Rezam as crónicas que há precisamente 524 anos, no dia 22 de Abril de 1500, Pedro Álvares Cabral e a sua Armada aportaram a terras de um continente, que viria a ser chamado América (do Sul), habitado por indígenas com uma Cultura própria. Os Portugueses não sabiam, mas aportaram a um território a que os indígenas chamavam Pindorama, ao qual os Portugueses deram o nome de Terra de Vera Cruz, e só em 1527 passou a ser designado como Brasil, que passou a fazer parte do Reino de Portugal e dos Algarves. Com a transferência da Corte de Dom João VI para o Brasil, em 1808, o Brasil ficou integrado no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, em 16 de Dezembro de 1815.
Em 07 de Setembro de 1822, Dom Pedro I, nas margens do Rio Ipiranga, gritou lá do alto do seu Cavalo: «Independência ou morte». E o Brasil, nesse dia, deixou de pertencer à Coroa Portuguesa.
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Costumava-se (tempo passado) dizer que de Espanha, nem bons ventos, nem bons casamentos.
Mas HOJE nada temos a lamentar sobre os ventos e os casamentos que vêm de Espanha, pois nós e os de Espanha soubemos encontrar o nosso lugar na História, e o espírito de fraternidade sobrepôs-se a malquerenças antigas. E é deste modo civilizado que devemos estar no mundo, e não cegos por vinganças, que só inferiorizam quem as quer levar a cabo.
Isto para dizer que o mesmo já não podemos dizer em relação ao Brasil, pois é de lá que actualmente vêm os maus ventos e os casamentos de conveniência, passados que são 524 anos desde a descoberta de um território que viria, mais tarde a chamar-se Brasil, um país que, se existe, aos Portugueses o deve. Os Portugueses fizeram do Brasil um país com um enorme território, situado na América do Sul, e que se estende desde a Bacia Amazónica, no Norte, até às gigantescas Cataratas do Iguaçu, no Sul.
O que fizeram dele, ou melhor, o que NÃO fizeram dele os Brasileiros, os Portugueses nada têm a ver com isso, desde 07 de Setembro de 1822. Quinhentos e vinte e quatro anos já não seria tempo mais do que suficiente para terem cortado o cordão umbilical com os senhores do antigo Reino, ao qual pertenceram?
E, inexplicavelmente, hoje, os de cá aceitam ser vassalos do Brasil, muito servilmente, diria até, muito sofregamente, como bons sedentos de uma grandeza que NÃO existe.
Como é lamentável o espírito de vassalagem que assentou arraiais em Portugal!
E pensar que Portugal, já foi um País de bravos navegadores, que deram a conhecer novos mundos ao mundo, e que hoje não passa de um país pequeno, cheio de servis vassalos dentro.
E isto é caso único no mundo.
Eu, por mim, fazendo os dois Países parte da minha História, não posso deixar de assinalar esta data, que poderia ser festiva, se a relação Brasil/Portugal não estivesse manchada por um obscuro sentimento de vingança de um lado, e, de uma vergonhosa submissão, do outro.
Os motivos deste desprezo que o Filho (Brasil) dedica ao Pai (Portugal), são bem visíveis no Mundo da Cibernética. E não se vê ninguém com lucidez, para pôr ordem na casa, e dizer a essa gente que estão a apoucar o Brasil, com essa desmedida sede de vingança.
Temo que tudo se encaminhe para que venhamos a LAMENTAR que Pedro Álvares Cabral não estivesse a dormir a sesta, em Belmonte, naquele dia 22 de Abril de 1500...
No entanto, tenho esperança de que o Brasil ponha a mão na consciência, e decida deixar Portugal e a sua Língua Portuguesa, para os Portugueses, e vá tratar da sua vida, para poder construir um Grande País, com real importância no mundo, sem precisar da muleta do Pai Português. Os filhos que com 524 anos de existência ainda não conseguiram separar-se do Pai, é porque não têm maturidade nem capacidade suficientes para caminharem pelo próprio pé.
Por enquanto, o Brasil é apenas um País grande, passados que são 524 anos desde a chegada dos Portugueses ao que é hoje o território de Porto Seguro, no estado da Bahia (na altura o Brasil NÃO existia), onde, conforme a imagem documenta, foram recebidos por indígenas, em alvoroço.
Desembarque dos Portugueses em território ocupado por indígenas, os verdadeiros donos das terras que vieram a ser designadas como Brasil. Pintura a óleo sobre tela (acabado em 1900) do artista brasileiro Óscar Pereira da Silva.
Anda por aí um modismo de destruição de monumentos que recordam um tempo que apenas quem o viveu teria o direito de pôr em causa.
Um povo que rejeita o seu passado e não consegue entendê-lo à luz desse mesmo passado, é um povo fracassado e sem futuro.
Não esquecer que o Brasil só é Brasil, porque os Portugueses descobriram o território, e o povoaram, sendo um dos povos colonizadores que menos mossa fez aos indígenas, verdadeiros donos daquelas terras, os quais colaboraram, por livre vontade, com eles, nas guerras travadas contra Ingleses, Holandeses, Franceses, Espanhóis. Além de a miscigenação (união de brancos com os indígenas) ser uma realidade na sociedade da época. E o Brasil tem o tamanho que tem, graças aos Bandeirantes.
Talvez por desconhecerem a verdadeira História do Brasil, ocultada e deturpada nas escolas brasileiras, o Brasil ainda não tenha conseguido encontrar o rumo certo para a Evolução Cultural. Falta-lhe o PASSADO.
Mas vamos aos factos.
Fonte da imagem: https://twitter.com/Midia1508/status/1430260482703757320/photo/1
Na passada terça-feira, a estátua de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, localizada no Largo da Glória, no Rio de Janeiro, foi incendiada e pichada em protesto contra o Marco Temporal, uma teoria segundo a qual os povos indígenas [os verdadeiros donos dos territórios que sempre foram deles, desde os tempos do colonizador], só teriam direito às terras [que legitimamente] sempre ocuparam] em 5 de Outubro de 1988, aquando da promulgação da Constituição Federal, algo defendido pelos camponeses e pelo governo Bolsonaro.
Segundo a notícia, essa interpretação desvaloriza as violências e expulsões forçadas, às quais os indígenas estiveram expostos ao longo do tempo, nomeadamente depois de o Brasil ter-se libertado do jugo do colonizador, sendo que foram sempre perseguidos pelos brasileiros emancipados; e também contra o Projecto de Lei nº 490, que prevê empreendimentos dentro das terras indígenas, como o plantio de soja transgénica e a construção de hidroeléctricas e rodovias.
A estátua foi erguida em 1900, para celebrar os 400 anos do descobrimento do Brasil, por Pedro Álvares Cabral.
Afinal, que culpa tem Pedro Álvares Cabral de os Brasileiros pós-1822 ainda não terem encontrado o caminho da Evolução Cultural?
Isabel A. Ferreira
Em Portugal, anda por aí uma doidice e uma ignorância que é preciso travar, a todo o custo. Aqui fica este contributo, para destruir essa doidice e essa ignorância, que pairam no tão poluído ar português. (Isabel A. Ferreira)
Lado Poente (1ª foto)
1 Infante D. Pedro, Duque de Coimbra (filho do rei João I de Portugal);
2 Dona Filipa de Lencastre (Rainha, Mãe dos Infantes, mulher de D. João I);
3 Fernão Mendes Pinto (escritor e aventureiro do Oriente);
4 Frei Gonçalo de Carvalho (Dominicano);
5 Frei Henrique de Coimbra (Franciscano);
6 Luís Vaz de Camões (poeta épico, o maior de Portugal);
7 Nuno Gonçalves (pintor);
8 Gomes Eanes de Zurara (cronista);
9 Pêro da Covilhã (viageiro);
10 Jácome de Maiorca (cosmógrafo);
11 Pêro Escobar (navegador/piloto);
12 Pedro Nunes (matemático);
13 Pêro de Alenquer (navegador/piloto);
14 Gil Eanes (navegador);
15 João Gonçalves Zarco (navegador);
16 Infante D. Fernando, (o Infante Santo, filho do rei João I de Portugal).
Lado Nascente (2ª foto)
1 D. Afonso V de Portugal (Rei);
2 Vasco da Gama (navegador/descobridor do Caminho Marítimo para a Índia);
3 Afonso Baldaia (navegador);
4 Pedro Álvares Cabral (navegador/descobridor do Brasil);
5 Fernão de Magalhães (Navegador/Viagem de Circum-navegação);
6 Nicolau Coelho (navegador);
7 Gaspar Corte-Real (navegador/Península Labrador);
8 Martim Afonso de Sousa (navegador);
9 João de Barros (Cronista/Historiador);
10 Estêvão da Gama (capitão);
11 Bartolomeu Dias (navegador/descobridor do Cabo da Boa Esperança);
12 Diogo Cão (navegador);
13 António de Abreu (navegador);
14 Afonso de Albuquerque (Vice-rei da Índia/governador);
15 São Francisco Xavier (missionário/evangelizador);
16 Cristóvão da Gama (capitão).
Fonte: https://www.facebook.com/photo?fbid=275027297474750&set=pcb.275029057474574