Acrescentemos a estes últimos, a esmagadora maioria dos Portugueses, que são absolutamente contra esta actividade de extrema crueldade e violência, para com animais sencientes. Recorde-se ainda que, e de acordo com uma Sondagem da Universidade Católica, 69% da população lisboeta é contra a realização de touradas.
O que é preciso mais? Fazer desenhos? Não bastam as imagens de Touros, barbaramente massacrados, e que valem mais do que mil palavras, para que os governantes tomem a iniciativa de acabar com esta actividade anacrónica, que em nenhum lugar civilizado do mundo se pratica?
125 cidadãos anti-cultura e anti-evolução escreveram uma carta a pedir a TORTURA de Touros, porque não sabem viver sem ela. Consultar este link:
Esta carta levou mais de 240 personalidades pró-cultura e pró-evolução a assinarem uma outra carta a pedir o contrário:
«De Nuno Markl a Eunice Muñoz, mais de 240 personalidades pedem fim de touradas na RTP»
«Actores, escritores, jornalistas, músicos, coreógrafos, cantores, cientistas e pessoas de outras áreas. São mais de 240 as personalidades que assinaram uma carta, divulgada esta segunda-feira, 31 de Maio, a pedir a revisão do contrato de concessão do serviço público de rádio e de televisão entre o Estado e a RTP, advogando que se acabe com a transmissão de touradas no canal.»
«Na carta dirigida ao ministro das Finanças, João Leão, e ao secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, os signatários garantem que, se a revisão for feita, “poderemos finalmente ter uma televisão pública livre da transmissão de espectáculos que se baseiam na violência contra animais e normalizam tais comportamentos, como, por exemplo, sucede na tauromaquia”.»
«No documento, as personalidades relembram vários pontos que foram transcritos da versão preliminar do contrato, ressaltando que a cultura e a língua portuguesa são “promotoras dos direitos humanos, de um ambiente sustentável e do bem-estar dos animais” e que a RTP deve “promover o acesso do público às manifestações culturais portuguesas, desde que as mesmas não atentem contra os direitos humanos, a sustentabilidade ambiental e o bem-estar dos animais”.»
De acordo com os signatários desta carta aberta, divulgada esta segunda-feira, contando-se entre eles, Nuno Markl, Eunice Muñoz, Sara Matos, Pedro Teixeira, Diogo Piçarra, Rodrigo Guedes de Carvalho, Inês Sousa Real, Paulo de Carvalho, Helena Isabel, só com o fim da transmissão de touradas, Portugal pode ter uma RTP mais ligada às preocupações éticas dos telespectadores, no que respeita à protecção animal.
Fonte dos excertos, a itálico:
***
A acrescentar a isto, temos o CHEGA com pretensões de INVADIR Lisboa, se quiserem proibir as touradas.
Pois que invadam Lisboa. Nesse dia, providenciaremos a entrada, na cidade, de algumas manadas de Touros desenfreados e com os cornos desembolados, como deve ser, para lhes fazerem frente. Cara a cara.
Portugal não está dividido, no que respeita a esta matéria. Portugal está visivelmente inclinado para a ABOLIÇÃO da tauromaquia, algo que não se encaixa nas sociedades civilizadas contemporâneas. Isto é politiquice de partidos “cheguistas”. Já estamos na cauda da Europa em tantas coisas, não queiramos estar do lado desta minoria troglodita, que envergonha Portugal e toda a Humanidade.
Isabel A. Ferreira
Na passada segunda-feira, na TVI (Jornal das 8, do qual é editor) Miguel Sousa Tavares considerou uma «incoerência total» o retomar de todas as actividades culturais, à excepção da tortura de Touros (vulgo tauromaquia), logo no dia em que, cerca de uma centena de torturadores de touros (não lhes chamem artistas porque insultam e espezinham os verdadeiros artistas) se manifestaram em frente ao campo pequeno, contra a não abertura às bárbaras práticas tauromáquicas, de que aquele recinto é a catedral, em Lisboa, antes do início do primeiro de dois espectáculos do projecto Deixem o Pimba em Paz, de Bruno Nogueira e Manuela Azevedo.
E o Miguelito, que também é caçador, saiu-se com esta: «Eu não entendo como é que hoje e amanhã vai haver um concerto para duas mil e tal pessoas e não pode haver uma tourada. É um espectáculo igual. Como é que, mantendo as distâncias, pode haver um concerto e não pode haver um espectáculo que é uma tourada que se passa na arena? Não consigo perceber» acrescentando que «só há uma justificação: a perseguição às touradas continua».
Pois continua, Miguelito, primeiro porque as touradas não são um espectáculo, mas tão-só uma prática bárbara e medieval. A ser um “espectáculo” será simplesmente um “espectáculo macabro”, que não faz parte da civilização humana. Segundo, porque enquanto esta nódoa negra manchar o bom nome de Portugal, no mundo, haverá vozes que se levantarão contra as touradas, que são coisa de um passado que já passou há muito.
Por causa destas suas declarações, Miguel Sousa Tavares foi arrasado nas redes sociais, pois as suas pobres e tristes palavras, desadequadas na boca de um intelectual, não foram bem aceites por quem as ouviu. E o resultado foi este:
Mas o Miguel Sousa Tavares ainda está na TV porquê…?; Ontem Miguel Sousa Tavares voltou com a lengalenga das touradas serem cultura. Isto a propósito do espectáculo no Campo Pequeno do Bruno Nogueira. Tudo o que proporcionar, sofrimento e sangue não engrandece um país, simplesmente amesquinha os mais fracos. Que besta quadrada!; Eu não suporto o Miguel Sousa Tavares, o homem acabou de dizer que não percebe o porquê de abrirem o campo pequeno para concertos e para touradas não; O Miguel Sousa Tavares calado era poeta. Ele diz que é contraditório serem permitidos concertos e não serem permitidas touradas. Eu também acho contraditório existir uma lei que condena os maus-tratos a animais e ainda existirem touradas; Miguel Sousa Tavares, por favor não comparares um concerto a uma tourada, porque não são coisas comparáveis. Entendo a lógica da distância social e tal, mas não touradas não é cultura; Nós no meio de uma reabertura por causa da pandemia e o que Miguel Sousa Tavares tem a dizer em primeiro lugar é que há uma perseguição às touradas.
Também Nuno Markl se juntou às vozes do protesto, e no seu Instagram arrasou o Miguelito, que é muito boa pessoa, mas tem um monumental defeito, tal como todas as boas pessoas têm os seus defeitos, mas não tão monumentais. E o maior defeito dele é achar que torturar seres vivos é arte e cultura e um “espectáculo” IGUAL ao do Bruno Nogueira, sim, porque o Bruno Nogueira fartou-se de espetar bandarilhas em Touros e o sangue escorreu pelo chão do campo pequeno.
Nuno Markl achou que, mantendo as distâncias era óptimo, logo a começar pela distância entre o toureiro e o touro… Pediu «calma» a Miguel Sousa Tavares, e acrescentou que «de certeza [ou não] que o sangue já volta a correr. Mas, depois destes meses, não é egoísta querer que uma tradição [tradição, não, costume bárbaro] que é só para alguns se sobreponha a uma arte que é para todos?».
Enfim, enquanto, em Portugal, não se entender que as touradas não fazem parte do rol dos espectáculos civilizados; e os toureiros, forcados e afins não são artistas, mas tão-só torturadores/carrascos de Touros, as vozes dos que pugnam por uma sociedade mais humana, mais culta e mais civilizada far-se-ão ouvir por aí…
Isabel A. Ferreira
Fonte da notícia:
Esta é a sociedade que o governo português aliado a uma igreja católica, nada cristã, promove.
Este povo será atrasado mental? Só pode ser. Mas mais atrasados mentais são os que têm o poder de actuar e de travar esta brutalidade e não actuam.
E depois queixam-se da violência que campeia por aí...
Outra ESTUPIDEZ no seu estado mais puro
Portugal é um país onde ainda existe uma boa fatia de um povo primitivo, inculto e bárbaro, que pratica crueldades contra seres vivos, em nome da estupidez.
E os governantes são cúmplices deste atraso civilizacional que nos envergonha até à medula.
Crianças são instigadas a matar o galo que está enterrado vivo com a cabeça de fora.
(Isto faz-me lembrar uma certa lei em que se enterram as mulheres vivas com a cabeça de fora para serem apedrejadas até à morte por um motivo qualquer…)
Mas que mal fez o galo a esta gente?
***
«A denúncia foi feita por Nuno Markl, na sua página de Facebook.
Recentemente, a ‘queima do gato’ gerou uma verdadeira onda de revolta no Facebook. Agora, há outra iniciativa que está a revoltar milhares de pessoas na Internet.
Em Ruivós, freguesia de Sabugal, a população junta-se para enterrar um galo e tentar acertar-lhe na cabeça, com uma enxada.
“Em Ruivós, acha-se óptima ideia enterrar um galo vivo com a cabeça de fora e depois estimular os habitantes de todas as idades a tentar matá-lo à paulada”, escreveu o humorista.
«Aqui, tal como na Queima do Gato, o que está em causa é isto: uma população a estimular junto das crianças a agressão selvática a um ser vivo a quem nem é dada a possibilidade de fugir. E tudo entre risos e gargalhadas. Não se perceber a ténue linha que separa "a tradição" de uma cultura do Mal e da violência, é triste», escreveu Nuno Markl.
Fonte:
http://ionline.pt/399460?source=social
Eis um texto lúcido, que todos os governantes deveriam ler, para ver se aprendiam alguma coisa acerca desta matéria macabra, que não dignifica a classe política portuguesa, muito pelo contrário, mete-a num chinelo muito sujo e roto.
Um texto de Pedro Reis
in http://ptjornal.com/a-imoralidade-das-touradas-36010
«A discussão ética à volta das touradas é um dos debates que gera mais polémica entre os seus defensores e opositores, e que em discussões acaba muitas vezes em insultos e ameaças. Foi o que aconteceu quando Nuno Markl e Ricardo Araújo Pereira decidiram apoiar a campanha “Enterrar Touradas” lançada pela ANIMAL.
Os dois humoristas fizeram um vídeo de incentivo para os seus ouvintes assinarem duas petições: uma a favor da “Proibição da Assistência e Trabalho de Menores em Espectáculos Tauromáquicos” e uma outra a exigir a “Proibição de Subsídios Públicos às Actividades Tauromáquicas”. O vídeo gerou imensa polémica e discussão nas redes sociais, com os dois humoristas a serem ameaçados de morte por alguns dos defensores das touradas.
Estas ameaças valem o que valem, mas não deixam de realçar as proporções que esta discussão consegue tomar.
Um dos principais argumentos que os defensores da tourada costumam utilizar como forma de as justificarem é o argumento de que as touradas não devem ser abolidas porque são uma tradição e fazem parte do património cultural. Sim, as touradas até podem ser uma tradição, até aí estou de acordo. Mas até que ponto é que por determinada prática ser tradicional faz com a mesma se torne necessariamente ética?
Muitas tradições foram abolidas ao longo do tempo por serem imorais, aquilo que as touradas são. A mutilação genital feminina também é uma tradição em imensos países.
Será por isso que devemos aceitá-la e continuar a legitimá-la? Ao longo dos tempos a nossa sociedade tem evoluído na tentativa de abolir tradições desse género, apesar de existir ainda muito a fazer. Portanto, o argumento de que uma prática deve ser preservada pelo simples facto de ser uma tradição, não faz qualquer sentido.
Uma crítica que os defensores das touradas fazem aos seus opositores é a de estes não terem legitimidade para as criticar, no caso de comerem carne. Este argumento é inválido porque alimentação e os actos que são praticados nas touradas são coisas completamente distintas.
A alimentação é uma necessidade humana, apesar de ser discutível se o Ser Humano deve ou não comer carne. Neste aspecto os defensores das touradas até podem ter alguma razão na denúncia, contudo tal não justifica a tortura que é aplicado sobre o touro durante o espectáculo, onde os maus-tratos que lhe são infligidos não têm outra justificação senão o divertimento e entretenimento dos toureiros e dos seus espectadores. Nunca está em causa a necessidade humana nas touradas. É fundamental que tenhamos isto em conta.
Existe também aquele argumento irónico, onde afinal as touradas até são benéficas para os touros. Dizem que as touradas contribuem para que o touro bravo não seja extinto e que o touro é muito bem tratado até ser o momento de ir para a arena. Relativamente à questão da extinção, não sei até que ponto é que o touro bravo seria mesmo extinto se não existissem touradas, mas quer-me parecer que com esforços para a preservação da espécie, tal não aconteceria.
Aliás, deixo mesmo uma questão no ar: se os touros não trouxessem rendimentos aos “aficionados”, gostaria de saber se estes manteriam o mesmo interesse em preservar a espécie. Já na questão da qualidade de vida do touro, até acredito que os touros sejam bem tratados. Contudo, até que ponto é que isso serviria de justificação para as touradas serem legítimas, uma vez que estamos a tratar bem um animal apenas com o intuito de no futuro nos aproveitarmos dele, torturando-o para nosso deleite. Existe também a ideia de que o touro não sofre durante o espectáculo, o que é uma afirmação que cai completamente no ridículo e que é importante desmistificar. Numa arena, um touro sofre uma violência imensa através das farpas que lhe são espetadas, resultando numa tortura lenta que constitui uma enorme humilhação para o touro.
As touradas são uma prática masoquista e eticamente condenável que exercem um efeito negativo na relação das pessoas para com os animais, incitando à violência através de actos que são completamente indiferentes em relação ao sofrimento do animal, o que é extremamente preocupante no reflexo que têm nas atitudes e mentalidade de uma população. É uma prática que não pode ter lugar numa sociedade que dê importância ao bem-estar dos animais e aos seus direitos, o que se reflecte também na personalidade e ideais das pessoas que apoiam as touradas, sejam “aficionados” ou simples apreciadores. Isto é ainda mais preocupante quando vemos crianças a assistir a estes espectáculos e a se reverem nos ideais que lhe são transmitidos, dando assim continuidade a uma tradição de violência.
Compreendo que muita gente nasça dentro de um meio que apoie as touradas, e que desde novos tomem contacto com essa realidade e acabem por rever-se nela. Contudo, enquanto Seres Humanos dotados de uma consciência temos o dever de questionar as touradas, e numa reflexão sobre o assunto percebemos rapidamente que os argumentos dos seus defensores têm imensas falhas e que perante os direitos dos animais e da discussão ética perdem toda a sua razão. Felizmente cada vez mais gente começa a consciencializar-se disso, e acredito que a grande maioria da população seja contra as touradas. Os próprios defensores das mesmas contribuem para tal, muito devido à sua atitude de intransigência, que só demonstram o quão estão errados. Para melhorarmos enquanto sociedade é imperial que tradições imorais como as touradas sejam abolidas.
Ainda há um longo caminho a percorrer, mas felizmente existem cada vez mais indícios de que as touradas, mais tarde ou mais cedo, irão acabar.»
Quando a razão vence a irracionalidade…
POR FAVOR, ASSINE E DIVULGUE AS PETIÇÕES:
Proibição de subsídios públicos a actividades tauromáquicas
http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT72070
Proibição da assistência e trabalho de menores em espectáculos tauromáquicos
Esta é uma campanha que a Associação ANIMAL encetou.
A Ana Galvão iniciou-a. Nuno Markl e o Ricardo Araújo Pereira seguiram-na, bem como o humorista Diogo Faro, o humorista, guionista e apresentador de TV Guilherme Fonseca, a música e instrumentista Sandra Baptista, Fernando Alvim, radialista, humorista e apresentador de TV português, o radialista Nuno Calado, o actor Philippe Leroux, o artista plástico Leonel Moura
Ora acontece que a prótoiro sentiu-se atingida pelas verdades que o Nuno Markl e o Ricardo Araújo Pereira magistralmente disseram neste vídeo.
Cobardes como são, os da prótoiro trataram logo de ir queixar-se à Rádio, para a qual estes dois cidadãos portugueses, livres e lúcidos, trabalham (como se os órgãos de comunicação social não pudessem criticar esta “coisa” indigna de seres humanos, e só não o fazem devido a um motivo que não trarei para aqui, por respeito a estes dois Grandes Senhores da Rádio) e que obrigou o Nuno a escrever o seguinte, na sua página do Facebook:
«A opinião que o Ricardo Araújo Pereira e eu temos sobre as touradas é a nossa, não é nenhuma opinião da empresa em que trabalhamos. Por isso, na próxima semana, faremos um remake do vídeo em território neutro, para que não haja confusões.
A nossa opinião sobre o assunto, essa mantém-se.
Caros aficionados: eu e o RAP manifestámos a nossa opinião sem vos insultar ou ameaçar de pancada/morte. Não vos queremos mal, queremos é o bem dos touros. Essa é uma diferença importante. Tentemos ser uma sociedade digna desse nome e manter o debate sem agressões pessoais - e isto é válido também para quem está do nosso lado da polémica: baixar o nível lixa tudo para ambos os lados. Não lixa tanto como ao touro, mas lixa.
***
Tem toda a razão Nuno Markl.
Mas houve um aficionado que dirigiu ao Nuno este bilhete:
«Caro Nuno Markl, com todo o respeito acho lamentável a sua intervenção no video, se queria intervir adequadamente tinha-se informado sobre o que ia falar e não chegar e dizer ''vamos ver um animal a sofrer'' !
Se tivesse pesquisado sobre o assunto profundamente teria encontrado estudos que comprovam que o Toiro de Lide não sofrer durante a própria lide, que é uma raça selecionada e modificada geneticamente através do seu cruzamento ao longo de seculos, o que o fez desenvolver β-endorfinas especificas que não permitem ao Toiro qualquer sofrimento durante a Lide!
E quanto á questão da violência, se tem amigos que são realmente aficionados e fala com eles sobre isso vai perceber a paixão e o amor pela festa e não qualquer violência ao pronunciar-se sobre a mesma!
Obrigado
João Diogo»
***
(Essa das β-endorfinas é que me deixam intrigada... Como gostava de as produzir também, para ver se não sofria tanto por causa destes ignorantes...)
***
O que se passa é que está mais do que provado de que os Touros, sendo animais sencientes tal como nós, sofrem horrores tal como nós sofreríamos se nos torturassem do mesmo modo que os torturam a eles, nas arenas.
Este parágrafo:
«Se tivesse pesquisado sobre o assunto profundamente teria encontrado estudos que comprovam que o Toiro de Lide não sofrer durante a própria lide, que é uma raça selecionada e modificada geneticamente através do seu cruzamento ao longo de seculos, o que o fez desenvolver β-endorfinas especificas que não permitem ao Toiro qualquer sofrimento durante a Lide!»
foi escrito por alguém completamente ignorante, que não apresentou esse tal “estudo”, porque além desse tal estudo não existir (como poderia?) é totalmente inconcebível dizer que um mamífero, um bovino, um herbívoro, um animal possuidor de um sistema nervoso central tal como nós, não sofre ao ser torturado tão barbaramente.
Só um ignorante o diz.
Além de que se o que se diz neste parágrafo fosse verdade, os que praticam tal barbaridade deviam estar na cadeia, porque não existe lei alguma que permita modificar geneticamente um ser vivo para ser torturado e divertir broncos.
E se o touro “geneticamente modificado” não sofre, porque é que grita tanto quando lhe cortam os cornos, quando o bandarilham, quando lhe trespassam o corpo com uma espada?
Porque é necessário a banda de música tocar tão alto para que não se ouçam os gritos e os relinchos de dor dos touros e dos cavalos?
As mentiras que passaram de geração em geração tornaram-se verdades apenas para aqueles que se recusaram a evoluir.
Mas hoje, só é ignorante quem opta por ser ignorante.
Vão pregar as vossas mentiras para outra freguesia, aficionados.
Nesta, na nossa, as vossas mentiras podem ser desmentidas, uma a uma.
E é isso que me proponho fazer.
Quanto ao vídeo do Nuno e do Ricardo é uma grande lição da civilidade, da lucidez, da evolução e da ética que falta aos que praticam, aplaudem e apoiam a selvajaria tauromáquica.
***
Nuno Markl e Ricardo Araújo Pereira ameaçados de pancada e morte
Isto só demonstra o baixo nível moral, social e cultural de quem tem a selvajaria tauromáquica por "coisa civilizada".
Mas a culpa não é dos da prótoiro, que só conhecem a violência e a crueldade.
A culpa é de uma legislação que permite essa violência e crueldade contra seres sencientes, para divertir criaturas insencientes, estendendo-se essa violência e crueldade também a Seres Humanos, como o Nuno Markl e o Ricardo Araújo Pereira.
Também já me ameaçaram a mim... de morte, e apanhar-me numa esquina, de socos na fussa...
Enquanto essa selvajaria for permitida por lei, este clima de pugilato vai andar no ar... por aí...
Mas quem tem medo de cobardes?
Ler a notícia aqui:
http://www.sol.pt/noticia/388278
Isabel A. Ferreira
Exmo. Senhor:
Vem esta minha carta a propósito do Editorial escrito por V. Exa., no passado dia 12 de Março, sob o título «O Silêncio dos Inocentes», no Jornal de Notícias, e que pode recordar neste link:
http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?content_id=4448550&opiniao=David%20Pontes
A minha primeira reacção foi de perplexidade.
Agora V. Exa. faça o favor de ler este excelente artigo, escrito em Língua Portuguesa, sem submissão ao aberrante AO/1990:
Sobre as petições de justiça para com animais e as petições de justiça para com humanos
«Gostaria de dizer às pessoas que apresentam estudos comparativos entre petições para pedir justiça para com crimes cometidos contra humanos e petições para pedir justiça para com crimes cometidos contra animais, e que depois tiram ilacções vazias mas tremendamente auto-importantes sobre as diferenças entre os assinantes de umas e de outras o seguinte: não, o facto de um crime contra um animal ter mais assinaturas que um crime contra humanos não quer dizer rigorosamente nada sobre as prioridades do país. Não quer dizer, sequer, que há mais pessoas em Portugal a defender os animais do que a defender os humanos. A única coisa que esses estudos querem dizer – de quem os faz – é que há quem anseie pôr-se em bicos de pés a qualquer custo, em nome de um efeito de superioridade moral sobre os outros que nada tem de solidário, nem com humanos, nem com animais.
A razão pela qual um caso como o do Simba tem mais assinaturas do que outros casos, como a petição contra a violência doméstica (causa urgente de que ainda há dias falei neste estaminé) é por uma razão simples que escapa aos polícias da moral e da justiça internética: porque enquanto, apesar de tudo, vai havendo mecanismos para defender seres humanos, até há pouco tempo havia ZERO para defender animais. Zero. E os que há hoje não está garantido que funcionem. E metam na cabeça de uma vez por todas isto: uma pessoa que assina uma petição como a do caso do Simba não é um pateta ou um alarve ou um idiota que dá prioridade aos bichos e que não liga às causas que realmente interessam que são as dos humanos; é simplesmente, na esmagadora maioria das pessoas que continuam a apoiar estas causas, alguém que sabe que, em Portugal, desde sempre que os animais estão no fim dos fins da cadeia de importância. E que está farto disso. E que toda a miserável contribuição que puder dar para mudar um milímetro que seja disso e punir o anormal que agrediu ou matou um cão só porque sim, dará.
“Buá, buá, o astronómico número de 50 e tal mil pessoas assinaram a petição para conseguir justiça pela morte de um cão, buá, buá”.
Perdoem-me o vernáculo, mas foda-se. Parem lá com as lágrimas de crocodilo. Solidariedade selectiva não é solidariedade nenhuma. E a desculpa “tenho pouco dinheiro e não é para dar a animais, mas a pessoas” não vale um cabelo. Porque solidariedade, seja para com humanos ou animais, é muito mais que dar dinheiro. Não é preciso ter dinheiro para ser solidário. Às vezes basta ter mãos, seja para pegar em mantas velhas que estão a apodrecer numa gaveta e que ainda aquecem seres vivos, seja para fazer reparações em tectos, seja, muito simplesmente, para partilhar uma mensagem importante nas redes sociais. 50 mil pessoas num país de 10 milhões é uma gota de água, ou menos que isso. E não está sequer garantido que as petições online tenham assim tanto efeito.
A razão porque nós, os supostos “maluquinhos dos animais” corremos em massa a assinar estas coisas, não é porque nos estejamos a cagar para as causas dos seres humanos. Tenho a honra de conhecer e de ser amigo de várias pessoas ligadas às causas dos animais e são pessoas cuja humanidade e sentido de decência não escolhe espécies. Simplesmente focaram-se no elo mais fraco. E isso, não me lixem mais a vossa superioridade moral, isso é que é ser solidário. Perder tempo a resmungar contra os actos de solidariedade alheia, fazendo leituras arrogantes, sobranceiras e genéricas sobre o “estado das coisas” é só ser desagradável.
E isso, lamento informar, é zero.
Fonte:
***
Concordo, em absoluto, com as palavras de Nuno Markl, porque o meu sentimento, quanto a este assunto, é exactamente o mesmo.
O mesmíssimo.
Compreendeu agora, Senhor David Pontes?
Se todos os directores e subdirectores de jornais e TVs cumprissem o dever de informar formando (e não compactuando com o opressor de seres humanos e não-humanos) não estaríamos aqui a falar deste assunto, porque era sinal de que os direitos de uns e de outros estavam a ser cumpridos, numa sociedade onde a Vida, qualquer Vida, teria toda a importância do mundo.
Ah! E já agora, os gatos gostam de comer peixe, logo, se tiver gatos e peixes, é dever de V. Exa. acautelar os peixes, para que os gatos não os comam.
Com os meus cumprimentos,
Isabel A. Ferreira
Bem-haja NUNO MARKL, por ser como é, num mundo onde há mais vedetas do que Artistas!
«Sobre Tróia
15 de Agosto de 2014 às 16:05
Depois de ficar a par da polémica envolvendo a colónia de gatos de Tróia, decidi cancelar o meu espectáculo agendado para hoje no Tróia Beach Club.
Pelo facto, peço desculpa a quem tinha planeado ir esta noite assistir à sessão. A minha decisão não é uma declaração de guerra ao Turismo de Tróia - baseia-se, simplesmente, na minha vontade de perceber, primeiro, o que está a acontecer em Tróia, como é que a câmara de Grândola e o Turismo de Tróia estão, de facto, a lidar com o problema dos gatos vadios e em que medida é que eu, enquanto figura pública ligada à causa dos direitos dos animais, posso contribuir para encontrar soluções que não sejam desumanas para com os bichos.
Para não ficar nada por dizer e mal resolvido, hoje o João Madeira, director-geral do Tróia Resort, e eu tivemos uma conversa telefónica em que ele compreendeu perfeitamente a minha decisão de não fazer o espectáculo e o meu ponto de vista, ao mesmo tempo que me explicou que, de facto, a colónia de gatos vadios está descontrolada e assumiu que a indicação que a direcção dá aos funcionários do complexo turístico é para não alimentar os gatos, de modo a não os atrair em massa, por uma questão de higiene e saúde pública.
Medidas activas e construtivas têm de ser tomadas. Envenenar os gatos está fora de questão. Mas, conforme eu disse há pouco ao director do Tróia Resort, impõe-se levar a cabo a essencial esterilização dos animais (que não é só positiva para o Turismo de Tróia; é também para os próprios animais, sujeitos a um crescente inferno de fome e doenças, à medida que a sua população aumenta) e promover a adopção dos gatos. O gato é um animal de companhia extraordinário, independente, e fácil de cuidar. Neste momento há centenas deles ao Deus-dará, em Tróia, com fome, e que poderiam estar a viver uma vida reciprocamente feliz com quem lhes desse um lar.
A Ana Galvão e eu temos previsto para breve um projecto importante relacionado com animais, que pretende, entre outros objectivos, ajudar a resolver de forma humana o destino de animais sem lar como os gatos de Tróia e nessa altura investiremos, da forma que pudermos, em ajudar a encontrar mais soluções concretas para este caso.»
Fonte
https://www.facebook.com/notes/nuno-markl/sobre-tr%C3%B3ia/10152661896222387
Enviaram-me este texto, via e-mail, que o Nuno Markl encontrou, algures na Internet, e que está uma verdadeira obra-prima da argumentação contra as touradas.
Como gostaria de ter sido eu a escrevê-lo!
Deliciem-se!
Por Nuno Markl
Adorava saber quem escreveu isto algures na Internet, mas cruzei-me com este texto exemplarmente completo e detalhado sobre todas as questões que se levantam nos debates sobre tourada, incluindo a ideia de que as touradas evitam a extinção do touro bravo:
«O único argumento legítimo e verdadeiro que têm (os aficionados), é o de a tourada ser um espectáculo legalizado e, como tal, terem todo o direito a participar. Ponto final porque acabam aí os argumentos válidos.
O Sr. que fala em adrenalina ou no sangramento para alívio do touro obviamente não entende nada de biologia, de fisiologia ou de comportamento animal; percebe apenas da sua adrenalina quando assiste a espectáculos de violência. Essa dos sangramentos para alívio dos humores foi uma prática médica muito em voga na Idade Média mas abandonada posteriormente.
O que está na base do movimento anti-touradas não é claramente uma questão de gostos. Os gostos não se discutem. O pior é quando os nossos gostos colidem com a vida ou a integridade física de outros. Gostar é diferente de amar ou respeitar. É por demais evidente que os pedófilos gostam de crianças; mas é uma maneira de gostar que passa pela exploração dos menores e pela negação dos seus direitos.
Os que vivem da indústria tauromáquica cuidam dos touros porque vivem da sua exploração; se eles não lhes trouxessem rendimento, duvido que tratassem deles em regime pro-bono. Mas fica o desafio: vamos ver quantos aficionados amam verdadeiramente a raça taurina e se dispõem a cuidar dos exemplares existentes quando acabarem as touradas. Como fazem, por exemplo, as associações de animais por este país fora, que abnegadamente se dedicam a cuidar de cães e gatos abandonados.
Outra falácia comum para fugir à discussão séria sobre ética é comparar a vida em liberdade que precede a tortura na arena à vida dos animais em criação intensiva. É claro que a criação intensiva é uma ignomínia, mas não invalida que as corridas de touros não constituam também uma ignomínia.
Aqui podemos cair na questão de comparar coisas parvas como campos de concentração, por exemplo: seria melhor acabar em Auschwitz ou em Treblinka? É melhor morrer à nascença ou aos 4 anos? Com uma facada no peito ou afogado? Tudo isto são questões absolutamente laterais e cujo único objectivo é desviar a atenção de uma pergunta muito simples: é eticamente aceitável criar um animal para o massacrar publicamente e ganhar dinheiro assim?
Se respondermos sim, abrimos a porta para as lutas de cães, de galos, e até de indivíduos que, por grande carência financeira ou mesmo falta de neurónios, se disponham a entrar num recinto e participar numa luta de morte em jeito de espectáculo. Há quem goste de ver. E se vamos pela quantidade de público a assistir, nada batia os linchamentos públicos nos pelourinhos. Mas isso também acabou; houve uma altura em que passámos a considerar isso um espectáculo incorrecto e imoral.
Vi agora que ainda há mais uns pseudo-argumentos: comparar injecções ou vacinas com as bandarilhas. Parece uma brincadeira comparar uma agulha fina com o objectivo de tratar uma doença ou evitar outra - no caso das vacinas - com a introdução de 9cm em metal grosso, cujos 3cm finais são em forma de arpão para não sair e continuar a rasgar os músculos e os ligamentos durante a lide. Das duas, três: ou está a brincar, ou não usa o raciocínio ou quer enganar os outros.
Depois vem mais uma das bandeiras frequentemente agitadas: a da extinção do touro bravo. Como muitos dos que lutam contra a existência das touradas são pro-ambientalistas, este parece ser um argumento forte. Parece, mas obviamente não é. O que os ecologistas defendem é a não interferência nos ecossistemas porque há equilíbrios frágeis cuja totalidade das varáveis são desconhecidas e as rupturas imprevisíveis. Não tem nada a ver com o touro bravo.
A extinção do touro bravo teria o mesmo impacto ambiental que a extinção do caniche. Podemos lamentá-la, claro, por razões sentimentais, mas não afectam em nada os ecossistemas. E se falamos de ambiente, as herdades onde se faz a criação extensiva de touros podiam dar lugar a montados de sobro e plantação de oliveiras. Temos um clima e um solo excelentes para a produção de azeite e cortiça e não somos autónomos na questão do azeite, o que nos traria ganhos financeiros e mais independência económica.
Os toureiros, se quisessem reconverter-se, podiam ir para a apanha da azeitona com as suas calcinhas justas e a jaqueta de lantejoulas; não seria prático mas dava uma nota de cor aos campos nessa altura do ano.»