Shame on you EU!
«Bullfighting still benefits from millions of euros a year in EU farming subsidies
«Public funds to farms breeding bulls keeping ‘cruel practice’ of bullfighting alive, say animal rights campaigners
Activistas dos Direitos dos Animais dizem que fundos públicos para as ganadarias mantêm viva a 'prática cruel' das touradas.
Faço também meu este desabafo de um cidadão português, que, mo eu, se envergonha dos políticos que temos:
«A União Europeia a dar subsídios de muitos milhões aos criadores de Touros para as touradas, através dos agricultores, no nosso caso, através da CAP.
Que moral tem essa canalha de burocratas?
Não têm moral, nem vergonha, nem dignidade!
O que estes nossos trogloditas sem vergonha - somos os melhores do mundo - mereciam era que o The Guardian publicasse, em complemento, o caso português: a cobertura dada pelos governos, a baixeza moral (e material) reinante no Parlamento, a exposição das crianças à violência, etc..
Uma condenação pública poderia ser remédio santo.» (M. Figueiredo).
É isto que a União Europeia financia
As touradas, na Europa [apenas em Portugal, Espanha e França, os três tristes países, AINDA trogloditas na Europa] estão a ser mantidas vivas devido aos milhões de euros pagos pela UE, afirmam activistas, apesar das tentativas dos deputados de proibir os subsídios.
O financiamento vai para ganadarias que criam Touros de “lide”, através da política agrícola comum (PAC) da UE, um sistema de apoio de longa data, de subsídios dados ao sector.
A União de Criadores de Touros de Lide de Espanha, que representa os interesses de 347 ganadeiros, estimou que a proibição do pagamento de subsídios significaria um impacto económico de cerca de 200 milhões de Euros por ano para o sector na [apenas em Portugal, Espanha e França, e NÃO “across Europe”].
Em 2015, num movimento aclamado pelos defensores dos Direitos dos Animais que descreveram as touradas como uma “prática cruel”, os eurodeputados votaram esmagadoramente a favor do bloqueio de fundos agrícolas “para o financiamento de actividades tauromáquicas letais”.
No entanto, mais de seis anos depois, houve poucas mudanças, com a proibição deixada de lado devido a preocupações de que modificaria as disposições legais da PAC.
Joe Moran, da organização de defesa dos animais Eurogroup for Animals, disse: “Embora concordemos inteiramente com os eurodeputados na sua indignação moral e no que estão a tentar fazer, as vias legais para fazer isso são bastante difíceis. Na verdade, eu diria que são impossíveis.”
A eliminação total dos fundos exigiria que o bem-estar animal fosse uma competência oficial da UE, juntamente com uma lei que proibiria a criação de Touros para esse fim ou proibiria totalmente as touradas, acrescentou Moran, [algo que seria da racionalidade fazer]
Um funcionário da UE disse que, embora não haja fundos especificamente designados para a criação de Touros de “lide”, “não está excluído”, e os criadores de Touros ainda podem receber fundos públicos de financiamento agrícola.
Desde 2003, os subsídios agrícolas da UE têm sido atribuídos principalmente à quantidade de terra cultivada, e não à produção ou ao destino final dos produtos.
Os eurodeputados do partido “OS VERDES” apresentaram uma emenda à PAC de 2020 pedindo a proibição de fundos para o gado cujo destino final era “a venda para actividades relacionadas com touradas, mas foi descartada quando a Comissão Europeia, o Conselho da UE e o parlamento finalizaram a política.
O eurodeputado português FRANCISCO GUERREIRO descreveu os fundos como “um balão de oxigénio que está continuamente a ajudar esta indústria a manter-se à tona”, uma vez que o número de eventos envolvendo Touros diminuiu.
A indústria de touradas (…) [nos três países europeus AINDA trogloditas] acumulou perdas relatadas de mais de 150 milhões de Euros (…) durante a pandemia de Covid, já que eventos como o de San Fermín, em Pamplona foram cancelados e os Touros enviados directamente para o abate.
A pandemia apareceu quando o sector estava a lutar para se recuperar da crise económica de Espanha, que viu municípios sem dinheiro interromperem eventos envolvendo Touros. Em 2007 – um ano antes do impacto financeiro – 3.651 eventos com Touros foram realizados em toda a Espanha. Uma década depois, o número de eventos caiu para 1.553.
A Praça de Touros de Las Ventas, em Madrid, ficou deserta, após o cancelamento da temporada de touradas de 2020 devido ao bloqueio do coronavírus.
O bloqueio pode ser a morte das touradas em Espanha? [Se não é devia ser]
As associações de criadores em Espanha, França e Portugal continuam a defender as cerca de 1.000 explorações de Touros reprodutores para touradas em toda a UE.
Antonio Bañuelos, presidente da União de Criadores de Touros de Espanha, disse: “É discriminatório criar esse conceito de que o destino desse gado pode estar vinculado ao recebimento de fundos ou não. Muitas das ganadarias produzem uma variedade de produtos ao mesmo tempo que criam Touros, o que significa que qualquer proibição prejudicaria seu direito de acesso a financiamento em pé de igualdade com outros agricultores da EU .»
A indústria também pressionou os eurodeputados alegando que os Touros de lide, criados em áreas extensas, têm menos impacto no meio ambiente do que porcos ou ovelhas.
Uma associação de veterinários espanhóis, anti-touradas, disse que o sofrimento público infligido aos touros era injustificável. Disse ainda aos eurodeputados que instrumentos que vão desde bandarilhas, a espadas de 80 cm foram usadas em Touros durante touradas que duraram cerca de 15 minutos, causa “feridas profundas, hemorragias significativas, sofrimento intenso e morte dolorosa”.
Bañuelos afirmou que a morte de um touro de “lide” é “mais rápida e acarreta menos sofrimento” do que muitos animais criados comercialmente. [O que é mentira].
“Existem milhares de animais que morrem todos os dias em circunstâncias muito dolorosas. Mas o foco está na tourada porque é a mais exposta quando se trata de publicidade e é um alvo fácil”, disse. [Não é por isso, é pela cruel DIVERSÃO com o sofrimento atroz de um ser vivo].
Traduzido do original que pode ser consultado aqui:
Isabel A. Ferreira
Depois disto esperamos que as touradas sejam ENTERRADAS.
Definitivamente.
Diz-se na notícia que elas, infelizmente, continuarão.
No entanto a Abolição desta prática medievalesca é uma questão de tempo, porque esta recusa da UNESCO representa mais um golpe para a tauromaquia, a juntar ao recente corte dos subsídios europeus agrícolas, para a produção de Touros para fins tauromáquicos, aprovado na semana passada pelo Parlamento Europeu durante as votações para a nova Política Agrícola Comum (PAC).
Sem subsídios europeus e sem prestígio algum no mundo civilizado, esta actividade, que assenta na tortura de Touros e Cavalos, está condenada à extinção.
E já não é sem tempo.
Bruxelas, 29 outubro 2020 - A UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - revelou que não reconhecerá as touradas como Património Cultural Imaterial da Humanidade em necessidade de salvaguarda urgente, tal como pedido pela associação espanhola International Tauromaquia Association.
A revelação foi feita por uma fonte interna da UNESCO ao eurodeputado Francisco Guerreiro, que indicou que o assunto não chegará a ser debatido nem pelo secretariado, nem pela comissão responsável. A decisão surge depois da UNESCO questionar o governo Espanhol sobre a urgência da classificação por iminência do desaparecimento da actividade no país, sugestão que foi liminarmente rejeitada pelo executivo Espanhol.
“A UNESCO fez o seu trabalho e percebeu que não há qualquer risco de extinção da indústria tauromáquica, em Espanha, logo o principal argumento utilizado pela International Tauromaquia Association era falso. Infelizmente, a prática vai manter-se, mas felizmente, não será distinguida pela UNESCO”, explicou Francisco Guerreiro.
Existem assim 54 propostas que serão discutidas, sem contemplar a tauromaquia, na 15ª sessão da Comissão para a Protecção do Património Cultural Imaterial da UNESCO, que se realiza de 14 a 19 de Dezembro, na sede da própria organização em Paris.
A discussão sobre o assunto iniciou-se no Parlamento Europeu em Setembro devido à carta de contestação redigida por Francisco Guerreiro e enviada à Directora-geral da UNESCO, subscrita também por 61 eurodeputados de 6 das 7 famílias políticas europeias, incluindo também as assinaturas dos vice-presidentes dos Verdes/ALE, Ska Keller e Philippe Lamberts.
“O cerco continua a apertar ao sector tauromáquico e o seu desespero é claro pois o pedido, para ser Património Cultural Imaterial da Humanidade, foi baseado em falsos pressupostos e é contrário aos próprios princípios de não violência da UNESCO”, conclui Francisco Guerreiro.
Esta rejeição afigura-se como mais um golpe ao sector tauromáquico, juntando-se ao recente corte dos subsídios europeus agrícolas (aos chamados 'pagamentos associados' a serem recebidos pelos agricultores) para a produção de touros para fins tauromáquicos, aprovado na semana passada pelo Parlamento Europeu durante as votações para a nova Política Agrícola Comum (PAC).
Na sua página do Facebook, o deputado europeu Francisco Guerreiro anunciou a aprovação (335 votos a favor, 297 contra e 60 abstenções) da emenda proposta pelos Greens/EFA in the European Parliament (do qual faz parte) para a nova Política Agrícola Comum que retira os apoios financeiros, através dos chamados “pagamentos associados”, para a criação de touros ditos “bravos” (que, diga-se de passagem, não existem na Natureza) cujo destino final é a venda para fins tauromáquicos, quer através da venda directa ou intermediária.
«Numa Política Agrícola Comum minada pela obsessão pela superprodução e crescimento económico, em clara desconsideração pelo ambiente, saúde humana e bem-estar animal, esta é uma pequena grande vitória contra a tauromaquia. Veremos agora se sobreviverá às negociações com a Comissão e o Conselho (trílogos)», refere Francisco Guerreiro.
Fonte:
O que é que não está a morrer em Portugal?
O que é que não é por culpa dos “humanos?”
Que desamor é este que, perigosamente, está a afectar os homens, que estão a extinguir-se e, com ele, o Planeta?
Foto: Reprodução/Daily Mail
A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) informou que as aves marinhas e dos campos agrícolas estão a morrer em Portugal, com perdas de populações que chegam aos 80% na última década.
As principais causas são:
- A degradação dos meios rurais e a intensificação da agricultura provocam a queda livre de aves de muitas espécies, que acabam por morrer.
- A captura acidental nas pescas e a poluição luminosa que afectam especialmente as aves marinhas.
- O uso de pesticidas.
- E há também aquele desafecto do homem-predador pelas outras espécies, como se ele fosse o dono do mundo.
No relatório O Estado das Aves em Portugal 2019, a SPEA salienta que aves dos meios agrícolas como o pardal, o pintassilgo, a rola-brava, o picanço-barreteiro, a águia-caçadeira e o sisão mostram "declínios dramáticos (de 49% a 80%)" nos últimos 10 a 15 anos.
Em espécies marinhas que habitam oceanos e orla costeira, regista-se uma diminuição de 25% nos últimos cinco anos da galheta das Berlengas e vêem-se cada vez menos pardelas-baleares, pilritos-das-praias, tordas-mergulheiras e alcatrazes.
Para a SPEA, salva-se uma "nota positiva" que é "a eficácia das acções de conservação da natureza", com aves como o priolo nos Açores, e a cagarra, nas Berlengas, a recuperarem população e a estabilizarem. A SPEA refere que «o priolo, ave que apenas existe na ilha de São Miguel, nos Açores, e que no início deste século era uma das aves mais ameaçadas da Europa, conta agora com uma população estável em torno dos 1.000 indivíduos».
O presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Domingos Leitão, defendeu que é preciso «investir muito mais dinheiro da Política Agrícola Comum na gestão adequada dos sistemas agrícolas extensivos, como os mosaicos de cereal e pousio e os olivais tradicionais», e salientou que «a política agrícola actual é "perigosa" por causa da expansão da agricultura de regadio intensivo, de monocultura e com uso alargado de agro-químicos».
O relatório aponta ainda a ameaça de espécies invasoras introduzidas em Portugal por acção humana, como o arcebispo e o ganso-do-egipto, que poderão tirar "espaço e alimento" às aves nativas.
Tudo isto, devido à acção do “homem-predador”, o único animal irracional que deambula pelo Planeta. Porque há o outro Homem, o construtivo, mas, ao que parece, existe em menor número, ou está fora das esferas do poder.
Isabel A. Ferreira
Fonte do texto: