Querem saber porquê?...
Porque ninguém gosta de emigrar.
Se vivermos bem no nosso país, não precisamos de ir penar para o país dos outros. É o que está a acontecer aos imigrantes, em Portugal, aos quais acenaram com o El Dorado português, e disseram-lhes venham, venham para o país do Sol, onde escorre leite e mel e há trabalho, habitação e assistência social para todos, todos, todos...
E eles vieram em massa, sem saber que Portugal é um país pequeno e pobre, onde nem todos cabem e o que há para repartir não dá para todos. É por isso que os nossos cidadãos activos e os jovens mais qualificados emigram, estando espalhados pelo mundo, com perspectivas de um futuro muito melhor do que aquele que poderão encontrar em Portugal, onde não existem políticas que os prendam ao torrão natal, por isso, existem numerosas comunidades portuguesas na diáspora, em todos os continentes.
Os desventurados imigrantes vieram em massa, e entre o caos e a esperança, entraram os que procuravam trabalho e vieram por bem, e os que vislumbraram em Portugal um território sem rei, nem roque onde podiam montar os seus negócios obscuros e reinar e é fartar, vilanagem...
Os políticos portugueses, movendo-se pela política de destruir Portugal, talvez a mando de forças ocultas (é por demasiado evidente que quem manda em Portugal NÃO é o governo português) deixaram entrar livremente o trigo, mas também o joio. Houve tempo em que para se emigrar era necessária uma carta de chamada, onde constasse uma fonte de trabalho e uma residência, só assim poderiam entrar num país de acolhimento.
Em Portugal, entrou-se à balda, sem trabalho, sem residência, sem luz ao fundo do túnel. E o resultado não podia ter sido pior.
Os que para cá vêm, que perspectivas de futuro têm, num país entregue a estrangeiros, e em vias de desaparecer do mapa? Porque é essa a política que está em curso. A destruição de Portugal. Basta estarem atentos às não-políticas, e a esta pouca vergonha de andarmos sempre a eleger os mesmos governantes, sem terem cumprido os mandatos completos, derivado a uma atávica incompetência.
Na campanha eleitoral, a decorrer, o que se vê? As mesmas caras, mais do mesmo, discursos já gastos pela estagnação, só ouvimos insultos uns aos outros, berros e mais berros, sem ideias novas para tirar Portugal do fosso em que se encontra. Os Portugueses pensantes estão fartos disto.
Não há perspectivas de futuro para Portugal. Perdemos a nossa Identidade, já não somos um País livre e soberano. Vivemos num país que faz-de-conta que é um país. Quem manda em Portugal são os estrangeiros: brasileiros, chineses, espanhóis, franceses, e já há quem esteja de olho neste pedaço de terra, que nos deixaram os nossos valorosos antepassados, à custa de grandes sacrifícios, muito sangue, suor e lágrimas, para que outras culturas venham agora para aqui instalar-se. E hoje já não temos guerreiros audazes que possam livrar-nos de investidas inadequadas! Como foi possível que em tão poucos séculos, a garra portuguesa tivesse desaparecido até à extinção.
Em Portugal não há políticas para nada, por isso o caos instalou-se por todo o lado: saúde, habitação, educação, cultura, fauna e flora. Somos um país sem Língua própria, sem rei nem roque, com governantes que não pugnam pelos interesses de Portugal, prestando vassalagem aos estrangeiros, com a maior das latas.
Qual o motivo que deu origem à chamada Expansão Portuguesa? Por que é que Portugal deu novos mundos ao mundo? Não foi porque o povo tinha vida boa, em Portugal. Além de que o rectangulozinho, chamado Portugal, situado na parte mais ocidental da Europa, banhado por um mar imenso, estava cheio de gente pobre e sem futuro, não podendo expandir-se por terra, com os espanhóis à porta, tiveram de expandir-se por mar.
E agora, desculpando-se com um Portugal envelhecido, dizem que precisam de imigrantes.
Dêem uma vida decente aos portugueses com idades activas e não os incentivem a ficar a viver à custa de subsídios de desemprego (conheci um casal que ele e ela (não tinham filhos) viviam de subsídios do Estado, mas ela vendia louças nas feiras, e ele fazia biscates de carpintaria, não pagavam impostos, e viviam a fazer pouco dos outros. Quantos ainda vivem deste modo em Portugal?).
Reduzam na despesa do Estado, não precisamos de tantos deputados, de tantos secretários de Estado, de tantos secretários de secretários e motoristas e carrões, em vez de carros (já nem digo carrinhos), e manjares dos deuses e andarem por aí a fazer viagens “turísticas”, à custa dos impostos dos portugueses, enfim, o despesismo estatal é uma vergonha, se lhe acrescentarmos o esbanjamento de dinheiros públicos na selvajaria tauromáquica, uma actividade bárbara, desadequada à civilização.
Gerem mal os dinheiros disponíveis para a despesa do Estado, e depois falha para pagar salários, para as infra-estruturas, para o SNS, para habitação social, enfim, para tudo e mais alguma coisa, que é necessário para uma vida estável.
Não há futuro para os jovens portugueses, em Portugal, e estes têm emigrar. E quem cá fica? Os velhos e os de meia idade. E depois dizem que precisam dos imigrantes, para ocuparem as vagas de trabalho que os parasitas portugueses, que vivem de subsídios, não querem. Permitem que eles entrem em Portugal à balda, e depois exploram-nos e deixam-nos a viver em condições sub-humanas, e não dão vazão às papeladas necessárias para se fixarem no País.
Marcelo Rebelo de Sousa ousou alertar para o colapso da economia portuguesa sem imigração. Preferia que Marcelo alertasse para a falta de políticas que possam fixar os nossos jovens no País.
Onde eu resido, existe um troço de passeio, numa rua, onde numa extensão de pouco mais de 100 metros, existem NOVE lojas de Indianos, Chineses e Bengalis cheias de quinquilharias e sempre vazias de clientes (!?).
No lugar onde eu moro, existem várias famílias estrangeiras com bons carros, e a viver em bons apartamentos, a fazer uma vida luxuosa mas não trabalham. De que viverão?
Um determinado tipo de violência instalou-se entre os que vivem mal, vivem nas ruas, sem emprego, sem perspectiva alguma de um futuro melhor, e continua-se a dizer venham, porque são precisos. Os que tiveram mais sorte, já têm a nacionalidade portuguesa, médico de família, já podem votar (!?). Uns são enteados e outros são filhos.
Alguma coisa vai mal na política imigratória.
Não é justo deixar entrar imigrantes em Portugal, para que vivam ao Deus dará...
A recente notícia de que milhares de imigrantes receberam uma notificação para abandonarem voluntariamente o País, gerou alguma perplexidade. Porém tal procedimento administrativo sempre existiu, ocorre todos os anos, pelos mais variados motivos, e é algo que está previsto na Lei.
As estatísticas indicam-nos que em 2016, o total foi de 6.305 pessoas abrangidas por estes procedimentos; em 2017, foram 5.699; em 2018, 4.391; em 2019, 5.529; em 2021, ano estigmatizado pela pandemia e forte desaceleração administrativa, houve 1.534 pessoas abrangidas por estas medidas; igualmente em 2022, 2023 e 2024.
Portanto, em 2025 não será diferente.
Varrer a questão da imigração para debaixo do tapete e dizer que não há problemas é pretender enganar os ceguinhos.
Não existe uma política de imigração em Portugal. Uma política com regras, que sejam justas para quem vem e para quem cá está.
Alguém me dizia, aqui há dias, que Portugal precisa de regras claras, para a imigração, de prazos céleres, de combate às redes ilegais e protecção dos direitos humanos, de regulamentação e organização responsável, de garantir que quem vem para Portugal o faz com dignidade e dentro da lei. A gestão da imigração deve ser firme, mas humana. Rigorosa, mas sensata.
Dizer que não se passa nada e está tudo a correr às mil maravilhas é mentira.
O que faz falta em Portugal são políticas racionais.
Como podem dizer que sem imigração Portugal se desmorona, quando em Portugal existem mais de dois milhões de pobres, com tendência para aumentar, e milhares deles sem habitação condigna e a passar fome?
- Nos últimos 20 anos saíram de Portugal 2,1 milhões de portugueses, sendo que em 2023 saíram cerca de 75 mil portugueses?
- O número total de imigrantes com processos de regularização em dia já ultrapassa os 1,5 milhões.
- Em 2023 entraram em Portugal 328.978 imigrantes.
- O número de imigrantes residentes em Portugal em 2023, segundo dados provisórios da AIMA era de 1,044 milhões.
- A AIMA estima que o número de imigrantes em Portugal, no final do ano passado, possa ter chegado a 1,6 milhões.
- Tendo em conta que a população residente natural de Portugal, actualmente é de cerca de 10,6 milhões, número que representa a população que tem cidadania portuguesa por direito de nascimento e que reside em território nacional;
- Tendo em conta que a população residente em Portugal tem aumentado nos últimos anos, com um aumento de cerca de 46.000 pessoas em 2022, comparado com 2021;
- Tendo em conta que o número de portugueses com cidadania por direito de nascimento é substancialmente maior do que o número de pessoas que possuem cidadania portuguesa por outros meios, como naturalização ou descende de judeus sefarditas;
- Tendo em conta que a população estrangeira residente em Portugal representa cerca de 5% do total da população residente;
- Tendo em conta que Portugal é um território pequeno e pobre, onde ainda se passa fome, como pode aguentar a pressão de tantos imigrantes a entrar, quando milhares de portugueses são obrigados a sair por NÃO haver condições para se viver razoavelmente no próprio País?
Há aqui alguma coisa que não bate certo.
E o que há é falta de políticas racionais para fixar os Portugueses no seu próprio País, e falta de políticas racionais nos países de origem dos imigrantes para os fixar nos seus países.
Perguntem ao imigrantes se tivessem condições razoáveis nos seus países eles emigrariam para um país pequeno e pobre como Portugal, onde se tem os salários mais baixos da Europa, e tudo o resto é o mais caro da Europa.
Só dirão que preferem viver em Portugal do que nos seus países de origem aqueles que, de alguma forma, gozam dos privilégios que muitos autóctones não têm.
OBS.: ousei ousar escrever este texto realista, sem medo de que me apodam de racista e xenófoba, e sem a hipocrisia de tentar tapar o sol com uma peneira, simplesmente, porque sei que NÃO sou nem uma coisa nem outra, e não uso palas. E isso basta-me.
Isabel A. Ferreira
Eu, pessoalmente, não acredito, não só na cultura democrática do povo português, como, principalmente, na cultura democrática dos políticos portugueses.
E isto não é intuição. É certeza.
Isabel A. Ferreira
Fonte da imagem:
Isabel A. Ferreira
Em vez de investirem nos PORTUGUESES, para que a NOSSA mão-de-obra qualificada NÃO vá para o estrangeiro, por em Portugal NÃO ter oportunidades, o que fazem os políticos portugueses? INVESTEM nos estrangeiros, na mão-de-obra barata, uma mais qualificada do que outra, e acham que estes é que serão os salvadores da Pátria.
Como estão enganados! Ainda por cima deixam-nos vir, para os ter a muitos a viver miseravelmente debaixo das pontes. Mas aqui entra uma outra vertente: a substituição da população portuguesa pela população brasileira, e por esta última, vale tudo, até VENDER Portugal ao desbarato.
Tenham vergonha nessas caras! A actual política portuguesa, passando por todos os partidos políticos, é ACABAR com o país que Dom Afonso Henriques nos deixou, em 1143, movidos por um complexo de inferioridade sem limites.
E isto, graças a um povinho tanso e manso, para quem o futebol é o deus maior, as telenovelas brasileiras, a (in)cultura de eleição, e os “reality shows”, o ópio que os mantém adormecidos no meio do nada.
Isabel A. Ferreira
Introdução
É tempo! Independência da Língua Portuguesa! NÃO a queremos MORTA! Estamos separados do Brasil! - Este é o grito que devemos gritar HOJE, decalcando o grito do Príncipe Regente Dom Pedro, nas margens do Rio Ipiranga, há precisamente 200 anos.
O trabalho de pesquisa, que se segue, foi elaborado por Francisco João, um dos membros fundadores do MPLP – Movimento em Prol da Língua Portuguesa – que continua activo, nos bastidores, para que a Língua Portuguesa, correndo real perigo de morte, não morra e seja enterrada num qualquer canto deste Planeta, como se fosse uma indigente.
ELA, que É (ainda no presente) uma das mais antigas Línguas europeias, que os Portugueses cultivaram, nos quatro cantos do mundo, originando VARIANTES, que se libertaram, umas, porém, UMA OUTRA, a Brasileira, ainda está por libertar!
Hoje, comemorando-se os 200 anos do Grito do Ipiranga, bradado pelo Príncipe Regente Dom Pedro: «É tempo! Independência ou morte! Estamos separados de Portugal!», nada mais oportuno do que nos deixarmos de falsos pruridos e hipocrisias e enfrentarmos a questão da Língua Portuguesa, de frente, e, de uma vez por todas, exigirmos a nossa INDEPENDÊNCIA LINGUÍSTICA, que foi vergonhosamente barganhada (= vendida com dolo; negociada com trocas), por políticos ignorantes, como se a Língua fosse um saco de bolotas, o que levou à marginalização e ao descalabro da Língua Portuguesa, pela sua Variante Brasileira, através de um “Cavalo de Tróia” chamado Acordo Ortográfico de 1990, provocado por ambas as classes políticas do Brasil e Portugal.
Este trabalho, que pretende tirar do marasmo, os que se dizem anti-acordistas, em Portugal, e os DESPERTEM para a consciência de que se continuarem a NÃO fazer nada, se NÃO passarem das palavras aos actos, URGENTEMENTE, a Língua Portuguesa terá morte certa, conforme os altos desígnios dos actuais governantes, será apresentado em três Partes, sendo que as Partes I e II narrarão algumas razões históricas, políticas, sócio-linguísticas e mediáticas que nos impõem, urgentemente, uma feroz resistência contra o crime de destruição do Património Cultural Imaterial de Portugal, do qual a Língua é um vector essencial.
A Parte III será dedicada a Dom Pedro IV de Portugal (I do Brasil), que se filiou na Maçonaria brasileira «não tanto porque faça seus os ideais maçónicos, mas porque à maçonaria interessa fazê-lo mação», de acordo com Célia de Barros Barreto, uma estudiosa brasileira das questões maçónicas, e de como a Maçonaria terá influenciado o que Portugal vivencia, HOJE, estando a perder a sua IDENTIDADE, apenas porque os políticos portugueses NÃO mandam NADA em Portugal; apresentando-se também certas revelações sobre determinadas decisões relevantes de Dom Pedro IV, as quais ainda repercutem na actualidade.
Isabel A. Ferreira
***
«Entretanto…
«(…) enquanto nada mudar, e a atitude de quem manda diz-nos que por sua vontade não mudará uma só vírgula, haverá resistência e resistentes» - Nuno Pacheco, no Jornal PÚBLICO, em 16 Junho 2022, in «A eterna questão ortográfica: por que não desistimos»:
E a RESISTÊNCIA, hoje, terá de passar por um novo “Grito do Ipiranga”, desta vez, no Rio Tejo, manifestado em frente a Belém!
Imagem: "A independência do Brasil" (de François-René Moreau), ocorrida faz hoje 200 anos, nas margens do Rio Ipiranga. É chegado o momento de cortar o cordão umbilical, que ainda não foi cortado… desta feita, nas margens do Rio Tejo, para que a Independência do Brasil seja cumprida.
por Francisco João
(Um dos membros fundadores do Movimento em Prol da Língua Portuguesa - MPLP)
Parte I
NOTA PRÉVIA
Existe, actualmente, uma certa hostilidade entre Brasileiros e Portugueses que se acentuou drasticamente, depois da incompreensível, porque ilegal, imposição do AO-1990, a Portugal. Contudo, essa hostilidade já vem de longe.
Uma corrente hostil a Portugal e aos Portugueses, já foi referida desde 1884, pelo político, escritor, jornalista português, secretário particular do rei Dom Pedro V, Manuel Joaquim Pinheiro Chagas (Lisboa, 13 de Novembro de 1842 – Lisboa, 8 de Abril de 1895), como “ódio”, e que, ao contrário de outros países em que havia ódios intensos e rivalidades entre as metrópoles e as suas ex-colónias, no caso de Portugal e do Brasil «… esse ódio só seria válido para as “camadas inferiores da sociedade” …» escreveu Pinheiro Chagas.
(Chagas - citação - apud - Valéria Augusti 2004 :2-3) Cf. igualmente Valéria Augusti. Consultar hiperligação:
http://www.caminhosdoromance.iel.unicamp.br/estudos/ensaios/polemicas.pdf
Entretanto, mudou alguma coisa no Brasil?
Um outro trabalho, este de Cleidiane Marques da Silva, «tem como objectivo apresentar o preconceito que as minorias ainda sofrem na sociedade e o quanto isso afecta não só a eles, mas toda a população que vive em democracia. O Brasil ainda é um país muito preconceituoso e muitas pessoas, de diversas classes, cores, sexualidades, religiões, etc., sofrem com isso.»
Consultar a hiperligação:
https://poxannie.jusbrasil.com.br/artigos/1116186730/a-intolerancia-e-o-discurso-de-odio-no-brasil
E os portugueses são uma minoria no Brasil.
Vamos então ver se algo mudou, no Brasil, no caso da minoria dos portugueses. Uma recente reportagem (02 de Agosto 2022), de um media brasileiro, demonstra que o Brasil continua um “país muito preconceituoso” e que os Portugueses continuam a ser de facto um alvo preferido e muito cómodo!
A cadeia de Televisão Brasileira RECORD, deu-nos uma visão, na sua emissão Cidade Alerta, de que vale tudo, o ALVO É FÁCIL para fustigar, no Brasil, a Nação Portuguesa e os Portugueses, mas desta feita com outro tipo de acusações, talvez mais subtis.
O tema principal aqui NÃO é um PORTUGUÊS, mas é apresentado de forma enganadora e manipuladora.
Atentem no título dessa reportagem! “HUMILHAÇÃO e ABANDONO”. E lá temos de novo o culpado ideal: o português [que só poderia ser um “malvado”]: «Brasileira enganada por português relata terror». “Sujeitei ser tocada!”
Ver vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=JQOrSANOKGo
A Lusofobia no Brasil e o “Jacobinismo” no final do Século XIX
Eis alguns textos que comprovam o que muitos brasileiros negam, mas que, de facto, existiu e continua a existir:
Reflections on Brazilian Jacobinism of the First Decade of the Republic (1893-1897), by Suely Robles Reis de Queiroz
The Americas - Vol. 48, No. 2 (Oct., 1991), pp. 181-205 (25 pages) - Published By: Cambridge University Press
https://doi.org/10.2307/1006823
https://www.jstor.org/stable/1006823
A Lusofobia e o velho ideal Jacobino ou Jacobinista tentaram, no final do Século XIX, levar ao extremo a hostilidade contra Portugal e os Portugueses.
As primeiras perguntas que ocorrem são: quem pode ter estado por detrás disso tudo? Qual era esse plano e com que objectivos? Quem iria beneficiar no futuro? Quem manipulou quem e porquê?
Um dos objectivos foi, manifestamente, o de excluir os portugueses (a minoria de que se fala mais acima) na construção de um “novo” Brasil.
Tratava-se, inter alia, de tentar fazer esquecer o facto histórico de que Portugal é o país que deu à luz o Brasil, nele agregando os indígenas, que povoavam aquelas terras e tinham uma Cultura própria, que ainda hoje perdura. Mas será assim tão fácil reescrever a História, mesmo negando-a ou, pior, tentando apagá-la?
Para tal, a corrente hostil fabricada contra Portugal e os Portugueses teve um papel preponderante, na sequência da decisão de Dom Pedro I do Brasil, em Agosto de 1822, o qual proibiu, por escrito, as actividades maçónicas, assinando Pedro GUATIMOZIN, pois era esse o apelido maçónico do Monarca. Essa corrente hostil e artificialmente criada, pasmem, por um determinado tipo de portugueses, reforçou-se, tornando-se depois mais forte, influenciando muito a política no Brasil e do Brasil, com fortes consequências nas relações de Estado a Estado o que levou mais tarde até ao rompimento de relações diplomáticas entre o Brasil e Portugal, no dia 13 de Maio de 1894, provocado pelo presidente Floriano Peixoto, e que durou até ao fim do seu mandato.
As relações diplomáticas só puderam ser retomadas em 16 de Março de 1895, pelo seu sucessor, o Presidente Prudente de Morais (1894-1898). Este facto só por si já é bastante revelador dessa hostilidade, mas há muito pior do que isso, como veremos mais abaixo.
Inclusive na questão da Variante Brasileira da Língua Portuguesa que se afastou irremediavelmente da Língua Portuguesa, criando assim as condições para ser futuramente a língua oficial do Brasil, ou seja, a Língua Brasileira, desconhecendo-se, no entanto, a(s) razõe(s) pelas quais o Brasil ainda não teve a coragem de o fazer, e de continuar a fazer “tropelias” e outras degradações à Língua Portuguesa - ver aqui:
https://olugardalinguaportuguesa.blogs.sapo.pt/degradacao-da-lingua-portuguesa-texto-386843
Essa hostilidade é patente também num acontecimento e consequente rompimento de relações diplomáticas entre Brasil e Portugal, com origem numa simples questão de asilo dado pelo Governo Português a marinheiros brasileiros, por razões humanitárias (havia até consenso europeu nesse sentido) na sequência da sublevação de uma parte da esquadra brasileira contra o governo brasileiro em Setembro de 1893. Revolta da Armada Brasileira 1893-1894 no tempo de Floriano Peixoto.
in «The revolt of the Navy was the last great response to the government of Floriano Peixoto. Led by Admiral Custódio de Melo who had the ambition to be president, it began on September 6, 1893 and was defeated in March of the following year». Consultar esta hiperligação:
Veremos mais adiante quem teria fomentado (como já foi referido, afinal foi um determinado tipo de português) uma grande parte desta hostilidade a Portugal e o porquê de um tal ódio, aquele de que falou Pinheiro Chagas.
Como foi possível o Brasil, “um país irmão”, dado à luz por Portugal, ter tratado e humilhado os Portugueses daquela maneira, incluindo o seu massacre, na noite de 30 para 31 de Maio de 1834, no Estado de Mato Grosso. Eu, como decerto muitos leitores (e não só portugueses) irão ficar muito tristes e assombrados. E veremos como este tipo de acontecimentos são muito pouco conhecidos, ou então foram deliberadamente escamoteados, ou deformados na história oficial.
Ora pasmem! E abram finalmente os olhos!
(Continua…)
- A Parte II será publicada amanhã, dia 08 de Setembro, e tratará do anti-lusitanismo entranhado na sociedade brasileira, visto por autores brasileiros
***
Para quem está a seguir este trabalho de investigação:
Leiam o que António Mota diz a este respeito. E eu não posso deixar de estar mais de acordo!
Os iludidos políticos portugueses vivem numa bolha onde a realidade não entra.
Isabel A. Ferreira
Origem da imagem: Internet
Por António Mota
in https://www.facebook.com/antonio.mota.12139
«OH, MARCELO! OH, COSTA! OH, PORCA MISÉRIA! IDE TODOS À.»
1.
Vi, algures aqui pela internet, umas fotografias publicadas por alguém que eu conheço. Santo Deus! Fiquei tão triste. É tão ridículo. Uns tanquinhos, uns jeepinhos, um helicópterozinho, mais umas merdas. Mas que raio de País. O que vão comemorar a 10 de Junho? E em Braga? Lá que façam isso em Lisboa, ainda vá que não vá. Mas em Braga?
2.
Vão comemorar o Dia de Portugal? Está bem. Mas que Portugal? Portugal o que é? É um país independente? Não. E hoje estou mal disposto, e não me venham com a merda de que hoje ninguém é independente. Não somos mais que um pequeno ignoto cantão, desprezado e abandonado por seus próprios dirigentes políticos, que se honram de serem terceiros secretários de Espanha, quartos de França e quintos da Alemanha, sendo Berlim a capital de toda a colónia dos EUA, chamada Europa. Não são as Forças Armadas as garantes da independência nacional? Por que se prestam a mais esta encenação circense? Ou basta-lhes aquela fitinha na boina, os desfilezinhos para engalanar qualquer anedota, ou para irem ganhar uns tostões doados caritativamente porque vão garantir a paz depois da guerra feita?
3.
Vão comemorar o Dia de Camões? Mas qual Camões, se todos os dias os nossos políticos assassinam a nossa cultura, incluindo a literária, retirando-a das escolas, reduzindo Os Lusíadas a meia dúzia de tretas, tiradas de episódios desgarrados, e sem uma conexão do todo? Mas qual Camões, se os nossos políticos não entendem sequer o valor literário e cultural de Camões e de Os Lusíadas em termos de Literatura Universal? Mas qual Camões, se já o sanearam do ensino, e querem sanear ainda mais?
4.
Vão comemorar essa riqueza inestimável que é a Língua Portuguesa? Como se atrevem a sugerir sequer isso apenas, estes políticos que temos travestidos de tudo, incultos, irresponsáveis, vadios, câmaras de ar cheias de metano, que aprovaram ilegalmente um Acordo Ortográfico, sem qualquer pudor, desprezando a história, a cultura, a tradição, o estudo, a democracia e, não contentes, o impuseram indignamente à socapa, impondo-o, de novo ilegalmente, nas escolas, na função pública, na merda dos jornais subservientes sempre à espera do subsídio, nos jornais particulares, prostitutas de esquina, que a tudo obedecem? E vergonhosamente, na televisão, até nas legendas, que qualquer detentor da quarta classe no tempo do fascismo faria melhor? Ai pensavam que o problema era o Sócrates? O Sócrates era apenas o Kan-klux-klan a quem tiraram a carapuça, mas os encapuzados lá continuam no seu caminho autocrático, fascista, sebenta, mentiroso, analfabeto e hipócrita.
5.
Vão comemorar a diáspora, como se isso fosse o orgulho de um desígnio nacional, quando, na verdade, desprezam a comunidade emigrante e a sua descendência? Na verdade, a diáspora elege quatro deputados, manda dinheiro para os bancos, que não fica protegido, organiza uns ranchos folclóricos como pode, e organiza umas festas para receber com algum estrondo o desprezo que os visita. E viva! E viva o senhor presidente! E vira, Maria. E até ó despois. Onde estão as escolas portuguesas? E as universidades portuguesas? E as escolas portuguesas para servirem as comunidades emigrantes, honrarem a Língua Portuguesa, e divulgá-la, honradamente, como merece?
Oh, Marcelo! Oh, Costa! Oh, porca miséria! Ide à!
E os outros animais?
A Lei que foi aprovada só abrange Gatos e Cães (que não pertençam a circos ou sejam utilizados em lutas, ou os das aldeias que, apesar da lei, continuam a viver acorrentados, bem debaixo das barbas das autoridades).
FOTO Paulo Pimenta
Fonte:
Fico feliz por estes meus queridos amigos. Mas temos de continuar a lutar por todos os outros nossos outros também queridos amigos de quatro patas.
É que para os políticos portugueses, todos os animais são iguais, mas uns continuam a ser mais animais do que outros. E esses outros nem sequer estatuto de animais têm, em Portugal.
Esta lei, apesar de ser um passinho em frente, não resolve o problema grave dos maus-tratos a que estão sujeitos TODOS os outros animais portugueses.
A Assembleia da República está dividida, aliás, como em tudo o que diz respeito à Evolução e outras matérias do interesse nacional.
Carlos Abreu Amorim, deputado do PSD acusou o PAN (autor do projecto), o PS e o BE de terem apresentado propostas radicais. E o que são propostas radicais para este deputado?
Este deputado entendeu que as alterações que estes três partidos pretendiam introduzir no Código Penal transformavam "cada criador num potencial criminoso" (como se já não o fossem) e acrescentou: «Se uma vaca magoasse uma pata durante o transporte, o dono podia ter de responder por isso em tribunal» (pois podia e devia, porque o modo como os animais são transportados em Portugal, é um autêntico atentado ao bem-estar deles. Eles são transportados como sacos de cimento, amontoados, sem que tenham sequer lugar para ficarem de pé); «São soluções citadinas que nada têm a ver com o modo de vida do país rural» (o modo de vida do país rural é bárbaro, tratam os animais como se fossem pedras, não tendo em conta a VIDA que eles são, uma vida tão vida como a de qualquer um que se diz “humano”, não tendo em conta a sensibilidade e a racionalidade (esta racionalidade está provada) dos animais não humanos); «As associações do sector pecuário ficaram “aterradas” com estas intenções» (e era para ficarem aterradas, porque sabem perfeitamente o modo cruel como tratam os animais de quinta, e mereciam ser penalizados).
Os defensores dos maus-tratos a animais
No mundo já civilizado, mas que ainda não evoluiu o suficiente para deixar de ser carnívoro, os animais são tratados mais humanamente, do que em Portugal, que ainda deve milhões de Euros à Evolução.
O Partido Comunista (será de esquerda?) aliou-se aos partidos da direita, defensores dos maus-tratos aos animais que eles não consideram animais (animais para eles são apenas os Cães e os Gatos) para chumbar os projectos que catapultariam Portugal para um nível evolutivo mais elevado.
António Filipe, deputado comunista, chegou mesmo a dizer que qualquer dia as penas dos crimes contra animais ainda se tornavam superiores às dos crimes contra as pessoas.
Penas superiores não direi, mas cito Leonardo da Vinci, o maior génio dos séculos XV/XVI, que futurou esta coisa espantosa: «Chegará o dia em que todos os homens conhecerão o íntimo dos animais, e, nesse dia, um crime contra um animal será considerado um crime contra a própria humanidade.»
Este dia já esteve mais longe.
Em pleno século XXI d. C., já existem milhares de Seres Humanos que conhecem o íntimo dos animais, e lutam pela sua libertação.
Mas em Portugal, ainda com tantas mentes tacanhas a proliferar por aí, a evolução far-se-á mais lentamente.
O PAN fala em lobbies. E é óbvia a existência de lobbies.
André Silva, deputado do PAN, refere: «O Parlamento não está preparado para avançar mais um passo. Continua vigente uma teimosia ideológica ligada a profundos interesses e lobbies corporativos no sector da pecuária. Vivemos ainda o tempo em que os agentes económicos são quem mais ordena… As agressões e os maus tratos a animais são uma realidade unanimemente aceite no quotidiano da produção pecuária portuguesa.»
Não, o Parlamento Português não está preparado para a Evolução.
Quem manda ali são os lobbies, que lá põem deputados escolhidos a dedo. Aliás, os partidos que defendem os maus-tratos aos animais, já estão a “trabalhar” listas para as eleições autárquicas, onde os tauricidas têm, lugar desatacado.
E também é óbvio que o meio rural ficou parado na alta Idade Média, e trata com a maior brutalidade seres sencientes e muito mais racionais e humanos do que todos eles.
Isabel A. Ferreira
Com a exigência ilegal da aplicação do acordo ortográfico 1990 (que não chega a ser acordo, porque existe um enorme desacordo entre os países da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) os portugueses submissos (aos quais falta Cultura Crítica) ou os mais “distraídos” escrevem mal e pronunciam mal as palavras “acordizadas”.
É o descalabro total.
Origem da foto: https://www.facebook.com/TradutoresContraAO90?fref=ts
"Os efeitos deste Acordo, dito de unificação ortográfica — na realidade, de aproximação ortográfica —, são os que estão previstos do ponto de vista da grafia, porque não há consequências em termos de pronúncia, (…). Nenhum português, por cair uma consoante, vai deixar de dizer «contracetivo», abrindo a vogal e, para dizer «contracetivo», fechando a vogal e.
Nenhum português deixará de o fazer. É um manifesto exagero, é um empolamento de uma realidade que o Acordo não consente!”
(LUÍS FAZENDA, Diário da Assembleia da República, I Série – n.º 85, X Legislatura, 3.ª sessão legislativa, 17 de Maio de 2008, pg. 28; aquando da aprovação parlamentar do 2.º Protocolo Modificativo ao AO90) (Ivo Miguel Barroso)
in https://www.facebook.com/groups/acordoortograficocidadaoscontraao90/643311112439015/?notif_t=like
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Pois o que há a dizer sobre este assunto, é que quem, por desconhecimento da Etimologia (parte da gramática que estuda a história ou origem das palavras e da explicação do significado das mesmas, através dos seus elementos (morfemas), que fazem parte do Léxico Português, e que devia se matéria de estudo obrigatório nas escolas), e escreve deste modo incorrecto, de acordo com o acordo ortográfico 1990:
“contracEtivo” , “aspEtos”, “dirEtor”, “arquitEto”, “Ativo”, “Ator”, “sEtor”, “fAtor”, “corrEto”, "Ação", “lEtivo” ,“selEção” e outras calinadas que tais…
não deve, não pode pronunciar as mesmas com o E ou o A abertos, sob pena de estarem a proferir monumentais disparates.
Daí que, é urgente, prioritário e da lucidez acabar-se de vez com este despautério do AO1990, que os Portugueses, os Brasileiros, os Angolanos e os Moçambicanos instruídos e cultos rejeitam.
Então, por que motivo, a não ser por ganas de negociatas obscuras (uma vez mais o interesse económico a sobrepor-se ao senso comum) o governo português teima, porque teima, em impor esta mixórdia ortográfica, com a agravante de ameaçar penalizar quem não “obedecer”?
Baseado em quê?
De que tempo virá essa apetência pelas “ameaças?”
Não saberão os políticos portugueses, que qualquer Português poderá recusar-se a utilizar este acordo, inclusive nas escolas, nas repartições públicas, seja lá onde for… sem ser penalizado?
Era só o que faltava!
E quem argumenta que a aplicação deste abortortográfico facilita às crianças a aprendizagem da Língua, suprimindo os "pês", e os "cês", quererá dizer que as crianças dos tempos aCtuais serão mais ESTÚPIDAS do que as crianças dos tempos passados?
Todos nós estudámos a Língua Portuguesa como deve ser estudada.
Esta argumentação pretende diminuir as capacidades inteleCtuais das nossas crianças, passando-lhes um atestado de estupidez, algo que elas, de todo, não merecem.
Se não respeitam a Língua Portuguesa, respeitem ao menos as crianças portuguesas, que estão a ser vítimas de um atentado ortográfico e a caminho de serem os analfabetos funcionais do futuro.
Isabel A. Ferreira
A legalização da morte de Touros, em Barrancos, no dia 11 de Julho de 2002, pela Assembleia da República, com o aval do presidente JORGE SAMPAIO (PS), um aficionado ferrenho, vergonha das vergonhas nacionais, representou a queda da máscara de políticos medrosos e incompetentes, citando Manuel Frias Martins, autor do texto lúcido que aqui publico, hoje, o qual reflecte a selvajaria tauromáquica permitida e apoiada pelo governo português, para vergonha de Portugal e de quem tem sensibilidade e empatia pelos outros seres vivos, que connosco partilham o Planeta Terra… (Isabel A. Ferreira)
Dia 11 de Julho
Cumpro aquilo a que estou obrigado pela minha consciência. Volto a publicar um texto escrito há já alguns anos, mas regularmente publicado por esta altura, na esperança de que ele possa cativar mais alguém para uma causa infinitamente justa. (MFM)
Por Manuel Frias Martins ***
Touradas
No dia 11 de Julho de 2002, depois de a Assembleia da República Portuguesa ter legalizado a morte de touros em Barrancos, a inteligência civilizada e a sensibilidade culta ficaram de luto em nome da «tradição» local. Contudo, como me lembro de alguém dizer no noticiário de um canal público desse mesmo dia, a única «tradição» autenticamente portuguesa parece ser a da cobardia política. Foi, de facto, a cobardia e o oportunismo políticos que aprovaram (ou incentivaram a aprovação de) uma lei de consagração da ignorância (muitas vezes cândida) e da irracionalidade (quase sempre amparada em pretensos desideratos de bravura).
A tourada, qualquer forma de tourada, é em si mesma um espectáculo repugnante. Chamar-lhe arte, como alguns têm o desplante de fazer, é um insulto a tudo quanto o homem conseguiu alcançar através do progresso da inteligência e da sensibilidade. Se algum sentimento estético se destaca de uma tourada, ele será equiparável ao sentimento estético que está associado ao grotesco e a modos perversos de representação do mundo.
A tourada, qualquer forma de tourada, é em si mesma um espectáculo repugnante. Tão repugnante como os maus tratos infligidos a ursos e outros animais em espectáculos de rua levados a cabo em países ditos economicamente subdesenvolvidos. Tão repugnante como as lutas de cães e outros animais que se desenrolam quase impunemente em países ditos economicamente desenvolvidos.
A tourada, qualquer forma de tourada, é tão repugnante agora como o eram, há centenas de anos atrás, os espectáculos de lutas entre animais que se realizavam em várias cidades da Europa. Espectáculos que eram tão populares quanto os autos de fé em que se queimavam homens e mulheres acusados de heresia, crime político ou coisas semelhantes. Contudo, apesar de todas as contradições que a História regista, a maior parte da Europa foi aprendendo, aprofundando e exportando a razão moral subjacente à recusa da violência sacrificial contida em espectáculos como a tourada.
Não vale a pena repetir argumentos por todos conhecidos. A fronteira está traçada. Se o homem continuar o percurso, acidentado mas firme, de reavaliação crítica da sua relação com todas as formas de vida, a tourada está condenada a desaparecer.
Nem a intelectualização que alguns dela fazem (colocando-a no domínio dos regimes míticos) lhe poderá valer. Neste sentido, a cobardia dos políticos portugueses (de direita e de esquerda) é apenas um sintoma do fim. Se o fim está longe ou perto é algo que depende de todos quantos consideram aberrante e repugnante, toda e qualquer tourada.
A legalização da morte de touros em Barrancos no dia 11 de Julho de 2002 representou a queda da máscara de políticos medrosos e incompetentes mas, se nós quisermos, podemos dar um sentido nobre e digno à data. Basta sinalizá-la como uma etapa de referência na luta portuguesa pela dignidade de todos os seres vivos, bem como pela dignificação do ser humano enquanto ser que tem irrecusáveis responsabilidades morais perante todos os seres vivos em virtude do lugar dominante que ocupa no planeta.
Contudo, a luta pela nossa própria dignidade não se pode fechar numa espécie de concurso de gritarias e insultos. Ela deve passar pelo reconhecimento do país que somos e, consequentemente, pela necessidade de elevar os nossos padrões educativos.
Em suma, a luta portuguesa pela abolição da tourada (qualquer tourada), bem como de todas as práticas e espectáculos aberrantes de desrespeito pela vida (qualquer vida) deve passar pela insistência na educação e nas responsabilidades que o Estado tem nesse domínio.
Termino com uma nota de rodapé: E se os professores se lembrarem deste tópico nas suas aulas e o puserem à discussão? Sem ideias pré-concebidas nem julgamentos de valor, deixando o essencial ao cuidado da inteligência e sensibilidade dos seus alunos…!
*** Manuel Frias Martins é um Professor, a quem foi recentemente (24 de Junho) atribuído, por unanimidade, o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho 2015, com a obra «A Espiritualidade Clandestina de José Saramago», editada pela Fundação José Saramago.
Fonte:
https://www.facebook.com/friasmartins/posts/829807690448901:0
A frase do cartaz é inspirada numa ideia de Capistrano de Abreu, um dos primeiros grandes historiadores do Brasil (1853-1927)
Em tempos idos, os Homens tinham Honra, a Palavra deles era Lei, e claro havia uma dama, que dava pelo nome de Vergonha na Cara, que era companheira inseparável desses Homens.
Mas isto aconteceu em tempos idos…
Hoje, em pleno ano de 2015 da era cristã, os Homens são apenas “omens”, a Honra foi esmagada pela Desonra que se impôs de um modo irracional, a palavra dos “omens” deixou até de ser palavra, e a lei é a que mais lhes convém, e a dama que dava pelo nome de Vergonha na Cara emigrou para parte incerta, deixando esses “omens” completamente desavergonhados.
O pior, é que eles nem sequer se dão conta disso. Continuam a agir e a discursar os despropósitos de sempre, achando que todos os portugueses são idiotas.
Muitos serão, certamente. Aqueles que desejam um lugar ao sol, custe o que custar, e gravitam ao redor de partidos políticos que já deram prova de uma colossal incompetência governativa, que fez cair no lodo o nome de Portugal.
Vivemos numa autêntica choldraboldra.
E ao que parece iremos continuar a fingir que Portugal é um país importante, integrado numa Europa decadente, que depende dos humore€ de uns poucos podero€o€ que, subrepticiamente, estão a ocupar os lugares-chave da economia do país colocado, literalmente, à venda, incluindo a sua própria Língua Materna.
E os cegos mentais que gravitam ao redor desses partidos políticos, não têm capacidade nem sabedoria para compreender que o blá-blá-blá dos candidatos às próximas eleições já está putrefacto de tão velho e carcomido.
Nada mudará em Portugal, enquanto a dama que dá pelo nome de Vergonha na Cara não regressar ao País, e repor a Honra, a Hombridade, a Honestidade, a Palavra e a Arte de Bem Fazer Política, que não sabemos por onde andarão…
Se vivêssemos numa Democracia a sério, quem mandava no governo era o povo. Acontece que vivemos numa ditadura fantasiada de democracia, e quem manda no povo é uma minoria inculta, prepotente e obsoleta.
Abram os olhos e as mentes, Portugueses!
Sabemos que não existem alternativas poderosas, mas temos o dever de dizer NÃO a esta mixórdia política em que se transformou a governação de Portugal.
Isabel A. Ferreira