No entanto, o que vemos mais por aí, nomeadamente nas aldeias ou nos arredores das cidades, são Cães acorrentados, vivendo tristemente, como se fossem uns simples seres desprezíveis, e não houvesse uma lei para os proteger.
Os Animais acorrentados, presos em currais, gaiolas, galinheiros, continuam a morrer, vítimas dos incêndios florestais, que, graças à falta de uma Política Florestal, em Portugal, aliás, à falta de TODAS as políticas de TUDO, continuam a devastar a flora e também a fauna portuguesas – não esquecer isto.
E todos os anos, ouvimos os governantes dizerem sempre o mesmo: vamos fazer isto, e mais aquilo, e mais aqueloutro, e no fim das contas NADA se faz, e, todos os anos, todos os crimes inerentes a estes incêndios diabólicos, são repetidos, porque, simplesmente, NADA é feito.
Os Cães acorrentados permanentemente violam a lei portuguesa em vigor sobre o acondicionamento de animais (Decreto-Lei n.º 276/2001 e Decreto-Lei n.º 315/2003) no entanto, é ainda uma realidade bastante frequente e VISÍVEL a olho nu, por todo o nosso país terceiro-mundista.
E não vemos as autoridades, principalmente a GNR, que anda pelas aldeias a bater às portas de pessoas idosas, quase todas com Cães acorrentados, a adverti-las para o crime que estão a cometer, ao manter os Cães acorrentados.
O PAN emitiu um comunicado onde informa que vai exigir ao Governo implementação urgente do Plano Nacional de Desacorrentamento.
Foto: Associações Ira E Apbs
E isto, no seguimento de mais um ano em que os incêndios voltaram a tirar a vida a animais que se encontravam acorrentados, sem qualquer hipótese de fuga, e foram deixados ali a morrer. Nada que já não tivesse acontecido anteriormente. E ninguém aprende nada com os erros cometidos e repetidos anos, após anos.
Daí que o PAN venha exigir que o Governo implemente, com carácter de urgência, o Plano Nacional de Desacorrentamento de Animais de Companhia que ficou inscrito no Orçamento do Estado 2022, por proposta desse Partido político, e regule as condições de alojamento dos animais.
Segundo se lê no comunicado de imprensa, apesar das mortes trágicas registadas em Santo Tirso há dois anos e em Santa Rita no ano passado, continuam a morrer dezenas de animais de companhia acorrentados, vítimas dos incêndios florestais que varrem o país, como se veio a verificar nos incêndios de Palmela e agora na Serra da Estrela.
[Mas não só os de companhia, são animais. Morrem milhares de animais nas florestas ardidas, presos nos currais, nos galinheiros, nas jaulas...]
No mesmo comunicado, Inês de Sousa Real porta-voz e deputada do PAN, salientou que «não é aceitável que todos os anos continuem a morrer animais de forma tão atroz nos incêndios, por não serem evacuados e se encontrarem permanentemente acorrentados ou sob outras formas de retenção, sem qualquer forma de escapatória a uma morte cruel e dolorosa».
«Sucede que, apesar de a sociedade portuguesa ter ficado horrorizada com imagens como as que nos chegaram dos pelo menos 73 animais de companhia mortos por se encontrarem retidos em dois abrigos em Santo Tirso e de ter pedido uma mudança às autoridades competentes, chegamos ao dia de hoje e continuamos a ter animais de companhia em fogos florestais», lamenta ainda Inês de Sousa Real.
E, acrescenta: “É absolutamente incompreensível que o Governo ainda não tenha avançado com a implementação do Plano Nacional de Desacorrentamento de Animais de Companhia. Plano este que visa apoiar as pessoas a reconverterem os espaços onde os animais se encontram, de forma a poderem ser libertados das correntes”.
A porta-voz do PAN exorta, por isso, o Governo a que dê seguimento com carácter de urgência à elaboração e implementação de um plano nacional de desacorrentamento de animais de companhia, concretizando a medida inscrita no Orçamento do Estado de 2022, por iniciativa do PAN, cuja verba inscrita orça os 500 mil euros.
Paralelamente, o PAN vai voltar a levar o tema à Assembleia da República, mediante a apresentação de uma nova proposta de iniciativa que visa regular o acorrentamento permanente, com vista ao seu fim, e o alojamento dos animais de companhia em Portugal, retomando assim os termos de um projecto de lei submetido em Junho de 2021 e aprovado na generalidade, mas que, por fruto do fim antecipado da legislatura, acabou por não ser sujeito a votação final.
Do mesmo modo, o PAN insiste na importância da iniciativa apresentada para a criação pelo Governo de um Plano Nacional de Resgate Animal a incluir no Plano Nacional de Emergência de Protecção Civil, com aplicação e concretização municipal, já proposto, nomeadamente em sede de OE 2022, rejeitado com os votos contra do PS e a abstenção do PSD, e Iniciativa Liberal.
Isabel A. Ferreira
Ontem, e uma vez mais, a TVI demonstrou estar de pedra e cal na senda do retrocesso.
No Jornal das 8, apresentou uma reportagem que, camuflada na Festa das Vindimas, em Palmela, fez a apologia da selvajaria tauromáquica, entrevistando crianças a quem fizeram lavagem cerebral.
Foi triste, muito triste, ver aquelas crianças sem perspectiva de um futuro civilizado, com o aval da TVI… um canal para continuar a boicotar.
Na referida reportagem, vê-se um terreiro medieval, para onde atiraram um Touro embolado, completamente perdido, fora do seu habitat, rodeado por criaturas histéricas.
Tal cenário remeteu-nos para a Idade Média, quando o povo inculto, se divertia a maltratar animais, anões e gente desfigurada.
Uma rapariga, a quem a jornalista perguntou se alguém se fere nestas largadas, respondeu que o “um senhor levou porrada, mas faz parte…».
Faz parte. Leva-se porrada, fica-se estropiado e até se chega a morrer, nestas imbecis largadas de Touros. Mas… faz parte. E o fatalismo deste “faz parte” diz da mentalidade pobre e podre desta gente, criada para ser imbecil o resto da vida.
O que mais me chocou, ao ver esta reportagem, foi a lavagem cerebral a que são submetidas as crianças, que crescem naquele ambiente selvático, e para quem o sofrimento do Touro é completamente indiferente.
Um pai, com um filho ao colo, chegou a perguntar-lhe em frente à câmara da TVI: «diz o que queres ser quando fores grande». O miúdo hesitou. Hesitou… mas lá foi dizendo com dificuldade: «quero ser bandarilheiro» (é que bandarilheiro é uma palavra penosa até na pronúncia). E o pai riu-se, satisfeito com esta futura “profissão” do seu filho. E a esta crueldade a CPCJ não está atenta.
Bem, isto foi de uma miséria moral, cultural e social extraordinária.
Se não soubesse que a TVI está comprometida com o retrocesso, diria que esta reportagem foi realizada com a intenção de chamar a atenção precisamente para essa miséria.
Mas infelizmente não foi.
A TVI está a promover a selvajaria tauromáquica.
E nós, Portugueses, comprometidos com a excelência, temos de a despromover, como já a despromovemos na RTP1 e na CMTV.
Isabel A. Ferreira