E aqui está um, dos bem GORDOS.
É inconcebível conceber a existência de alguém que consegue, de uma só assentada, dizer tantos disparates.
Primeiro convido-vos a ler os disparates.
Depois, a excelente análise que fez a PRÓTOURO, e que traduz exactamente aquilo que penso, e portanto uma vez que está escrito, escuso de me repetir. Faço minhas as palavras da PRÓTOURO, com a devida vénia.
A SOCIEDADE QUE CONDENA AS TOURADAS ESTÁ CONDENADA
Por VÍTOR LUÍS
«A Sociedade que condena as touradas está condenada a um olhar rápido e culto independente, esta nossa sociedade supostamente «avançada» não é nada avançada. Não passa de uma sociedade doente e decadente, tão relativa como todas as culturas, e sem nenhuma autoridade para se pretender «universal».
Francamente, funciona com um «software» básico, repleto de «bugs», que chega a ser insultuoso, quando, por exemplo, como no 1984 de George Orwell, considera uma espécie de «Crimideia!» as alegações dos defensores das touradas, já se vê...
Essa «sociedade democrática e progressista» em nome de quem falam aqueles que condenam as touradas é um «ecosistema degradado» político-economicamente arruinado e socialmente desconexo, que no entanto se alimenta «ideologicamente» do «politicamente correcto» em vias de se tornar totalitário, mais próprio de «andróides manipuláveis» que de seres humanos inteligentes.
Há quem considere as touradas «hábitos medievais» - tal como as missas e procissões, não? – e portanto «não mais aceites numa sociedade que se quer civilizada».
A Democracia Grega, muito mais antiga, também podemos considerá-la como «hábito obsoleto»? Também eu queria – que a sociedade fosse realmente civilizada e reconhecesse uma herança cultural que já vem desde da Alta Antiguidade, pelo menos dos tempos de Creta, e que se enraizou em toda a bacia do Mediterrâneo com expressões múltiplas e variadas...
À beira de se desintegrar, a nossa «sociedade avançada» só pode servir de modelo, no seu conjunto, para o que não deve ser feito.
Entretanto, vai revelando uma cobardia geral e organizada de quem está de mal com a Vida e com a Morte. Tem um medo terrível da Morte, do sangue e do combate - nem quer ouvir falar disso! Porque a «vida física» é tudo, «pensa», o que não a impede de definhar. Já nem consegue matar um coelho ou uma galinha, coitada, tão longe que anda a sua atitude e o seu carácter das linhas essenciais da Vida.
Uma insidiosa e gradual corrupção de ideias e conceitos-chave destruiu-lhe o plano Espiritual - que já deixou de considerar, por «pensar» que isso não existe, tal como a Verdade. E o mesmo foi sucedendo à Identidade, à Ética, à Honra, à Hierarquia, à noção de Dever, ao Sentido de Serviço, ao Sacrifício por Valores maiores e muitos outros «hábitos medievais» ou até muito mais antigos.
Está a autodestruir-se pelo «progresso» segundo o mesmo processo de degradação convergente. Por isso, entre muitas outras carências, já não percebe nada do «mundo dos toiros» - nem do mundo dos Homens, o que é ainda pior.»
Vítor Luís
FONTE:
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«Não fosse o facto do senhor Vítor Luís ter escrito um artigo intitulado: "A sociedade que condena as touradas está condenada", jamais teríamos o "prazer" de o conhecer.
No seu artigo, o senhor afirma entre outras coisas que a "sociedade democrática e progressista" é um "ecosistema degradado", político-economicamente arruinado e que se alimenta "ideologicamente" do politicamente correcto. Que há quem considere as touradas como "hábitos medievais" e como tal "não mais aceites numa sociedade que se quer civilizada".
Obviamente o senhor não acredita em democracia, está no seu direito. Mas não acredita porque não lhe dá jeito, porque num estado democrático, a maioria prevalece sobre a minoria e neste caso, os aficionados são uma minoria. E assim sendo a maioria pode acabar com os vossos gostinhos perversos.
E de facto a maioria dos cidadãos consideram que as touradas são hábitos medievais e como tal não podem continuar a ser aceites numa sociedade que se quer civilizada e evoluída.
Esta gente, continua a não perceber que os seus argumentos para além de serem facilmente desmontáveis, são ridículos e em última instância insultuosos para a maioria dos cidadãos que têm cabeça para pensar, raciocinar e saber que um ser senciente tem o direito a não ser torturado e morto num espectáculo maquiavélico.
Diz ainda o senhor que a sociedade revela uma cobardia geral e organizada de quem está de mal com a vida e com a morte e que tem um medo terrível da morte, do sangue e do combate!
Meu caro senhor sempre que alguém nasce, sabe que um dia vai morrer, é o destino, não há nada a fazer até que um dia se descubra o elixir da vida eterna. E mesmo assim, provavelmente muitos não o quererão beber. As pessoas podem ter medo da morte porque para todas elas é o desconhecido, mas isso não faz com que as pessoas andem à procura da mesma, bem pelo contrário. Equiparar as touradas com a vida e a morte com o sangue e o combate, não é próprio de pessoas normais!
Senhor Vítor Luís, a sociedade que não condena touradas, está condenada e sabe porquê? Porque é uma sociedade sem valores morais. É uma sociedade que não se preocupa com a vida. É uma sociedade decadente e que caminha a passos largos para a auto-destruição. Porque quem não respeita a vida de outro ser mesmo que esse ser seja um animal, também não respeita a vida do seu semelhante.
Prótouro
Pelos touros em liberdade»
http://protouro.wordpress.com/2012/11/28/uma-sociedade-que-nao-condena-touradas-esta-condenada/
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Gostaria apenas de acrescentar um comentário a este parágrafo que achei o máximo:
Diz o Vítor Luís: Há quem considere as touradas «hábitos medievais» - tal como as missas e procissões, não? – e portanto «não mais aceites numa sociedade que se quer civilizada».
Pois você foi brilhante, Vítor Luís. «Há quem considere as touradas “hábitos medievais”, sim, e lembrou-se muito bem de as juntar às missas e procissões, que é isso que fazem os padres católicos. Até já vimos uma procissão a ser realizada numa arena, onde a seguir iam TORTURAR TOUROS.
Realmente usava-se muito isto na Idade Média. Mas se vamos aceitar esse medievalismo, diga-me, onde fica a EVOLUÇÃO? A Idade Moderna e a Idade Contemporânea nunca existiram?…
Mas se bem me lembro, estudei alguma coisa a propósito destas duas últimas Idades, na Faculdade…
Mas talvez eu esteja enganada.
Primeiro passámos pela Idade Moderna, depois pela Contemporânea, e agora é que estamos na Idade Média…
Não é isso, Vítor Luís? Com touradas, missas, procissões, vacadas, sangue, muito sangue, morte em praça pública, essas coisas todas na mesma arena… BRAVO!