradas-podem-ser-uma-semente-de-violencia-para-criancas-e-jovens
***
As crianças não merecerão o mesmo cuidado que se dá aos animais não humanos nesta campanha da PSP?
E os animais chamados bezerros? Não merecerão o mesmo tratamento do dos outros animais?
Ou os bezerros não serão animais?
(A lei portuguesa “proibia” crianças menores de 6 anos a assistir a touradas… Como podemos ver nesta imagem, temos ali até um bebé de colo, com a chupeta na boca…
Além disso a “sorte de varas” é uma modalidade proibida e no entanto está bem visível a sua publicidade.
Quem estará encarregado de fazer cumprir as leis em Portugal? Poderemos confiar nas autoridades? Não me parece… I.A.F.)
***
Comunicado do MCATA:
http://iniciativa-de-cidadaos.blogspot.pt/2014/02/a-proposito-das-recomendacoes-da-onu.html
A propósito das recomendações da ONU
O Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA) congratula-se com o reconhecimento por parte do Comité dos Direitos das Crianças da ONU de que a tauromaquia é um espectáculo violento que coloca em risco a saúde física e mental das crianças que assistem ou participam nela.
Que a tauromaquia é um espectáculo violento é um facto de inegável evidência. Na arena o animal é progressivamente torturado, sofre o espetar de ferros de 6 cm, os seus músculos do pescoço são seccionados e perde uma abundante quantidade de sangue. Ao que ainda é preciso acrescentar toda a tortura a que o animal é submetido antes e depois do espectáculo, onde acaba por ser abatido.
São conhecidos vários estudos realizados por psicólogos de diferentes países que alertam para os riscos existentes para a saúde mental das crianças que são obrigadas a assistir à violência dos espectáculos tauromáquicos. Podemos citar, por exemplo, os estudos do Dr. Jean-Paul Richier, que recentemente enviou ao presidente do governo dos Açores e à Assembleia Regional uma carta alertando para esses perigos.
O MCATA considera também positiva a medida do governo da República de elevar para doze anos a idade mínima para assistir a espectáculos tauromáquicos, ainda que ache que esta medida é claramente insuficiente pelo facto de não proteger as crianças a partir dessa idade. No entender de diversos estudos, a assistência a qualquer espectáculo violento desta natureza nunca deveria ser permitida a menores de 16 anos.
O MCATA quer ainda alertar para a grave situação de desrespeito pelos direitos das crianças que se vive repetidamente na ilha Terceira. Ano após ano, durante as Sanjoaninas é organizada, na praça de touros, uma “tourada para crianças”, espectáculo sangrento onde os touros são submetidos à tortura das bandarilhas e onde participam crianças em contacto directo com os mesmos. Também é organizada na rua uma “espera de gado para crianças”, onde estas são expostas a um evidente perigo físico. Além do referido, é ainda possível verificar em todas as touradas organizadas na ilha Terceira a presença ilegal de crianças menores de seis anos entre os espectadores, chegando-se ao cúmulo de, em algumas touradas, ser oferecida a entrada gratuita aos menores de dez anos.
Todas estas situações têm sido repetidamente denunciadas pelo MCATA. Mas o governo regional e as autarquias, financiadores destes eventos, nunca tomaram as devidas medidas para proteger as crianças, naquilo que constitui um vergonhoso desrespeito pelos seus direitos.
O MCATA confia em que, para bem das crianças e do progresso civilizacional, a recente decisão da ONU venha a fazer reflectir as autoridades regionais e locais e se traduza na tomada de medidas que acabem com a vergonhosa situação existente nos Açores.
Comunicado do
Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores (MCATA)
26/02/2014
E muito menos quanto à frequência de “escolas de tortura” que nem sequer foi considerada
É o habitual faz-que-faz, que não serve os superiores interesses das crianças
Isto que aqui está é o mesmo que nada.
Origem da ilustração: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=564203043675037&set=a.310865805675430.67435.305023079593036&type=1
Na Convenção sobre os Direitos da Criança, adoptada pela Assembleia Geral nas Nações Unidas, em 20 de Novembro de 1989 e ratificada por Portugal, em 21 de Setembro de 1990, lê-se:
PARTE I
Artigo 1
Nos termos da presente Convenção, criança é todo o ser humano menor de 18 anos, salvo se, nos termos da lei, que lhe for aplicável, atingir a maioridade mais cedo.
Em Portugal atinge-se a maioridade precisamente aos 18 anos. Mas há quem diga (psiquiatras, sociólogos, psicólogos e outros especialistas afins) que mesmo aos 21 anos os jovens ainda não estão completamente desenvolvidos e preparados para tomarem determinadas decisões e emitirem um parecer maduro sobre realidades que ultrapassam a lógica e o bom senso.
Ora esta deliberação governamental que diz que só as crianças maiores de 12 anos podem assistir a touradas vai completamente contra a Convenção dos Direitos das Crianças, uma vez que criança é todo o ser humano menor de 18 anos.
O que é mau para crianças menores de 12 anos, é igualmente mau para as maiores de 12 até aos 18, e se esmiuçarmos bem o que está em causa: a tortura de seres vivos para divertimento, diremos com fundamentação que é mau para qualquer idade, uma vez que tal “divertimento” embrutece qualquer adulto, o que não se coaduna com a evolução dos seres humanos.
O retrocesso não é característica do progresso.
***
Para quando o enceramento das “escolas de toureio”, ou mais precisamente dos “antros de tortura e violência” que preparam as crianças para serem os monstros do futuro?
Neste aspecto os governantes andam muito caladinhos.
Existem 12 antros de tortura, em Portugal, que é urgente encerrar com vista ao superior interesse das crianças, e não vejo os responsáveis por este departamento mexerem uma palha nesse sentido.
É bom que se recorde que o Estado Português tem a obrigação de proteger a criança contra todas as formas de violência, e de tomar medidas positivas para promover os seus direitos, um compromisso que o próprio Estado assumiu ao ratificar a Convenção dos Direitos das Criança, e que de modo algum está a cumprir.
Que medidas estão a ser tomadas actualmente para que as crianças até aos 18 anos sejam protegidas da violência e da malignidade das touradas, tanto passiva como activamente?
Também não vejo psicólogos, nem psiquiatras, nem sociólogos, nem pediatras a pronunciarem-se sobre esta matéria nas televisões portuguesas.
Por que será?
«Governo reconhece que a protecção das crianças enfrenta ainda sérias dificuldades e quer intensificar a participação de entidades e sociedade civil num debate que conduz à revisão do sistema existente.
O Governo vai criar duas comissões para estudar a melhoria do sistema de promoção e protecção das crianças e jovens em risco.»
Ainda estão nesta fase? Ainda é preciso “estudar” a melhoria do sistema?
«Já agora, senhores governantes, tenham também em conta que esta criança, quase bebé, que vemos nesta foto, (e como ela muitas outras) está em risco, não por estar a “enfrentar” um bezerrinho esquelético e quase bebé também, mas porque pais negligentes, com a cumplicidade de “educadores”(?) para a violência, e de uma maioria de governantes incompetentes, consentem que ela vá para uma arena onde lhe destroem a inocência da infância e ajudam a formar um carácter violento e impiedoso, o que marcará negativamente, irremediavelmente e profundamente o seu futuro e a sua educação para uma cidadania baseada na Ética. E quem se importa? Daí que o encerramento das escolas taurinas deva ser uma das prioridades destas “comissões”.» (I.A.F.)
***
Por Filomena Barros
A Renascença sabe que o despacho, assinado por cinco ministérios, vai ser publicado em breve em Diário da República.
Administração Interna, Justiça, Saúde, Educação e Solidariedade e Segurança Social são os cinco ministros que vão rubricar o diploma, que decorre de uma resolução do Conselho de Ministros aprovada em Junho do ano passado.
O despacho determina a criação de duas comissões, constituídas por personalidades já escolhidas e que terão como objecto de análise o sistema de protecção de menores em risco.
O Governo reconhece que há ainda sérias dificuldades na concretização do sistema, o que fragiliza a protecção das crianças, e entende, por isso, ser preciso intensificar a participação de entidades e sociedade civil, com um debate que permita a revisão do sistema existente, assim como do regime jurídico de adopção.
Uma das comissões será coordenada pelo procurador-geral adjunto Maia Neto, a outra pela procuradora-geral adjunta Lucília Gago. Os restantes elementos são representantes escolhidos nos cinco ministérios envolvidos.
As comissões vão funcionar em articulação com o ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, e o seu secretário de Estado Marco António Costa.
A criação das duas comissões dá seguimento ao grupo de trabalho formado em Abril de 2012, para estudar o que se chamou de Agenda da Criança.
Na prática, pretende-se melhorar a resposta das instituições para defender o superior interesse da criança.
Fonte:
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=136336
***
É PREMENTE QUE NESTAS COMISSÕES NÃO ESTEJAM INFILTRADOS AFICIONADOS (COMO ESTÃO NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA), PARA QUE POSSA DEFENDER-SE, DE FACTO, O SUPERIOR INTERESSE DA CRIANÇA
SENÃO VEJAMOS: AS “ESCOLAS” DE TOUREIO SÃO LUGARES ONDE CRIANÇAS E JOVENS MENORES DE 18 ANOS ESTÃO EM ALTO RISCO. E QUEM SE IMPORTA?
Essas “escolas” são um antro, no qual predomina a violência gratuita, o desrespeito pela vida, um acentuado sadismo e prolíferas sementeiras de psicopatia, que poderão configurar-se num crime, tendo em conta o que vem consignado na Constituição da República Portuguesa.
Em Portugal existem milhares de crianças em risco, pelos mais variados motivos. Crianças expostas aos seus carrascos sem que as comissões criadas com o intuito de as proteger, pouco ou nada façam.
Existem crianças expostas a todo o tipo de violência física e moral, seja da violência doméstica, à violação sexual pelos próprios familiares, pedófilos, pais alcoólicos, disputas parentais, pobreza extrema, e também o ensino da tortura sobre seres vivos, enfim, situações onde todos os direitos lhes são negados e violados.
É preciso que estas “comissões”, no que respeita às “escolas” de toureio, tenham em conta que as crianças estão a ser vítimas de pais negligentes que, ao exporem os seus filhos à aprendizagem da violência e tortura gratuitas, estão a “castrar” o futuro deles, desintegrando-os de uma sociedade civilizada, até porque a tauromaquia morreu, e já não se justifica, de modo algum, a existência desses antros maléficos à saúde mental destas crianças e jovens.
Torturar bezerrinhos será algo que se ensine a uma criança de tenra idade? Ou a um jovem em pleno desenvolvimento da sua personalidade?
Estas crianças estão também em risco, e devem ser tão sinalizadas como as que são expostas à violência doméstica, pois frequentar uma “escola” de toureio também é uma forma de as violar moralmente.
Que palavras terão a dizer os psicólogos? Façam uma avaliação psicológica a estas crianças e surpreendam-se com os resultados negativos que encontrarão.
E quem é o principal culpado?
O Estado Português, obviamente, que não tem acautelados os direitos de crianças indefesas, que estão à merce dos seus algozes.