NA ILHA TERCEIRA (AÇORES) PRETENDE-SE REALIZAR A TOURADA DAS CRIANÇAS, NO PRÓXIMO DIA 25 DE JUNHO, COM O AVAL DE PROGENITORES IRRESPONSÁVEIS, DO INCONSEQUENTE PODER LOCAL E CENTRAL, COM A CUMPLICIDADE DE UMA IGREJA CATÓLICA QUE ASSIM SE AFASTA DOS VALORES CRISTÃOS, UMA VEZ QUE ESTA ACÇÃO TRANSGRESSORA DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS INSERE-SE NAS “FESTAS” EM HONRA DE SÃO JOÃO, UM SANTO CATÓLICO.
Isto acontece num arquipélago que pertence a um país chamado Portugal, e que, deste modo abjecto, e em nome de interesses económicos e obscuros de ganadeiros e seus acólitos, desrespeita cabalmente os direitos de inocentes e indefesas crianças, inculcando-lhes a violência e a crueldade, que um dia mais tarde utilizarão em sociedade, como fazem os que as procriaram.
E ainda se dão ao descaramento de promover esta infâmia através de um vídeo.
Veja-se o texto promocional do que, em qualquer país civilizado e de direito, é considerado um crime:
Ao longo dos anos, as Sanjoaninas afirmaram-se enquanto festas que promovem a tauromaquia junto dos mais jovens (como se a tauromaquia fosse algo respeitável e didáctico para ser promovido junto de crianças).
Essa promoção deve-se em grande medida à organização de eventos como a Tourada das Crianças e a Espera de Gado Infantil durante as maires festas do concelho de Angra do Heroísmo (isto não são “eventos”, mas tão-só iniciativas abroeiradas de predadores de crianças).
Com o intuito de promover a festa brava (leia-se festa parva) traço cultural genuinamente português (nem é “traço cultural”, pois a tortura de bovinos não pertence ao foro da Cultura, nem é “genuinamente português”, pois não passa de um costume bárbaro introduzido em Portugal, nos reinados dos Filipes de Espanha) com grande expressão na Ilha Terceira (o que não admira pois na Ilha Terceira ainda se vive na Idade do CALHAU) a Tertúlia Tauromáquica Terceirense lançou nas redes sociais um vídeo promocional sobre a Tourada das Crianças, onde se podem ver jovens a tourear e actividades lúdicas relacionadas com a tauromaquia.»
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Excelentíssimas autoridades portuguesas, isto só acontece num país que se está completamente nas tintas para a saúde mental das crianças, que serão o futuro de Portugal.
Uma vez que ninguém de direito o faz, como Portuguesa responsável e preocupada com estas inocentes e indefesas crianças, atiradas deste modo brutal e desprezível à degradação moral, cultural e social, venho solicitar que se suspenda esta tremenda atrocidade.
Até porque já temos demasiadas atrocidades a destruir o País., mas esta ultrapassa todos os limites da RACIONALIDADE HUMANA.
Isabel A. Ferreira
Algo que conspurca o bom nome das Ilhas dos Açores e coloca em causa a legitimidade do poder local.
A ilegalidade conduz à ilegitimidade.
Gostaria que as autoridades locais levassem em conta o que o mundo civilizado abomina, porque constitui uma grande vergonha para a Humanidade e principalmente para as autoridades açorianas, se é que elas existem...
Exmo. Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores,
Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo
Exmo. (a) Deputado(a) da ALRA
Foi publicitada para o próximo dia 20 de Outubro, na Praça de Touros da Ilha Terceira, a realização de um “episódio” tauromáquico com especial destaque para a chamada SORTE DE VARAS.
Diz-se que o “episódio”, intitulado “Ciclo de tentas comentadas” contará com a participação de dois picadores, responsáveis pela execução da sorte de varas, para além de um matador, um novilheiro, dois “cavaleiros” (‘?) e dois grupos de forcados, sendo a organização do acontecimento da responsabilidade da Tertúlia Tauromáquica Terceirense.
A realização da SORTE DE VARAS em “episódios” tauromáquicos (não lhes podemos chamar “espectáculos”, porque um espectáculo implica algo NOBRE e NÃO TORTURA) não é um HÁBITO na Ilha Terceira, ESTÁ PROIBIDA PELA LEGISLAÇÃO VIGENTE e a sua prática foi expressamente proibida por decisão da Assembleia Legislativa Regional dos Açores.
No entanto, em desrespeito da lei, foram já várias as ocasiões em que este ritual bárbaro, denominado “sorte de varas” foi realizado PUBLICAMENTE, na Ilha Terceira, organizado pela Tertúlia Tauromáquica Terceirense, sem a INTERVENÇÃO de NENHUMA AUTORIDADE, o que coloca em causa a legitimidade do PODER LOCAL.
O “episódio” público, agora anunciado para o dia 20, na Praça de Touros da Ilha Terceira, vem uma vez mais contrariar a legislação vigente e a decisão da Assembleia Regional.
Por isso, em nome da LEGALIDADE e da RACIONALIDADE, solicito a intervenção de V. Exas. para que CANCELEM a realização desta iniciativa repugnante e a todos os níveis condenável, pois não só desrespeita a lei, como despreza a livre decisão dos deputados açorianos, o que constitui uma ILEGALIDADE, e uma vergonha para o povo açoriano, um povo que na sua esmagadora maioria não quer ser associado por mais tempo a estas realizações violentas, sangrentas, carniceiras, onde são torturados animais para simples diversão de uma pequena faixa da população que ainda não evoluiu.
Pelo bom nome dos Açores, atentamente,
Isabel A. Ferreira