Vou transcrever aqui a análise publicada no Facebook, que João Cruz fez à entrevista que o Almirante Gouveia e Melo concedeu à TVI/CNN, com a qual concordei, na sua generalidade, tendo apenas um reparo a fazer.
Aguardei esta entrevista com grande expectativa, porque só sabia três coisas acerca do Almirante: que ele foi muito eficiente ao coordenar a vacinação durante a pandemia da Covid-19; que ele levava à risca a sua missão na Marinha, cumprindo as regras, as leis e o seu DEVER escrupulosamente; e que NÃO grafava correCtamente a sua Língua Materna, a Língua Portuguesa, requisito essencial num Presidente da República, a ser, tendo aderido ao ilegal e inconstitucional acordo ortográfico de 1990 (AO90), que viola a Constituição da República Portuguesa (CPR).
Além isso, se for eleito Presidente da República será seu DEVER defender a CPR, algo que o ainda PR, Marcelo Rebelo de Sousa, não fez, e, para tal, terá de eliminar o ilegal e inconstitucional AO90, a peste negra que contamina a qualidade do Ensino, em Portugal, país que está a perder a sua identidade linguística e a sua condição de País livre e soberano.
E isto, para um Almirante a ser Presidente da República Portuguesa, não será coisa de pouca monta, para desprezarabo. Penso eu!
Isabel A. Ferreira
Texto de João Cruz
Henrique Gouveia e Melo deu hoje a sua primeira entrevista pública à CNN/TVI. Para quem achava que só quem tirou os cursos da política é que pode ser presidente da república, as esperanças caíram por terra, e já devem ter ficado a perceber que Gouveia e Melo está bem preparado para os enfrentar e, provavelmente, pronto para "os meter no bolso". Frequentámos a mesma "Alma Mater" durante 4 anos e as características que lhe conheci há 45 anos não mudaram. É claro a expor, é disciplinado, e não tem medo de ter opinião. Dificilmente perderá estas eleições, não só por se ir confrontar com palradores teatrais, como por ir suceder a um presidente que cansou pelo estilo. Não é comparável a ninguém nem quer ser.
Na entrevista, que durou cerca de uma hora e tocou em muitos assuntos, revelou que decidiu avançar em Setembro do ano passado quando percebeu que íamos ter um Trump na América. É positivo, porque Trump faz dos "bananas" uns bonecos de trapos.
Não gosta de julgamentos públicos, da ausência de sigilo, e de corrupção, nem quer ser apoiado por partidos políticos ou grupos organizados. Quanto a André Ventura, talvez uns dos grandes perigos à sua candidatura, foi muito claro: não concorda com o que diz e faz, mas não deixaria de o eleger se ganhasse eleições.
Foi esclarecedor quanto à imigração: somos tolerantes, mas a emigração tem de ser regulada, e não queremos importar intolerância estrangeira. Aborto está decidido há muito e eutanásia é aceitável em condições muito específicas. Não defende o SMO como o conhecíamos, mas é importante que os militares que saem dos contratos façam voluntariamente reciclagens para dar corpo a um efectivo robusto em caso de necessidade. A melhor defesa é a dissuasão.
A cidadania nas escolas deve existir e não ser ideológica. Os governos não devem cair de qualquer maneira. A Palestina tem direito a ser um Estado e o genocídio que Israel está a levar a cabo tem de acabar.
O SNS não evoluiu proporcionalmente ao dinheiro investido ao longo do tempo. Não se acha o D. Sebastião nem tem uma varinha de condão, mas exercerá a magistratura de influência mantendo o foco nos principais problemas na ordem do dia pressionando o governo para arranjar soluções. Veste a camisola de Portugal e não tem medo dos outros candidatos porque não teme a democracia.
Gouveia e Melo teve e terá de vencer aqueles que pensam que os militares são portugueses com direitos diminuídos e que um país que tenha um militar na presidência tem algum tipo de doença.
Os comentadores de todas as televisões tentam a todo o custo encontrar-lhe contradições e fraquezas, mas não está a ser fácil que o povo os compreenda.
Escolheu um mandatário que podia ter evitado. Havia outros com muito mérito sem cursos de política.
Gouveia e Melo entrou bem e à frente dos outros todos que, se antes já tinham dificuldade em lhe morder os calcanhares, agora ainda vão ter mais dificuldade.
João Cruz
Fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=24770965112504014&set=a.132112583482609
Desde que essa criatura foi posta no Poder, por obra e graça da ala mais alienada dos norte-americanos (como foi isso possível?) que andava a urdir um texto para dizer da minha enorme revolta, por pressentir que o mundo iria retroceder séculos, com Donald J. Trump, dotado de um cérebro do tamanho de um feijão, a desmandar nesse mundo. E o pior é que ele não enganou ninguém. Disse ao que ia, enquanto o Ocidente dormia... E não conseguia encontrar as palavras certas que pudessem dizer da minha revolta e repulsa. Fiquei completamente bloqueada.
Porém, ao ler, no Facebook, o texto escrito por Miguel Sousa Tavares (com quem discordo, em absoluto, quando se trata dos seus hobbies predilectos, a caça e as touradas, que eu combato aguerridamente) disse cá para mim: era isto mesmo o que eu queria dizer, e não consegui, mas o Miguel conseguiu. Porque aqui há dois Miguéis, e eu sei discernir entre um e outro. Eu também não sou perfeita.
Por isso, decidi transcrever o texto «Um só homem”, fazendo minhas as rigorosas e singulares palavras do Miguel (porém, nem todas) no dia em que, desvairadamente, a criatura iniciou uma guerra comercial global, e nós, que já não estávamos bem, com alguns energúmenos no Poder a matar milhares de pessoas inocentes, em várias partes do mundo, em nome da estupidez, ficámos pior, o mundo ensombreceu, e a criatura começou a cavar a fossa onde os EUA se há-de afundar, se ainda houver justiça no mundo.
Isabel A. Ferreira
«Um só homem”
por Miguel Sousa Tavares
«No dia 20 de Janeiro, depois de ter assistido à tomada de posse de Donald J. Trump como Presidente dos Estados Unidos, prometi a mim mesmo que não iria seguir obcecadamente cada passo da sua administração nem me deixaria deprimir pelo que aí vinha. A vida tem motivos muito mais interessantes do que acompanhar o desvario político, mental e humano do homem mais poderoso do mundo. Sim, Trump é Presidente dos Estados Unidos e os Estados Unidos detêm a maior capacidade militar e nuclear do mundo. Quer isto dizer que, em querendo, podem dar ordens ao mundo inteiro e ditar o destino de todos. Mas o meu, não.
Enganei-me: o meu também. Não consegui manter a minha promessa pela simples razão de que tudo o que está a acontecer na América ultrapassou em pior a minha imaginação, e como eu vivo neste tempo e neste mundo em que está um bandido à solta na Casa Branca e um grupo de marginais a acolitá-lo, não é possível, como cantava o Adriano Correia de Oliveira, viver serenamente. Não é possível, por mais que se queira — até como forma de resistência —, abstrair das malfeitorias diárias do Presidente dos Estados Unidos.
Se a agenda foi cumprida, o Conselheiro de Segurança Nacional de Trump, Mike Waltz, acompanhado de altas patentes militares, está esta sexta-feira na Gronelândia para avaliar in loco as potencialidades militares de um território a que Trump disse que, por razões de segurança, ia deitar a mão, “de uma maneira ou de outra”, comprado ou invadido. Na comitiva vai também a “vice-primeira dama”, a mulher do idiota J. D. Vance, e um filho, viajando em missão turística para ela mostrar à criancinha a conquista que o pai e o seu amigo Presidente vão fazer para os Estados Unidos. A Gronelândia, recorde-se, pertence à Dinamarca e a Dinamarca pertence à NATO, a organização militar de defesa comum liderada pelos Estados Unidos. Isto parece inacreditável, mas somos forçados a acreditar depois de termos visto, apenas nos primeiros 60 dias de governo, Trump reivindicar, além da Gronelândia, o canal do Panamá, a Faixa de Gaza, as riquezas minerais e as centrais nucleares ucranianas, e mesmo o Canadá, a quem convidou a tornar-se o 51º estado da União!
Por falar em NATO, ficámos também a saber que Trump não garante que os Estados Unidos respeitem o artigo 5º do Tratado, o “um por todos, todos por um”, que é o fundamento da organização. Mas como poderia garanti-lo se ele próprio fala abertamente em tomar posse de territórios, ou mesmo de países, seus aliados na NATO? A sua regra é simples: se é do seu interesse, da sua segurança ou do seu aprovisionamento estratégico, os Estados Unidos têm o direito de fazerem o que quiserem. Ao mesmo tempo que ele, Trump, ordena aos aliados europeus que desatem a gastar fortunas em armamento comprado aos Estados Unidos e delicia-se a receber, em audiências de vassalagem, os grandes da Europa, Keir Starmer e Macron, ou o seu pau-mandado Mark Rutte, secretário-geral da NATO, que lhe foi dizer que as suas ordens serão obedecidas e que a organização atlântica está pronta a marchar “under your comand, Sir”.
Entretanto, ameaça os palestinianos com o “inferno”, como se fosse novidade para eles, e bombardeia os hutis no Iémen para se substituir ao “parasitismo europeu”, como lhe chamou Pete Hegseth, um atrasado mental vindo da Fox News directamente para chefiar o Pentágono. A devoção de Trump por Israel é tanta, o seu desejo de tudo dar ao seu amigo Netanyahu é tamanho, que a polícia de emigração está a expulsar do país estudantes que participaram em manifestações contra o massacre em Gaza, mesmo que sejam residentes legais nos Estados Unidos, e a impedir de entrar no país quem se manifestou pela Palestina: agora, para entrar nos Estados Unidos é preciso nunca ter posto em causa as acções de Israel e sair é arriscar não poder voltar a entrar. Uma após outra, as principais universidades do país vêem o governo federal cortar-lhes os fundos sempre que alguém, no governo de Trump se lembra de ter lá visto manifestações pró-Palestina: Harvard ainda resiste, Columbia já ajoelhou, pronta a alinhar com o desejo de Trump de “banir esta insanidade antiamericana de uma vez por todas”. De caminho — coisa verdadeiramente inédita — encarregou a ministra da Educação de extinguir o respectivo Ministério, declarando que “agora é que vamos ter educação a sério!”. O pretexto é a invocada “esquerdização” do ensino e das universidades, das suas políticas de integração agora proibidas ou o desperdício de dinheiros públicos em aprendizagens inúteis ou antipatrióticas. Mas, na verdade, esta fúria contra o saber que está a paralisar a investigação nas universidades e a aterrorizar todos fundamenta-se numa coisa que é própria da ignorância arrogante de Donald Trump: o ódio à inteligência e ao conhecimento, que, para ele como para os seus apoiantes do MAGA, representa apenas a justa revolta do povo contra as elites intelectuais e académicas. O programa de Trump não é o de aproveitar e tirar partido do melhor dos Estados Unidos — a excelência de um ensino universitário que deu ao país dezenas de Prémios Nobel e o colocou na vanguarda do conhecimento científico e tecnológico. O seu programa e o seu génio político é ter sabido interpretar a nova luta de classes, que não é entre quem tem e quem não tem, como imaginou Marx, mas entre quem sabe e quem odeia os que sabem.
Mas, bem entendido, a grande ameaça de Trump à democracia americana e ao Estado de Direito na América e no mundo é o seu profundo desprezo por princípios que temos como universais nas nações civilizadas. Trump comporta-se como um Nero reencarnado, cego de vaidade e embriagado com o desfrute de um poder sem limites. O exemplo extremo disto foi a deportação para a Guatemala, e para uma prisão tida como a mais desumana do mundo, de uma centena de imigrantes venezuelanos que alguém decretou subitamente serem membros de um grupo de criminosos. Sem julgamento, sem instrução e sem defesa, foram expulsos dos Estados Unidos e enfiados numa prisão guatemalteca, sem prazo definido de detenção. Assim, o Presidente americano, sem qualquer interferência da Justiça, arroga-se o poder de acusar, julgar, condenar, decretar e executar a sentença, mesmo em país alheio: juiz de instrução, juiz de julgamento e juiz de execução de penas. E quando um juiz verdadeiro quer saber porque não foi obedecida a sua ordem de suspender a expulsão dos venezuelanos, Trump ameaça afastar esse e todos os juízes federais que contrariem judicialmente os seus desejos, e começou a perseguir, com as suas já célebres notas executivas, até as sociedades de advogados que representaram ou onde trabalhou alguém que o tenha investigado no passado. Trata-se daquilo a que agora chamam o “brokenism”, a política de partir tudo, mesmo a Constituição dos Estados Unidos e os direitos e garantias individuais, em nome da revolução conhecida como Projecto 25 — a tomada de poder por um homem e uma facção ao seu serviço no mais poderoso país do planeta. E, sobre tudo isto, alia a um desejo de vingança sobre quem não lhe reconheceu a vitória eleitoral em 2020, uma crueldade assustadora. O Presidente que se dispõe a fazer propaganda a favor do homem mais rico do mundo, transformando a Casa Branca num stand de automóveis Tesla, é o mesmo que da noite para o dia extinguiu a USAID, mandando para o desemprego todos os seus funcionários e condenando milhões de pessoas à fome, à doença e à miséria, em África e na Ásia pobre, e que corta todas as verbas para a investigação de vacinas para doenças como a malária.
Como é que chegámos aqui? Como é que a “land of the free”, uma nação de referência do mundo democrático, num instante se está a transformar num fascismo unipessoal? Como é que chegámos aqui? Chegámos pelo voto popular, pela escolha da maioria dos americanos. Porque hoje já não é necessário derrubar as democracias por golpe militar: derrubam-se nas urnas por voto popular manipulado e planeado por golpistas silenciosos nas redes sociais.»
Miguel Sousa Tavares, in Jornal Expresso, 27/03/2025
Fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=10237432238331143&set=a.10207599050640096
Ilustração Hugo Pinto
Por Gustavo Carona
Uma enormíssima vitória do egoísmo, do isolacionismo, do pós-verdade, e da autêntica javardice política.
Ser um javardo machista… compensa.
Ser um narcisista patológico que pense mais em si do que no país…. compensa.
Dizer mais mentiras do que palavras… compensa.
Descredibilizar por completo a imprensa… compensa.
Negar a democracia, negando resultados de 2020, tentar fraude eleitoral… compensa.
Tentar um golpe de estado como o 6 de Janeiro… compensa.
Abusar sexualmente de mulheres… compensa.
Fazer fraude fiscal roubando o seu país… compensa.
Negar a ciência… compensa.
Negar as alterações climáticas…. compensa.
Tratar pretos, hispânicos, árabes como lixo… compensa.
Sair dos tratados do clima… compensa.
Deixar a Rússia fazer o que quiser da Europa… compensa.
Legitimar, ainda mais (!), o genocídio na Palestina… compensa.
Ser supremacista branco… compensa.
Ser corrupto até à ponta dos cabelos… compensa.
Caminhar para destruir a democracia… compensa.
Inventar histórias tipo dos imigrantes comerem cães e gatos… compensa.
Encostar-se às franjas mais fanáticas das religiões… compensa.
Ter um discurso favorável a Hitler… compensa.
Fazer elogios a ditadores… compensa.
Destruir cuidados de saúde acessíveis… compensa.
Ir contra a vontade das mulheres de decidir sobre o seu corpo… compensa.
Ser culpado de 34 crimes e acusado de muitos mais… compensa.
Achincalhar com todos os limites da moral e da ética… compensa.
Que é uma catástrofe para a Europa, é evidente.
Que é um desastre para os USA é uma opinião.
Para o mundo, basta pegar na questão das alterações climáticas para se ter a garantia que é um criminoso contra a humanidade.
Mas, temo que a pior mensagem que isto manda ao mundo… é que a mentira, o narcisismo, o racismo e o crime… compensam.
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(fotografia de quando foi preso, de onde nunca de via ter saído)
Fonte: https://www.facebook.com/photo/?fbid=10162478424192160&set=a.10151435621332160
Imagens que reduzem os “poderosos” do mundo à condição de bactérias…
Imagens possíveis apenas pela mera existência do maior predador do Universo: a besta humana...
Imagens da violência que me aniquilam a mim…
As well as I was Charlie, I also am all these unlucky children
Assim como fui Charlie, sou também todas estas desafortunadas crianças.
Origem da foto: STRINGER / TURKEY / Reuters Fotos de Nilüfer Demir
http://expresso.sapo.pt/internacional/2015-09-02-Naufragos-da-humanidade
«Esta criança recolhida pela polícia numa praia da Turquia não chegou à Europa. Afogou-se a caminho do outro lado do Mediterrâneo, o destino de milhares de refugiados que fogem à morte nos países que abandonam. É uma imagem que está a correr e a impressionar o mundo - e tem um movimento associado com a hashtag #KiyiyaVuranInsanlik. Que significa o “naufrágio da humanidade”» - 2015
Ásia - século XXI d. C.
Palestina - século XXI d. C.
Gaza Século XXI d. C. depois de um bombardeamento
Crianças da Palestina - Século XXI d. C. incitadas á violência
Sudão 1993
Etiópia - Século XXI d. C.
Síria - Século XXI d. C.
Vietname 1954/1975
Europa (Auschwitz) 1939/1945
Crianças aprendem a torturar seres vivos em Portugal, Espanha, França, México, Peru, Venezuela, Equador e Colômbia para diversão no Século XXI d. C.
E pensar que o melhor do mundo são as inocentes, indefesas e inofensivas crianças, e que elas, todas elas, em todo o mundo, em qualquer época, poderiam brincar assim:
Isabel A. Ferreira