Não há nada mais elucidativo do que ver uma vacada.
Ver para crer.
Isto é uma vacada, que não é académica, mas poderia ser. São todas iguais. Varia o público e os animais. O ritual é o mesmo. Um ritual rico em substância civilizacional. E como se viu, é uma DIVERSÃO cultíssima. Espectacular. Algo digno de gente muito inteligente, gente fina, estudada, educada, instruída, com uma cultura elevadíssima. É algo de gente com um Q. I. a passar dos duzentos…
É algo que devia realizar-se no Olympia de Paris, e não em ruas poeirentas e sujas…
Está melhor assim… "EU"?
Sabem quem é “EU”? Não?
Nem eu.
Mas…
Eu, deixou um comentário ao post Uma vacada para "comemorar" o aniversário de um Instituto que se diz "superior"? às 12:41, 2013-03-12.
Comentário:
«Cara Isabel,
Depois de ler o seu texto tenho algumas referências a fazer-lhe:
1º O homem evoluiu e depois de se alimentar só dos frutos e ervas que havia na natureza, começou a alimentar-se de animais.
Mais tarde começou a alimentar-se de animais cozinhados.
Vejamos quem é que é que está a retroceder... se os que se alimentam de animais ou os que se alimentam de vegetais.
Calculo que no caso de certas pessoas comam principalmente palha!
2º A vacada é definitivamente diferente da tourada! E ainda assim nenhuma delas é proibida em Portugal!
Há sempre alguém com uma opinião diferente. Você acha que não deve haver e outros acham que sim!
3º Perde qualquer razão que possa ter com os adjectivos que usa.
Pelos vistos se há alguém que é inferior não somos nós.
Quanto aos comentários dos seus amigos... serão tratados de acordo com o estipulado nos termos e condições do Facebook!»
***
A um comentário tão delicado quanto este, vou responder do mesmo modo:
Caro “eu”:
Depois de ler o seu comentário, que agradeço (pelo menos não é obsceno, mas falta-lhe um NOME – gosto de nomes, ainda que falsos) tenho algumas observações a fazer.
O seu primeiro ponto tem tudo a ver com o que eu publiquei acerca da I Vacada Iscalina. Está muito bem visto. Isto significará que havendo uma primeira vacada, haverá uma segunda vacada… E aqui temos o que se chama EVOLUIR… Certo? Do azeite passam para a azeitona, e regressam ao início. Isto é bastante elucidativo de mentes muito brilhantes.
Sobre o seu segundo ponto… vejamos o que diz o “eu”: «A vacada é definitivamente diferente da tourada! E ainda assim nenhuma delas é proibida em Portugal!»
Agora vejamos o que escrevi no meu texto: «… além de REPUDIAR, em absoluto, este ritual cruel (e será cruel ainda que não seja uma tourada, porquanto a vacada é uma forma de crueldade psicológica e os desventurados animais sofrerão horrivelmente) …
É esta ILITERACIA que me INCOMODA, sabia, “eu”?
Pois é. Eu já tinha dito que uma vacada não é o mesmo que uma tourada. Percebeu isso? NÃO!
E pela enésima vez, repito que tudo o que seja touradas ou variantes de touradas não tem nada a ver com “opiniões” diferentes ou iguais.
Tem a ver com ÉTICA, CULTURA CULTA, EVOLUÇÃO DE MENTALIDADES, CIVILIZAÇÃO, SOLIDARIEDADE, HUMANIDADE, enfim, tudo o que os académicos da vacada iscalina têm para dar e para vender, e os nossos governantes ainda mais, porque apoiam esta diversão de deuses com leis super-civilizadas, excluindo, muito inteligentemente, os Touros e os Cavalos do REINO ANIMAL.
Quanto ao terceiro ponto… que é o busílis da questão: os ADJECTIVOS. Os famosos adjectivos que existem na Língua Portuguesa para adjectivarem determinadas coisas, MAS não PODEM SER UTILIZADOS porque os académicos da vacada iscalina, sendo o supra-sumo da inteligência, entendem que não podem ser utilizados.
Ou seja, não podemos chamar uma pá de pá. Eu explico.
“Chamar uma pá de pá” que vem do inglês “to call a spade a spade” é uma expressão anglófona que significa falar clara e directamente sobre um assunto considerado delicado ou embaraçoso, chamando as coisas pelos seus próprios nomes e falando francamente, sem meias palavras, mesmo que isto seja inconveniente ou desagradável.
Caro “eu”, a inferioridade está em quem se sente atacado por essa PÁ, a qual não pode ser chamada de outra coisa se não de PÁ. Certo?
Não podemos chamar água ao vinho. Ou podemos?
Diga-me “eu”, se não utilizasse os adjectivos que utilizo para chamar a “pá de pá”, o que deveria chamar aos académicos que se divertem a ouvir uma bela serenata de Coimbra, em vez de participarem numa vacada?
Consegui fazer-me entender?
Quanto aos comentários que fazem os outros no Facebook, meu caro “eu”, o que tenho EU a ver com isso?
Respondo apenas por mim.
Mas posso acrescentar que eliminar os comentários que não vos agrada da vossa página do FB, não condiz com gente que tem carácter e está a estudar ADMINISTRAÇÃO.
Então? Querem fugir às responsabilidades?
Não será eliminando o que os outros pensam de vós que vos fará melhores. Nem pouco mais ou menos.
E isso tem um nome: censura.
Isabel A. Ferreira