Quem o diz é a Plataforma Basta de Touradas.
E diz mais: «Numa altura de grandes dificuldades para o País e para a população portuguesa, o investimento público nas touradas aumentou consideravelmente».
Segundo as estimativas, esbanjam-se 19 milhões de Euros para as actividades tauromáquicas, «dinheiro dos contribuintes usado para causar um sofrimento atroz a milhares de animais, além de toda a violência associada com feridos e mortos», refere a Basta de Touradas, que considera chegado o momento de «acabar com o desvio de fundos públicos» para esta barbárie.
Falta dinheiro para obras em escolas públicas, mas para torturar e matar seres vivos sencientes, para divertir sádicos e psicopatas, o dinheiro não falta.
E isto é imoral, é injusto, é coisa de terceiro-mundo.
Podem consultar neste link um estudo sobre esta matéria, levado a cabo pela Plataforma Basta de Touradas:
www.basta.pt/estudo-financiamento-publico-touradas
Fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=728002612707266&set=a.325943376246527
«As touradas não geram emprego nem contribuem para a economia do país.»
Desde o início da pandemia já foram canceladas 30 touradas e não se perdeu nada, muito pelo contrário, cerca de 200 touros foram poupados à tortura na arena (mas ao que dizem foram parar ao MATADOURO) e perderam-se zero empregos, porque os toureiros, os forcados os empresários tauromáquicos, entre outros, não vivem apenas de tourear. Tourear, para eles, é um hobby, tendo empregos principais que lhes dão o sustento.
São os próprios criadores de touros a dizer que só se dedicam a criar bovinos exclusivamente pela paixão das touradas, porque isso não é rentável. «O fim das touradas não vai trazer nenhum drama social como se comprovou em Viana do Castelo e na Póvoa de Varzim, muito pelo contrário, vai permitir a reconversão das praças de touros em espaços para serem utilizados por toda a população o ano inteiro e gerar dezenas de novos postos de trabalho» refere a Basta de Touradas.
Ainda de acordo com esta Plataforma, a própria criação de bovinos pode e deve ser reconvertida numa actividade de lazer e turismo da Natureza, para que todos possam desfrutar da mansidão dos bovinos no campo.
As touradas em nada beneficiam a sociedade portuguesa e a humanidade.
É tempo de evoluir para um Portugal mais civilizado, sem o derramamento do sangue de animais inocentes, indefesos e inofensivos, nas arenas de tortura, para que uma minoria sádica possa divertir-se alarvemente.
Fonte: https://www.facebook.com/Basta.pt/photos/a.472890756075069/3210966018934182/?type=3&theater&ifg=1
Num tempo em que a preocupação maior deve ser salvar vidas e a nossa pobre economia, esbanjar o erário público numa actividade que cultua a tortura e a morte de seres vivos é, no mínimo, imoral e insulta a sociedade portuguesa que, na sua esmagadora maioria, não se revê nestas práticas bárbaras e inadequadas aos tempos hodiernos, e, nomeadamente, ofende os profissionais das verdadeiras Artes: Música, Teatro, Cinema, Dança, Pintura, Escultura, Arquitectura, Ilusionismo, Literatura, Banda Desenhada, Artes Circenses (obviamente sem animais)…
Foi, pois, com grande estupefacção, que li a seguinte notícia: «O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, confesso adepto dos "touros de morte", decidiu receber no passado sábado em Belém a Federação que defende a tauromaquia (Prótoiro). A audiência não foi divulgada no site oficial da Presidência nem consta da agenda do Presidente, mas a imprensa tauromáquica confirma que Marcelo Rebelo de Sousa esteve durante uma hora a ouvir os lamentos da Prótoiro. É muito importante mostrar ao Presidente da República que não estamos desatentos e que é lamentável que, nesta altura de crise, o nosso representante esteja preocupado com o regresso das touradas.» Plataforma Basta de Touradas
Escrevam ao Presidente através deste formulário: ✏️ www.presidencia.pt/?action=5
Muito obrigado!
Fonte: https://www.facebook.com/Basta.pt/photos/a.472890756075069/3198262133537904/?type=3&theater
Foi-me difícil acreditar, que o representante-mor da República de Portugal pudesse ter recebido um grupo de parasitas da nossa sociedade, que vive à custa dos impostos dos Portugueses, a mendigar mais subsídios, para continuar a torturar e a matar seres vivos ,para divertir sádicos.
Senhor Presidente da República Portuguesa, este é o momento certo para acabar, de uma vez por todas, com esta prática cruel e violenta, que só envergonha Portugal e os Portugueses, e decidir aplicar os impostos dos Portugueses em ARTE, não, em TORTURA.
E não tinha nenhuma necessidade disto (clicar no link:)
https://protouro.wordpress.com/2020/05/11/vergonhoso-marcelo-recebe-tauromafia/
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
«Foi durante os 41 anos de Estado Novo que se eliminaram estas regras, se inaugurou a maioria das praças de touros actuais, os grupos de forcados amadores e as tertúlias tauromáquicas. Salazar trouxe de volta a velha escola marialva de cavaleiros e instituiu a “tourada à portuguesa” perante os protestos dos aficionados na altura, para quem a lide só fazia sentido com a morte do touro no final do espectáculo.»
Texto de Sérgio Caetano
(Activista de direitos humanos, animais e natureza. Presidente da Associação S.O.S. Rio Paiva, Coordenador da Plataforma Basta de Touradas e representante em Portugal da Fundação Franz Weber.)
«Sendo uma actividade violenta que coloca em causa o cumprimento da Convenção dos Direitos da Criança, que se baseia em maus tratos a animais e que já beneficia de várias excepções, é da mais elementar justiça que as touradas deixem de gozar de benefícios fiscais do Estado Português e, enquanto existirem, para nossa vergonha, sejam taxadas a 23%.»
3 de Fevereiro de 2020, 8:08
«As touradas são excepção para tudo em Portugal. São excepção à lei da protecção dos animais, não precisam de cumprir nem o próprio Regulamento do Espectáculo Tauromáquico (RET) e gozam das inúmeras regalias que beneficiam esta actividade, que ainda por cima se alimenta, em larga medida, dos fundos públicos provenientes das câmaras municipais e da União Europeia.
É verdade que no preâmbulo do RET surge a polémica frase, segundo a qual a tauromaquia é “parte integrante do património da cultura popular portuguesa”, mas convém lembrar que o mesmo documento, mais à frente, reconhece que a salvaguarda do interesse público passa também pela “defesa do bem-estar animal” e que as touradas “podem ferir a susceptibilidade dos espectadores”, chamando à atenção para os problemas dos maus tratos e da violência contra os animais e a própria violência inerente ao espectáculo, que, não raras vezes, resulta em feridos graves e até mortes.
O Governo propõe no Orçamento do Estado para 2020 um aumento do IVA dos espectáculos tauromáquicos. Como sempre, várias vozes se levantam na “defesa da tradição” das touradas, invocando a “liberdade” e a “justiça”, alegando que o Governo, por não gostar de touradas, não as pode perseguir em detrimento de outros espectáculos culturais. Pergunto: que outros espectáculos culturais em Portugal têm por finalidade agredir e humilhar um animal, cravando-o de todo o tipo de lâminas? Que outros espectáculos em Portugal produzem um número tão elevado de feridos e mortos? Que outros espectáculos culturais em Portugal foram incluídos no relatório de avaliação do Comité dos Direitos da Criança da ONU, com pronunciamento explícito sobre o seu carácter nefasto para o desenvolvimento saudável dos jovens?
As touradas podem ser parte integrante do património cultural de algumas localidades, que no seu todo representam apenas cerca de 10% do nosso território, mas não são um espectáculo qualquer, nem são um espectáculo para quaisquer pessoas, como o próprio Estado reconhece na legislação. O lobby das touradas, pequeno mas muito influente, conseguiu contornar todas as leis que proibiram as touradas e lhes colocaram fortes restrições ao longo dos tempos. Estranho é ver membros do Partido Socialista e pessoas de esquerda a apoiar com vigor as touradas, sendo elas um legado dos períodos mais retrógrados da nossa História, como os regimes absolutista e o Estado Novo, que eliminou todas as restrições impostas a este espectáculo e criou a chamada “tourada à portuguesa” com a publicação dos regulamentos de 1953 e 1971.
As touradas, depois de promovidas em ambiente de aparatosos festejos reais, foram proibidas por D. João VI “pelos seus notórios inconvenientes” em 7 de Julho de 1809. Abolidas em 1836 por decreto de Passos Manuel, foram novamente autorizadas meses mais tarde, por forte pressão da Real Casa Pia de Lisboa e por um grupo de notáveis condes, varões e viscondes, e não por revolta do povo como por vezes se diz. Durante quase 100 anos (entre 1836 e 1933) as touradas só eram permitidas mediante uma autorização especial e desde que a sua receita revertesse para instituições de caridade, nomeadamente para a Casa Pia (em Lisboa) e para as Misericórdias (no resto do país).
Foi durante os 41 anos de Estado Novo que se eliminaram estas regras, se inaugurou a maioria das praças de touros actuais, os grupos de forcados amadores e as tertúlias tauromáquicas. Salazar trouxe de volta a velha escola marialva de cavaleiros e instituiu a “tourada à portuguesa” perante os protestos dos aficionados na altura, para quem a lide só fazia sentido com a morte do touro no final do espectáculo.
A revolução de Abril foi nefasta para a tauromaquia, principalmente para os cavaleiros tauromáquicos e para os abastados ganadeiros da lezíria do Tejo, que se viram obrigados a enviar os touros para Espanha e sul de França, tendo a exportação destes animais duplicado em 1975, por falta de mercado no nosso país. Só com a entrada de Portugal na CEE (1986) a actividade recuperou do abalo sentido com a revolução, e a partir de finais da década de 80 os criadores de touros de lide começaram a beneficiar dos subsídios da Europa para a criação de bovinos, desenvolvendo programas de “conservação e melhoramento genético da raça brava e dos cavalos de toureio”, com milhões de euros da União Europeia destinados à agricultura.
Nos últimos anos, por pressão do lobby tauromáquico, as touradas passaram a ser consideradas cultura, alcançando um estatuto que querem manter intocável, e uma excepção aceite pelo poder político que tem legislado sempre em benefício desta anacrónica actividade. Quando em 2001 as doenças que afectaram o gado bovino (BSE, língua azul e febre aftosa) começaram a alastrar, a União Europeia adoptou medidas drásticas e rigorosas para conter o problema, proibindo as concentrações de gado, feiras de gado, concursos pecuários e a realização de touradas em Portugal. Menos de 15 dias depois desta decisão, e apesar dos elevados riscos para a saúde pública, a Direcção Geral de Veterinária concedeu uma excepção para as touradas, autorizando o transporte de animais destinados ao “matadouro ou às praça de touros”, permitindo assim que a temporada tauromáquica tivesse decorrido normalmente nesse ano. Este exemplo demonstra bem a influência do lobby das touradas junto do poder político e as regalias de que beneficia esta actividade, em oposição aos restantes agricultores.
Se a isto juntarmos os milhões que alguns municípios investem para garantir a continuidade da actividade tauromáquica em Portugal, com apoios que vão desde a compra de milhares de bilhetes para touradas, aos subsídios para os grupos de forcados, apoio logístico, manutenção e reabilitação de praças de touros, etc., temos a fórmula para explicar o porquê desta actividade persistir em Portugal.
Sendo uma actividade violenta que coloca em causa o cumprimento da Convenção dos Direitos da Criança, conforme ficou demonstrado no último relatório da avaliação do Comité, que se baseia em maus tratos a animais, e que já beneficia de várias excepções, é da mais elementar justiça que as touradas deixem de gozar de benefícios fiscais do Estado Português e, enquanto existirem, para nossa vergonha, sejam taxadas a 23%.»
Fonte: