Numa câmara municipal socialista vale tudo?
Fonte: https://www.facebook.com/PANpartido/photos/a.920439104683852/3613923742002028/?type=3&theater
No passado dia 15 de Outubro, o Partido PAN – Pessoas - Animais - Natureza deu entrada no Tribunal de uma providência cautelar para embargo da obra de construção dos novos acessos ao porto de mar de Viana do Castelo, cujos trabalhos implicam o abate de uma alameda com cerca de 50 Plátanos saudáveis. O requerimento cautelar teve admissão liminar por parte do Tribunal, decorrendo, por isso, a suspensão das obras e do abate das árvores.
Contudo, a câmara municipal de Viana do Castelo avançou ontem com o abate de dezenas dessas árvores, «desrespeitando o previsto legalmente, numa postura inadmissível, que não deixaremos passar», como garantiu a deputada Inês de Sousa Real. O PAN, ainda de acordo com aquela deputada, não pode compactuar com este tipo de actuação, que representa um desrespeito pelas instituições judiciais, bem como pelos cidadãos que, das mais diversas formas se têm insurgido contra esta decisão camarária.
Os mesmos cidadãos que pagam os salários aos autarcas para que estes se esforcem por dar qualidade de vida aos Vianenses.
Além disso, refere ainda a deputada Inês de Sousa Real, o PAN tudo fará no sentido de que haja uma responsabilização pelo acto perpetrado, que coloca mais uma vez os interesses económicos à frente da protecção do arvoredo.
E a grande verdade é que, como disse o Cacique Seattle, líder das tribos Duwamish e Suquamish, que viviam no território do que hoje é o Estado de Washington, nos Estados Unidos da América, numa carta escrita ao presidente de então, Franklin Pierce:
Quando o último rio secar,
a última árvore for cortada
e o último peixe pescado,
eles vão entender,
que dinheiro não se come.
(e não se bebe e não se respira…)
Esta extraordinária carta, com uma visão ecológica da maior lucidez, pode ser lida neste link. Aconselho vivamente a sua leitura, pois apensar de ter sido escrita em 1854, está actualíssima. Pena é que os políticos de hoje, não tenham a lucidez do Chefe Seattle.
A carta do Grande Chefe Seattle
Isabel A. Ferreira
A Câmara Municipal de Viana do Castelo, a exemplo da CM de Aveiro, antecipou-se à decisão do Tribunal e já começou a abater os plátanos da Avenida do Cabedelo.
Há que penalizar os autarcas por estes crimes ambientais...
Vivemos num país sem rei nem roque. E nós temos de ser o rei e o roque ao mesmo tempo!
O antes e o depois. E pensar que este arboricídio está a ser cometido num momento em que o Planeta está a sufocar e a precisar urgentemente de AR PURO!
Foi hoje, por volta das 8h30 da manhã, que as moto-serras e máquinas, fortemente “protegidas” pela PSP, começaram a razia na bela alameda da Avenida do Cabedelo, e já foram cortados mais de uma dezena de belos e saudáveis plátanos.
E havia uma providência cautelar, cuja sentença ainda não tinha sido proferida.
Assim sendo, como já todos pudemos comprovar, até pelo que aconteceu em Aveiro, que abateu uma alameda, à revelia da decisão judicial, os Tribunais, em Portugal não são necessários para absolutamente nada, porque qualquer presidente de câmara pode antecipar-se à justiça e tomar decisões, sem que sofra qualquer penalização.
Em que país estamos?
Obviamente, em PORTUGAL!
Estarão a aproveitar-se da pandemia, para abater árvores, e tornar o ar mais irrespirável, para despachar mais portugueses, porque o país está atafulhado de gente improdutiva…? Se não for isto, é algo parecido com isto, porque o que está a passar-se é do foro de um destrambelhamento mental muito acentuado. Ou será gato escondido com o rabo de fora?
Obviamente o que o tribunal decidir já não interessará para nada. E o pior é que esta febre já contagiou outros municípios, como Aveiro, Gaia, Espinho, entre muitas outras localidades, onde a sofreguidão de abater árvores está incontrolável.
Que interesses estarão por detrás disto tudo?
E os tribunais, que foram desautorizados, não terão uma palavra a dizer?
Faço minhas as palavras da activista Ana Macedo, que se tem batido arduamente, para que este arboricídio vianense fosse travado: «Se ainda há alguém que considere isto normal peço o favor de solicitar entrada no manicómio mais próximo...»
Isabel A. Ferreira
Tourada: programa violento capaz de influir negativamente na formação da personalidade de crianças e adolescentes – conclusão de um tribunal, em 2008
De 2009 a 2013 o que aconteceu?
As escolas taurinas portuguesas continuaram a ensinar a “arte” de torturar bezerros ao vivo e a cores, a crianças algumas delas menores de seis anos…
Estava-se em 2008, e uma providência cautelar interposta pela ANIMAL foi julgada procedente pela 12.ª Vara Cível de Lisboa – 1.ª Secção, em sentença notável do tribunal, numa acção judicial pioneira da ANIMAL para restringir a exibição televisiva de touradas pela RTP, com vista a prevenir os perigosos efeitos deseducativos do visionamento de touradas para crianças e adolescentes e a mensagem de aceitação da violência contra animais como algo de normal e aceitável que estas enviam.
Este procedimento cautelar interposto pela ANIMAL fundou-se, desde logo, no disposto no n.º 4 do artigo 27.º da Lei n.º 27/2007, de 30 de Julho (Lei da Televisão), que estabelece que "quaisquer [...] programas susceptíveis de influírem de modo negativo na formação da personalidade das crianças ou de adolescentes, devem ser acompanhados da difusão permanente de um identificativo visual apropriado e só podem ser transmitidos entre as 22 horas e 30 minutos e as 6 horas". Como consequência desta decisão, a RTP está ordenada pelo tribunal a abster-se de emitir a "44.ª Corrida TV" nos termos em que a tinha programada e a tem anunciado.
A sentença proferida foi verdadeiramente notável, deixando apurada como matéria de facto provada um conjunto de alegações avassaladoras contra a exibição televisiva de touradas e contra os perigos que esta representa – justamente pela violência contra os animais que exibe, glorificando-a.
Ouvidas as testemunhas arroladas pela ANIMAL – contando-se entre estas testemunhas dois psicólogos clínicos e um biólogo e professor universitário de etologia (ciência que estuda o comportamento animal) –, o tribunal deu como provado que o visionamento de touradas televisionadas é, pelo menos, susceptível de ter uma influência negativa e deseducativa na construção e no desenvolvimento da personalidade de crianças e adolescentes, transmitindo-lhes a mensagem de que torturar um animal, fazer disso espectáculo e exibi-lo televisivamente (entrando estas imagens e esta mensagem pela "casa de crianças e adolescentes adentro" e em horários televisivos perfeitamente acessíveis a uns e outros) é aceitável e normal.
A ANIMAL alegou – e o tribunal deu como provado – que o visionamento de touradas, especialmente quando exibidas na televisão em horário irrestrito, expõe crianças e adolescentes a um processo de dessensitização relativamente ao sofrimento dos animais (e também ao sofrimento de humanos), sendo a inflicção de sofrimento ali apresentada como um espectáculo legítimo, aparentemente artístico, em que a tortura de animais é louvada como esteticamente apreciável e moralmente neutra, e cuja respeitabilidade é tão grande, que aquele espectáculo chega a ser emitido televisivamente e a horas irrestritas – de fácil acesso a crianças e adolescentes (sendo exemplo disso as 17h, hora para a qual estava programada a exibição desta tourada).
O tribunal deu também como provado que, ao mesmo tempo que o Estado Português, através dos manuais escolares aprovados pelo Ministério da Educação, incorpora no conjunto curricular de mensagens educativas e formativas nos vários níveis de ensino a mensagem de que as crianças e os adolescentes devem respeitar e proteger os animais e a natureza, contraditoriamente, o Estado não só autoriza ainda a prática de touradas – o que vai contra as mesmas mensagens educativas veiculadas nos manuais escolares e que constituem tema de tantos trabalhos de turmas e alunos por todo o país na disciplina de "área projecto" –, como também, através da estação de televisão estatal, exibe espectáculos de violência contra animais como é o caso das touradas, e fazendo-o a qualquer hora, transmitindo, assim, a mensagem negativa e absolutamente inversa ao que nas escolas se procura ensinar.
Neste contexto, o tribunal deu como provado que estas mensagens contraditórias geram confusão no quadro de valores que se pretende incutir às crianças, condenando, nas escolas, os maus tratos a animais, enquanto promove e glorifica, na televisão, esta violência. Ficou também provado que, dando-se o processo de aprendizagem essencialmente por imitação de comportamentos, as crianças e os adolescentes poderão ser susceptíveis de virem a imitar os comportamentos violentos que vêem glorificados nas touradas e que aí são apresentados como sinais de heroísmo, bravura e arte – não obstante o facto de serem comportamentos cruéis para com os animais.
Segundo Rita Silva, Vice-Presidente da ANIMAL, "No Ocidente, os países onde os animais são mais mal tratados e onde há uma maior indiferença das populações relativamente ao sofrimento dos animais são, por norma, países onde existe actividade tauromáquica permitida pelo Estado. Portugal é um desses casos, sem dúvida alguma, sendo um país onde ainda hoje os animais se encontram fortemente desprotegidos e onde ainda não são vistos, de um modo geral, com respeito.
Isso deve-se, sem dúvida alguma e em grande parte, ao facto do Estado permitir que em qualquer centro de qualquer cidade ou vila do país vários touros e outros animais sejam expostos a uma tortura extrema, com contornos de crueldade assustadores, no contexto de corridas de touros e outras práticas tauromáquicas que são promovidas e acolhidas como espectáculos e cuja popularidade é estimulada.
Nos últimos dez anos, sobretudo, a popularidade das touradas decresceu brutalmente em Portugal, fruto de campanhas a favor dos direitos dos animais, e, com isso, tem-se dado também o avançado declínio económico desta indústria sanguinária.
Os portugueses já não querem que as touradas possam acontecer em Portugal e querem que Portugal seja um país onde os animais sejam bem tratados e mais fortemente protegidos.
Mas o Estado não tem reflectido isso através das suas decisões e a RTP, desde logo, tem tido um papel vergonhoso ao insistir em promover e difundir um espectáculo deplorável que devia ser já proibido e que, pelo menos, deveria estar completamente vedado de ser promovido ou difundido pelas estações de televisão.
Não é de todo aceitável que estas, particularmente a RTP, continuem a insistir no processo de dessentização que faz com que os portugueses ainda hoje não tenham tanta empatia para com os animais e os seus direitos quanta deviam ter.
Esta decisão judicial notável e absolutamente pioneira no mundo virou, agora, uma importante página da história da abolição das touradas e esperamos que a RTP e outras entidades retirem daqui as devidas conclusões".
O tribunal ordenou à RTP que se abstivesse "de transmitir no próximo dia 08 de Junho de 2008, pelas 17.00 horas, a 44.ª Corrida TV, a partir da Praça de Touros Celestino Graça, fora do período compreendido entre as 22.30 horas e as 06.00 horas, e sem a difusão permanente de um identificativo visual apropriado, a sinalizar tratar-se de um programa susceptível de influir de modo negativo na personalidade das crianças ou de adolescentes".
Como elemento de dissuasão, o tribunal condenou a RTP, "em caso de infracção do disposto [...] [na sentença], numa sanção pecuniária compulsória, de € 15.000,00 (quinze mil euros)", além de ter notificado a RTP do previsto no artigo 391.º do Código de Processo Civil, que estabelece que "incorre na pena do crime de desobediência qualificada todo aquele que infrinja a providência cautelar decretada".
Miguel Moutinho, Presidente da ANIMAL, afirmou que "neste momento, tanto quanto a ANIMAL conseguiu apurar, já não surge no site da RTP, em RTP.pt, qualquer referência, em termos de programação, à 44.ª Corrida TV. Acreditamos que a atitude certa que a RTP deveria tomar seria a de não voltar a emitir quaisquer touradas.
Trata-se de um espectáculo que foi considerado violento e
inadequado para crianças e adolescentes por um tribunal. Trata-se de uma actividade profundamente condenável que já não tem aceitação social em Portugal, mas colhe, isso, sim, repulsa e contestação. Trata-se de algo que representa o que há de pior na maneira como os humanos vêem e tratam os outros animais.
Fonte:
http://blogdosbichos.blogs.sapo.pt/887288.html
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O que dizer depois disto?
- Primeiro, que a RTP não aprendeu nada com esta decisão histórica de um tribunal.
- Segundo, que o governo português também não aprendeu nada com os fundamentos que levaram este tribunal a proferir esta sentença.
- Terceiro, apresentar touradas nas televisões às cinco da tarde ou à meia-noite, para os aficionados, tanto faz: as crianças, filhas de aficionados, vêem as touradas nem que seja às quatro horas da manhã.
- Quarto, se VER touradas na televisão, é, segundo o parecer deste tribunal «susceptível de ter uma influência negativa e deseducativa na construção e no desenvolvimento da personalidade de crianças e adolescentes, transmitindo-lhes a mensagem de que torturar um animal é aceitável e normal» o que dizer quando numa escola pública o toureio É ENSINADO a crianças, algumas menores de seis anos, com bezerrinhos a SEREM TORTURADOS a cores e ao vivo, com instrumentos perfurantes?
O que terá a dizer a 12.ª Vara Cível de Lisboa – 1.ª Secção, a este respeito?
Em Portugal existirão LEIS que protegem as crianças do homem predador?
VIANA DO CASTELO PROCLAMOU-SE “CIDADE ANTI-TOURADA” E NENHUMA LEI GERAL OU NENHUMA AUTORIDADE DEVERIA SOBREPOR-SE A ESTE ACTO LÍCITO.
A PROVIDÊNCIA CAUTELAR NÃO DEVIA TER QUALQUER EFEITO NUMA CIDADE CUJO ESTATUTO MUNICIPAL É BEM CLARO:
VIANA DO CASTELO É UMA CIDADE ANTI-TOURADA
NADA DEVERIA PODER MODIFICAR ESTA REALIDADE
NEM MESMO UM TRIBUNAL, POIS ESTARÁ A VIOLAR UMA LEI LOCAL E A DAR UM PÉSSIMO EXEMPLO DE EXERCÍCIO DE FUNÇÕES
VIANA DO CASTELO ABOLIU A TOURADA EM 2009. SE ABOLIU ESTÁ ABOLIDA. OU NÃO?
ENTÃO PARA QUE SERVIU ESSA ABOLIÇÃO?
PARA NADA?
SERIA MUITO ESTÚPIDO NÃO TER SERVIDO PARA NADA.
QUANDO AS LEIS DE UM PAÍS SÃO ESTÚPIDAS, NÃO SÃO PARA CUMPRIR, JÁ DIZIA GANDHI.
OS TOUROS E OS CAVALOS SÃO ANIMAIS, DE FACTO. NÃO SÃO EXCEPÇÕES.
VIANA DO CASTELO ESTÁ COM A RAZÃO: É CONTRA AS TOURADAS.
TUDO O QUE SAIR DESTE FACTO, SERÁ A ESTUPIDEZ A FUNCIONAR.
É TRISTE PARA O PAÍS.
MAS PRINCIPALMENTE PARA OS POBRES ANIMAIS, QUE SERÃO TORTURADOS EM NOME DA ESTUPIDEZ.
HAJA BOM SENSO!
SERIA UM RETROCESSO, PARA VIANA DO CASTELO, SE UM TRIBUNAL PERMITISSE
QUE, EM NOME DA ESTUPIDEZ, SE REALIZASSE UMA TOURADA DEPOIS DE TER SIDO DECLARADA CIDADE ANTI-TOURADA
A LEI DA REPÚBLICA É UMA LEI RETRÓGRADA. NÃO SERVE OS INTERESSES DA CIVILIZAÇÃO.
A LEI DE VIANA DO CASTELO É PROGRESSISTA.
HAJA-SE EM CONFORMIDADE COM O PROGRESSO, E NÃO COM O RETROCESSO.