O civismo, a cultura culta, a ética, o bom senso, o senso comum e a lucidez prevaleceram sobre a estupidez…
Que turistas cultos iriam ver torturar seres vivos?
Esta vai à atenção dos abolicionistas portugueses.
Vale a pena insistir na luta.
O “diestro” Antonio Ferrera na praça de Las Ventas de Madrid na Feria de Outono em 2013. / EFE
A agência Nautalia retira ofertas de viagens a Madrid que incluía entradas para assistir à feira taurina de San Isidro.
(Uma campanha de recolha de assinaturas, da iniciativa da Associação Animalista Libera surtiu o efeito pretendido)
Acções como esta «fomentam um negócio em troca da tortura de animais». Subscreveram esta opinião, na Plataforma Change.org, quase 10.000 assinantes, e a companhia do grupo Pullmantur retirou os pacotes de férias que incluíam noites em hotéis e entradas para las Ventas a partir de 58 euros.
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«Estamos conscientes da polémica que gira em torno da tauromaquia e por esse motivo pedimos desculpa às pessoas que se sentiram ofendidas pela venda deste pacote», assegura a agência numa nota publicada em Change.org (una nota publicada en Change.org).
«O que queremos deixar claro é que em nenhum momento a Nautalia Viajes defendeu ou defende o maltrato animal.»
«Espanha já não é sol, paella e touros», afirma taxativo Rubén Pérez, porta-voz da Asociación Animalista Libera, responsável pela petição popular iniciada no passado dia 7 de Abril.
«Nautalia fomenta o tema mais infeliz do que a oferta turística das diferentes regiões de Espanha admite. Enquanto a oposição às corridas de toros é uma maioria entre os cidadãos, a empresa de viagens pratica um turismo temático e de sangue», referia o texto patente na Change.org.
«Esta vitória demonstra que a acção de cidadania pode combater as grandes empresas com muitos mais meios e mudar as coisas», conclui Pérez.
Não é a primeira vez que uma empresa turística decide enjeitar um produto taurino. Em Março de 2013, Let's Bonus anunciou a retirada de «qualquer produto relacionado com as corridas de touros» graças a outra petição encabeçada pela mesma associação animalista.
«Há vários estudos, como o do Citigroup de 2008, que afirmam que a vinculação das empresas com a tauromaquia gera uma imagem negativa das mesmas», refere Pérez.
Uma opinião não partilhada pela presidente do PP de Madrid, Esperanza Aguirre, que defendeu no anúncio taurino da Feira de Abril que os antitaurinos são essencialmente “antiespanhóis”.
«O pior são esses anti-touradas, que o são porque sabem muito bem que os touros simbolizam melhor do que qualquer outra coisa a própria essência do nosso ser espanhol, e portanto, na sua azáfama para acabar com Espanha, procuram desprestigiar e, se podem, proibir os touros por decreto», acrescentou.
(Esquece-se a senhora Esperanza Aguirre que aquela Espanha carniceira de má fama em todo o mundo velho e novo, está a desaparecer, e muito bem. Os espanhóis modernos já não são os cruéis que foram outrora).
Fonte: http://sociedad.elpais.com/sociedad/2014/04/21/actualidad/1398072349_432464.html
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E, deste modo, o mundo vai se civilizando, e Portugal a ficar para trás.
Isabel A. Ferreira