ACTIVISTA ESCREVE A TSUKAMOTO
FAÇO MINHAS AS PALAVRAS DESTA ACTIVISTA
«Exma. Senhora Presidente da Câmara Municipal de Nisa
É com alguma tristeza e frustração que, depois de ter visto Nisa celebrar o dia da criança, com uma tourada, ensinando crianças a banalizarem a violência e o desrespeito pelo outro. Sei agora que o concelho está prestes a reclamar como seu património cultural, a humilhação, o sofrimento, a crueldade, a insensibilidade e a ausência de espírito critico. Chame-lhe o que quiser, sob que argumento quiser, é esta uma das heranças que o seu executivo deixará no seu município: a salvaguarda da tauromaquia, uma prática bem popular durante a idade média.
Entristece-me também ver que, como mulher e eleita por uma força de esquerda, não parece ter qualquer vontade em incutir nos seus munícipes qualquer sentido de respeito e fomento à própria dignidade humana, ao compactuar com a violência gratuita.
Não lhe vou pedir que, como fizeram outras câmaras municipais - mais à direita que a sua, imagine só, erradique a violência do quotidiano dos seus concidadãos, pois bem sei que, apesar de ter conseguido um lugar na política, faltar-lhe-á o espírito livre e revolucionário que lhe daria a coragem para tal ato, contrariando as linhas mestras do seu partido.
Deixo apenas registada a minha vergonha alheia, pois esperava que, como mulher e de esquerda, pudesse primar pela diferença, pela (r)evolução, pela coragem de romper com tradições machistas, patriarcais e que usam o dinheiro dos contribuintes, de todos nós (dinheiros públicos) para entregar a meia dúzia!
Cassilda Pascoal»
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