RECOMENDAÇÃO
Devido aos comentários disparatados que tenho recebido acerca deste texto, recomendo que os leitores o leiam com os olhos do cérebro (se é que me entendem).
Este texto é para ser interpretado, não é para ser deturpado.
Façam esse favor a vós próprios.
Obrigada.
Isabel A. Ferreira
Há uns dias, escrevi um texto onde considerava a tauromaquia uma doença do foro psiquiátrico, mas há quem a considere do foro urológico: «Estes tipos sofrem todos de disfunção eréctil!» diz José Melo.
A este propósito, um “ilustre desconhecido” enviou-me o seguinte comentário:
Comentário no post QUANDO OS AFICIONADOS NASCEM COM O CÉREBRO DESCIDO...
Quando diz que é uma doença, pode indicar-me qual é a classificação DMS? Obrigada
Desconhecido a 25 de Agosto 2016, 11:33
Pois é a esta pergunta que tentarei responder, à luz das modernas descobertas das Ciências da Psicologia e da Psiquiatria e das Ciências Biológicas
Os primeiros registos desta prática sangrenta remontam ao século XII, tendo como principal palco de acção a Espanha. Em Portugal, esta barbárie foi introduzida em 1580, quando o nosso País foi ocupado pelos Reis Filipes (Filipe I, Filipe II e Filipe III de Portugal, respectivamente II, III e IV de Espanha) tendo depois sido disseminada pelo mundo, nomeadamente na América do Sul (onde se situam cinco dos oito tristes países que actualmente ainda mantém esta prática medieval e selvática), durante o período da expansão colonizadora, levada a cabo por ambos os países.
Portanto, durante alguns séculos, a tauromaquia e tudo e todos os que a rodeavam, desde toureiros a cavalo e a pé, forcados, bandarilheiros, novilheiros, campinos, e obviamente os aficionados, aqueles que frequentavam as ditas praças de touros, para aplaudir aquilo que consideravam um acontecimento cultural e artístico, dos mais majestosos, frequentado pela populaça, mas também por reis, rainhas, príncipes e princesas, artistas e escritores, o que demonstra que as doenças mentais ou os desvios comportamentais podem ocorrer no seio de qualquer classe social, da mais baixa à mais alta e indepentendemente do nível de instrução, era algo que fazia parte de uma sociedade ainda pouco ou nada evoluída, com poucas opções de divertimentos cultos, numa época em que a Santa Ignorância e o Santo Obscurantismo imperavam, a todos os níveis, e em que as mulheres e as crianças não tinham nenhuns direitos, e muito menos os animais não-humanos que, nessa época, eram tratados por bichos, sobre os quais recaíam as mais hediondas superstições, e muitas delas ainda hoje perduram nas localidades portuguesas mais atrasadas civilizacionalmente.
Aliás, este conceito de direitos do homem só apareceu nos finais do século XVIII (em 1789, em plena época da Revolução Francesa). A Declaração Universal dos Direitos da Criança, só foi proclamada em 1959, e até esta data as crianças eram consideradas ao nível de qualquer animal não-humano. Quanto à Declaração Universal dos Direitos dos Animais só foi proclamada pela UNESCO em 1978, assinada por quase todos os países do mundo, e promulgada por Portugal.
Ora foi a partir deste ano de 1978 que os activistas, com base neste documento, começaram a “fazer barulho” que se ouvisse, ao redor dos maus tratos infligidos aos animais não-humanos, nos países terceiro-mundistas, mas também nos ditos primeiro-mundistas.
E os tempos foram evoluindo, e com eles milhares de pessoas também, ficando, no entanto, uma parte dessa humanidade parada no tempo das trevas e de um obscurantismo que permanece até aos dias de hoje.
Paralelamente, as Ciências Biológicas foram também evoluindo, e descobriu-se a senciência animal (como se tal fosse necessário para condenar a tortura) e demonstrou-se que os animais, até então considerados irracionais, não eram assim tão irracionais, e começou-se a designá-los por não-humanos, e até apareceu a expressão “pessoas não-humanas” para designar algumas espécies, como os Símios e Cetáceos, entre outros.
Mas não só as Ciências Biológicas evoluíram.
No campo da Psicologia e da Psiquiatria foram surgindo novas áreas de estudo, e o que antes parecia normal, hoje é considerado um comportamento desviante, do foro da insanidade mental.
Na Grécia antiga, por exemplo, a pedofilia era uma prática comum e aceitável socialmente, até porque a criança não tinha quaisquer direitos, e era tratada como um animal irracional e sem alma. Aliás, tal como a mulher e os escravos.
Hoje, a pedofilia não só é considerada um crime, como está entre as doenças classificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) entre os transtornos da preferência sexual.
Deterioração mental
O mesmo se passa em relação à tauromaquia e a todos os seus intervenientes, desde os que a praticam (psicopatas), aos que a aplaudem (sádicos), como também aos que a apoiam e promovem, os aficionados, também sádicos, a qual, hoje em dia, é uma prática contestada em todo o mundo, pela sua descomunal perversidade.
Até a terminologia na tauromaquia mudou.
A tauromaquia passou a designar-se selvajaria tauromáquica.
O heróico toureiro hoje não passa de um cobarde tauricida ou torcionário; o cavaleiro é um cavalgador; o “valente” forcado é apenas um cobarde carrasco, bem como os bandarilheiros e novilheiros não passam de desalmados carrascos.
E tudo começa na infância.
Até há poucos anos, nos distúrbios revelados na psicopatia, na sociopatia, na condutopatia e no transtorno de personalidade, não estavam incluídos aqueles que, num passado medieval, eram considerados uns heróis, por lidarem um bovino a que chamavam touro bravo (que não existe na Natureza) e que nada sofria, mas que na realidade não era mais do que um manso e senciente herbívoro, torturado desde a nascença para se apresentar agressivo (bravo) diante dos seus carrascos.
E esta mentira circulou durante séculos e tornou-se verdade para aqueles que hoje se recusam a aceitar as evidências científicas, que, entretanto, ficaram mais do que provadas: o bovino é um ser pacífico, herbívoro, senciente e sofre horrores quando está a ser lidado pelos cobardes psicopatas, seus carrascos, tal como qualquer humano sofreria.
A partir desta comprovação, os tauricidas e aficionados passaram a ser incluídos no rol dos portadores de distúrbios mentais, afectivos e sexuais.
Os psicopatas costumam maltratar animais na sua infância e juventude. Esta é uma afirmação do FBI norte-americano, a partir de um estudo baseado em entrevistas a homicidas e psicopatas. Decapitar gatos e esquilos ou disparar sobre cães são algumas das crueldades que estes jovens podem cometer.
Ora tendo em conta que animais somos todos nós (humanos e não-humanos) e que está provado cientificamente que os bovinos, sendo animais como nós, são sencientes e padecem dos mesmos sofrimentos, como se fossem um de nós, e o que lhes fazem a eles é como se o fizessem a um de nós, o termo psicopata encaixa-se na perfeição a um tauricida e a um aficionado de tauromaquia, pois esse termo é atribuído a indivíduos com um padrão de personalidade caracterizado por um comportamento desviante, pela ausência da capacidade de sentir empatia/remorso e compaixão, falham em relação aos valores éticos e morais, são clinicamente indivíduos perversos e portadores de distúrbios mentais graves.
Os aficionados e tauricidas vivem na zona fronteiriça entre a normalidade e a doença mental.
Os indivíduos já nascem velhos e com essa predisposição, e se crescem num meio propício, estas características tendem a desenvolver-se e a cristalizar-se nos seus cérebros emurchecidos.
Em sociedade eles agem como indivíduos normais, por isso fazem questão de se considerarem “seres humanos como os outros”, mas apresentam manifestações patológicas no seu comportamento.
São bastante desequilibrados emocionalmente e sofrem de distúrbios afectivos e sexuais.
Prova disto mesmo são os impropérios que aficionados e tauricidas lançam, nomeadamente, às activistas, onde a nota principal recai sobre uma frustrada actividade sexual que eles transpõem para nós, como se estivessem a dirigir-se às mães, mulheres e filhas deles, algo que Sigmund Freud denominou Projecção Psicológica.
Vejam neste link, do que estou a falar:
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/358058.html
Estes indivíduos necessitam de atacar violentamente um bovino indefeso e inofensivo, ou de aplaudir esse ataque cruel e violento para exorcizar a invirilidade de que sofrem (eles) e a frustração sexual (elas). Para além disso precisam de atacar também os que defendem a Vida, qualquer Vida, porque para eles a Vida dos outros não tem qualquer significado. Apenas a deles interessa.
Normalmente a classe social onde estão inseridos pode ser um factor desencadeante desses comportamentos desviantes, mas não são preponderantes, e os estudos universitários não são garantia, nem remédio para erradicar essa patologia. Por isso, vemos professores catedráticos, presidentes da República, ministros, deputados, artistas, escritores e jornalistas, entre os que aplaudem a tortura de um ser vivo.
O sadismo é um desequilíbrio patológico do controlo das emoções e dos impulsos dos indivíduos que já nascem com a propensão para sentir prazer com o sofrimento de um ser vivo; frequentemente têm um comportamento anti-social e sofrem de um excesso de crueldade.
Assim sendo, e usando as palavras do psiquiatra forense brasileiro Guido Arturo Palomba, aparentemente, os aficionados e tauricidas são indivíduos normais e lúcidos, mas têm uma conduta deformada.
Os aficionados de tauromaquia podem apresentar-se como indivíduos “normais”, mas são extremamente sádicos, portadores de transtornos de personalidade e de perturbação de comportamento, deformação moral e, no limite, são psicopatas, nomeadamente os tauricidas e cobardes forcados.
Vamos analisar os portadores deste transtorno de personalidade:
De acordo com o psiquiatra, Guido Arturo Palomba, um indivíduo com transtorno de personalidade apresenta alguns defeitos básicos:
- São altamente egoístas (não pensarão os tauricidas e afins só neles, e em satisfazer o seu desejo mórbido de ver sofrer um ser vivo, o que os leva a arrastarem-se até a uma arena para “gozarem” o sofrimento de um animal como eles?);
- Não se arrependem dos seus actos (não é verdade que nenhum deles jamais admite que o acto de aplaudir ou de praticar a selvajaria tauromáquica é um acto reprovável, e não se arrependem nunca do que fazem, porque acham que é o certo?); «assim, destaca-se enfaticamente a completa falta de remorso do criminoso psicopata, os seus critérios de emoção destoam em género, número e grau dos critérios normais do paradigma de normalidade psico-emocional do homem e mulher classificados como normais, daí o profundo mal-estar que as suas práticas criminosas provocam na sociedade em geral.»;
- Têm valores morais distorcidos (os aficionados não acham que podem torturar um ser vivo apenas porque é “tradição”, apesar de lhes serem apresentados dados científicos que provam que os bovinos são seres sencientes, tal como todos nós?;
- Gostam ou não se incomodam com o sofrimento alheio (este é o maior indicador do transtorno mental e de personalidade dos aficionados e tauricidas: não só sentem prazer como não se incomodam com o ATROZ E VISÍVEL sofrimento dos bovinos.
O que dizer dos indivíduos que aplaudem o que se passa nestas imagens tão cruéis?
De acordo com o psiquiatra Guido Arturo Palomba, e como já se referiu, aparentemente, os psicopatas são indivíduos normais e lúcidos, mas têm uma conduta deformada, e este problema foi descrito pela primeira vez em 1835, como insanidade moral (...) e ao longo dos anos, já foi chamado de psicopatia, sociopatia, condutopatia e transtorno de personalidade.
E as características apresentadas pelos tauricidas e aficionados não farão parte destas doenças do foro psiquiátrico?
Para finalizar posso ainda acrescentar o contributo da Ciência das Expressões Faciais, através da qual um especialista pode diagnosticar a insanidade mental, por exemplo, destes exemplares de tauricidas com que ilustrei este meu texto.
Isabel A. Ferreira
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Fontes:
Este texto foi escrito a partir de estudos publicados na Internet, nomeadamente o do psiquiatra Guido Arturo Palomba e também no Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais - DSM-5, da American Psychiatric Association (Climepsi Editores).
EL MALTRATO ANIMAL ES UNA PSICOPATÍA
https://www.psicologiapuebla.com/maltrato-animal-una-psicopatia/
SAIBA AS CARACTERÍSTICAS QUE MARCAM UM PSICOPATA
OS TORTURADORES DE ANIMAIS
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/os-torturadores-de-animais-571714
PERSONALIDADE E PSICOPATIA: IMPLICAÇÕES DIAGNÓSTICAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
http://www.scielo.br/pdf/epsic/v17n3/14.pdf
PROJECÇÃO FREUDIANA/ PROJECÇÃO SEGUNDO FREUD
http://psicoativo.com/2016/01/projecao-freudiana-projecao-segundo-freud.html
A CIÊNCIA DAS EXPRESSÕES FACIAIS DAS EMOÇÕES E MICRO-EXPRESSÕES: TENDÊNCIAS DA PSICOLOGIA MODERNA
http://ceapuem.blogspot.pt/2014/05/normal-0-false-false-false-en-us-x-none_5220.html
A LIGAÇÃO ENTRE VIOLÊNCIA CONTRA ANIMAIS NÃO HUMANOS E VIOLÊNCIA CONTRA SERES HUMANOS
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/ligacao-entre-violencia-contra-animais-691311
(Entre muitos outros)
Tudo o que é dito sobre as patologias descritas e sobre os psicopatas é do domínio da Psicologia, da Psiquiatria e da Psicanálise, e encaixam-se nos distúrbios apresentados pelos tauricidas e aficionados.
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A PROPÓSITO...
A propósito deste artigo, um amigo escreveu o seguinte comentário: «Apesar de concordar com todos estes comentários e de ter a absoluta convicção de que só podem ser doentes as pessoas que praticam e/ou assistem a espectáculos deste tipo, e que por mim todos esses mentecaptos podiam desaparecer da face da Terra, gostaria de ver realizado um estudo (se é que ainda não existe) que analise especificamente o pensamento dessas personagens. Um estudo realizado por profissionais ligados ao estudo da mente sobre todas essas bestas»
Pois o que tenho a dizer sobre este comentário é que já existem estudos e já foram publicados acerca destes indivíduos que se divertem com o sofrimento de um ser vivo.
Para se mudar um paradigma, alguém tem de começar. Eu dei esse primeiro passo, com os meus parcos conhecimentos das cadeiras de Psicologia que concluí na Universidade.
Talvez seja aconselhável acrescentar neste meu texto, este pormenor, para que não digam que inventei tudo: eu estudei Psicologia, embora não seja Psicóloga diplomada.
Portanto, nada do que aqui escrevi, o escrevi sem conhecimentos, e sem base em estudos dos estudiososda matéria.
Isabel A. Ferreira
«A docilidade de um Touro, no seu habitat, verifica-se pela capacidade que o animal tem em aceitar o ser humano sem demonstrar comportamentos de medo ou de agressividade para com eles. Todos os anos, milhares destes belos animais são torturados nas praças de touros, em nome de uma suposta tradição cruel e desumana, que insiste em persistir no sofrimento e posterior morte destes dóceis e belos animais.»
(Cândido Coelho)
Fonte:
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Os aficionados, tauricidas, torcionários e todos os que andejam ao redor da grosseira prática da tauromaquia têm muita dificuldade em aceitar os seus próprios defeitos, limitações, desafectos, violência e invirilidade, daí projectarem nos outros toda essa carga de emoções indesejadas.
Defendem-se dessa patologia primeiramente transpondo para o Touro (o bovino dócil) uma violência que ele não tem, por natureza. O Touro que aparece na arena, é um Touro já bastante massacrado, e mais não faz do que tentar defender-se dos seus carrascos.
Além disso, projectam também nos defensores dos direitos dos animais tudo aquilo que eles são, e nós não somos.
Tudo isto está estudado, e a Psicologia diz-nos que esta projecção psicológica, esta transferência de sentimentos reprimidos é um mecanismo de defesa, que permite a essas pessoas reduzir a ansiedade, fazendo-as sentir-se libertas dos seus próprios defeitos e sentimentos pouco nobres.
Daí ouvirmos os taurinos falarem em “touro bravo” e chamarem aos defensores dos animais todos os nomes que eles não aceitam em si próprios.
Porém, todos sabemos que os Touros são bovinos mansos. Afáveis. Herbívoros. Neles, a violência existe apenas como legítima defesa, como em qualquer um de nós.
Quanto ao resto… pobres aficionados! Desconhecem quase tudo da vida. Vivem num mundinho fechado, a cheirar a suor, a urina, a bosta, a sangue, a ódio, a mofo, a álcool, a violência… e querem, porque querem, ser aceites na sociedade como “gente normal e humana”. Desde os governantes, igreja católica e empresários que apoiam esta miséria moral, aos que aplaudem e praticam tal ignomínia.
São anormais e desumanos.
Doentes mentais?
Precisarão de tratamento psiquiátrico?
Serão dignos de comiseração?
Não me parece, uma vez que recusam a informação que lhes é dada, para evoluírem.
Há quem viva rodeado de lixo. Se quisermos retirar essa pessoa da lixeira, recusa-se, porque já não consegue viver num mundo higiénico.
O mesmo acontece com os aficionados e afins. A miséria moral faz parte do ADN deles.
Isabel A. Ferreira