Segunda-feira, 27 de Agosto de 2018

«A festa de Barrancos em "honra de Nª. SR.ª da Conceição"...»

 

Um texto de Rui M. Palmela, que nos dá um panorama trágico da "festa" diabólica, em Barrancos, em honra de Nossa Senhora da Conceição.

 

Chamo a atenção para os depoimentos absolutamente aberrantes de personalidades que, apesar de todos os estudos, não evoluíram minimamente, e mantêm-se com os pés e mentes bem fincados num tempo das maiores ignorâncias e obscurantismos.

 

 

BARRANCOS.jpg

O que se passa em Barrancos, graças a Jorge Sampaio, ex-presidente da República Portuguesa,  é do mais desqualificado, do mais grosseiro, do mais bárbaro que possamos imaginar: crueldade, violência, bebedeiras, boçalidade, tudo elevado ao máximo… em nome da Santa… E é esta vergonhosa ignomínia que a igreja católica sustenta.

 

Texto de

Rui M. Palmela

 

«Barrancos é uma vila alentejana onde existe uma tradição centenária sanguinária de matar toiros numa festa religiosa que se realiza ali todos os anos no fim de Agosto "em honra de Nª Srª da Conceição", numa arena improvisada frente à Capela onde se reza e donde sai a procissão, tudo terminando numa diabólica diversão. E a Igreja Católica não se pronuncia cometendo também seu “pecado de omissão” ...

 

No entanto existe uma bula papal que condena estes espectáculos sangrentos onde se lê o seguinte:

 

(...) "Considerando que estes espectáculos que incluem touros e feras no circo ou na praça pública não têm nada a ver com a piedade e a caridade cristã, e querendo abolir estes vergonhosos e sangrentos espectáculos, não de homens, mas do demónio, e tendo em conta a salvação das almas na medida das nossas possibilidades com a ajuda de Deus, proibimos terminantemente por esta nossa constituição a celebração destes espectáculos"... (in "Bullarum Diplomatum et Privilegiorum Sanctorum Romanorum Pontificum Taurinensis editio", tomo VII, Augustae Taurinorum, 1862, pág. 630-631.)

 

Portugal já foi um país sem touradas no Reinado de D. Maria II, quando pelo um Decreto nº 229 de 1836 se lia o seguinte:

 

“Considerando que as corridas de touros são um divertimento bárbaro e impróprio de Nações civilizadas, bem assim que semelhantes espectáculos servem unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade, e desejando eu remover todas as causas que possam impedir ou retardar o aperfeiçoamento moral da Nação Portuguesa, hei por bem decretar que de hora em diante fiquem proibidas em todo o Reino as corridas de touros"...

 

Porém, as touradas voltaram com a República e se mantêm até hoje com a "Democracia" com partidos de direita à esquerda a apoiarem a sua realização e a chumbarem propostas de sua abolição. Há mesmo figuras públicas bem conhecidas que defendem a tradição barranquenha dos toiros de morte e passo a citar algumas de suas frases que merecem repulsa ou reprovação. Aqui ficam:

 

Nuno da Câmara Pereira (fadista): "eu estou aqui em Barrancos com os cornos para o ar a apoiar a causa barranquenha, dos touros de morte, tradição que dura há séculos".

 

Moita Flores (investigador, criminologista), dizia sobre uma certa providência cautelar da Associação ANIMAL que visava travar o espectáculo dos toiros de morte, e se pronunciou assim: "O juiz que decretou a providência não sabe o que escreve, não sabe o que diz, pela simples razão que não conhece o que se passa em Barrancos, possivelmente nem sabe onde fica". Diário de Notícias 23/8/99.

 

Mafalda Ganhão (jornalista): "Na corrida de morte por exemplo, o touro não é picado para ser destroçado ou humilhado. É sangrado para que descongestione e possa vir ao de cima a sua bravura, corrigindo-lhe alguns defeitos, como a sua forma de investida". Expresso 28/8/99

 

Miguel Sousa Tavares (jornalista e comentador tv): "O que eu defendo em Barrancos é a sobrevivência de uma cultura própria e enraizada localmente e que tenta resistir em face de investidas do pensamento "moderno", "jovem" e "civilizado", de uma elite urbana e arrogantemente convencida da sua suposta superioridade civilizacional". Público 3/9/99.

 

Por fim, o padre Vítor Melícias, é um pseudo 'franciscano' que devia envergonhar-se pela sua obsessão por touradas que nada têm a ver com a doutrina de Francisco de Assis que tratava todos os animais como irmãos e condenava qualquer acto de violência e maus tratos aos seres da Criação.

 

Enfim, a minha opinião de cidadão é de que as touradas em Barrancos deviam ser proibidas com os toiros de morte e se penalizasse criminalmente todos os responsáveis por aquela famigerada 'tradição' que persiste a coberto de uma famigerada "lei de excepção" aprovada em 2002 pelos mesmos partidos políticos que chumbaram recentemente uma proposta do PAN pela sua completa ABOLIÇÃO

 

Rui M. Palmela

 

Fonte:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10214938431085761&set=a.1309687193754&type=3&theater

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:58

link do post | Comentar | Adicionar aos favoritos
Domingo, 21 de Dezembro de 2014

Selvajaria tauromáquica ou quando a ignorância dos “famosos” se sobrepõe à racionalidade

Mais achas para a fogueira de “famosos” que sentem orgulho na sua afición, perdendo a noção da racionalidade, ao proferirem disparates de alto quilate, mostrando uma ignorância crassa sobre a selvajaria tauromáquica e sobre os anti-touradas 
Esta “gente” esquece-se de algo crucial: os Touros e os Cavalos são seres sencientes que sofrem atrozmente nas arenas para que ela (essa gente) se divirta.
Pensem antes de falarem sobre o que desconhecem… Porque a selvajaria tauromáquica é isto:

 

Toureiro vs touro.jpeg

Veja-se a expressão de dor do bovino cravado de ferros, a sangrar, e a cobardia do carrasco… pois a “valentia”, diante de um Touro moribundo e trespassado de dor, não tem outro nome…

 
(Um texto retirado do Facebook. Os excertos a negrito são sa responsabilidade da autora do Blogue).
 
Rui M. Palmela

4 h · Editado no Facebook

 

Figuras públicas de grande responsabilidade que cultivam estes espectáculos sangrentos e violentos (as touradas).

 

Eis alguns nomes:

 

Nuno da Câmara Pereira (fadista): "Eu estou aqui em Barrancos com os cornos para o ar a apoiar a causa barranquenha, dos touros de morte, tradição [leia-se costume bárbaro] que dura há séculos[leia-se desde o tempo em que a barbárie foi introduzida pelos Reis Filipes de Espanha, em Portugal, e se o Nuno está com os cornos para o ar está muito bem... ataviado].

 

Cónego Eduardo de Melo Peixoto: " O espectáculo das corridas à antiga portuguesa, o toureio a cavalo e a pés e os "forcados" como prova de valentia, de coragem e mesmo de arte e sem a morte do touro na arena, aceito-o como aceito a caça e o tiro aos pombos". Público 18/8/98. [Isto é que é ser CRISTÃO!]

 

Mata Cáceres, ex-presidente da Câmara Municipal de Setúbal: "Os que são contra as corridas têm o direito de se manifestar, mas comem carne e lagosta, que é cozida e o animal é morto ao lume. Também o bailado é uma arte violenta que obriga os bailarinos a dançar em pontas, o que dá imensa dor. Enfim, tudo tem que ser respeitado". Jornal de Notícias 23/8/99. [Uma comparação de mestre… da ignorância crassa].

 

Moita Flores: "O juiz que decretou a providência não sabe o que escreve, não sabe o que diz, pela simples razão que não conhece o que se passa em Barrancos, possivelmente nem sabe onde fica". Diário de Notícias 23/8/99. [Pois! e o Moita Flores como é um expert em tortura…].

 

Mafalda Ganhão: " Na corrida de morte por exemplo, o touro não é picado para ser destroçado ou humilhado. É sangrado para que descongestione e possa vir ao de cima a sua bravura, corrigindo-lhe alguns defeitos, como a sua forma de investida". Expresso 28/8/99 [Pois a Mafalda Ganhão devia ser sangrada também, uma vez que é um animal, para corrigir o defeito de se divertir com o sofrimento de um Touro].

 

Carlos Cruz, dirigente da Delegação do Alentejo da Liga para a Protecção da Natureza: "Os animais têm funções e não direitos ou deveres, como os protectores dos animais preconizam". Diário de Noticias 31/8/99. [Ora como Carlos Cruz é um animal, não tem direitos, mas terá o DEVER de se instruir para que possa vir a público dizer coisa com coisa, certo?].

 

Miguel Sousa Tavares: "O que eu defendo em Barrancos é a sobrevivência de uma cultura própria e enraizada localmente e que tenta resistir em face de investidas do pensamento "moderno", "jovem" e "civilizado", de uma elite urbana e arrogantemente convencida da sua suposta superioridade civilizacional". Público 3/9/99. [Pois, o que saberá Miguel Sousa Tavares de civilização, de cultura, de juventude, de modernismo, de evolução… para achar que em Barrancos existe uma “cultura” própria? Sim, talvez tenha razão: é a cultura própria dos broncos…].

 

E muitos outros como o Padre Vítor Melícias, pseudo-franciscano que nada tem a ver a este respeito com a doutrina de S. Francisco de Assis.

UMA VERGONHA!

***

Saibam mais aqui:

http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/nomes-de-figuras-publicas-portuguesas-498419

Figuras públicas a Favor das Touradas ou a Vergonha Nacional

 

***

O que dizer sobre a apetência desta “gente” para se divertir à custa do sofrimento atroz de um ser vivo indefeso?

 

Isabel A. Ferreira

 

 

publicado por Isabel A. Ferreira às 17:44

link do post | Comentar | Adicionar aos favoritos

Mais sobre mim

Pesquisar neste blog

 

Outubro 2024

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

Posts recentes

«A festa de Barrancos em ...

Selvajaria tauromáquica ...

Arquivos

Outubro 2024

Setembro 2024

Agosto 2024

Junho 2024

Maio 2024

Abril 2024

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Dezembro 2023

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Junho 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Fevereiro 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Direitos

© Todos os direitos reservados Os textos publicados neste blogue têm © A autora agradece a todos os que os divulgarem que indiquem, por favor, a fonte e os links dos mesmos. Obrigada.
RSS

AO90

Em defesa da Língua Portuguesa, a autora deste Blogue não adopta o Acordo Ortográfico de 1990, nem publica textos acordizados, devido a este ser ilegal e inconstitucional, linguisticamente inconsistente, estruturalmente incongruente, para além de, comprovadamente, ser causa de uma crescente e perniciosa iliteracia em publicações oficiais e privadas, nas escolas, nos órgãos de comunicação social, na população em geral, e por estar a criar uma geração de analfabetos escolarizados e funcionais. Caso os textos a publicar estejam escritos em Português híbrido, «O Lugar da Língua Portuguesa» acciona a correcção automática.

Comentários

Este Blogue aceita comentários de todas as pessoas, e os comentários serão publicados desde que seja claro que a pessoa que comentou interpretou correctamente o conteúdo da publicação. 1) Identifique-se com o seu verdadeiro nome. 2) Seja respeitoso e cordial, ainda que crítico. Argumente e pense com profundidade e seriedade e não como quem "manda bocas". 3) São bem-vindas objecções, correcções factuais, contra-exemplos e discordâncias. Serão eliminados os comentários que contenham linguagem ordinária e insultos, ou de conteúdo racista e xenófobo. Em resumo: comente com educação, atendendo ao conteúdo da publicação, para que o seu comentário seja mantido.

Contacto

isabelferreira@net.sapo.pt