«Temos de continuar a insistir. Os governantes portugueses hão-de envergonhar-se, pois estão a mostrar-se muito mais atrasados do que os governantes dos outros países tauricidas, onde, pouco a pouco, esta prática bárbara está a ser abolida». (I.A.F.)
Sempre justificadas como tradição, as corridas de touros, vulgarmente conhecidas como touradas, são, na verdade, um dos costumes mais bárbaros existentes em Portugal, mantidas por um sector minoritário e ultrapassado da sociedade portuguesa.
Por trás da suposta bravura dos cavaleiros tauromáquicos, dos bandarilheiros, dos forcados e dos demais intervenientes neste espectáculo medieval e degradante, está uma triste e horrível realidade – a perseguição, molestação e violentação de touros e cavalos que, aterrorizados e diminuídos nas suas capacidades físicas, são forçados a participar num espectáculo de sangue em que a arte é a violência e a tortura é a demonstração de cultura.
Touradas em Portugal
Fonte:
E CONTINUAM A CONSIDERAR A SELVAJARIA TAUROMÁQUICA COMO UMA QUESTÃO DE “OPINIÕES, VONTADES, GOSTOS E COSTUMES” DOS CLIENTES
E eu nem quero acreditar!
É que poderiam, pelo menos, reconhecer que a tortura de seres vivos nada tem a ver com “opiniões, vontades, gostos ou costumes”, mas tão-só com uma descomunal falta de ética.
Os CTT Correios de Portugal caíram do cavalo
(A imagem é da esquerda.net)
Na sequência do texto referente a este link
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/ctt-confunde-concertos-de-musica-e-525711
onde prestei esclarecimentos a dois leitores, e do qual dei conhecimento aos CTT, estes enviaram-me a seguinte inacreditável mensagem (ah! e a propósito, o meu nome não é Isabel Ferreira, mas sim Isabel A. Ferreira)
Exma. Senhora
Isabel Ferreira,
Gostaríamos, desde já, de agradecer o seu contacto, que mereceu a nossa melhor atenção.
Informamos que, os CTT Correios de Portugal, são uma empresa nacional e com extrema proximidade ás populações.
O respeito pela vontade dos nossos clientes, gostos e costumes têm de ser nosso apanágio.
É desta forma, que respeitamos a sua opinião e a de outros.
Do mesmo modo colocamos ao dispor, da vontade dos nossos clientes, as ofertas que alguns possam valorizar, sem no nosso caso, nos sentirmos no direito dos adjetivar.
Lembramos que, para qualquer informação ou esclarecimentos mais detalhados, poderá consultar o nosso site www.ctt.pt ou ligar para a Linha CTT, disponível dias úteis e sábados das 8h às 22h, através do 707 26 26 26.
Com os melhores cumprimentos,
Carla Santos
A esta mensagem só tenho a dizer o seguinte:
O que os senhores administradores dos CTT Correios de Portugal entendem por “vosso apanágio” é simplesmente o apoio de olhos vendados a um costume bárbaro, que mais de 80% da população portuguesa rejeita, e milhões de pessoas por todo o mundo repudiam e combatem.
Esse “vosso apanágio” é a valorização da crueldade e da violência contra um ser vivo inocente, inofensivo e indefeso, encurralado numa arena para ser cobardemente torturado por psicopatas, para que um bando de alienados aplauda o sofrimento atroz infligido a esse animal, quem tem um ADN semelhante ao meu, que também sou um animal, e por isso sei dar valor à VIDA e ao SOFRIMENTO de um ser senciente.
Esse “vosso apanágio” é fruto de um desconhecimento total do que biologicamente é um Touro e um Cavalo.
E para que não cristalizem a ideia de que “vender bilhetes para a selvajaria tauromáquica» é do foro das «opiniões, vontades, gostos e costumes de clientes», fiquem a saber que esta selvajaria nada tem a ver com opiniões, vontades, gostos ou costumes, mas tão-só com Ética, Civilidade, Civilização, Evolução, Cultura Culta, Humanismo, Empatia, Misericórdia, Compaixão, Dignidade… enfim, com todos os valores que enobrecem os verdadeiros Seres Humanos.
E não sou eu que o digo. São os homens sábios que, felizmente, sempre existiram no mundo.
O que faz falta em Portugal é o culto da Leitura das obras desses Homens Sábios.
Mas o que fazer, num país onde o Ensino e a Educação deixam tanto a desejar?
Senhores administradores dos CTT Correios de Portugal, o que pedimos é muito simples: não confundam um espectáculo como este:
com uma prática bárbara como esta:
Por favor, façam esse favor a vós próprios.
Aos CTT não basta pretenderem ser respeitáveis, devem PARECER respeitáveis.
Isabel A. Ferreira